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SP5 Pediatria T4


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1
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS
UNIDADE BÁSICA DAS BIOCIÊNCIAS
CURSO DE MEDICINA
Situação problema 5: Cuidado com as vacinas!
Carolina Procath Cunha
Flavia de Melo Carvalho
Gabriela Pereira Valadares
Giovanna Casagrande
Isabela Soares
Isadora da Silva Gomes
Jéssica Thayna Resende Figueiredo
Késsia Gomes
LaressaBrunnaCouto
Luma Gabriella Santos Toledo
Pollyana Nonato
Tania Pacheco dos Santos
Thalia Araujo dos Santos
Mineiros-GO
2018
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS
UNIDADE BÁSICA DAS BIOCIÊNCIAS
CURSO DE MEDICINA
Situação problema 5: Cuidado com as vacinas!
Relatório apresentado à disciplina de Tutoria da Unidade 1, do curso de medicina, como requisito parcial para obtenção de nota, sob orientação da Professora Dra Marina Timo.
Mineiros-GO
2018
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	4
2.	OBJETIVOS	6
2.1. Objetivo Geral	6
2.2.Objetivos Específicos	6
3.	DISCUSÃO	7
4.	CONSIDERAÇÕES FINAIS	31
REFERÊNCIAS	32
1. INTRODUÇÃO
O sistema imunológico de um indivíduo começa a se formar na fase intrauterina, quando também recebe anticorpos da mãe via placenta. O neonato é altamente dependente da transferência materna passiva de anticorpos no início da vida fetal e neonatal. O desenvolvimento imunológico somente estará completo na infância tardia. Após o nascimento, durante os primeiros meses de vida, o leite materno passa a ser a principal fonte de anticorpos da criança, até que a mesma produza seus próprios anticorpos em resposta à administração de vacinas ou mesmo após entrar em contato com agentes infecciosos. 
A vacinação é um meio de se adquirir imunidade ativa não contraindo uma doença infecciosa. A imunização ativa ocorre quando o sistema imune do indivíduo, ao entrar em contato com uma substância estranha ao organismo ou micro-organismos, responde produzindo anticorpos e ativando células do sistema imunológico. Quando o indivíduo é vacinado ou imunizado, o seu organismo tem a oportunidade de prevenir a doença sem os riscos da própria infecção. O organismo do paciente desenvolve proteínas denominadas “anticorpos” ou “imunoglobulinas” que impedem a disseminação do micro-organismo juntamente com outras moléculas e células do organismo. O sistema imunológico pode induzir “células de memória” que circulam no organismo e guardam na memória como produzir esses anticorpos durante muito tempo, muitas vezes a vida toda. Desta forma, se o indivíduo for exposto novamente à doença, as células do sistema imune produzirão os anticorpos e serão capazes de inibir os micro-organismos antes de desenvolverem a doença.
Edward Jenner, médico inglês, foi o primeiro a publicar um trabalho sobre vacinação; por volta de 1798. Ele foi o autor da primeira vacinação, ao descobrir que a inoculação do exsudato do vírus de vacínia (doença benigna) conferia imunidade à varíola. Contudo, quem recebeu os méritos pelo desenvolvimento da técnica foi Louis Pasteur, por volta do ano de 1885, com o desenvolvimento da vacina antirrábica. Sendo assim, um dos maiores triunfos da ciência foi a imunização em larga escala da população contra as doenças infecciosas, visando a prevenção e a erradicação. Contribuindo desta forma com alguns dos mais notáveis progressos na saúde melhorando a qualidade de vida de grande parcela da humanidade, sendo responsável em parte pelo aumento da expectativa de vida e a diminuição da mortalidade infantil.
No Brasil o PNI – Programa Nacional de Imunizações, já tem mais de 30 anos, criado e gerenciado pelo Ministério da Saúde, tem como finalidade erradicar ou manter sobre controle todas as doenças que podem ser erradicadas ou controladas com o uso de vacinas. O Brasil conta atualmente com mais de 36 mil salas de vacinação espalhadas por todo território nacional, que aplicam por ano 300 mil imunobiológicos. Entre eles estão 27 vacinas, 13 soros e 4 imunoglobulinas, todos distribuídos gratuitamente com materiais seguros e de qualidade. Há ainda vacinas especiais para grupos em condições clínicas específicas, como portadores de HIV, disponíveis nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE). 
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
· Reconhecer o desenvolvimento do sistema imunológico da criança.
2.2. Objetivos Específicos
A) Discutir a fisiopatologia dos imunobiológicos e do sistema imunológico (SI) na
infância, desde a formação do sistema, a sua interação com os fatores de cunho nutricional até deficiências imunológicas adquiridas por doenças;
B) Discutir a responsabilidade no tema vacina/imunobiológicos nas três esferas de governo ( municipal, estadual e federal), a rede de frio que garante a qualidade dos imunobiológicos, até a gestão em Centros de imunobiológicos Especiais, maternidades e UBS;
C) Estudar a patogênese de lesões provocadas por vírus e por bactérias e outros patógenos que causam exantema;
D) Compreender como se desenvolve a imunidade na infância;
E) Entender o mecanismo imune pelo qual as vacinas estabelecem proteção contra doenças infecciosas;
F) Discutir a finalidade da dosagem laboratorial das imunoglobulinas e sua relação com a imunidade.
3. DISCUSÃO
A. Discutir a fisiopatologia dos imunobiológicos e do sistema imunológico (SI) na infância, desde a formação do sistema, a sua interação com os fatores de cunho nutricional até deficiências imunológicas adquiridas por doenças/ D. Compreender como se desenvolve a imunidade na infância: 
Aproximadamente 50% das 7,5 milhões de mortes de crianças no mundo ocorrem nas primeiras 4 semanas após o nascimento, o chamado período neonatal.
O recém-nascido é extremamente suscetível a infecções por um grande número de micro-organismos, sendo que o prematuro apresenta incidência de 5 a 10 vezes maior de adquirir infecção microbiana. Ambos têm maior incidência de infecções microbianas invasivas as quais, geralmente, apresentam maior severidade, necessitando de diagnóstico e terapia adequados.
