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RESUMÂO TUTORIA UNINASSAU MEDICINA 3P AV2

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Ketully Chaves 3P 2019 
. 
 
 ​obs: só não inclui tutoria de esquistossomose* e a parte de legislação do idoso 
 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: 
 
1. Compreender o código de ética médica, analisando as situações onde a vontade do 
paciente deve ser respeitada; 
2. Analisar as situações onde o médico está respaldado a tomar decisões mesmo que estas 
não estejam de acordo com a vontade expressa do paciente; 
3. Entender as legislações que regulam a quantidade de horas trabalhadas/pacientes 
atendidos pelos médicos; 
4. Descrever como a ética deve estar relacionada aos cuidados com a saúde, destacando a 
necessidade de uma abordagem biopsicossocial no atendimento a todos os pacientes; 
5. Analisar a estrutura geral dos vírus, focando na morfologia do vírus HPV; 
6. Explicar o processo de carcinogênese​, correlacionando com as lesões causadas pelo 
vírus HPV. 
7. Compreender o calendário de vacinação, explicando a ​vacina contra HPV e o motivo pelo 
qual há populações de risco; 
8. Descrever o f ​uncionamento da imunidade humoral e celula​r, exemplificando a 
imunização​ ativa como forma profilática para doenças infecciosas. 
 
 
1. COMPREENDER O CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA, ANALISANDO AS SITUAÇÕES 
ONDE A VONTADE DO PACIENTE DEVE SER RESPEITADA; 
2. ANALISAR AS SITUAÇÕES ONDE O MÉDICO ESTÁ RESPALDADO A TOMAR 
DECISÕES MESMO QUE ESTAS NÃO ESTEJAM DE ACORDO COM A VONTADE EXPRESSA 
DO PACIENTE; 
 
 
Capítulo V 
RELAÇÃO COM PACIENTES E FAMILIARES 
É vedado ao médico: 
Art. 31 ​Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente 
sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de 
morte. 
Art. 32 Deixar de ​usar todos os meios disponíveis de promoção de saúde e de prevenção, 
diagnóstico e tratamento de doenças, cientificamente reconhecidos e a seu alcance, em favor do 
paciente. 
Art. 33 Deixar de atender paciente que procure seus cuidados profissionais em casos de urgência 
ou emergência quando não houver outro médico ou serviço médico em condições de fazê-lo. 
Art. 34 ​Deixar de informar ao paciente o diagnóstic ​o, o prognóstico, os riscos e os objetivos do 
tratamento, salvo quando a comunicação direta possa lhe provocar dano, devendo, nesse caso, 
fazer a comunicação a seu representante legal. 
Art. 35 Exagerar a gravidade do diagnóstico ou do prognóstico, complicar a terapêutica ou 
exceder-se no número de visitas, consultas ou quaisquer outros procedimentos médicos. 
Art. 36 Abandonar paciente sob seus cuidados. 
§ 1° ​Ocorrendo fatos que, a seu critério, prejudiquem o bom relacionamento com o paciente ou o 
pleno desempenho profissional, o médico tem o direito de renunciar ao atendimento​, desde que 
comunique previamente ao paciente ou a seu representante legal, assegurando-se da 
Ketully Chaves 3P 2019 
. 
continuidade dos cuidados e fornecendo todas as informações necessárias ao médico que o 
suceder. 
§ 2° Salvo por motivo justo, comunicado ao paciente ou à sua família, ​o médico não o abandonará 
por este ter doença crônica ou incurável e continuará a assisti-lo e a pr​opiciar-lhe os cuidados 
necessários, inclusive os paliativos. 
Art. 37 Prescrever tratamento e outros procedimentos sem exame direto do paciente, salvo em 
casos de urgência ou emergência e impossibilidade comprovada de realizá-lo, devendo, nesse 
caso, fazê-lo imediatamente depois de cessado o impedimento, assim como consultar, 
diagnosticar ou prescrever por qualquer meio de comunicação de massa. 
§ 1º O atendimento médico a distância, nos moldes da telemedicina ou de outro método, dar-se-á 
sob regulamentação do Conselho Federal de Medicina. 
§ 2º Ao utilizar mídias sociais e instrumentos correlatos, o médico deve respeitar as normas 
elaboradas pelo Conselho Federal de Medicina. 
Art. 38 Desrespeitar o pudor de qualquer pessoa sob seus cuidados profissionais. 
Art. 39 Opor-se à realização de junta médica ou segunda opinião solicitada pelo paciente ou por 
seu representante legal. 
Art. 42 ​Desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre método contraceptivo, 
devendo sempre esclarecê-lo sobre indicação, segurança, reversibilidade e risco de cada método 
 
 
Capítulo IV 
DIREITOS HUMANOS 
É vedado ao médico: 
Art. 22 Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após 
esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de 
morte. 
Art. 23 Tratar o ser humano sem civilidade ou consideração, desrespeitar sua dignidade 
ou discriminá-lo de qualquer forma ou sob qualquer pretexto. 
Parágrafo único. O médico deve ter para com seus colegas respeito, consideração e 
solidariedade. 
Art. 24 ​Deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de decidir livremente 
sobre sua pessoa ou seu bem-estar, bem como exercer sua autoridade para limitá-lo. 
Art. 28 ​Desrespeitar o interesse e a integridade do paciente em qualquer instituição na qual 
esteja recolhido, independentemente da própria vontade.P​arágrafo único. Caso ocorram 
quaisquer atos lesivos à personalidade e à saúde física ou mental dos pacientes confiados 
ao médico, este estará obrigado a denunciar o fato à autoridade competente e ao Conselho 
Regional de Medicina. 
 
 
3. ENTENDER AS LEGISLAÇÕES QUE REGULAM A QUANTIDADE DE HORAS 
TRABALHADAS/PACIENTES ATENDIDOS PELOS MÉDICOS; 
 
Entorno de 40h semanais e varia muito dependendo da instituição, principalmente se for orgão 
público 
 
EMENTA: A carga horária de plantão por médicos não deve ser superior a 24 horas 
ininterruptas, visando preservar a saúde do profissional e do paciente. 
 
 
 
Ketully Chaves 3P 2019 
. 
 
 
CONSULTA: Solicita esclarecimentos referente à plantões médicos da maternidade 
Jaboatão – Prazeres: 
 
FUNDAMENTAÇÃO: 
 
A resolução do CREMESP Nº 90/2010 trás em seu artigo 8º: 
 
Ficam proibidos plantões subsequentes superiores a vinte e quatro (24) horas ininterruptas, 
exceto em caso de plantões à distância. 
 
A resolução do CREMEPE Nº 08/2004 resolve 
 
A resolução do CFM 1342/91 trás: 
 
– Art. 1º – “Determinar que a prestação de assistência médica nas instituições públicas ou 
privadas é de responsabilidade do Diretor Técnico e do Diretor Clínico, os quais, no âmbito de 
suas respectivas atribuições, responderão perante o Conselho Regional de Medicina pelos 
descumprimentos dos princípios éticos, ou por deixar de assegurar condições técnicas de 
atendimento, sem prejuízo da apuração penal ou civil”. 
 
O Código de Ética Médica em seu Artigo 9º discorre que 
 
 
O parecer Nº 19/2014 do CREMEPE ​, Conselheira Helena Carneiro Leão, sobre dobra de plantão 
e responsabilidade, direção e coordenação, trás em sua ementa: “O médico deverá agir dentro 
dos princípios éticos, sempre em benefício do paciente, zelando pelo cumprimento do que 
determina a Resolução 1931/2009, na busca de uma prática embasada em valores éticos, morais 
e dignos da profissão. A prestação da assitência médica nas instituições públicas ou privadas é 
de responsabilidade dos diretores técnico e clínico, que responderão no âmbito das suas 
atribuições perante o Conselho de Medicina, pelo descumprimento dos princípios éticos, ou por 
deixarde assegurar condições técnicas de atendimento”. 
 
A ementa do parecer Nº15/2014 informa que: “Não há normatização emanada pelo Conselho 
nem pelo CFM que normatize a carga horária de plantão. A recomendação é que não ultrapasse 
24 horas ininterruptas…” 
 
 
Conclusão​: 
 
Respondendo objetivamente as questões formuladas pelo consulente, temos que: 
 
1 – Qual carga máxima de horas de plantão corridas permitido? 
 
R – A carga horária de um médico plantonista é aquela prevista no regimento interno da 
instituição de saúde, geralmente entre 6 – 12 horas, porém NÃO deve ser superior a 24 horas 
ininterruptas. 
 
Ketully Chaves 3P 2019 
. 
2 – Se o médico plantonista alocado numa instituição com vínculo público inicialmente opta por 
plantões de 24h corridas, qual o tempo de plantão subsequente ele pode ou é obrigado a “dobrar” 
em casos em que não tenha um médico substituto no plantão subsequente? 
 
R – Independente se é “dobra” ou carga horária do vínculo do médico com a instituição de saúde, 
o tempo de plantão ininterrupto não deve ser superior a 24 horas, visando resguardar a saúde do 
profissional e do paciente, devendo o plantonista só se ausentar quando providenciado e presente 
o médico substituto. 
 
