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ENDODONTIA P1 - ANOTAÇÕES DE AULA Ewelyn de Freitas Farias AULA 1 ● Essência de cravo usado para aliviar a dor. Fazia isso ao destruir a polpa. ○ Atualmente é utilizado o eugenol. ● Spooner: desvitalização pulpar com arsênico. ● 1969 Clem cria a técnica escalonada. ● A endodontia estuda o diagnóstico, prevenção e tratamento das doenças da polpa e suas consequências no periápice. Campo de ação ● Dentina e polpa -> câmara pulpar, canal radicular. ○ Geralmente o esmalte já está destruído. Morfologia e abertura coronária - dentes monorradiculares Abertura coronária ● Abrir a coroa dentária para acessar a câmara pulpar e canais radiculares. ● 1° etapa da técnica endodôntica. ● 1° etapa do tratamento endodôntico. ○ Antes de iniciar, deve se diagnosticar e planejar bem antes. ● Remover o teto pulpar, para localizar os canais. Princípios para a correta abertura pulpar ● Conhecer a anatomia para interpretar a radiografia e como se guiar no tratamento. ● Cavidade pulpar: câmara pulpar (na coroa) + canais radiculares (nas raízes). ● Nos dentes monorradiculares não tem soalho da câmara, ficando a cavidade pulpar apenas com uma leve constrição. ● O canal radicular divide-se em 3 terços: cervical -> médio -> apical. ● A câmara pulpar é semelhante ao formato externo do dente, mas menor. Princípios fundamentais da abertura ● O acesso deve ser direto ao canal radicular, por uma linha reta. ● Remover todo o teto para visualizar todos os canais e facilitar o manuseio. ● O assoalho da câmara pulpar deve permanecer intacto, no caso dos dentes polirradiculares. ○ Se perfurar, perdemos a orientação da abertura dos canais. Protocolo da abertura coronária ● São 7 etapas: ○ Ponto de eleição; ○ Traçado do perfil; ○ Isolamento absoluto -> não realizado em manequim; ○ Remoção da dentina cariada -> não realizada em manequim; ○ Trepanação; ○ Remoção completa do teto da câmara pulpar; ○ Localização da entrada do canal. ● Se há risco de fratura por perda do tecido dentário, primeiro se restaura e depois se obtura. a- Abertura coronária em dentes anteriores superiores ● Abordagem por palatina por estética. ● Não se faz por incisal, pois há mais estrutura dentária, e uma menor relação de vestibular -> palatina, tornando a câmara pulpar mais fina, tornando mais fácil a perfuração. 1- Ponto de eleição: palatina, mais próxima do colo dentário, 1 a 2 mm acima do cíngulo. 2- Traçado do perfil/forma de contorno: câmara pulpar triangular, com a base na incisal, vértice do cíngulo. ● Canino: ○ Tem forma losangular. ■ Se a cúspide é mais oval, o formato também será. ○ Ponto de eleição: por palatina, 1 ou 2 mm acima do cíngulo. ● Broca levemente oblíqua em direção ao colo dentário, para alcançar o maior volume da polpa. ● Brocas 1012, 1014 e 1016 em alta rotação; brocas carbide ou brocas em baixa rotação. ○ Adequada ao tamanho do dente. ○ Nunca paralela ao longo eixo do dente, podendo gerar perfuração. 3- Isolamento absoluto 4- Remoção do tecido cariado 5- Trepanação ● Ato de atingir a câmara pulpar. ● Com brocas 2, 4, 6 ou 8 em baixa rotação. ● Ainda não se consegue visualizar câmara e canais. 6- Remoção completa do teto da câmara pulpar ● Com broca esférica e tração para realizar a introdução na baixa rotação. ● Com broca endo Z e ponta diamantada 3082. ● Com a sonda exploradora se verifica se foi removido todo o teto da câmara pulpar. 7- Localização do canal: com sonda, nunca com broca. Abertura coronária em pré-molar monorradicular 1- Ponto de eleição: junto ao sulco central, levemente deslocado para mesial. ● Por lingual é mais difícil por ter a língua. ● Abertura por oclusal. 2- Forma de contorno: ovalada, com as pontas para vestibular e para lingual. ● Brocas 1012, 1014 e 1016 em alta rotação. 3- Entra em paralelo ao longo eixo do dente. 4- O isolamento é melhor depois da remoção do tecido cariado para ter noção da inclinação do dente. 5- Trepanação. 6- Remoção completa do teto da câmara pulpar: com broca esférica e movimentos de introdução e tração. ● Brocas 2, 4, 6 ou 8 de haste longa em baixa rotação, 28 mm. ● Com a sonda, verificar se ela tranca, se trancar, significa que nem toda a câmara pulpar foi removida. 