Desta forma, crianças apresentam maior morbidade e mortalidade relacionadas a vários patógenos, em especial, aos intracelulares. Isso ocorre em função da imaturidade imunofisiológica, que resulta de limitações nos mecanismos imunológicos inatos e adaptativos.
Sistema imune do recém-nascido
O sistema imune é essencial para a defesa e manutenção da integridade do organismo. Sua principal função é proteger contra agentes infecciosos e parasitários. Atua, também, no controle do desenvolvimento de neoplasias malignas, no processo de tolerância imunológica e na homeostase de órgãos e tecidos.
O sistema imune fetal e neonatal está associado à proteção contra infecções, impedimento da nocividade de células T helper 1 (Th1) pró inflamatórias, cujas repostas induzem reações aloimunes materno-fetal. Além disso, realiza a mediação da transição entre o meio intra-uterino estéril e o meio externo rico em antígenos. Esta resposta imune geralmente é avaliada em termos de idade gestacional, tendo seu início a partir do segundo trimestre de desenvolvimento e maturação gradual a qual se completa na adolescência.
O desenvolvimento do sistema imunológico na criança inclui o amadurecimento da resposta imune inata, a indução da resposta antígeno-específica e memória imunológica para patógenos, em paralelo ao desenvolvimento e à manutenção de tolerância aos antígenos próprios, à microbiota saprófita e aos antígenos alimentares.
Frente ao estímulo antigênico, o sistema imune (inespecífico e específico) do recém-nascido e de crianças mostra diferenças quantitativas e funcionais em relação ao adulto. Além disso, há diferenças também no que se refere a recém-nascidos a termo e pré-termo.
Destaca-se, ainda, que infecções e exposição a micro-organismos não patogênicos presentes no meio ambiente podem direcionar a maturação do sistema imune neonatal. Menor exposição a micro-organismos patogênicos do meio ambiente e menor ocorrência de infecções no início da vida podem reduzir a atividade estimulatória T celular, aumentando o risco de desenvolver doenças alérgicas na vida adulta.
Resposta imune inata
Considerada primeira linha dedefesa contra patógenos invasores, inclui mecanismos de defesa efetivos sem que haja necessidade de exposição direta a antígenos. Estes mecanismos incluem barreiras físicas, como é o caso da pele intacta e de membranas mucosas.
Os principais componentes da resposta imune inata são as células epiteliais, o sistema do complemento, os fagócitos e as células Natural Killer (NK). Os receptores Toll-like (TLR) também são considerados fatores importantes desta resposta, a qual inclui, ainda, o muco presente nas vias aéreas. Este muco previne o recém-nascido da desidratação e de patógenos, sendo que sua secreção inicia-se na 13ª semana de gestação.
O sistema imune inato realiza ataque a antígenos de forma rápida, não sendo capaz de desenvolver memória imunológica. Além disso, as células relacionadas a este sistema apresentam deficiência na resposta contra micro-organismos contendo lipopolissacarídeos (LPS), como é o caso de bactérias Gram negativas.
Apesar das causas da suscetibilidade aumentada dos recém-nascidos aos patógenos intracelulares tais como vírus, Toxoplasma gondii e Mycobacterium tuberculosis não serem completamente conhecidas, há evidências de envolvimento dos defeitos de função das células do sistema imunológico inato. Dentre elas, pode-se citar o envolvimento de monócitos e macrófagos, citocinas que aumentam a imunidade celular, células NK e produção de interferon-γ (INF-γ).
Infecções ocorridas durante o período perinatal podem impor alterações permanentes à resposta imune inata, podendo comprometer a capacidade do indivíduo em combater futuras infecções.
Pele e mucosas
Características da pele do recém-nascido são importantes para conferir proteção contra micro-organismos na fase inicial de transição do ambiente intrauterino para o meio externo, período no qual ocorre a colonização pela microbiota normal.
A pele neonatal é frágil e pequenas lesões podem afetar sua integridade, tornando-se acessível à invasão por micro-organismos. No caso de fetos e recém-nascidos pré-termo, a pele apresenta maior imaturidade quando comparada aos recém-nascidos a termo. Além disso, tem permeabilidade aumentada causada, em parte, pela produção de ácidos graxos livres e pelo pH alcalino. Desta forma, há risco aumentado de infecção devido à incapacidade da epiderme em realizar bloqueio adequado de micro-organismos. O completo desenvolvimento funcional da pele ocorre apenas 2 a 3 semanas após o parto.
O verniz caseoso presente ao nascimento é secretado pelas glândulas sebáceas fetais e tem atividade microbicida e neutralizante de toxinas bacterianas. Esta atividade é devido a proteínas e peptídeos antimicrobianos, os quais têm expressão aumentada no recém-nascido quando se compara às crianças maiores e aos adultos.
A colonização do trato gastrintestinal ocorre imediatamente após o parto e atua no desenvolvimento de tolerância e homeostase imunológicas necessárias para as interações comensais com a microbiota saprófita. A tolerância aos antígenos alimentares é um processo ativo que se inicia na vida intrauterina e continua após o nascimento, especialmente nos dois primeiros anos de vida. A mucosa intestinal é caracterizada por um constante equilíbrio entre ativação e supressão da resposta imune. Estudos indicam que as células epiteliais desempenham um papel importante na resposta imune das mucosas, através da produção de citocinas, fatores de crescimento e proteínas de membrana que propiciam interação e ativação das células dendríticas.
O sistema imune inato é a maneira imediata de defesa pulmonar. Com a respiração, a área superficial do pulmão do recém-nascido é exposta a partículas desconhecidas. As que apresentam diâmetro inferior a 5 µm podem acessar os alvéolos, onde há uma variedade de moléculas antimicrobianas pertencentes ao sistema imune.