Importante ressaltar que se o profissional sabe antecipadamente que necessitará dobrar o 
plantão, deve comunicar com antecedência de 72 horas a este Conselho (formulário específico) e 
ao Diretor clínico da instituição que não fará a “dobra” a fim de que possa se recusar a 
permanecer no plantão, com o qual não tinha assumido compromisso anterior. 
 
Cabe aos diretores técnico e clínico da referida instituição providenciarem médico substituto ou 
até mesmo assumirem esta função. 
 
Em casos pontuais, a “dobra” do plantão deve ser resolvida administrativamente pelo diretor 
técnico e/ou clínico e/ou coordenador da emergência e/ou plantonista, respeitando o limite 
máximo de 24 horas ininterruptas por plantão. 
 
4 – Em resumo, qual a lei / regimento de plantões em urgências / maternidades que protege o 
médico? 
 
R – Na fundamentação deste parecer estão alguns pareceres e resoluções de Conselhos de 
Medicina e do CFM, bem trecho do Código de Ética Médica. 
 
5. ANALISAR A ESTRUTURA GERAL DOS VÍRUS, FOCANDO NA MORFOLOGIA DO 
VÍRUS HPV; 
 
1- Características Gerais 
• Acelulares; 
• Parasitas obrigatórios – Não são cultiváveis em meio de cultura; 
• Incapacidade de crescer e se dividir autonomamente; 
• Dependem da célula hospedeira para replicação e para executar funções vitais; 
• Presença de um só tipo de ácido nucléico, RNA ou DNA, de fita simples ou dupla; 
• Replicação somente a partir de seu 
próprio material genético; 
• Ausência de informação para 
produção de enzimas do ciclo 
energético (não apresenta 
metabolismo próprio); 
•Ausência de informação para 
síntese de RNA de transferência e 
ribossômico 
• São ultra-microscópicos, não 
sendo visualizados ao microscópio 
ótico. 
 
Diversidade de Formas e Hospedeiros 
Ketully Chaves 3P 2019 
. 
 
 
2- Tamanho dos Vírus – 15 a 300nm 
- O vírus pode infectar qualquer tipo de célula: animal, vegetal, bactéria, fungo e protozoário; 
- Nunca o vírus que irá infectar um tipo de célula específica irá infectar outro tipo de célula. 
 
3- Estrutura Viral 
 
Genoma: Conjunto de informações genéticas codificado pelo ácido nucléico (DNA ou RNA). 
 
Capsídeo: Capa protéica que envolve o genoma viral. Formada por subunidades de proteínas. 
Confere proteção ao genoma quando fora do hospedeiro. Penetração na célula hospedeira - 
Receptores específicos que se ligam à superfície da célula animal. 
 
Capsômeros: Grupos de proteínas do capsídeo, visíveis ao microscópio eletrônico. O número 
total de capsômeros é característico de cada grupo de vírus. 
 
Nucleocapisídeo: Conjunto genoma mais capsídeo. 
 
Envelope, envólucro ou peplos: Membrana 
que envolve o núcleocapisídeo de muitos 
vírus de animais. O envelope pode ter 
projeções na superfície denominadas 
Espículas, que são estruturas importantes na 
fixação dos vírus às células hospedeiras. 
Natureza lipídica ou lipoproteica. 
 
Partícula Viral Completa 
 
 
 
4- Morfologia Viral 
 
Vírus Poliédrico ou Esférico 
- Unidades químicas estão arranjadas 
formando um poliedro; 
- Alguns vírus poliédricos apresenta, envelope. 
 
Vírus Alongado ou Helicoidal 
- Capsídeo: Capsômeros são arranjados em 
torno do ácido nucléico na forma de uma 
hélice. 
- Alguns vírus apresentam envelope. 
 
Vírus Complexos 
- Bacteriófago 
 
 
 
 
Ketully Chaves 3P 2019 
. 
 
 
1. Replicação Viral – Apresenta 6 fases. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.Comparação entre a multiplicação dos bacteriófagos e dos Vírus Animais 
 
 
 
 
Liberação de Vírus Envelopados por Brotamento 
 
Atenção 
- Os antibióticos não combatem os vírus; 
- Alguns tipos de medicamentos servem para tratar os sintomas das infecções virais; 
- Vacinas: São utilizadas como método de prevenção, porque estimulam o sistema imunológico a 
produzirem anticorpos contra determinados tipos de vírus. 
• As vacinas podem ser produzidas a partir de microrganismos atenuados ou mortos, toxinas 
neutralizadas, ou simplesmente utilizando componentes de cápsula, membrana ou parede 
bacterianas; 
• A imunização é um processo pelo qual se adquire imunidade ou proteção contra uma 
determinada doença infecciosa, seja após adquirir a doença ou mediante a administração de 
vacina. 
 
 
(HPV, de human papillomavirus). 
Ketully Chaves 3P 2019 
. 
 
Uma vacina contra quatro tipos de HPV é recomendada para crianças de 11 e 12 anos de idade. 
 
 
 
​6. EXPLICAR O PROCESSO DE CARCINOGÊNESE, CORRELACIONANDO COM AS 
LESÕES CAUSADAS PELO VÍRUS HPV. 
 
Infecção pelo HPV Baseado no potencial de indução de transformação maligna, os vários 
genótipos de HPV são classificados como de “baixo risco” ou “alto risco” para o desenvolvimento 
de neoplasia maligna. Os mecanismos que levam um HPV de alto risco a induzir a progressão 
neoplásica de lesões benignas estão relacionados, principalmente, à capacidade desses 
genótipos de integrarem seu genoma ao do hospedeiro (integração viral), resultando na ruptura 
de um segmento do DNA viral que contém o gene E2, o qual, entre outras funções, controla a 
expressão dos genes E6 e E7, resultando na superexpressão destes. A consequência dessa 
sucessão de eventos abrange uma excessiva e desregulada proliferação celular com 
comprometimento de mecanismos de reparo de DNA, que favorecem o acúmulo de mutações e o 
surgimento de aberrações cromossômicas, bem como bloqueio da apoptose5 . Atualmente, 15 
genótipos de HPV são considerados de alto risco para o desenvolvimento de carcinoma cervical, 
a saber: HPV-16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 68, 73 e 82; além destes, três outros 
são considerados prováveis tipos de alto risco, HPV-26, 53 e 666 
 
O Papilomavírus humano (HPV) exerce um papel central na carcinogênese do colo uterino. Os 
mecanismos utilizados pelos HPVs de alto risco para influenciar o ciclo de divisão celular, 
levando-o à sua desregulação e, consequentemente, para a progressão de lesões, incluem 
fatores inerentes ao vírus e à sua inter-relação com a célula hospedeira. Tais interferênciasno 
metabolismo celular poderão causar modificações morfológicas e funcionais, promovendo o 
aparecimento de neoplasias. Compreendendo a importância do conhecimento dos processos 
biológicos e moleculares utilizados pelo HPV na carcinogênese para o diagnóstico precoce e na 
avaliação prognóstica da doença, o objetivo deste trabalho foi buscar na literatura científica a 
relação da biologia viral do HPV com o desenvolvimento do câncer de colo útero e novas 
descobertas. 
 
A precocidade da atividade sexual, multiplicidade de parceiros e a frequência sexual são 
considerados fatores de risco para se infectar pelo HPV. A multiparidade, o tabagismo, a 
presença concomitante de outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e o uso de 
contraceptivos orais por longo período são considerados fatores de risco adicionais para o 
desenvolvimento de lesões e do câncer do colo do útero4 . A idade também interfere nesse 
processo, sendo que a maioria das infecções por HPV em mulheres com menos de 30 anos 
regride espontaneamente, ao passo que acima dessa idade a persistência é mais frequente . 
Interferências no metabolismo celular poderão causar modificações, promovendo o aparecimento 
de biomarcadores que, uma vez identificados, serviriam para orientar o prognóstico de evolução 
da doença. Ciente da importância do entendimento do mecanismo da infecção pelo HPV para 
promover a prevenção do câncer, este estudo tem como objetivo de evidenciar na literatura a 
relação da carcinogênese e biologia viral do HPV com o desenvolvimento do câncer de colo útero. 
 
O desnudamento do vírus, no interior da célula, permite que o DNA viral seja transportado para o 
núcleo. Este vírus reconhece receptores específicos presentes apenas em células 
indiferenciadas. Por isso, a infecção se inicia na camada basal da epiderme, cujas células 
imaturas, chamadas de células basais, são expostas em decorrência da abrasão e consequente 
Ketully Chaves 3P 2019 
. 
formação de microlesões na pele ou mucosa. O HPV também pode infectar as células de reserva 
do epitélio colunar endocervical, ou, ainda, as células metaplásicas ora presentes na região de 
junção escamo-colunar (JEC) do colo uterino. 
 
Após sua entrada, o DNA viral é direcionado ao núcleo celular e iniciando o processo de 
estabilização (Figura 1). Estudos em mulheres infectadas relatam que o baixo número de cópias 
virais (10–200 cópias por célula). Nas células basais, favorece a manutenção da forma epissomal 
(circular), a qual é garantida também pela atuação dos genes E1 e E28. Nessa fase, chamada de 
latente, o HPV se mantém em pequeno número, se replicando apenas quando a célula também 
se replica. O vírus pode permanecer assim no tecido por vários dias, ou até por anos, sem causar 
nenhuma alteração tecidual. Devido à baixa carga viral, sua transmissão é dificultada, mas não é 
impedida. Nesta fase o diagnóstico da infecção por HPV só é possível utilizando-se métodos de 
biologia molecular. 
 