7- Localização do canal. ● Com sonda endodôntica. Considerações finais ● Fundamental: ○ Estudo da morfologia dentária. ○ Análise minuciosa da radiografia de diagnóstico. ○ Instrumental adequado. ○ Executar todas as etapas técnicas estudadas. AULA 2 ● Esvaziamento: esvaziar o conteúdo do canal, vivo ou necrótico. ● Odontometria: estabelecimento do comprimento do canal. ○ Não só pela radiografia, pois ela pode ter distorções. Anatomia e fisiologia do periápice ● A polpa radicular tem menor células, vasos de maior calibre e mais fibras que a polpa coronal. ● O canal radicular é convergente para apical. ● O canal cementário é divergente para apical. ● Além do canal radicular principal, há os sistemas de canais acessórios e os túbulos dentinários. ● Mais para cervical: aumento do número de túbulos e de seus calibres. ● Os terços radiculares conforme se aproximam do ápice, tem túbulos e com menor calibre. ● Os canais comunicam o dente com todo o sistema do paciente. ● Delta apical/cementário: localizado no ápice. ● Espaço endodôntico: canal principal, colateral, acessório, decorrente, cavo interradicular. ○ Mecanicamente ou com substâncias químicas devem ser desinfetados. Tempos operatórios 1- Abertura coronal 2- Esvaziamento ● Polpa viva: biopulpectomia. ● Polpa necrosada: penetração desinfetante/saneamento. ● Remoção do conteúdo orgânico do canal. ● É um preparo biomecânico., pois se deve ter cuidados biológicos (evitar a contaminação) e mecânico (cadeia atraumática). ○ Cadeia asséptica: sem contaminar. ● Cadeia asséptica: ○ Desinfecção dos instrumentos; ○ Isolamento absoluto; ○ Remoção completa da dentina cariada; ○ Selamento hermético entre sessões: não deixando entrar microrganismos que contaminam o canal tratado. Biopulpectomia ● Ocorre em polpa inflamada, em casos de tumores, para preparos protéticos. ● O canal é amplo. ● Necessário anestesia. ● Vai sangrar, mais ainda se estiver inflamada. ● Se remove toda a polpa e se limpa bem a cavidade. ● Para se remover a polpa, se mede pela radiografia da ponta da raíz até a ponta da cúspide, se descontando 3 mm, para evitar a super instrumentalização, sendo esse o comprimento de trabalho. ● Exploração: introdução da lima com leve pressão e discreta rotação nos sentidos horário e anti-horário. ○ Descola a polpa das paredes. ○ Com instrumentos finos 08, 10 ou 15. ● Técnica: ○ Anestesia; ○ Isolamento; ○ Irrigação; ○ Cateterismo até CAD-3mm. ○ Odontometria. ○ Estabelecimento do CT. ● Após o deslocamento da polpa, se remove com a sonda farpada no espaço criado pelo cateterismo. ○ Recuar 1 mm. ○ Rotação de 3 a 4 voltas. ○ Tração. ○ Irrigação e aspiração. ○ Sonda compatível com o calibre do canal. ● Deve se irrigar bastante para facilitar a homeostasia. Pulpectomia em canais atrésicos curvos ● Remoção com limas tipo K ou flexo type. ● Polpa removida por maceração.○ Raspagem. ○ Irrigação e aspiração. ● Não se trabalha com canal seco. Necrose pulpar ● Microrganismos anaeróbios obrigatórios. ● Saneamento progressivo pelos terços radiculares. ● Evitando carregar microrganismos para o periápice. ● Técnica imediata: quando temos tempo suficiente para fazê-lo. ● Penetração por traços: CAP do dente - 3 mm. ○ A cada terço se agita o material para deslocar a matéria orgânica e aspirá-la. ● Etapas: isolamento -> CP com NaOCl 1% -> penetração pelo CAP -> Remoção do conteúdo contaminado do terço cervical com limas K, com movimentos de rotação. Sempre com irrigação. ● Quando chegar ao ápice, se faz a odontometria. ● Irrigação e aspiração com NaOCl 1% para neutralizar o conteúdo séptico do terço apical até o comprimento de trabalho, ainda com as limas tipo K finas. ● A numeração das limas diminui conforme se aproxima do ápice. Retratamento ● Remoção do material obturador. ● Instrumentos e materiais que dissolvem o material. ● Por técnica imediata. ● Etapas: uso de xilol, clorofórmio, óleo de laranja para dissolver o material obturador. Preparo cervical ● O maior estreitamento do canal é na entrada, e não no ápice. ● Se amplia a entrada do canal para o instrumento entrar mais reto. ● Se desgasta as zonas circundantes do canal. ○ Desgaste compensatório. ● Brocas Largo e Gates. ● Brocas LA Axxess: ○ Conicidade progressiva; ○ Ponta inativa, para não perfurar; ○ Corte em lateralidade. ● Explorar novamente até o comprimento de trabalho provisório para ver se facilitou a entrada do material. Odontometria ● Escolher a lima que chega justamente no comprimento de trabalho provisório (o medido na radiografia - 3 mm). ○ Determinar o comprimento de trabalho. ● Dependendo da situação clínica, o comprimento de trabalho será diferente. ○ Necrose pulpar: ■ Com lesão; ■ Sem lesão. ○ Sem necrose pulpar. ● Limite CDC: canal-dentino-cementário. ● Não passar para o limite cementário. ● Biopulpectomia: sem lesão periapical, o canal cementário íntegro. ○ Deixar 2 mm aquém: espaço do canal cementário. ○ Comprimento de trabalho: - 2mm. ● Radiografia odontométrica após a remoção da polpa. ● Polpa necrosada sem lesão periapical: 1 mm aquém, pois não se sabe se tem lesão não visível radiograficamente. ● Polpa necrosada com lesão periapical: trabalha-se em todo o comprimento de trabalho, sem deixar milímetros aquém. Odontometria X condutometria ● Odontometria é para evitar más obturações pelas distorções radiográficas. ● Milano e Caminha: estudo sobre a disposição radiográfica de acordo com o dente. ● Ponto de referência: ponto padrão usado para a medição. ○ Da incisal ao ápice radicular. ● Usamos os cursores de acordo com os milímetros necessários de acordo com o caso clínico. ● Quando o cursor alcançar o ponto de referência, se faz a radiografia odontométrica e se faz as adaptações necessárias. ● Quando se tem necrose e lesão; após trabalhar 3 ou 4x, se reduz 1 mm, afim de criar um anteparo, para não alargar mais o canal. ● O objetivo final é o vedamento do canal. AULA 3 - TERAPIA ENDODÔNTICA Preparo do canal - Odontometria ● Após realizar a exploração desinfetante, determinar o comprimento de trabalho, inicia-se o preparo do canal/biomecânica/PQM/preparo químico-cirúrgico. ● Consome maior tempo e é mais trabalhosa. ● Objetivos: ○ Limpeza: remoção de todo o conteúdo séptico do sistema de canais. ○ Respeita a forma do canal. ○ Manter a posição do forame apical. ○ Feito somente no canal principal. Meios de preparo do canal ● Químicos: substâncias químicas auxiliares. ● Físico: irrigar e aspirar, movimento dos líquidos. ● Movimento: instrumentação. Meios mecânicos dos canais ● Técnicas: ○ Manuais; ○ Manuais com brocas especiais; ○ Sistemas sônicos e ultrassônicos; ○ Automatizados: ■ Oscilatório; ■ Rotatório; ■ Reciprocante. Técnicas manuais associadas a brocas especiais ● Limas especiais: 1°, 2/ e série especial. Movimentos ● Exploração: ○ Introdução com leve pressão. ○ Discreta rotação: horário e anti-horário. ● Limagem: introdução até chegar no comprimento desejado, tracionar contra a parede e pressionar trazendo. ○ Amplitude de 0,5 a 2mm. ○ Remover em viés. a- Técnica convencional/seriada (1955) ● Quando se achava o comprimento de trabalho, se aumentava até o instrumento que ficasse justo, fazendo movimentos de exploração até ficar largo no canal e ir trocando de instrumentos até o final. ● Materiais mais calibrosos eram menos flexíveis, perdendo o formato do canal. b- Técnica escalonada ● Primeiro o instrumento que fica justo, se trabalha com três instrumentos reduzindo o comprimento, deixando os materiais mais rígidos mais na coroa. ● Como os canais são mais estreitos na coroa do que no ápice, dificultava o acesso. c- Técnica coroa-ápice ● Primeiro se trata a constrição cervical e depois o ápice. ● A técnica mais usada e melhor para canais mais curvos, sendo boa também para os mais simples. ● Vantagens: ○ Auxilia na eliminação da constrição cervical. ○ Acesso mais retilíneo e direto. ○ Possibilita maior alargamento do terço apical. ○ Aumenta a zona de escape, facilitando a irritação. ○ Diminui a extrusão de microrganismos para o periápice. ■ Porque se elimina mais microrganismos enquanto se prepara a cervical, reduzindo aqueles do canal que podem ir para o periápice. ○ Diminui as chances de fratura do instrumento. ● Desvantagens: ○ Complexa. ○ Obstrução do canal por raspas de dentina. ○ Facilita a formação de degraus. Etapas da técnica 1- Exploração do canal; 2- Preparo cervical com brocas especiais; 3- Odontometria; 4- Preparo coroa-ápice com limas; 5- Preparo apical; 6- Escalonamento. 