Imunidade adaptativa: Suas células efetoras são os linfócitos T e B, difere da imunidade inata principalmente por sua capacidade de armazenar memória imunológica. Divide-se em imunidade celular e humoral. 
A imunidade celular é exercida por linfócitos T que somente reconhecem antígenos que lhe são apresentados pelas células apresentadoras de antígenos. A imunidade celular é fundamentada pela produção de citocinas e a atividade citotóxica. Já a imunidade humoral, é exercida por linfócitos B, que ao serem estimulados por antígenos se diferenciam em plasmócitos produtores de anticorpos para combater invasores específicos. 
O desenvolvimento do sistema imunológico infantil inclui o amadurecimento da resposta imune inata, indução da resposta antígeno-específica e memória imunológica, e desenvolvimento e manutenção da tolerância aos antígenos próprios, à microbiota saprófita e aos antígenos alimentares. 
Vida intrauterina: No período fetal, o principal acontecimento está relacionado ao processo de imunização passiva pela passagem de IgG materno para o feto via placentária.
O líquido amniótico pode inibir o crescimento de algumas bactérias devido à presença de proteínas antimicrobianas e atividade antibacteriana. Durante trabalhos de parto prematuro há aumento na concentração de fosfolipase A2 no líquido amniótico, que também funciona como antimicrobiano para múltiplas espécies de bactérias. 
Portanto, a cavidade uterina contém mecanismos inatos de detecção de infecções e manutenção da esterilidade. Sob condições de invasão microbiana intensa, mediadores que aceleram a maturação do pulmão e do parto são expressos com o intuito de liberar o feto do ambiente contaminado. 
A maturação da resposta imunológica específica começa entre a 8ª e 12ª semana de gestação e termina somente na adolescência. Os dois tipos de linfócitos são derivados no embrião das células-tronco hematopoiéticas pluripotentes, que formarão células progenitoras. Tais células aparecem primeiramente no saco vitelino, migram para o fígado e posteriormente para medula óssea, onde permanecem durante toda vida. 
No fígado fetal a partir da 8ª semana ocorre desenvolvimento de células pré-B e a partir da 13ª semana esse processo passa a ocorrer na medula óssea. O pré-processamento se refere ao desenvolvimento de especificidade dos linfócitos para cada agente. 
Já o pré-processamento dos linfócitos T começa pouco antes do nascimento no timo, onde as células progenitoras T são processadas para formação da imunidade ativada por células. 
(Formação do sistema imune fetal.) Fonte: Encrypted
Período pós-natal: RNs com baixo peso, pré termos ou que tiveram passagem de anticorpos pela placenta insuficiente, apresentam maior risco de infecções. Além disso, possuem sistema imune inato pouco desenvolvido, a pele, por exemplo, é ainda mais frágil nesses neonatos.
O neonato a termo produz pequena quantidade de imunoglobulinas, porém apresenta altas concentrações de IgG resultante do transporte ativo transplacentário. Contudo, no final do primeiro mês de vida há uma queda fisiológica de gamaglobulina, baixando os índices de anticorpos, e aumentando a susceptibilidade a infecções, até que de acordo com o amadurecimento do sistema imunológico do RN, os níveis de imunoglobulinas próprias se elevem.
Nesse período, o recém-nascido e a criança, têm seu sistema imunológico estimulado por imunização passiva e ativa. A imunização passiva pós-natal pode ser natural, sendo o leite materno um exemplo importante, pois possui funções antimicrobianas, anti-inflamatórias e imunorreguladoras, além de conter IgA secretora, que coloniza o trato gastrintestinal e respiratório do neonato, células ativas (fagócitos, células natural killer e linfócitos), citocinas (IL-4, IL-6, IL-8, IL-10) além de lisozima, lactoferrina, peroxidase e lípides antimicrobianos. A imunização passiva artificial, por sua vez, é desenvolvida por meio de sorologias, ou seja, aplicação de anticorpos prontos sem conferir memória imunológica à criança. 
A imunização ativa natural ocorre por meio das infecções que acometem a criança e acionam sua defesa imunológica. Dessa forma, infecções e exposição a micro-organismos podem direcionar a maturação do sistema imuneneonatal, enquanto menor exposição a micro-organismos patogênicos do meio e menor ocorrência de infecções no início da vida podem reduzir a atividade estimulatória T celular, aumentando o risco de desenvolver doenças alérgicas na vida adulta. Por fim, a imunização ativa artificial é feita por meio da vacinação, que ao contrário do soro, é composta por antígenos atenuados, mortos, fragmentados ou toxinas de antígenos e confere memória imunológica à criança. 
B. Discutir a responsabilidade no tema vacina/imunobiológicos nas três esferas de governo (municipal, estadual e federal), a rede de frio que garante a qualidade dos imunobiológicos, até a gestão em Centros de imunobiológicos Especiais, maternidades e UBS:
Rede de Frio
 A Rede de Frio ou Cadeia de Frio é o processo de armazenamento, conservação, manipulação, distribuição e transporte dos imunobiológicos do Programa Nacional de Imunizações, e deve ter as condições adequadas de refrigeração, desde o laboratório produtor até o momento em que a vacina é administrada. O objetivo final da Rede de Frio é assegurar que todos os imunobiológicos administrados mantenham suas características iniciais, a fim de conferir imunidade, haja vista que são produtos termolábeis, isto é, se deterioram depois de determinado tempo quando expostos a variações de temperaturas inadequadas à sua conservação. O calor acelera a inativação dos componentes imunogênicos. É necessário, portanto, mantê-los constantemente refrigerados, utilizando instalações e equipamentos adequados em todas as instâncias: nacional, estadual, regional ou distrital e municipal/local. Um manuseio inadequado, um equipamento com defeito, ou falta de energia elétrica podem interromper o processo de refrigeração, comprometendo a potência e eficácia dos imunobiológicos. 