Para que o vírus consiga se replicar, proteínas virais como E1 e E2 começam a ser expressas. 
Estas proteínas são essenciais para a estabilização do DNA viral em longo prazo e controlam a 
expressão dos demais genes virais. O gene E4 codifica uma proteína associada à maturação viral 
e à alteração da matriz intracelular. E4 se associa com ceratinas do citoesqueleto da célula 
hospedeira, facilitando a montagem e maturação do vírus. E4 é expressa nas camadas 
diferenciadas do epitélio, em estágios tardios da infecção e tem sido colocalizada com a proteína 
L19. 
A região de E5 codifica uma proteína hidrofóbica que é capaz de interagir com várias proteínas 
transmembranosas como os receptores do fator de crescimento epidérmico (EGRF) e o fator de 
crescimento derivado de plaquetas (PDGF), entre outros. Possui função sinérgica ao fator de 
crescimento epidérmico (EGF), estimulando a proliferação celular e impedindo a apoptose10,11. 
Células normais do epitélio escamoso estratificado param de se reproduzir à medida que 
começam a se diferenciar, um problema para o HPV, que precisa da DNA polimerase e dos 
fatores de transcrição que são apenas produzidos durante a divisão celular. Esse problema é 
resolvido pela atuação das oncoproteínas E6 e E7. Os genes E6 e E7 codificam proteínas que 
podem estimular a proliferação e a transformação das células hospedeiras, cooperando 
sinergicamente para a imortalização celular. A oncoproteína E7 é uma pequena fosfoproteína que 
se liga de forma eficiente à proteína do retinoblastoma (pRB) em seu sítio de ligação de fatores de 
transcrição, como membros da família E2F. Esta interação leva à liberação do fator de transcrição 
E2F do complexo repressor transcricional pRB/E2F, permitindo a estimulação da proliferação 
celular. E7 também é capaz de associar-se a outras proteínas envolvidas na proliferação 
celular9,11 e imortalizar células por desregular mecanismos de apoptose12. 
A proteína E6 complementa o papel desempenhado por E7, evitando a indução de apoptose e a 
correção de possíveis erros que aparecem durante o processo de replicação do DNA9,13. Esta 
oncoproteína é capaz de se associar à proteína p53 por intermédio de outra proteína celular, a 
proteína associada à E6 (E6-AP). Esse complexo se liga por sua vez à E3 ubiquitina ligase, 
resultando na ubiquitinação de p53 e subsequente degradação proteolítica. Outras vias de 
inativação de p53 constituem-se no sequestro da mesma no citoplasma pela proteína E6 viral13. 
Estes efeitos anulam as propriedades de p53 e interrompem sua habilidade de bloquear o ciclo 
celular e de induzir a apoptose. E6 também colabora na imortalização celular ativando a 
telomerase da célula hospedeira9,11,13. 
A expressão e atuação das proteínas oncogênicas do HPV são necessárias para o surgimento de 
lesões cervicais. Mutações adicionais geradas a partir da instabilidade genômica provocada pelas 
oncoproteínas são necessárias para a progressão maligna12,13. À medida que a carga viral 
aumenta mais e mais proteínas vão sendo produzidas e acumuladas dentro da célula 
hospedeira9. Quando o nível intracelular de E1 é alto, replicações aberrantes começam a ocorrer 
Ketully Chaves 3P 2019 
. 
e geram um complexo conjunto de fragmentos do genoma viral que são ativamente modificados, 
recombinados e degradados pela maquinaria celular do hospedeiro. Acredita-se que esses 
fragmentos subgenômicos assim gerados podem ameaçar a estabilidade do genoma viral, 
fazendo-o integrar. 
 
Existem evidências de que o processo de integração é gradativo, havendo coexistência entre as 
formas epissomais e integradas (forma mista). O genoma do HPV integrado permanece ativo e 
disponível à replicação e transcrição, sendo controlado pelas proteínas E1 e E2 produzidas pela 
forma epissomal15. 
 
O aumento do número de cópias do HPV integrado promove um aumento da quantidade das 
proteínas E6 e E7 disponíveis, promovendo instabilidade genômica. A atuação das proteínas 
oncogênicas, conjuntamente com as várias integraçõesvirais, favorecem o processo de 
carcinogênese. Com a integração total das formas epissomais, a replicação viral fica limitada à 
multiplicação celular, estabelecendo um ciclo produtivo incompleto (ciclo abortivo), em que 
partículas virais não chegam a ser formadas. 
 
Portanto, a carcinogênese é um processo de múltiplas etapas, onde mutações alteram a fisiologia 
celular, que, por sua vez, altera a morfologia das células, que, assim, alteram o funcionamento do 
tecido e, por consequência, do órgão. As alterações genômicas promovidas pelo HPV vão desde 
mutações pontuais até o silenciamento gênico ou ativação de proto-oncogenes, rearranjos 
gênicos e cromossomais e a perda de heterozigose. Mutações vão se acumulando até que a 
célula saia da normalidade e se transforme em neoplásica. 
 
Estudos têm demonstrado que a presença de infecção persistente por HPV de alto risco é o fator 
mais importante para a progressão maligna, mas, por si só, não é suficiente para que ela ocorra. 
Fatores intrínsecos ao hospedeiro, como a sexo, idade, resposta imune, presença de mutações, o 
hábito de fumar, estresse, uso de anticontraceptivos orais por longo espaço de tempo, paridade, 
presença de outras Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) — principalmente o herpes, a 
Chlamydia trachomatis e o vírus da imunodeficiência humana (HIV) —, presença de múltipla 
infecção por HPV, além de fatores intrínsecos ao próprio vírus (como o tipo viral, variante, carga 
viral, frequência e local de integração), influenciam a probabilidade de se desenvolver lesões e 
estas progredirem para o câncer4. 
 
De forma geral, a infecção acomete jovens no início da atividade sexual, sendo um fenômeno 
transitório em cerca de 80% dos casos. Estima-se que 20% das mulheres e 6% dos homens 
desenvolvem infecção persistente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ketully Chaves 3P 2019 
. 
7. COMPREENDER O CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO, EXPLICANDO A VACINA CONTRA 
HPV E O MOTIVO PELO QUAL HÁ POPULAÇÕES DE RISCO 
 
Classificação das vacinas 
 
1) ​Vivo-atenuadas​. A atenuação é um 
processo pelo qual a virulência 
(patogenicidade) do agente infeccioso 
é reduzida de forma segura, para não 
causar a doença, mas ao mesmo 
tempo, é capaz de estimular a 
resposta imunológica. O agente 
patogênico é enfraquecido por meio 
de passagens por um hospedeiro não 
natural, ou por um meio que lhe seja 
desfavorável. Portanto, quando 
inoculado num indivíduo, 12 
multiplica-se sem causar doença, mas 
estimulando o sistema imunológico. 
Contudo, existe um pequeno risco de 
que o agente atenuado possa reverter 
para formas infecciosas perigosas. 
Normalmente, estas vacinas são 
eficazes apenas com uma dose (com 
exceção das orais). Exemplos de 
vacinais virais: febre amarela, 
sarampo, caxumba, pólio (Sabin), 
rubéola e varicela zoster (catapora). 
Vacina bacteriana: BCG (tuberculose). 
 
 2) Inativadas ou inertes. 
2.1 Inteiras – o agente infeccioso é 
inativado, por exemplo, com formaldeído e torna-se incapaz de se multiplicar, mas apresenta sua 
estrutura e seus componentes, preservando a capacidade de estimular o sistema imunológico. 
Vacinas virais: pólio (Salk), raiva e hepatite A. Vacinas bacterianas: coqueluche, febre tifoide, 
antraz e cólera. 
2.2. Subunidades ou frações do agente infeccioso - neste tipo de vacina podem ser utilizadas 
partículas do agente infeccioso fracionadas, toxinas naturais com atividade anulada ou porções 
capsulares. A vantagem desta vacina é que são seguras, pois não há possibilidade de causar 
doença, porém são necessárias 3 a 5 doses e reforços para induzir uma resposta imunológica 
adequada. Vacinas bacterianas: difteria, tétano, meningite (meningococo) e pneumonia 
(pneumococo). Vacina viral: influenza tipo B. 
 
3) Recombinantes. As vacinas são produzidas por recombinação genética, através da engenharia 
genética e técnicas de biologia molecular. Exemplo: hepatite B. Novidades em Vacinas – 
pesquisa 
 
Os avanços da Biologia Molecular têm proporcionado novos campos em pesquisas, incluindo as 
novas fontes para a fabricação de vacinas como, por exemplo, a utilização de DNA de patógeno 
que funcionaria como um 13 imunógeno, induzindo resposta imune no hospedeiro. Também 
Ketully Chaves 3P 2019 
. 
existem as vacinas do tipo comestível que consistem na inserção de DNA de patógenos nas 
células de uma planta, como por exemplo, a banana, o que acarretaria na produção de proteínas 
do patógeno nas plantas, possibilitando deste modo, uma ativação das células do sistema imune 
nos indivíduos que se alimentam desta planta. Embora estas estratégias sejam promissoras, 
várias questões ainda devem ser respondidas e vários problemas precisam ser resolvidos antes 
da liberação em massa destas vacinas. Algumas vacinas experimentais, contra a malária, a 
esquistossomose, a cólera e a tuberculose (com a utilização de organismos mortos) estão sendo 
desenvolvidas permitindo assim, num futuro próximo, a imunização contra doenças que atingem 
milhões de pessoas causando graves prejuízos humanos e financeiros. 
 