1- Exploração coroa ápice ● Obter o comprimento de trabalho provisório com a primeira radiografia. ● Comprimento aparente - 3mm (margem de segurança para as distorções radiográficas). ● Lavar e irrigar o canal, ir aspirando continuamente. Quando concluir, deixar o canal inundado. ● Usar instrumentos finos: 8 -> 10 -> 15. ● Entrada devagar quando houver necrose pulpar, evitando carregar microrganismos. ○ Divide o comprimento de trabalho provisório por três, usa-se um instrumento para cada terço, aspirando e irrigando durante cada troca de instrumental. ● Entrar com um único movimento oscilatório em biopulpectomia. ○ Se chegar até o instrumento 15 no ápice. 2- Preparo cervical com brocas especiais ● Com La AXXESS: ○ Mais resistentes; ○ Conicidade progressiva; ○ Ponta inativa; ○ Corte em lateralidade: removendo a constrição cervical; ○ Coincide de 0,06: a cada 1 mm da ponta ao cabo, acrescentando-se sempre 0,06. ■ Tracionar contra a parede de furca. ● Irrigar e aspirar para remover as raspas de dentina. ● Explora novamente até o comprimento de trabalho provisório para remover as raspas. 3- Odontometria ● Antes de chegar no ápice com lima 15, não iniciar a odontometria. ● Se a 15 estiver solta, se coloca limas maiores até ficar justa no comprimento de trabalho provisório. ● Se radiografa com o instrumento: radiografia odontométrica.○ Até alcançar o comprimento de trabalho definitivo. Preparo coroa-ápice com limas ● Iniciar o preparo dos terço cervical e médio com instrumentos mais calibrosos. ● Calibrar os instrumentos da 1° e 2/ série no compromisso de trabalho com os cursores de acordo com o comprimento de trabalho definitivo. ● Iniciar com aquele que ficar justo na entrada do canal. 4- Preparo coroa-ápice com limas ● Iniciar o preparo dos terços cervical e médio com instrumentos calibrosos. ● Calibrar os instrumentos da 1° e da 2° série no comprimento de trabalho com os cursores de acordo com o comprimento de trabalho definitivo. ● Iniciar com aquele que ficar justo na entrada do canal. ○ Entra 1 ou 2 milímetros; ○ 1° instrumento a ser utilizado para o preparamento do canal; ■ Introduzir com leve pressão até sentir uma leve repulsa; ■ Movimento oscilatório e tracionar por 3 ou 4 vezes, até ficar solto no cala. ○ Irrigar e aspirar; ○ Repassar o material da exploração do canal até o comprimento de trabalho para desorganizar o material do canal. ● Inserir a próxima lima mais estreita até sentir resistência até chegar no material que alcança o comprimento de trabalho. ○ A cada troca: ■ Irrigar; ■ Aspirar; ■ Inserir o instrumento exploratório (aquele primeiro a alcançar o comprimento de trabalho) até o comprimento de trabalho; ■ Inserir a próxima lima menos espessa. ● Quando sentir resistência, oscilar e tracionar por 3 ou 4 vezes. ● Chegando no comprimento de trabalho com o instrumento inicial se vai para a próxima etapa. 5- Realizar o preparo apical ● Instrumento apical inicial: 1° instrumento que atinge o comprimento de trabalho. após o preparo coroa-ápice com limas, iniciando o preparo apical. ● Objetivos: confeccionar o batente apical, o degrau no comprimento de trabalho. ○ Onde se apoia o material obturador. ○ Todos os instrumentos devem trabalhar no comprimento de trabalho. ○ Limas devem ser pré-encurvadas. ● Movimento de imagem anti-curvatura: introduzir o instrumento até o comprimento de trabalho e limar até a lima ficar solta no canal em toda a extensão de trabalho. ● A cada vez que a lima fica solta: ○ Irrigar; ○ Aspirar; ○ Inserir o instrumento mais calibroso. ● Aproximadamente 2 ou 3 instrumentos a partir do instrumento apical inicial. ● Quanto maior a curvatura, mais difícil de trabalhar com instrumentos mais calibrosos, pois são menos flexíveis. ○ Necrose pulpar: três instrumentos a mais. ○ Depende da anatomia e da situação clínica. ■ Biopulpectomia: 2mm aquém do ápice; ■ Necrose pulpar: até o ápice. ● Instrumento apical final/memória: instrumento que representa a maior dilatação de comprimento de trabalho, aquele que confeccionou o batente apical. 