Equipamentos da rede de frio 
· Câmaras frigoríficas
Também denominadas quartos frios ou câmaras frias, são ambientes especialmente projetados para a armazenagem de produtos predominantemente em baixas temperaturas e em grandes volumes. Podem ser reguladas para trabalhar mantendo as mais diversas temperaturas, tanto positivas quanto negativas. Especificamente para os imunobiológicos, essas câmaras são projetadas para operarem em temperatura de +2ºC e -20°C, de acordo com a especificação do produtor. Os imunobiológicos podem em algum momento estar conservados em temperatura entre +2° e +8°C, sem perda da sua capacidade imunogênica, observada a data de validade especificada no produto.
· Alarme de temperatura com discador telefônico para câmaras, geladeiras e freezers.
 Este equipamento é composto por um discador telefônico, uma bateria e um ou mais sensores de temperatura (termostatos), que são ligados em paralelo ao equipamento.
· Freezers ou congeladores
 São equipamentos destinados, preferencialmente, para estocagem de vacinas a -20ºC. Estes equipamentos devem ser do tipo horizontal, com isolamento de suas paredes em poliuretano, evaporadores nas paredes (contato interno) e condensador/compressor em áreas projetadas no corpo, abaixo do gabinete. É o equipamento mais eficiente e confiável para conservação em temperaturas negativas, principalmente aquele dotado de várias portas pequenas na parte superior. Os freezers também são usados para congelar as bobinas de gelo reciclável, tendo o cuidado de não usar o mesmo equipamento em que estão armazenados os imunobiológicos, para não comprometer a conservação destes.
Situações de emergência 
A geladeira pode deixar de funcionar por dois motivos. Em ambos os casos deverão ser tomadas providências para evitar a perda dos imunobiológicos acondicionados no mesmo: 
• Defeito técnico: os imunobiológicos deverão ser acondicionados em caixas térmicas mantendo a temperatura recomendada de +2ºC a +8ºC, onde poderão permanecer até 24 horas. 
• Corte de energia elétrica: nessa situação recomenda-se:
 - Se a geladeira está em perfeito estado de funcionamento, apresentando variação de temperatura de +2°C a +4°C, deve-se mantê-la fechada por um período máximo de oito horas.
 - O serviço de saúde deverá dispor de bobinas de gelo reciclável congeladas para serem usadas no acondicionamento dos imunobiológicos em caixas térmicas quando a interrupção do fornecimento de energia elétrica durar mais que oito horas.
 - Caso a geladeira em uso não apresente um perfeito estado de funcionamento e sua temperatura variar entre +6°C e +8°C com frequência, a permanência dos imunobiológicos nesse equipamento não deverá ser por mais que duas horas e meia, a partir do início da falta de fornecimento de energia elétrica. 
- Em situações em que o equipamento de refrigeração apresentar as condições acima mencionadas e não se tiver estimativa do tempo em que a energia elétrica permanecerá interrompida, o acondicionamento dos imunobiológicos em caixas térmicas, utilizando-se a devida técnica, deverá ser providenciado em uma hora.
 Caso o defeito identificado não seja solucionado e a corrente elétrica não se restabeleça até o encerramento dos trabalhos da unidade de saúde, transferir as caixas térmicas com os imunobiológicos para o serviço de saúde mais próximo ou para a instância regional.
 Recomenda-se que, na caixa de distribuição da força elétrica, seja identificada a chave responsável pela condução de energia para a sala de vacinação. Nessa chave deve-se colocar um aviso para que nunca seja desligada sem comunicar com antecedência ao responsável pelos imunobiológicos. É importante, também, manter a articulação constante com a empresa local de energia elétrica, a fim de ter informação prévia sobre eventuais cortes de energia.
 Nas situações de emergência, a instância central estadual ou regional da Rede de Frio (secretaria estadual ou órgão regional de saúde) necessita ser informada sobre as circunstâncias em que essas situações ocorreram, para tomar providências de acordo com a ocorrência. Quando a temperatura da geladeira ultrapassar +8°C os imunobiológicos deverão ser colocados sob suspeita.
Imunobiológicos sob suspeita
A manutenção da qualidade do imunobiológico, desde a sua produção até o momento em que ele é administrado, deve ser uma constante preocupação daqueles que distribuem, recebem e utilizam esses produtos. Em qualquer situação, os imunobiológicos devem ser examinados para se verificar, por exemplo, a presença de substâncias estranhas ou alterações da cor e da consistência do produto. Além disso, é importante se verificar as condições de conservação do estoque, no transporte e na utilização dos imunobiológicos, bem como elevação da temperatura da vacina superior a +8°C.
 Quando um imunobiológico é colocado sob suspeita deve ser submetido a processos de análise e/ou reteste. Será necessário o preenchimento correto do formulário para Avaliação de Imunobiológicos sob Suspeita, o qual deverá ser enviado pela Coordenação Estadual do PNI à Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações. Esta, por sua vez, avaliará a situação de suspeita recomendando ou não o reteste (processo bastante dispendioso), ou indicar a autorização para utilização ou descarte do imunobiológico.
É importante ressaltar, entretanto, que ao colocar um imunobiológico sob suspeita, até decidir sobre a realização ou não do reteste, deve-se adotar as seguintes providências: 
- suspender de imediato a utilização do imunobiológico, mantendo-o sob refrigeração adequada; 
- identificar o imunobiológico sob suspeita, registrando o número do lote, procedência, quantidade, data da validade do lote, local e condições de armazenamento; 
- registrar o problema identificando a causa no formulário padronizado de Avaliação de Imunobiológicos sob Suspeita;
 - contatar a rede de frio imediatamente superior (local para o municipal, regional ou estadual, de acordo com a situação do estado); 
- o imunobiológico sob suspeita poderá ser remetido à instância imediatamente superior, devidamente acondicionado em caixas térmicas e acompanhado do documento de devolução, assinado pelo responsável (no caso de falta de espaço nos armazenamentos, necessidade de acondicionamentoadequado ou por determinação do coordenador estadual do PNI). 