 
 
 
8. DESCREVER O FUNCIONAMENTO DA IMUNIDADE HUMORAL E CELULAR, 
EXEMPLIFICANDO A IMUNIZAÇÃO ATIVA COMO FORMA PROFILÁTICA PARA DOENÇAS 
INFECCIOSAS. 
 
 
Defesa e recuperação 
 • Imunidade inata – Genética – Fatores séricos (complemento) – Células natural killer (NK) 
• Imunidade induzida – Interferons 
 • Imunidade adquirida (passiva e ativa) – Anticorpos – Imunidade mediada por células 
 
ESCAPE DA RESPOSTA IMUNE MEDIADA PELO HPV: 
 
Papiloma vírus humano (HPV) 
O HPV é um vírus DNA que, além de causar a verruga vulgar e o condiloma acuminado, está 
fortemente associado ao desenvolvimento de neoplasia cervical e desenvolvimento de câncer de 
pele, principalmente em indivíduos imunossuprimidos. O envolvimento do HPV com câncer de 
pele foi também demonstrado em pacientes com epidermodisplasia verruciforme em que DNA 
viral foi detectado em lesões maculares.​26 
A resposta imune contra o HPV de uma forma geral é mediada pela resposta imune celular a 
despeito de anticorpos da classe IgG e IgA contra frações antigênicas serem encontrados no 
muco cervical de pacientes com neoplasia cervical.​27,28 Infiltrado inflamatório composto de 
macrófagos e células CD4+ é observado em condilomas que regridem espontaneamente, e a 
resposta linfoproliferativa de células T CD4+ específica para o antígeno E2 demonstrou-se 
associada à eliminação do HPV. Por outro lado, células CD8+ específicas para os antígenos E6 e 
E7 são encontradas em pacientes com grandes lesões ou com tumor cervical. Além disso, 
diminuição da resposta tipo 1 com baixa produção de IL-2, IFN-g e TNF-a é observada em 
pacientes com lesão intraepitelial de alto grau.​29 
 
A resposta imune ao HPV 
As células T antígeno-específicas efetoras participam da infecção pela liberação de citocinas 
pró-inflamatórias e quimiocinas, que reforçam mecanismos efetores inatos, e pela secreção de 
macromoléculas citotóxicas e pró-apoptóticas, que levam à morte da célula infectada). 
Para melhor compreensão da resposta imune ao HPV é necessário relembraralguns aspectos do 
vírus e de seu ciclo de vida. O HPV é um vírus de DNA, com aproximadamente 8.000 pares de 
base, epiteliotrófico e que é transmitido pelo contato sexual10(D). O genoma do HPV é dividido 
em 3 regiões: Early (E), Long Control Region (LCR) ou Upstream Regulatory Region (URR) e Late 
(L). A região Early é assim denominada porque expressa precocemente as suas proteínas no 
Ketully Chaves 3P 2019 
. 
ciclo viral. As proteínas E6 e E7 são as mais importantes. A proteína E6 se liga à proteína p53, 
degradando-a e impedindo a apoptose celular, enquanto a proteína E7 se liga à proteína 
retinoblastoma (pRb), levando à disrupção do ciclo celular. O grau de expressão de E6 e E7 está 
diretamente relacionado ao grau de lesão cervical, sendo que níveis maiores são encontrados em 
todo o epitélio de lesões de alto grau. Em lesões de baixo grau o DNA do HPV é encontrado de 
forma epissomal (não integrado ao DNA celular), enquanto que em lesões de alto grau o DNA 
HPV se integra ao DNA da célula12(D). 
Existem cerca de 130 genótipos diferentes de HPV, sendo que a maioria induz a lesões benignas. 
Entre esses, apenas cerca de 40 acometem o trato genital feminino2(D) e são classificados como 
de baixo e alto risco para o desenvolvimento de câncer cervical. Os HPVs de baixo risco causam 
verrugas genitais (condilomas) ou lesões de baixo grau em colo, vagina e vulva. Também podem 
causar alteração na corda vocal levando à papilomatose juvenil em crianças e adultos. Há 
consenso internacional de que os genótipos de alto risco incluem os tipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 
45, 51, 52, 56, 58, 59 e 6611. 
O HPV acomete a camada basal do epitélio escamoso estratificado da cérvice uterina, as células 
metaplásicas da junção escamocolunar e as células glandulares da endocérvice, provavelmente 
por micro abrasões2(B), induzindo à infecção crônica sem atingir resposta sistêmica. O ciclo de 
vida do HPV é exclusivamente intra-epitelial e depende da diferenciação do queratinócito. O HPV 
infecta as células basais primitivas (stem cells) com baixo número de cópias. Algum tempo depois 
ocorre replicação viral, atingindo cerca de 50 a 100 cópias por célula. A célula infectada, ao entrar 
no compartimento de diferenciação celular, possui mínima expressão do gene viral e nesse 
compartimento ocorre uma importante regulação positiva da expressão do gene viral, com 
amplificação do número de cópias para pelo menos 1000 por célula. Ocorre abundante expressão 
das proteínas tanto dos genes precoces (E6 e E7) quanto tardios (L1 e L2)13(D). Esses eventos 
ocorrem em células que estão se diferenciando e que saem do seu ciclo celular (D). Algum tempo 
após a infecção acontece a replicação viral, que parece ser independente da replicação celular. O 
desafio para o vírus é que a polimerase do DNA celular e os fatores de replicação somente são 
produzidos em células em processo de mitose. Para resolver esse problema, o vírus codifica 
proteínas que interferem no ciclo celular (E6 e E7). Como o vírus acomete o queratinócito no 
decorrer de sua diferenciação, não havendo indução de citólise ou de necrose, não há resposta 
inflamatória. Assim, há pouca ou nenhuma liberação local de citocinas próinflamatórias, que são 
essenciais para a ativação e migração das células apresentadoras de antígenos. 
Consequentemente, a viremia não ocorre, e quantidade mínima de vírus é exposta ao sistema de 
defesa, tornando-o praticamente invisível ao hospedeiro e constituindo-se em um mecanismo de 
evasão imune 2(D). 
 
 
Quando se tratam de neoplasias relacionadas ao HPV, pode-se dizer que o sistema imune tem 
importância especial na prevenção, pois é responsável tanto por reconhecer e eliminar células 
atípicas como também o agente infeccioso, que é um carcinógeno. No entanto, essa é uma tarefa 
difícil considerando que o HPV apresenta algumas características em seu ciclo de vida que 
permitem o escape da vigilância imunológica pela redução da exposição, incluindo o ciclo de 
replicação não lítico, baixa expressão proteica em células de indivíduos imunocompetentes e a 
liberação apical de partículas virais. Além de tudo, as proteínas precoces virais, especialmente a 
E6 e E7, exercem determinados efeitos que modulam a resposta imune do hospedeiro . 
 