6- Escalonamento ● Recuo progressivo e programado. ● Objetivo: preparar e alargar o terço cervical. ● Aumento sucessivo do calibre das limas. ● Com recuo progressivo de 1mm do comprimento de trabalho. ● Movimentos de limagem. ● Intercalando, sempre com a lima memória/última que trabalhou no comprimento de trabalho para limpar o canal até o comprimento de trabalho. ● Usar pelo menos três limas. ● Vai saindo do canal conforme aumenta a espessura do instrumento. Toalete final ● Com EDTA para remover a lama dentinária dos canais, tornando-a pronta para receber o tratamento. AULA 4 - IRRIGAÇÃO DOS CANAIS RADICULARES ● Bom para remover os restos do preparo, limpar o canal. ● Evita a compactação dos restos, diminuindo o canal radicular e deixar o conteúdo séptico. ● Preparo químico-mecânico. ○ Químico: irrigação; ○ Mecânico: uso de instrumentais. ● Objetivos da irrigação na polpa viva: ○ Controle da infecção; ○ Remoção de sangramento da câmara pulpar; ○ Ação lubrificante, facilitando a ação dos instrumentais. ● A contaminação ocorre na parte coronária, pois está mais próximo da lesão. ● Nos sangramentos, há hemoglobina pode entrar nos túbulos, escurecendo o dente. ● Objetivos da irrigação na polpa necrosada: ○ Neutralizar o conteúdo tóxico; ○ Remover a matéria orgânica e inorgânica; ○ Redução do número de bactérias; ○ Microrganismos por todo o sistema de canais, tendo mais no terço cervical pela proximidade com a lesão. Sempre se evita carregar esses microrganismos que podem gerar dor pós-operatória e contaminar o sistema de canais, não conseguimos esterilizar o sistema de canais, apenas reduzir o número de microrganismos. Soluções irrigadoras ● Compostos halogenados: hipoclorito de sódio. ● Detergente: principalmente em canais necróticos em que há gordura. ● Peróxido: água oxigenada. ● Hemostáticos: para diminuir o sangramento. ● Quelantes. Propriedades químicas desejáveis das soluções irrigadoras ● Solvente da matéria orgânica: dissolve microrganismos, restos de polpa. ○ Ex: hipoclorito de sódio. ● Ação detergente. ● Compatibilidade biológica: em caso de biopulpectomia, em que fica o coto pulpar no ápice, por isso se deixa 2mm aquém nesses casos. Já em casos de necrose, se ocupa todo o canal. ○ Reparo dos tecidos apicais e periapicais. ■ Quanto mais concentrado o hipoclorito, mais antimicrobiano é, mas também, mais irritativo. ● Alterar o pH: em necrose, o pH estará mais ácido, melhor solução básica. ● Facilitar a ação dilatadora dos instrumentos: ação lubrificante. ● Ação antimicrobiana. ● Tensão superficial: capacidade de molhar uma superfície sólida. ○ Menor tensão superficial: maior molhamento, melhor a limpeza feita. ○ Menor tensão superficial: penetra melhor os canais acessórios e túbulos dentinários. Hipoclorito de sódio ● Vai de 0,5% a 6%. ○ 0,5% - Líquido de Dakin; ○ 1% - solução de Milton; ○ 2,5% - solução de Labarraque; ○ 4-6% - soda clorada. ● É solvente de matéria orgânica. ● Liberação de oxigênio e cloro: ○ Ação antimicrobiana. ○ O loro é mais liberado nas concentrações mais elevadas. ○ Quanto mais cloro, mais antimicrobiano é. ● Atua neutralizando os produtos tóxicos: proteínas, evitando o reagudecimento. ● Tem um pH alcalino: aproximadamente 11,8. ● Ação detergente importante. ● Quanto maior a concentração: ○ Mais bactericida. ○ Menor compatibilidade biológica. ● Complicações: ○ Descoloração. ○ Irritação ao olho do paciente. ○ Reação alérgica: então se usa clorexidina. ○ Extrusão de hipoclorito, levando à necrose tecidual. ■ Gera dor; ■ Extravasamento; ■ Usar antibiótico e analgésicos. ● Em necrose se usa a concentração de 2,5%. ● Em biopulpectomia se usa a solução de 1%, pois a de 0,5%. ● Por conter cloro, é muito instável, por isso deve ser armazenado fora do alcance da luz e não em temperaturas elevadas. Clorexidina 2% ● Vantagens: atua por substantividade, tendo um efeito residual de, pelo menos, 48 horas. ● Não é solvente de matéria orgânica. Água destilada ou soro fisiológico ● Para tratamentos preservados da polpa. ● Não é solvente de matéria orgânica. Quelantes ● Fixa íons metálicos de um complexo molecular. ● Dentina passa por quelação, ganhando íons de cálcio. ● Quando se quer: ○ Remover a lama dentinária, melhorando a adesão do sistema adesivo; ○ Em canais calcificados, em que ela desmineraliza o canal. Ácido etileno diamino tetracético (EDTA) ●Em gel ou solução. ● Indicações: ○ Descalcificadora. ○ Remoção da lama dentinária. ● Com seringa. ● Atua por três minutos, ativando-o com