A decisão final sobre a realização ou não de reteste dos imunobiológicos será de competência da Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações. Por outro lado, no caso de alterações da temperatura, é importante levar em conta a temperatura máxima, mínima e do momento atingida e o tempo em que o imunobiológico permaneceu nesta temperatura. 
· Inutilização dos imunobiológicos sob suspeita 
Muitas vezes o quantitativo de imunobiológicos sob suspeita não justifica a realização de reteste, outras vezes o resultado da reanálise orienta a não utilização do produto. 
Nesses casos, os imunobiológicos devem ter um destino adequado que será determinado pela Coordenação Estadual/ Regional do Programa. Alguns produtos são compostos por microorganismo vivos atenuados (vacinas contra: sarampo, poliomielite, febre amarela, tuberculose, etc.) e, por isso, constituem material biológico infectante que deve receber tratamento prévio antes de ser desprezado. Os compostos por produtos de bactérias e vírus mortos ou sintéticos obtidos por engenharia genética (as vacinas DTP, dT, DT, Hib, HB, etc.) não precisam receber tratamento especial antes de serem inutilizadas. 
O descarte de grandes volumes de imunobiológicos deverá ser feito através da Central Regional ou Estadual de Imunizações, com conhecimento, orientação e acompanhamento da Vigilância Sanitária e proceder conforme condições técnicas locais (incineração, autoclavagem, aterro, etc.) Observação: Os municípios de grande porte que preencherem os requisitos necessários, acima citados, poderão proceder o descarte. 
· Inutilização das sobras de imunobiológicos na sala de vacinação
 Caso a própria unidade seja responsável pela destinação final de seus resíduos, recomenda-se para a inutilização das vacinas compostas por microorganismos vivos a autoclavagem durante 15 minutos, à temperatura de 127ºC, sendo que não há a necessidade de abrir os frascos para este processo. Na falta da autoclave, orienta-se esterilizar em estufa por duas horas a 170ºC, sendo que neste processo os frascos não precisam estar abertos. 
Após tratamento em autoclave ou estufa, os frascos das vacinas poderão ser desprezados como lixo comum, conforme Resolução n° 5, de 5/8/1993 do Conselho Nacional de Meio Ambiente. 
Nos locais com coleta de lixo hospitalar sistemática, os imunobiológicos inutilizados deverão ser acondicionados em sacos plásticos resistentes brancos, especificados para lixo hospitalar, identificados como material contaminante antes de serem desprezados. Nesse caso não é necessário submetê-los a qualquer processo de esterilização. Ocorre que essa coleta especial não é comum na rede de serviços do país, sendo importante adotar os procedimentos indicados antes de acondicionar os produtos que serão desprezados, de forma a impedir a disseminação de agentes patogênicos ou de outra forma de contaminação acima de limites aceitáveis. 
Na falta de um sistema municipal de disposição final, o serviço produtor dos resíduos (sala de vacinação) ficará responsável por essa disposição, bem como pelo eventual tratamento a que o lixo necessita ser submetido (principalmente o lixo composto por resíduos infectantes e especiais).
Organização da caixa térmica para vacinação de rotina na sala de vacinação 
No serviço de saúde, a conservação dos imunobiológicos a serem utilizados na vacinação durante a jornada de trabalho deve ser feita em caixa térmica do tipo retangular, com capacidade de sete litros e com tampa ajustada (evitar usar caixas do tipo “cumbuca” porta-gelo). Ao organizar a caixa térmica para início das atividades diárias, deve-se ter os seguintes cuidados: 
• manter a temperatura interna da caixa entre +2ºC e +8ºC, monitorando-a com termômetro de cabo extensor, de preferência, ou com termômetro linear, trocando as bobinas de gelo reciclável sempre que se fizer necessário; 
• usar bobina de gelo reciclável, a qual deverá estar no congelador da geladeira da sala de vacina e que precisará ser ambientada para uso, vez que a temperatura atingida por esta no congelador chega a aproximadamente -7°C; 
• arrumar os imunobiológicos na caixa, deixando-os circundados (ilhados) pelo gelo reciclável (três a cinco bobinas de gelo reciclável com capacidade de 500ml para a caixa térmica acima mencionada); 
• manter a caixa térmica fora do alcance da luz solar direta e distante de fontes de calor (estufa, aquecedor, etc
 Procedimentos no final das atividades:
 • desprezar as sobras das vacinas BCG-ID, contra o sarampo, dupla viral, contra a febre amarela, tríplice viral e contra a rubéola conforme normas da CGPNI (ver “imunobiológicos sob suspeita”); 
• retornar à geladeira aquelas que podem ser utilizadas no dia seguinte: DTP, dT, DT, Hib, Hepatite B, e Sabin, dependendo das condições de manuseio e refrigeração;
 • retornar as bobinas de gelo reciclável ao congelador da geladeira; 
• lavar a caixa térmica, enxugá-la e guardá-la destampada em local protegido. 
Controle de temperatura 
É importante a verificação da temperatura dos equipamentos da Rede de Frio, nas instâncias nacional e estadual, pelo menos três vezes ao dia: no início de cada jornada de trabalho (manhã e tarde) e a terceira no final da jornada de trabalho (à tarde). 
Na instância local esta temperatura é verificada no início da jornada pela manhã e no final da jornada, à tarde. Conforme descrito anteriormente. 
Para isso utiliza-se o termômetro de máxima e mínima analógico, o digital de cabo extensor , ou o analógico de cabo extensor, termômetro linear. O termômetro recomendado para ser usado nos equipamentos da Rede de Frio é o de máxima e mínima, pois pode-se verificar as temperaturas máxima e mínima ocorrida em um espaço de tempo e a temperatura no momento da verificação. 
A leitura deve ser rápida, visto que tais termômetros sofrem ligeiras alterações nos indicadores de leitura quando expostos à variação de temperatura. O termômetro de cabo extensor digital evita esta alteração, uma vez que o mostrador fica fora da geladeira, indicando a temperatura Max./Min./Momento constantemente. 