Esses efeitos colaboram para a ocorrência de outra característica desses vírus, a infecção 
persistente, que é essencial para os efeitos progressivos de transformação neoplásica, induzidos 
pelos HPVs de alto risco. Por outro lado, a atividade viral é distintamente aumentada em 
pacientes com desordens imunossupressoras, reafirmando a importância da imunidade no 
Ketully Chaves 3P 2019 
. 
controle da infecção . Acerca dos efeitos das proteínas do HPV sobre a resposta imune, foi 
verificado que as proteínas E6 e E7 de HPV-16 inibem, por um mecanismo ainda não esclarecido, 
a expressão de TLR9, um membro da família de receptores do tipo toll - TLR, envolvido no 
reconhecimento de sequências específicas de DNA de fita dupla de vírus e bactérias. 
. Já foi demonstrado que a proteína E6 de genótipo de alto risco é capaz de se combinar com o 
IRF-3 (Interferon Regulatory Factor-3), bloqueando seus efeitos de ativação transcricional, que 
inclui a regulação positiva do promotor do IFN-b que, por sua vez, é ativado em resposta a 
infecções virais30. A E6 de HPVs de alto risco interage com Tyk2 e impede a ativação da via 
Jak-STAT mediada pelo IFN-a31. A E6 pode reduzir os níveis de E-caderina na superfície de 
queratinócitos e como essa glicoproteína celular também auxilia na adesão entre queratinócitos e 
células apresentadoras de antígenos, a apresentação antigênica é comprometida favorecendo a 
permanência do vírus na epiderme. 
Nesse contexto, a E7 é capaz de reduzir a expressão de TAP1 (transporter associated with 
antigen protein 1), um componente importante na via de processamento de antígeno, interferindo 
significativamente na atividade citotóxica linfocitária dependente de apresentação de antígeno por 
MHC-I33. Ademais, em lesões cancerígenas cervicais, o HPV parece regular negativamente a 
expressão da citocina pró-inflamatória TNF-a, ao passo que estimula a expressão de 
interleucina-10 (IL-10) que desempenha um papel contrário à primeira, isto é, anti-inflamatório, 
concorrendo para coibir a resposta imune local6 . 
CONCLUSÃO 
É notória a relevância das proteínas precoces dos HPVs na carcinogênese, em especial da E6 e 
E7, cujas evidências provêm de inúmeros estudos, realizados in vitro e in vivo, demonstrando 
efeitos que vão desde a inativação de supressores tumorais, potencialização da atividade de 
quinases dependente de ciclinas, participação na transdução de sinais entre a membrana 
citoplasmática e o genoma, regulação da expressão de fatores envolvidos na apoptose e no 
destino celular, ativação da telomerase e de oncogenes, estímulo à expressão de citocinas 
anti-inflamatórias em detrimento das de efeito pró-inflamatório, até a redução da expressãode 
moléculas de adesão intercelular, culminando no favorecimento da proliferação celular 
descontrolada, imortalização, regulação da diferenciação celular, suscetibilidade à metástase e 
escape da vigilância imunológica. Provavelmente, a combinação desses efeitos concorrem para o 
desenvolvimento e progressão tumoral. 
Os estudos indicam também que a E5 desempenha um papel importante nesse processo; porém, 
aparentemente limitado à fase pré-neoplásica. Ademais, nota-se que as proteínas dos genótipos 
de alto risco demonstram potencial superior, ou exclusivo, para efeitos que contribuem para a 
transformação maligna, quando comparadas às dos vírus de baixo risco. A compreensão dos 
mecanismos moleculares relacionados às proteínas do HPV pode orientar na busca de 
marcadores tumorais confiáveis, permitindo caracterizar melhor os casos, somando, aos 
tradicionais estadiamentos clínico e patológico, novas informações relativas à agressividade e ao 
prognóstico tumoral. Seguindo o mesmo raciocínio, pode possibilitar a identificação de novos 
alvos terapêuticos ou o aperfeiçoamento da terapêutica já aplicada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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. 
 
 
 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: 
1. Analisar o ciclo dos principais parasitos, enfatizando o ciclo do ​S. mansoni​; 
2. Compreender a epidemiologia da esquistossomose, entendendo sua patogênese, seu 
quadro clínico e diagnóstico; 
3. Propor um plano terapêutico para a esquistossomose, reconhecendo suas principais 
limitações; 
4. Analisar as condições socioeconômicas dos povos indígenas, correlacionando com a 
prevalência de doenças parasitárias. 
5. Entender o sistema de saúde da população indígena, explicando como políticas públicas de 
saúde poderiam alterar a prevalência das parasitoses intestinais; 
6. Entender a mudança epidemiológica na saúde indígena, explicando os motivos que estão 
levando os índios a sofrerem novas doenças; 
7. Identificar a necessidade de uma abordagem biopsicossocial no atendimento a todos os 
pacientes. 
 
 
 
4.1 ENTENDER O FUNCIONAMENTO DO SUS NA COMUNIDADE INDÍGENA, DESTACANDO 
O PAPEL DO AGENTE COMUNITÁRIO. 
 
Os indígenas são cidadãos, possuem todos os direitos do cidadão comum, além daqueles 
específicos garantidos pela Constituição. São garantidos o respeito à sua organização social, 
costumes, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente 
ocupam, competindo à União demarcá-las, protegê-las e fazer respeitar todos os seus bens 
(CF/88 art.231). Essa mesma Constituição define a saúde como direito de todos e dever do 
Estado, consolidando os princípios para a criação do Sistema Único de Saúde/SUS (CF/88 
art.196). 
O QUE É O SUBSITEMA DE ATENÇÃO À SAÚDE DOS POVOS INDÍGENAS? 
O Subsistema de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas foi criado em 1999, por meio da Lei nº 
9.836/99, conhecida como Lei Arouca. Ele é composto pelos Distritos Sanitários Especiais 
Indígenas/Dseis que se configuram em uma rede de serviços implantada nas terras indígenas 
para atender essa população, a partir de critérios geográficos, demográficos e culturais. Seguindo 
os princípios do SUS, esse subsistema considerou a participação indígena como uma premissa 
fundamental para o melhor controle e planejamento dos serviços, bem como uma forma de 
reforçar a autodeterminação desses povos. 
 
QUAL O OBJETIVO DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE DOS POVOS 
INDÍGENAS? 
 
O propósito dessa Política consiste em "(...) garantir aos povos indígenas o acesso à atenção 
integral à saúde, de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, 
contemplando a diversidade social, cultural, geográfica, histórica e política de modo a favorecer a 
superação dos fatores que tornam essa população mais vulnerável aos agravos à saúde de maior 
magnitude e transcendência entre os brasileiros, reconhecendo a eficácia de sua medicina e o 
direito desses povos à sua cultura (...)." 
Ketully Chaves 3P 2019 
. 
 
Para o alcance desse propósito são estabelecidas as seguintes diretrizes, que devem orientar a 
definição de instrumentos de planejamento, implementação, avaliação e controle das ações de 
atenção à saúde dos povos indígenas: 
• organização dos serviços de atenção à saúde dos povos indígenas na forma de Distritos 
Sanitários Especiais e Pólos-Base, no nível local, onde a atenção primária e os serviços de 
referência se situam; 
• preparação de recursos humanos para atuação em contexto intercultural; 
• monitoramento das ações de saúde dirigidas aos povos indígenas; 
• articulação dos sistemas tradicionais indígenas de saúde; 
• promoção do uso adequado e racional de medicamentos; 
• promoção de ações específicas em situações especiais; 
• promoção da ética na pesquisa e nas ações de atenção à saúde envolvendo comunidades 
indígenas; 
• promoção de ambientes saudáveis e proteção da saúde indígena; 
• controle social. 
A coordenação da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e todo o processo 
de gestão do SasiSUS é de responsabilidade da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), 
do Ministério da Saúde. Criada em outubro de 2010, a Sesai surgiu a partir da necessidade de 
reformulação da gestão da saúde indígena no país, demanda reivindicada pelos próprios 
indígenas durante as Conferências Nacionais de Saúde Indígena. 
Entre as atribuições da Sesai destacam-se: 
• Desenvolver ações de atenção integral à saúde indígena e educação em saúde, em 
consonância com as políticas e os programas do SUS e observando as práticas de saúde 
tradicionais indígenas; 
• Planejar e coordenar as ações de saneamento e edificações de saúde indígena; 
• Articular com estados e municípios e organizações não-governamentais ações de atenção 
à saúde indígena, respeitando as especificidades culturais e o perfil epidemiológico de cada povo; 
• Promover o fortalecimento do Controle Social no Subsistema de Atenção à Saúde 
Indígena. 
 
QUAL É O PAPEL DA FUNAI RELATIVO A ATENÇÃO À SAÚDE DOS POVOS INDÍGENAS ? 
 
• Essa Fundação possui a missão institucional de coordenar a política indigenista do Estado 
brasileiro, bem como proteger e promover os direitos, em especial à terra, à preservação do meio 
ambiente e à promoção do desenvolvimento sustentável, que impactam nos determinantes do 
processo saúde-doença e na qualidade de vida desses povos. 
• 
• No que diz respeito ao direto a atenção à saúde, de acordo com o Decreto nº 7.778 de 27 
de julho de 2012, essa Fundação tem a finalidade de monitorar as ações e serviços de atenção à 
saúde indígena. Esse monitoramento contribui no fortalecimento do Subsistema, na garantia do 
direito à atenção diferenciada e na valorização nas medicinas tradicionais indígenas 
 
Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) 
 
Os polos são a primeira referência para as Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) 
que atuam nas aldeias. Cada Polo Base cobre um conjunto de aldeias. No Brasil, os 34 DSEIs 
abrigam 351 Polos Base. Existem dois tipos, que são classificados de acordo com a 
complexidade de ações que executa: 
I 
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. 
 
O Polo Base Tipo II 
localiza-se no municípiode referência. A sua estrutura física é de apoio técnico e administrativo à 
Equipe Multidisciplinar, não devendo executar atividades de assistência à saúde. Estas atividades 
assistenciais serão realizadas em um estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) no 
município de referência. As atividades do Polo Base Tipo II são as seguintes: 
• armazenamento de medicamentos; 
• armazenamento de material de deslocamento para outras áreas indígenas; 
• comunicação via rádio; 
• investigação epidemiológica; 
• informações de doenças; 
• elaboração de relatórios de campo e sistema de informação; 
• coleta, análise e sistematização de dados; 
• planejamento das ações das equipes multidisciplinares na área de abrangência; 
• organização do processo de vacinação na área de abrangência; e 
• administração. 
 
 
 
Polo Base Tipo I 
O Polo Base Tipo I caracteriza-se por sua localização em terras indígenas. Além das atividades 
previstas para o Posto de Saúde Tipo II, esse tipo de estabelecimento realizará também as 
seguintes atividades: 
• Capacitação, reciclagem e supervisão dos Agentes Indígenas de Saúde (AIS) e auxiliares 
de enfermagem; 
• coleta de material para exame; 
• esterilização; 
• imunizações (quando se tratar de atividades de rotina); 
• coleta e análise sistêmica de dados; 
• investigação epidemiológica; 
• informações de doenças; 
• prevenção de câncer ginecológico (exame/coleta/consulta); e 
• outras atividades compatíveis com o estabelecimento. 
 