o material de memória. ○ Após preparar o canal e para se remover a lama dentinária. ● Em canais atrésicos, vai se aplicando ele aos poucos até atingir o EDTA, depois se usa hipoclorito. ● Usar somente com dappen plástico, pois ele interage com o cálcio do vidro, tornando-o saturado; não mais absorvendo o cálcio do canal. Tipos de irrigação ● Sempre com aspiração para ser mais eficiente, aumentando a velocidade de refluxo. ● A agulha entra até os dois terços, já a aspiração fica no início. ● Seringa descartável com rosca. Aspiração ● Facilita a renovação da solução irrigadora. ● Ajuda na secagem do canal. ● Alivia a região periapical de exsudatos e corpos estranhos. ● Elimina produtos da instrumentação. ● Mais calibrosa que a de irrigação. ● Quando irrigar os canais. ○ Para polpas necrosadas, para neutralizar o conteúdo séptico: solução a 2,5%. ○ Para polpas vitais, para neutralizar a contaminação e o escurecimento: solução a 1%. ● A cada troca de instrumento, irrigar e aspirar. ● Sempre se inunda o canal antes de instrumentar. ● Após a instrumentação, o toalete final: ○ Remover a lama dentinária. ○ Após irrigar bem com hipoclorito, se irriga com soro para removê-lo, depois se usa EDTA por três minutos e depois se retira com soro e se seca bem. ■ Trocar de seringa após cada aplicação. ● A cânula de irrigação deve ter ponta romba. ○ Não deve obliterar o lúmen do canal, evitando o extravasamento e o refluxo. ○ Fazer movimentos de vai e vem. ○ Deve atingir o terço apical do canal radicular. ● Câmara pulpar deve estar sempre inundada com solução irrigadora. AULA 5 - OBTURAÇÃO DO CANAL RADICULAR ● Obturação é a substituição da polpa por um selamento hermético e inerte para prevenir a contaminação do canal. ● Se faz a obturação para: ○ Evitar que bactérias do periápice cheguem ao canal e que as do canal cheguem no periápice. ○ Para não permitir a penetração de exudato do periápice para o canal. ○ Evitar a liberação de toxinas e alérgenos. ○ Manter o canal séptico. ● A endodontia não termina na obturação, mas na restauração da coroa. Condições ideais para a realização da obturação 1- Acesso fácil e direto; 2- Forma cônica; 3- Paredes do canal radicular limpas; 4- Canal desinfectado, com o menor número possível de microrganismos; 5- Ausência de exudato apical; 6- O canal deve estar seco, sem a solução irrigadora; 7- Assintomático. Condições ideais para uma boa substância obturadora 1- Deve ser radiopaca; 2- Não deve ser irritativa; 3- De fácil manipulação e introdução no canal; 4- Deve ter boa aderência às paredes do canal, mesmo com umidade; 5- Não deve sofrer alterações volumétricas; 6- Deve ser séptica; 7- Ter ação séptica. Condições para uma obturação do canal 1- Preencher o canal em suas três dimensões; 2- Atingir o limite cemento-dentina; 3- Estimular os ameloblastos. Tipos de substâncias obturadoras ● Sólidos: cones de guta. ● Cimentos: óxido de zinco-eugenol, de Grossmann. ● Resina: epóxi, polivinílica. ● Pastas: para medicação, não para obturação. Cimentos para obturação ● São os mais usados. ● Óxido de zinco e eugenol, hidróxido de cálcio, resinosos, silicato. ● Mais importante é o cone e não o cimento em si. ○ Calibrados: equivalentes ao número dos instrumentos. ○ Acessórios: tem calibre, mas não associado aos instrumentos (limas). Cimento de Grossmann ● Bom custo-benefício. ● Composto principalmente por óxido de zinco no pó e líquido de eugenol. ● Apresentação: pó + líquido. AH 26 ● Não mais utilizado, sendo preferencialmente o AH plus em seu lugar. ○ Padrão ouro. ● É um material resinoso. ● Apresentação: pasta + pasta. MTA Fillapex ● Método mais novo usado. Pontos críticos da obturação 1- Seleção do cone mestre/principal. 2- Espatulação do cimento. 3- Inserção do cimento. 4- Inserção do cone mestre. 5- Inserção dos cones acessórios. 1- Seleção do cone mestre ● Devemos colocar o cone que chega em todo o comprimento de trabalho e fica justo no canal. ○ A partir do instrumento memória, mas pode ser necessária algum instrumento mais calibroso para ficar justo. ● Deve entrar todo o comprimento de trabalho. ● Não pode passar o comprimento de trabalho, deve travar nele. ● Tem que ter resistência à tração. ● Se faz a radiografia conemétrica para ver a relação do cone com o canal. ● Se o instrumento memória e a guta do número do instrumento ficar frouxo e o próximo não entra no canal, deve se preparar o canal novamente. ● Em caso de necrose pulpar com lesão, se faz degrau para não escorregar a obturação. 