Armazenamento:
 Em 1982 o Programa Nacional de Imunizações (PNI), necessitando de uma Central para recebimento, armazenagem e distribuição de imunobiológicos aos estados, criou a Central Nacional de Armazenagem e Distribuição de Imunobiológicos (Cenadi), nas dependências da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), onde foi mantida até 1992.
No ano de 1996 é inaugurada a nova sede, concebida dentro de modernos padrões técnicos, e controle de temperatura totalmente informatizado, monitorada por 282 sensores que informam sistematicamente todos os dados gerenciais de temperatura, carga elétrica consumida pelos equipamentos, segurança predial e necessidade de manutenção preventiva e corretiva. A Cenadi atualmente também participa da elaboração dos treinamentos em Rede de Frio colaborando com a qualificação dos recursos humanos nas diversas instâncias da Rede. A equipe técnica da Cenadi, em conjunto com o Departamento de Informática do SUS (Datasus), desenvolveu um Sistema de Controle e Distribuição de Imunobiológicos (EDI) que já está implantado na central de gerenciamento e em todas as unidades federadas.
A Cenadi conta com três câmaras frigoríficas, nas quais são armazenados todos os imunobiológicos, para posterior distribuição a todo o país. Estão disponíveis câmaras frigoríficas para conservação dos imunobiológicos em temperatura de -20ºC (vacinas contra: poliomielite, sarampo, febre amarela, etc.) e +2ºC (vacina DTP, DT, dT, TT, BCG, VCRH, contra febre tifóide e os SAT e SAD, etc.). Esses imunobiológicos são distribuídos para os estados de acordo com o controle de movimentação de estoque, recebidos até dia 10 de cada mês e a seguir são enviados por via área ou terrestre (caminhões frigoríficos) em caixas térmicas devidamente preparadas.
Armazenamento estadual
 São armazenados todos os imunobiológicos utilizados em cada unidade federada, destinados à distribuição na rede de saúde do estado. A áreafísica destinada à Central Estadual da Rede de Frio deverá ter:
• área física suficiente para a localização dos equipamentos da Rede de Frio e armazenagem de seringas, agulhas, caixas térmicas, bobinas de gelo reciclável, vacinas e soros;
 • boa localização para facilitar o acesso de veículos de carga; 
• ambiente arejado;
 • proteção da incidência de luz solar direta; 
• os estados que recebem os imunobiológicos por via terrestre devem dispor de uma tomada trifásica para alimentação dos equipamentos de refrigeração do veículo de transporte; 
• ambiente destinado à localização da câmara, freezer e geladeira deverá dispor de boa circulação de ar e permitir a movimentação de pessoas e carga entre os equipamentos.
Armazenamento regional ou distrital
 São armazenados todos os imunobiológicos a serem utilizados na rede de serviços de saúde dos municípios pertencentes a sua área de abrangência.
Os imunobiológicos deverão ser distribuídos aos municípios de acordo com o cronograma e a solicitação mensal, que deve ser avaliada segundo o consumo médio mensal de cada solicitante (ver modelo em anexo), em caixas térmicas de poliestireno expandido ou poliuretano devidamente acondicionados.
Armazenamento municipal
A Rede de Frio municipal deverá ser dimensionada tendo como parâmetro o quantitativo dos imunobiológicos necessários à população a ser atendida.
O número de geladeiras e freezers deve estar de acordo com o quantitativo de imunobiológico recebido, a rotatividade, bem como da reserva estratégica.
O município deverá ser o responsável pela manutenção permanente, preventiva e corretiva dos mesmos, pelos serviços próprios ou contratados. 
C. Estudar a patogênese de lesões provocadas por vírus e por bactérias e outros patógenos que causam exantema: 
As infecções sistêmicas primárias frequentemente manifestam-se na forma de erupções mucocutâneas características: exantema e enantema. O exantema refere-se a uma erupção eruptiva associada a um distúrbio sistêmico; o enantema consiste em lesões da mucosa associadas a um distúrbio sistêmico. 
Classificação dos exantemas:
Exantema maculopapular: manifestação cutânea mais comum nas doenças infecciosas sistêmicas. Mais comumente associado a vírus, porém também observado em várias doenças de etiologia bacteriana, parasitária, riquetsioses, micoplasmose e intoxicações medicamentosas ou alimentares.
Pode ser caracterizado em diversos tipos:
· Morbiliforme: pequenas maculo-pápulas eritematosas (3 a 10 mm), avermelhadas, lenticulares ou numulares, permeadas por pele sã, podendo confluir. É o exantema típico do sarampo, porém pode estar presente na rubéola, exantema súbito, nas enteroviroses, riquetsioses, dengue, leptospirose, toxoplasmose, hepatite viral, mononucleose, síndrome de Kawazaki e reações medicamentosas.
· Escarlatiniforme: eritema difuso, puntiforme, vermelho vivo, sem solução de continuidade, poupando a região perioral e áspero (sensação de lixa). Pode ser denominado micropapular. É a erupção típica da escarlatina; porém, pode ser observada na rubéola, síndrome de Kawazaki, reações medicamentosas, miliária e em queimaduras solares.
· Rubeoliforme: semelhante ao morbiliforme, porém de coloração rósea, com pápulas um pouco menores. É o exantema presente na rubéola, enteroviroses, viroses respiratórias e micoplasma.
· Urticariforme: erupção papuloeritematosa de contornos irregulares. É mais típico em algumas reações medicamentosas, alergias alimentares e em certas coxsackioses, mononucleose e malária.
· Exantema papulovesicular: presença de pápulas e de lesões elementares de conteúdo líquido (vesicular). É comum a transformação sucessiva de maculo-pápulas em vesículas, vesico-pústulas, pústulas e crostras. Pode ser localizado (ex. herpes simples e zoster) ou generalizado (ex. varicela, varíola, impetigo, estrófulo, enteroviroses, dermatite herpetiforme, molusco contagioso, brucelose, tuberculose, fungos, candidíase sistêmica).