DSEI PERNAMBUCO 
-O DSEI localiza-se no município de Recife e abrange todo o estado. COORDENADOR 
DISTRITAL DE SAÚDE INDÍGENA: Antônio Fernando da Silva 
- End.: Av. Governador Agamenon Magalhães, nº 1.07, Boa Vista,Cep: 50050-290,Recife – PE 
Telefones: (81) 3426-9835/3427-4536 
E-mail: dseipe.sesai@saude.gov.br 
Características: 
População geral de 39.231 indígenas* Etnias presentes: 13** 
Aldeias: 224* Polo Base: 12* 
CASAI: 1* Estados de abrangência: Pernambuco 
Municípios abrangentes: 15 Município sede do DSEI: Recife, Pernambuco 
*Fonte: DGESI/Sesai (dados referentes a 31/12/2017) 
**Fonte: DASI/Sesai (dados referentes a 31/12/2017) 
 
 
 
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. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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. 
 
 
AGENTE INDÍGENA DE SAÚDE 
 
De acordo com essa lei, os ACS deveriam executar ações de prevenção de doenças e promoção 
de saúde nos domicílios ou comunidades. No caso dos AIS, outro papel esperado é o da 
articulação entre a comunidade, sua língua, sua cultura e seus conhecimentos tradicionais sobre 
saúde e a equipe local de saúde, os conhecimentos e técnicas biomédicos. 
Este papel está claro no texto da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas 
(PNASPI): “A formação e a capacitação de indígenas como agentes de saúde é uma estratégia 
que visa favorecer a apropriação, pelos povos indígenas, de conhecimentos e recursos técnicos 
da medicina ocidental, não de modo a substituir, mas de somar ao acervo de terapias e outras 
práticas culturais próprias, tradicionais ou não” (PNASPI, p. 15) 
A partir daí, foram definidas as seguintes competências esperadas para os AIS: 
1. Desenvolver, em equipe, ações de promoção da saúde e cidadania, considerando o território 
socioambiental e os contextos interculturais e intersetoriais, visando à qualidade de vida da 
população indígena; 
2. Realizar, em equipe, ações de prevenção de doenças e agravos e de recuperação da saúde, 
fundamentadas no ciclo de vida, no perfi l epidemiológico da população indígena, nas diretrizes e 
protocolos da atenção básica, articuladas aos cuidados e práticas tradicionais; 
3. Produzir e analisar informações fundamentadas no modelo de vigilância em saúde, 
incorporando a percepção da comunidade indígena sobre o processo saúde-doença, para 
subsidiar o planejamento das ações em equipe e o controle social; 
4. Organizar e desenvolver o processo de trabalho em equipe, considerando seu espaço de 
atuação, a área de abrangência de seu Polo Base, a organização do DSEI, a articulação 
intersetorial e a rede de referência do SUS, com base na Atenção Diferenciada à Saúde Indígena; 
5. Realizar ações de primeiros socorros, considerando também as práticas e saberes 
tradicionais, visando à preservação da vida. 
4.2 Compreender as políticas públicas de saúde, focando na comunidade indígena. 
Para orientar a organização das ações de saúde indígena dentro do SUS também foi formulada a 
Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI), em 2002. 
A PNASPI está baseada na noção de que as populações indígenas possuem conhecimentos 
próprios sobre saúde e que esses conhecimentos devem ser respeitados na organização dos 
serviços de saúde. A medicina do branco deve servir para complementar as práticas tradicionais 
indígenas e garantir o direito integral à saúde dos povos indígenas. Nos serviços de saúde tem 
que haver espaço para os conhecimentos e práticas indígenas e não indígenas. A decisão por 
quais conhecimentos usar e de que maneira usá-los deve fi car por conta de cada família e 
pessoa, em diálogo e negociação com a equipe de saúde. Esta política reconhece que os povos 
indígenas brasileiros vivem em lugares e situações diferentes e que essas diferenças afetam as 
suas condições de saúde. Por causa disso, as necessidades em saúde também podem variar de 
um povo indígena para outro. 
 
ATENÇÃO DIFERENCIADA 
1) Organizar serviços de saúde dentro de áreas indígenas e de acordo com a realidade local dos 
povos indígenas a partir da criação de DSEIs que respeitem a história dos povos indígenas, as 
etnias e as questões geográfi cas. Para isso foram criados 34 DSEIs, que podem ser revistos, e 
que se articulam com o restante da rede de serviços do SUS. 
2) Capacitar os profi ssionais que trabalham na saúde indígena para atuar junto aos povos 
indígenas. Ou seja, é necessário que os profi ssionais, indígenas e não indígenas, sejam 
incentivados e tenham acesso a cursos que lhes permitam estudar a visão de mundo e a forma 
Ketully Chaves 3P 2019 
. 
de entender a saúde entre os povos indígenas com os quais trabalham. Os profi ssionais de 
saúde, indígenas e não indígenas, precisam conhecer qual a forma que os povos indígenas com 
os quais atuam percebem o mundo, a sociedade envolvente e o processo saúde-doença. 
3) Articular a medicina não indígena dos serviços de saúde com os especialistas e terapeutas 
indígenas da região. Isto signifi ca que a PNASPI estabelece que as Equipes Multiprofi ssionais 
de Saúde Indígena, apelidadas de EMSI, e os povos indígenas criem caminhos para que seja 
possível oferecer e receber tratamento de forma complementar com o uso dos recursos 
terapêuticos indígenas. 
4) Formar e capacitar AIS para favorecer a articulação entre os saberes em saúde dos indígenas 
e dos não indígenas. Com a PNASPI, o AIS ganha um papel muito importante, pois devido ao 
conhecimento que tem do seu povo e ao conhecimento que adquire da medicina do branco, tem a 
possibilidade de atuar como elo de entendimentoentre as culturas e pode auxiliar para que a 
prestação de serviço de saúde seja mais adequada às necessidades do seu povo. 
ADMINISTRAÇÃO DA SAÚDE INDÍGENA 
FUNASA TERCEIRIZAÇÃO PRECARIZAÇÃO 
MOVIMENTOS INDÍGENAS SESAI 4 DEPARTAMENTOS 
 
- A saúde não é somente a ausência de doença, mas resultante das condições de vida da 
população, do meio econômico, social e cultural. Além disso, para se obter saúde é fundamental 
ter acesso aos serviços que visem a promoção, proteção e recuperação da saúde. 
- A Constituição Federal garante que todos possuem direito à saúde em todos os diferentes níveis 
de atenção. Assim, é dever e responsabilidade dos governos, em suas diferentes atribuições, 
garantir o acesso aos serviços de saúde. O poder público é responsável por isso. 
-O SUS não é um serviço ou uma instituição, mas um sistema, ou seja, um conjunto de unidades 
de saúde, de serviços e ações que interagem numa rede para um objetivo comum e que deve ter 
os mesmos princípios em todo o território nacional. 
- Os princípios do SUS são a universalidade, a equidade e a integralidade. 
- Para a organização do SUS é fundamental a existência de uma rede hierarquizada, 
regionalizada, territorializada de serviços de saúde e, também, a participação das pessoas na 
elaboração, no controle e na execução das políticas públicas de saúde. 
- A descentralização é um princípio importante para a distribuição das responsabilidades quanto 
às ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo no SUS. 
- O SUS, assim como as outras políticas sociais, está garantido em lei, mas precisa 
constantemente ser defendido pelos trabalhadores para que seja executado de acordo com os 
interesses e necessidades da população. O acompanhamento da execução das políticas públicas 
de saúde deve ser feito através do controle social, por meio dos Conselhos de Saúde. 
 
4.3 Analisar as formas de transmissão e prevenção das parasitoses, relacionando com a 
realidade da saúde ambiental na comunidade indígena. 
O diagnóstico comunitário é um processo de coleta e análise de dados sobre as condições de 
vida da população, sobre as suas características socioeconômicas, culturais, demográficas e 
epidemiológicas. O diagnóstico comunitário tem o objetivo de entender a situação de saúde de 
um território ou aldeia, identificar as áreas ou grupos populacionais mais vulneráveis, permitindo 
orientar o planejamento das ações de saúde. É um momento de identifi cação dos problemas de 
saúde, de suas causas e consequências (EPSJV, 2004). 
1-coletar dados sobre o território, a população e sua situação de saúde. 
2-analisar e interpretar os dados 
3- Apresentação do diagnóstico comunitário 
 
 
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. 
 