2- Espatulação do cimento ● Espalhar bem na placa, pressionando-o bem. 3- Inserção do cimento ● Com uma lima impregnada e um pouco mais fina que o canal, colocar cimento em todo o comprimento de trabalho. 4- Inserção do cone mestre ● Passar o cone no cimento e inserir no canal. 5- Condensação lateral ● Espaçador para abrir espaço para os cones acessórios. ● Para criar espaço. ● Colocar os cones acessórios até entrar somente até o terço cervical e se radiografa depois para ver a obturação. ● Após, cortar os excessos e com instrumento aquecido, selar a entrada do canal. AULA 6 - MORFOLOGIA E ABERTURA CORONÁRIA DE DENTES POLIRRADICULARES ● Mesmo protocolo da abertura dos monorradiculares, acrescentando-se o desgaste compensatório para melhor visualização e acesso dos canais. Protocolo padrão para aberturas coronárias em dentes polirradiculares 1- Escolher o ponto de eleição: ponto por onde se iniciará a abertura. 2- Traçado de perfil: melhor desenho da cavidade para acessar todos os canais. 3- Isolamento absoluto. 4- Remoção do tecido cariado. 5- Trepanação. 6- Remoção do teto da câmara pulpar. 7- Desgaste compensatório: ocorre na câmara pulpar, diferente dos dentes monorradiculares que era no terço cervical do canal, o preparo cervical. 8- Localização dos canais. 1- Abertura em pré-molares 1- Escolher o ponto de eleição: ponto por onde se iniciará a abertura: entre os canais que se conhece. ● No centro do sulco principal. ● Evitar a perfuração logo do canal, por isso saber a morfologia da câmara pulpar. ● Conhecer o tamanho da câmara para uma abertura segura, cuidar para não violar o soalho. 2- Traçado de perfil: melhor desenho da cavidade para acessar todos os canais. ● Com pontas diamantadas 1012, 1014, 1016 para esmalte, haste longa e haste curta. ● Brocas carbide 2, 4 ou 6 para dentina. ● Aproximadamente uma cabeça e meia da broca até chegar à câmara pulpar. 3- Isolamento absoluto. 4- Remoção do tecido cariado. 5- Trepanação. ● Broca paralela ao longo eixo do dente. ● Cuidar a posição do dente na inserção bucal. ● Com brocas, com caneta de baixa rotação. 6- Remoção do total do teto da câmara pulpar. ● Com broca esférica em baixa rotação: endo Z, ponta diamantada 3082. ● Sonda n°5 para ver se foi retirado todo o teto da câmara pulpar. ● Cuidar para a ponta não entrar nos canais, podendo desgastar o soalho. 7- Desgaste compensatório. ● Feito afim de facilitar o acesso aos canais. 8- Localização dos canais.● Nunca com broca. ● Com sonda endodôntica, lima. 2- Abertura em molares superiores 1- Escolher o ponto de eleição: ponto por onde se iniciará a abertura. ● Encontro entre o sulco vestibular e o sulco principal. 2- Traçado de perfil: melhor desenho da cavidade para acessar todos os canais. ● Forma de contorno triangular, com base para vestibular; ou trapezoidal com base para vestibular também. 3- Isolamento absoluto. 4- Remoção do tecido cariado. 5- Trepanação. ● Direcionar a broca para o canal mais volumoso (palatino). ● O canal mesiovestibular é o mais difícil de ser localizado. 6- Remoção do teto da câmara pulpar. 7- Desgaste compensatório. ● Realizado apenas se necessário. ● Geralmente possui 3 raízes e 4 canais. ○ Dois canais na raiz mesiovestibular. ● Geralmente a câmara pulpar está deslocada para a mesial da ponte de esmalte. 3- Abertura em molares inferiores ● Geralmente possui 2 raízes e de 2 à 4 canais. ○ O mais comum é possuir 3 canais, com dois na raiz mesial. ■ Canais mesiovestibular e mesiolingual. ● Raízes com formato ovalado, maior no sentido vestíbulo-lingual. 1- Escolher o ponto de eleição: ponto por onde se iniciará a abertura. ● No meio da face oclusal, sobre o sulco principal. 2- Traçado de perfil: melhor desenho da cavidade para acessar todos os canais. ● Forma trapezoidal, com base para mesial; ou forma triangular com base para mesial. 3- Isolamento absoluto. 4- Remoção do tecido cariado. 5- Trepanação. ● Broca paralela ou direcionada para o canal mais volumoso. ● Com ponta diamantada 3082, com broca endo Z. 6- Remoção do teto da câmara pulpar. 