· Exantema petequial ou purpúrico: alterações vasculares com ou sem distúrbios de plaquetas e de coagulação. Pode estar associado a infecções graves como meningococcemia, septicemias bacterianas, febre purpúrica brasileira e febre maculosa. Presente também em outras infecções como citomegalovirose, rubéola, enteroviroses, sífilis, dengue e em reações por drogas.
SARAMPO 
Etiologia e forma de transmissão: Doença viral aguda, causada pelo Morbilivirus (família Paramixoviridae).
Quadro Clínico: Febre alta, acima de 38,5ºC, exantema maculopapular generalizado, tosse, coriza, conjuntivite e manchas de koplik (enantema patognomônico de aspecto esbranquiçado localizado na mucosa bucal, antecedendo o exantema). As manifestações clínicas são divididas em três períodos. Do 2º ao 4º dia desse período surge o exantema, quando se acentuam os sintomas iniciais. O paciente apresenta prostração, exantema cutâneo maculopapular de coloração vermelha, iniciando na região retro auricular. 
Período toxêmico: A ocorrência de superinfeção viral ou bacteriana é facilitada pelo comprometimento da resistência do hospedeiro à doença. São frequentes as complicações, principalmente nas crianças até dois anos, especialmente as desnutridas e os adultos jovens. Imagem que identifica manchas de KOPLIC.
Remissão: Caracteriza-se pela diminuição dos sintomas, com declínio da febre. O exantema torna-se escurecido, em alguns casos surge descamação fina lembrando farinha (furfurácea). 
RUBÉOLA 
Etiologia: Doença exantemática aguda causada pelo Rubivirus (família togaviridae). 
Quadro clínico: caracterizado por exantema maculopapular e puntiforme difuso, com início na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se posteriormente para tronco e membros. Febre baixa e linfadenopatia retroauricular, occiptal e cervical posterior também são possíveis de ocorrer. Geralmente antecedem o exantema, no período de 5 a 10 dias, e podem perdurar por algumas semanas. 
ESCARLATINA 
Etiologia: Causada pelo Streptococcus pyogenes, uma bactéria beta hemolítica do Grupo A, produtora de toxina eritrogênica. 
Quadro clínico: após faringoamigdalite membranosa, apresenta-se com febre alta e mal-estar, exantema eritematoso puntiforme (pele áspera como uma lixa), palidez peribucal (Sinal de Filatov), linhas marcadas nas dobras de flexão (Sinal de Pastia) e língua em framboesa. Descamação extensa em mãos e pés (em dedos de luva) inicia após uma semana. 
MONONUCLEOSE INFECCIOSA (EPSTEIN-BARR)
Etiologia: Doença viral causada pelo vírus Epstein-Barr, um herpesvírus
Quadro Clínico: Em 50% dos casos a infecção é sub-clínica ou assintomática. Em pacientes com a forma clínica, o pródromo é muito discreto ou ausente. O quadro clínico característico é de febre, linfoadenopatia, amigdalite membranosa e esplenomegalia. Pode apresentar exantema, variável e inconstante que está associado ao uso de antibióticos (penicilinas, cefalosporinas e seus derivados).
FEBRE MACULOSA BRASILEIRA
Etiologia: Doença infecciosa febril aguda, de gravidade variável, cujas apresentações clínicas podem variar de formas leves, atípicas até formas graves, apresentando elevada letalidade. É causada por uma bactéria do gênero Rickettsia.
Quadro clínico: De início abrupto, febre elevada, cefaleia, mialgia intensa e/ou prostração. Entre o 2º e o 5º dia da doença surge o exantema maculopapular, de evolução centrípeta e predomínio nos membros inferiores, podendo acometer regiões palmar e plantar, que pode evoluir para petéquias equimoses e hemorragias.
EXANTEMA SÚBITO 
Etiologia: Doença viral de evolução benigna causada pelo herpesvírus humano tipo 6 e 7. É conhecida pelo nome de Roseola infantum. 
Quadro Clínico: Início súbito, febre alta (39º/40ºC) e extrema irritabilidade. O exantema é do tipo maculopapular, com lesões discretas de 2 a 3 cm de diâmetro, não coalescentes. Em geral, acomete inicialmente o tronco e em seguida a face, a região cervical e a raíz dos membros, sendo de curta duração (24 a 72 horas sem descamação).
ERITEMA INFECCIOSO-PARVOVÍRUS B19 
Etiologia: Doença viral de evolução benigna, causada pelo parvovírushumano B19. Transmissão: 
Quadro clínico: Geralmente sem pródromos, podendo surgir alguns sinais inespecíficos, como febrícula, mialgia e cefaleia. O exantema inicia-se pela face sob a forma de eritema difuso, com distribuição em “vespertilho” e edema de bochechas (fácies esbofeteada). As outras regiões da face são poupadas. O exantema é tipo maculopapular, com palidez central que confere rendilhado à lesão. Acomete o tronco e a face extensora dos membros, podendo regredir em até 3 semanas. Pode haver recorrência da doença pela ação de estímulos como o sol, o estresse e variação de temperatura.
ENTEROVIROSES (NÃO PÓLIO)
Etiologia e forma de transmissão: Geralmente associado aos vírus ECHO ou Coxsackie A e B. Transmissão fecal-oral ou respiratória.
Quadro Clínico: Período de incubação de 3-6 dias. Apresentação mais comum como uma doença febril não-específica. Podem ocorrer manifestações respiratórias (resfriado, estomatite, herpangina, pneumonia), neurológicas (meningite asséptica) e cutâneas (exantema). O exantema, discreto, ocorre em 5-50% das infecções, podendo ser rubeoliforme, escarlatiniforme ou morbiliforme. 
DENGUE 
Etiologia: É uma infecção causada por um flavivirus, que apresenta quatro sorotipos diferentes, DENV1, DENV2, DENV3, DENV4. 
Quadro clínico: Febre alta (acima de 38ºC) de início abrupto que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de cefaleia, mialgia, artralgia, prostração, astenia, dor retro-orbital, exantema e prurido cutâneo. 