 Definir as prioridades 
Passos 
1º passo: território, recursos e meio ambiente. 
2º passo: levantamento de dados demográficos. 
3º passo: condições sociais e econômicas. 
4º passo: condição sanitária e ambiental. São todos os dados e informações relacionados com o 
abastecimento de água potável, ou seja, quais são as fontes de água utilizadas para consumo e 
higiene, quais são as condições da rede de abastecimento e dos reservatórios de água, como é 
feito o manejo do esgoto e dos resíduos sólidos (lixo). Todas essas informações são importantes, 
pois existem vários tipos de doenças relacionadas às condições de saneamento, principalmente 
as doenças infecciosas, como a diarreia e as parasitoses. 
Obs: - De onde vem ou onde o pessoal pega a água para beber e para higiene de cada moradia 
(nascentes de rio, rio, córrego, água encanada etc) 
- Onde e como a água fica armazenada na aldeia e dentro das casas 
- Como é o tratamento de água de cada moradia (filtração ou fervura da água e adição de 
hipoclorito de sódio na água utilizada para consumo) 
- Locais de destino das fezes humanas de cada domicílio (fossa seca, buraco, ao redor da aldeia 
etc) 
- Áreas de deposição de lixo (coletado, despejado no solo, enterrado, queimado etc) Lembre-se 
de falar dos diferentes tipos de lixo. O lixo orgânico, o da unidade de saúde e os outros. 
5º passo: contexto histórico e cultural. 
6º passo: levantamento dos principais problemas e recursos de saúde. Neste levantamento é 
importante envolver todas as pessoas (pajés, rezadores, professores, agentes de saúde, 
profissionais dos serviços de saúde, caciques, lideranças, homens, mulheres, jovens, dentre 
outros). É importante ouvir da comunidade o que eles consideram como problema de saúde. Nem 
sempre o que é considerado um problema pela comunidade é de conhecimento dos profissionais 
de saúde. 
 
PROMOÇÃO DE SAÚDE 
Promover saúde temos que promover condições de vida adequadas, pensando no meio 
ambiente, na alimentação, no acesso à terra, nos aspectos sociais, econômicos e culturais. Em 
outras palavras, a promoção da saúde é uma forma de trabalhar a saúde envolvendo diferentes 
aspectos que se relacionam com as condições de vida e saúde das pessoas, como o acesso à 
terra, as questões do meio ambiente, o tipo de trabalho das pessoas, a alimentação, as condições 
de moradia, a educação, o saneamento etc. Enfi m, a promoção de saúde envolve todas as 
questões que aumentam a possibilidade de viver bem, de forma saudável. Esta forma de 
trabalhar também considera importante levar em conta as características de cada território e de 
cada cultura nas ações de saúde. Assim, trabalhar com promoção de saúde envolve discutir as 
questões que infl uenciam nas formas de viver e adoecer das populações e, portanto, precisam 
da participação da população nas suas soluções. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TRANSMISSÃO 
 
 
 
A cadeia epidemiológica é o caminho de transmissão de uma doença. Ou seja, as etapas que 
devem acontecer para que o causador da doença (agente infeccioso) seja transmitido de uma 
pessoa para outra. Para conhecer a cadeia epidemiológica ou a cadeia de transmissão de uma 
doença é preciso: 
a) identificar o agente infeccioso; 
 b) existir um indivíduo doente; 
c) existir um meio de transmissão, seja através do ar, da água ou de um vetor responsável por 
transportar o micro-organismo de uma pessoa para outra; 
d) existir o indivíduo suscetível, ou seja, uma pessoa que pode se contaminar com o 
micro-organismo e ficar doente. O controle das doenças transmissíveis depende de uma ação 
conjunta em cada etapa da transmissão e em todos os elos da cadeia de transmissão. 
 
4.4 Pesquisar as características epidemiológicas, distinguindo prevalência e incidência. 
Ambas são medidas de freqüência de ocorrência de doença. Prevalência mede quantas pessoas 
estão doentes, incidência mede quantas pessoas tornaram-se doentes. Ambos os conceitos 
envolvem espaço e tempo – quem está ou ficou doente num determinado lugar numa dada 
época. 
Incidência refere-se a casos novos (diagnosticados no período) e Prevalência a todos os casos 
(novos e antigos). 
Perfil epidemiológico é o conjunto de informações sobre as causas de adoecimento e morte de 
uma população. Isto tem como objetivo detalhar onde, quando e com quem ocorre determinado 
problema de saúde. A partir desse conjunto de informaçõesconseguimos decidir quais são os 
problemas de saúde mais importantes e quais medidas de prevenção e controle são as mais 
indicadas. E conseguimos avaliar a ocorrência de uma determinada doença ao longo do tempo ou 
em um lugar. 
Quando falamos das “condições de vida” estamos falando de muitas coisas: se a água de beber é 
tratada, se as pessoas conseguem produzir alimentos em suas terras, se existem coisas que 
causam doenças, se os serviços de saúde funcionam como deveriam, se as pessoas de um povo 
vivem do jeito que o seu povo acha que se deve viver. 
Para muitos Povos Indígenas da região Norte, a malária é uma doença muito importante e 
preocupante, mas ela não acontece no Sul do Brasil, onde faz mais frio e onde o mosquito que 
transmite a doença não vive. No Sul do Brasil e próximo ao Parque Indígena do Xingu, o uso de 
agrotóxicos na agricultura ameaça as fontes de água dos Povos Indígenas, podendo causar 
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problemas muito graves de saúde. Ao mesmo tempo, doenças como a diarreia e a tuberculose 
são uma preocupação entre Povos Indígenas de todas as regiões do país. 
A primeira grande pesquisa sobre saúde indígena e que incluiu Povos Indígenas de todas as 
regiões do país foi realizada nos anos de 2008 e 2009. Foi o Primeiro Inquérito Nacional sobre 
Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas. O Inquérito foi uma grande pesquisa realizada através de 
um convênio entre o Ministério da Saúde, a Fiocruz e a Universidade de Gotemburgo (Suécia). 
 
As epidemias de doenças infecciosas, como o sarampo, a varíola e a gripe, foram responsáveis 
por um grande número de mortes e até pelo desaparecimento por completo de muitas etnias. E 
ainda continuam preocupando alguns grupos nos dias de hoje. Em alguns casos, isso está 
relacionado às mudanças no ambiente, como as que acontecem na abertura de garimpos e de 
estradas ou na construção de hidrelétricas, quando às vezes acontecem epidemias de malária ou 
de outras doenças. 
 
É possível dizer, a partir dos relatos dos primeiros viajantes que chegaram às Américas, que já 
existiam doenças infecciosas, como algumas parasitoses intestinais, tuberculose, sífi lis, doença 
de Chagas, hepatite B e leishmaniose tegumentar. Além disso, a cárie dentária (que os não índios 
também consideram uma doença infecciosa) e a anemia também atingiam os Povos Indígenas. 
Então, existiam doenças antes da chegada dos europeus, mas eram doenças diferentes daquelas 
que apareceram depois. 
 
Hoje ainda se pode dizer que os Povos Indígenas enfrentam situações de saúde bastante 
precárias e difíceis. As doenças infecciosas e parasitárias – como tuberculose, malária, hepatites, 
diarreia e infecções respiratórias – são as principais causas de adoecimento e morte. Ao mesmo 
tempo, as doenças crônicas, como obesidade, hipertensão arterial e diabetes, são cada vez mais 
comuns. 
 
De acordo com o I Inquérito Nacional sobre Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas, na maioria 
das comunidades pesquisadas o saneamento básico é defi ciente. Em muitas comunidades não 
há um sistema adequado para o destino dos dejetos humanos ou do lixo. O acesso à água 
encanada e tratada também não acontece em muitos lugares. Mesmo onde há um sistema de 
tratamento e distribuição de água instalado são comuns as interrupções no fornecimento da água. 
Essas condições favorecem a transmissão de doenças pela água e alimentos contaminados por 
bactérias, vírus e parasitos intestinais. 
 
DIARREIA 
Em alguns grupos indígenas é muito frequente a presença de diarreia. O consumo de água 
contaminada, suja, é o principal responsável pela diarreia. Essa doença, principalmente em 
crianças e idosos, é capaz de matar e tem sido a principal responsável por cerca de 60% das 
mortes das crianças menores de um ano de idade. O consumo de água contaminada ou suja e de 
alimentos contaminados (por exemplo, lavados em água contaminada) também pode levar ao 
aparecimento de parasitoses intestinais. Em outras palavras, o aparecimento de ‘bichos’ na 
barriga, causando dores na barriga e também diarreia. Essas doenças afetam um grande número 
de indígenas no país. E, novamente, as crianças são as que mais sofrem com esse problema. 
HEPATITES VIRAIS 
Existem vários tipos de hepatites. A hepatite A é transmitida pela água contaminada por fezes 
humanas. Outros tipos bastante comuns são as hepatites B, C e D, que podem ser transmitidas 
de uma pessoa para outra através de relações sexuais, pelo uso de seringas e agulhas ou pelo 
contato com sangue e secreções que contenham o vírus da hepatite. 
TUBERCULOSE 
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As atuais fontes de informação sobre a tuberculose são poucas. A tuberculose ainda é bastante 
presente na população brasileira como um todo, mas atinge os indígenas de modo muito mais 
grave. Ela é considerada uma endemia nos dias de hoje e atinge mais de três vezes mais os 
indígenas, em relação aos não índios. A tuberculose está entre as dez principais causas de morte 
nas comunidades indígenas e é umas das doenças mais notificadas aos serviços de saúde. 
INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS (IRAS) 
As infecções respiratórias agudas (IRAs) são doenças que atingem as vias respiratórias, como 
gripe, sinusite, amigdalite, faringite, bronquiolite e pneumonia. Elas são causadas por vírus e 
bactérias. No Brasil, as infecções respiratórias agudas são as principais causas de atendimento, 
internação e óbito de crianças indígenas menores de cinco anos. 
MALÁRIA 
Outra doença considerada infecciosa e que atinge bastante os Povos Indígenas é a malária. Essa 
doença é mais comum na região conhecida como Amazônia Legal (Acre, Amazonas, Amapá, 
Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), pelo clima e local adequado para 
o principal transmissor da doença: um tipo de mosquito bastante comum na região, chamado de 
Anopheles darlingi. A malária também pode ser transmitida através da gestação, de seringas 
contaminadas e da transfusão de sangue contaminado pela doença. Para haver transmissão da 
doença, precisa ter um ser humano infectado pelo mosquito. 
SAÚDE BUCAL- CÁRIE 
DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS 
O grupo é composto por doenças como hipertensão arterial (pressão alta), diabetes, obesidade e 
os diversos tipos de câncer. 
 