7- Desgaste compensatório. ● Ampliar na mesial, para visualizar os seus canais. AULA 7 - PQM E OBTURAÇÃO DE DENTES POLIRRADICULARES Particularidades dos dentes polirradiculares ● Número de canais. ● Dificuldade de dilatação. ● Curvatura. ● Aumento do comprimento operatório. Fatores que dificultam a PQM ● Curvatura e mineralização no terço cervical e na entrada dos canais. ● Curvaturas radiculares duplas. ● Diâmetro variável dos canais. ● Zona de risco: constrição cervical. ● A parede externa do canal é a zona de segurança e a voltada para a furca como zona de risco. ○ O preparo deve ser na zona de segurança. ● A zona de segurança leva o nome do canal em que está. ● Em um molar superior, na raiz mesial, há a zona de segurança mesiopalatina e a mesiovestibular. Observações ● Quando tem um canal necro e os outros não, se inicia com o necro para reduzir a quantidade de microrganismos e depois se inicia os demais canais. ● Iniciar o tratamento se conseguir chegar até o instrumento de memória. ● Partir do princípio que os canais tem curvatura. Técnica ápice 1- Exploração (biopulpectomia)/penetração desinfetante (necro) ● Vai até o comprimento de trabalho provisório. ● Com limas 8,10 e 15 no comprimento de trabalho provisório (comprimento aparente do dente na radiografia - 3mm). ● Instrumento pré curvado e sempre com o canal inundado de solução irrigadora. ● Canais na mesma raiz pode ser utilizado o mesmo comprimento de trabalho provisório. 2- Preparo do terço cervical ● Após a exploração/penetração. ● Com broca LA Axxess ou Largo 1. ● Realizado na zona de segurança. ● Favorece o preparo e manejo do terço apical. ● Objetivos: ○ Eliminar as constrições cervicais. ○ Feito na zona de segurança. ○ Facilita o preparo apical. 3- Odontometria ● Todos os instrumentos posicionados nos canais. ● Ponto de referência: onde o cursor toca e não desce mais. ○ Geralmente é a cúspide correspondente ao canal. ○ Auxilia a evitar perfurações apicais. ● Técnica de Clark: muda a angulagem horizontal. ○ Quando há dois canais em uma mesma raiz. ○ Em pré-molares, em que ocorre a sobreposição das raízes vestibular e palatina. ○ Se utiliza mais a mesialização. ○ Na raiz mesial de molar inferior. ○ A raiz que faz movimento oposto ao movimento dos raios são as estruturas mais vestibulares. ● Le master: tira a sobreposição do osso zigomático sobre as raízes dos molares superiores. ○ Uso do rolete de algodão para deixar o filme mais paralelo ao dente. 4- Preparo químico mecânico ● Técnica coroa ápice utilizando limas. ● Individualizar o preparo, fazendo um canal por vez. ● Inicia-se calibrando os instrumentos mais calibrosos no terço cervical. ○ Sempre intercalando com irrigação, aspiração e o instrumento inicial, afim de evitar perda de comprimento de trabalho causado pela compactação das raspas de dentina e demais materiais do preparo. ○ Não exercer pressão. ○ Movimentos de exploração, rotatórios, ¼ de volta duas ou três vezes. ○ Tracionar até o instrumento ficar solto no canal. ● Instrumento apical inicial: primeiro a chegar no comprimento de trabalho. 5- Preparo apical ● Confecção do batente. ○ Todas as limas trabalhando no comprimento de trabalho. ○ Limas pré-curvadas. ○ Com instrumentos flexíveis. ● Movimento de limagem curto. ○ Entrar e tirar. ○ Limar tracionando para a zona de segurança. ● Utilizar mais três instrumentos mais calibrosos do que o inicial no comprimento de trabalho. ● Instrumento memória/apical final: último instrumento a trabalhar no comprimento de trabalho. 6- Escalonamento ● Recuo de 1 mm aumentando o calibre da lima. ● Mais três instrumentos mais calibrosos. ● Intercalando com o instrumento memória. 7- Toalete final 1- Soro. 2- EDTA. 3- Soro 8- Secagem do canal ● No comprimento do último instrumento. 8- Obturação ● Seleção do cone mestre em todos os canais. ● Radiografia conométrica. ● Obturação individualizada (sempre que possível) ou não dos canais (protegendo os demais). ● Espatulação do cimento. ● Individualizar sempre que possível, se não, proteger os outros canais (cone de papel bem calibroso). ● Iniciar a obturação pelo canal com difícil acesso. ●
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