 
4.5 Conhecer os sinais e sintomas das hipóteses diagnósticas, associando aos exames. 
ESTRONGILOIDÍASE 
 
Nomes populares: ​É uma doença também conhecida pelo nome de Estrongiloidose. 
 
O que é: Doença parasitária intestinal, frequentemente assintomática. As formas sintomáticas 
apresentam inicialmente alterações cutâneas, secundárias à penetração das larvas na pela e 
caracterizadas por reações alérgicas leves na pele (denominadas lesões urticariformes) ou 
erupção da pele, de origem alérgica ou infecciosa, formada por máculas (manchas) e pápulas 
(relevos). Também se manifestam sob a forma de lesão da pele que se curam em uma parte do 
corpo e se alastram por outra, parecendo se deslocar (também conhecida como lesão 
serpiginosa, linear ou pruriginosa – com coceira).Distribuição no Brasil e no mundo: A doença ocorre mais em regiões tropicais e subtropicais. 
No Brasil, há variação regional em função da idade, diferenças geográficas e socioeconômicas. 
Os estados que mais frequentemente diagnosticam são Minas Gerais, Amapá, Goiás e Rondônia. 
 
Transmissão: 
Agentes causadores (patógeno e vetores):​ O helminto Strongyloides stercolaris. 
As larvas infectantes (filarioides), presentes no meio externo, penetram na pele do homem, 
chegando aos pulmões, traqueia e epiglote, atingindo o trato digestivo, via descendente, onde se 
desenvolve o verme adulto. A fêmea parasita é ovovivípara e libera ovos larvados que eclodem 
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ainda no intestino, liberando larvas rabditoides (não-infectantes), que saem pelas fezes e podem 
evoluir, no meio externo, para a forma infectante ou para adultos da vida livre, que, ao se 
acasalarem, geral novas formas infectantes de vida livre. 
 
Pode ocorrer, também, auto-endoinfecção, quando as larvas passam a ser filarioides, no interior 
do próprio hospedeiro, sem passar por fase evolutiva no meio externo. Auto-exoinfecção ocorre 
quando as larvas filarioides se localizam na região anal ou perianal, onde novamente penetram no 
organismo do hospedeiro. 
O período de incubação ocorre no prazo de 2 a 4 semanas entre a penetração na pele e o 
aparecimento de larvas rabditoides nas fezes. O período para a manifestação dos primeiros 
sintomas é variado e a fase de transmissibilidade acontece enquanto o homem portar larvas. 
 
Diagnóstico: 
 
Clínico (principais sintomas): A migração da larva pode causar manifestações pulmonares, 
como tosse seca, dispneia ou broncoespasmo e edema pulmonar (síndrome de Löefler). As 
manifestações intestinais podem ser de média ou grande intensidade, com diarreia, dor 
abdominal e flatulência, acompanhadas ou não de anorexia, náusea, vômitos e dor epigástrica, 
que pode simular quadro de úlcera péptica. Os quadros de estrongiloidíase grave (hiperinfecção) 
se caracterizam por febre, dor abdominal, anorexia, náuseas, vômitos, diarreias profusas, 
manifestações pulmonares (tosse, dispneia e broncoespasmos e, raramente, hemoptise e 
angústia respiratória). Na radiogradia de tórax, pode-se observar até cavitação. Podem, ainda, 
ocorrer infecções secundárias, como meningite, endocardite, sepse e peritonite, mas 
frequentemente por enterobactérias e fungos. Esses quadros, quando não tratados conveniente e 
precocemente, podem atingir letalidade de 85%. 
Laboratorial (exames realizados): Exames parasitológicos de fezes, escarro ou lavado gástrico, 
por meio de Baermann-Moraes. Em casos grades podem ser utilizados testes imunológicos. O 
estudo radiológico do intestino delgado auxilia o diagnóstico. 
 
Tratamento: 
Cambendazol, Tiabendazol, Albendazol, Ivermectina. 
Prevenção: 
Principais recomendações para se prevenir dos riscos de infecção compreendem: 
Medidas gerais: 
– Evitar construir fossas próximas a fontes de água. 
– Evitar fontes de água que possam ser contaminadas com excrementos de animais. 
– Manter os sanitários sempre limpos. 
– No caso de verminose e especialmente a Estrongiloidíase, sempre é correto lembrar que aquela 
areia de parquinhos e áreas de lazer de condomínios, periodicamente deveriam ser trocada, pois 
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as larvas desses vermes podem permanecer durante muito tempo no solo, só esperando um 
hospedeiro humano descalço, principalmente crianças, para completar o seu ciclo evolutivo. 
 
Medidas individuais: 
– Não defecar nem jogar fezes no chão. 
– Não andar descalço. 
– Lavar bem as roupas íntimas e de cama. 
– Ter cuidados básicos de higiene. 
– Usar instalações sanitárias adequadas. 
– Lavar as mãos antes de alimentar-se. 
– Lavar as mãos depois de ir ao banheiro. 
– Procurar ir ao médico periodicamente, e não apenas quando se sentir doente. 
– Os pais devem levar o seu filho ao pediatra periodicamente dependendo da idade da criança. 
 
 
GIARDÍASE 
 
Descrição: 
Nomes populares: Enterite por Giardia, gastrenterite por Giardia, duodenite por Giardia, 
lambliose ou giardose. 
O que é: Infecção por protozoários que atinge, principalmente, a porção superior do intestino 
delgado. A maioria das infecção é assintomática e ocorre tanto em adultos quanto em crianças. A 
infecção sintomática pode apresentar-se de forma aguda com diarreia, acompanhada de dor 
adbdominal (enterite aguda) ou de natureza crônica, caracterizadas por fezes amolecidas, com 
aspecto gorduroso, fadiga, anorexia, flatulência e distensão abdominal. Anorexia, associada com 
má absorção, pode ocasionar perda de peso e anemia. Não há invasão intestinal. 
Distribuição no Brasil e no mundo: Doença de distribuição mundial, mais prevalente em países 
subdesenvolvidos. Epidemias podem ocorrer, principalmente, em instituições fechadas que 
atendam crianças, sendo o grupo etário mais acometido situado entre 8 meses e 10 a 12 anos. 
Transmissão: 
Agentes causadores (patógeno e vetores): Giardia lamblia, protozoário flagelado que existe 
sob as formas de cisto e trofozoito. O cisto é a forma infectante encontrada no ambiente. 
O modo de transmissão é fecal-oral. Ocorre de forma direta, pela contaminação das mãos e 
consequente ingestão de cistos existentes em dejetos de pessoa infectada ou indireta, por meio 
da ingestão de água ou alimento contaminado. O período de incubação se dá entre 1 e 4 
semanas, com média de 7 a 10 dias. Já a fase de transmissibilidade dura enquanto persistir a 
infecção. 
 
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Diagnóstico: 
Clínico (principais sintomas): Identificação de cistos ou trofozoítos, no exame direto de fezes., 
Laboratorial (exames realizados): Exame de fezes ou identificação de trofozoítos, no fluido 
duodenal, obtido através de aspiração. São necessários, pelo menos, três amostras de fezes para 
uma boa sensibilidade. Em raras ocasiões, poderá ser realizada biópsia duodenal, com 
identificação de trofozóitos. 
Tratamento: 
Adoção de medidas sanitárias, higiene pessoal e medicamentos indicados por profissional da 
saúde. 
Secnidazol ,Tinidazol,Metronidazol 
Prevenção: 
As principais recomendações para se prevenir dos riscos de infecção são: 
– Educação sanitária: Em particular o desenvolvimento de hábitos de higiene; lavar as mãos 
após o uso do banheiro. 
 – Gerais: Filtração da água potável. Saneamento. 
 – Isolamento: Pessoas com Giardíase devem ser afastadas do cuidado de crianças. 
Dicas de prevenção para viajantes: A.G. lamblia é reconhecida com um agende etiológico da 
“diarreia dos viajantes” em zonas endêmicas. Os cistos pode resistir até 2 meses no meio exterior 
e são resistentes ao processo de cloração da água. A infecção pode ser adquirida pela ingestão 
de água proveniente da rede pública, com falhas no sistema de tratamento, ou água superficiais 
não tratadas ou insuficientemente envolvendo atividades sexuais, resultante do contato oro-anal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: 
1. ​Identificar ​as funções de cada glândula salivar, ​explicando ​a sensação de saliva grossa e 
sua associação com

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