FEBRE DE CHIKUNGUNYA 
Etiologia: A Febre de Chikungunya é uma doença causada por um vírus do gênero Alphavirus transmitida por mosquitos do gênero Aedes.
Quadro clínico: A doença pode manifestar-se clinicamente de três formas: aguda, subaguda e crônica. Na fase aguda os sintomas aparecem de forma brusca e compreendem febre alta (acima de 38ºC), artralgia intensa (predominantemente nas extremidades e nas grandes articulações), cefaleia e mialgia. Também é frequente a ocorrência de exantema maculopapular, em geral de 2 a 5 dias após o início da febre em aproximadamente 50% dos doentes. 
FEBRE DO ZIKA VÍRUS 
Etiologia: A febre do zika vírus é uma doença causada pelo vírus do gênero Flavivirus, transmitida por mosquitos do gênero Aedes.
Quadro clínico: Pode manifestar-se clinicamente como uma doença febril aguda, com duração de 3-7 dias, caracterizada pelo surgimento do exantema maculopapular pruriginoso (surge no 10 dia e está presente em 90% dos pacientes), febre (sem febre, subfebril ou inferior a 38ºC), hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia, edema periarticular e cefaleia. 
REAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
Etiologia e forma de transmissão: Hipersensibilidade do tipo I que ocorre após exposição à diversas drogas como: quinino, atropina, antipirina, hidantoínas, alopurinol, salvarsan, sulfonamidas penicilinas. Ainda, ocorre por intoxicação por mercúrio, ouro ou arsênico. Após uso de imunobiológicos pode ocorrer adoença do soro. 
Quadro Clínico: Não há pródromos, pode ocorre febre, mialgia e prurido. O exantema pode ser macular, máculo-papular, urticariforme ou eritrodérmico. Reações mais severas podem ser facilmente confundidas com exantema do sarampo ou escarlatina. Adenopatia, hepatoesplenomegalia e toxicidade intensa podem ocorrer.
VARICELA 
Etiologia: doença viral aguda, altamente contagiosa, causada pelo vírus Varicela-Zoster (VVZ). 
Quadro clínico: após um período de incubação em média de 2 semanas, inicia-se quadro de febre, cefaleia, astenia, irritabilidade e rash crânio caudal, pruriginoso, com manchas avermelhadas, que evoluem para vesículas, pústulas e crostas, sendo típico a presença de lesões em seus diversos estágios de evolução concomitantemente. Pode acometer mucosas, levar ao aumento de gânglios. O Herpes Zoster costuma ocorrer anos após a exposição ao VVZ, com vesículas agrupadas sobre base eritematosa, associada à sensação de dor, queimação e aumento da sensibilidade local, ocupando um ou mais dermátomos.
DOENÇA MÃOS-PÉS-BOCA
 	Etiologia: O principal agente etiológico é o vírus Coxsackie A16 (vírus de RNA pertencente à família Picornaviridae). 
Quadro clínico: Pode existir pródromo de febre, rinorreia, dor abdominal e diarreia com um a dois de duração. Tipicamente, a doença apresenta-se com exantema e enantema (isolados ou associados). O exantema pode ser macular, maculopapular ou vesicular (vesiculas circundadas por um halo eritematoso) e podendo ocorrer simultaneamente. Envolve as mãos (dorso dos dedos, área interdigital, palmas), pés (dorso dos dedos, bordo lateral dos pés, plantas e tornozelos), nádegas, coxas e braços. O enantema apresenta erosões aftosas dolorosas (sobretudo na língua e mucosa bucal) que podem estar associados a recusa alimentar. O quadro desaparece em cinco a dez dias.
URTICÁRIA
Etiologia: pode ser por diversos fatores, sendo classificados como: urticária induzida - fatores físicos (frio, pressão, solar, exercício); alergia medicamentosa ou alimentar; e para pessoas em idade pediátrica, as causas mais frequentes são agentes infecciosos (vírus e bactérias). E na urticária espontânea não tem causa identificada, ou seja, idiopática.
Quadro Clínico: é uma irritação cutânea caracterizada por lesões eritematosas e levemente inchadas, que aparecem na pele com intenso prurido, mas podem dar, também, sensação de ardor ou queimação. Podem ocorrer em qualquer área corporal em minutos, aumentarem o tamanho, fundirem-se e desaparecerem depois de algumas horas espontaneamente ou após tratamento sem deixar marcas no corpo. De acordo com o tempo de duração da urticária, pode classificá-la em: aguda - sinais e sintomas desaparecem em menos de 6 semanas; ou crônica - sinais e sintomas duram 6 semanas ou mais, é mais comum em pessoas entre 20 e 40 anos, apesar de poder ocorrer em qualquer idade. Ao longo da vida, uma em cada cinco pessoas terá pelo menos um episódio de urticária.  Os sinais e os sintomas da urticária podem reaparecer a qualquer momento, durante horas, dias ou meses. Pode ocorrer inchaço rápido, intenso e localizado, chamado de angioedema, que atinge normalmente pálpebras, lábios, língua e garganta, e dificulta a respiração. As lesões de angioedema podem durar mais de 24 horas. Também existe uma complicação chamada anafilaxia, na qual a reação envolve todo o corpo, causando náuseas, vômitos, queda da pressão arterial e edema de glote com dificuldade para respirar. Esses casos são graves e precisam de atendimento de emergência. 
E. Entender o mecanismo imune pelo qual as vacinas estabelecem proteção contra doenças infecciosas:
Vacinas de microrganismos vivos: São frequentemente constituídas pelo patógeno atenuado (tornado menos patogênico) pela passagem em animal, culturas repetidas em laboratório ou por mutação térmica, de modo que ele pode reverter à sua forma patogênicas e causar doença. Como o estímulo é muito semelhante ao natural, é possível que a resposta imunológica (humoral e celular) inclua manifestações clínicas semelhantes à da própria doença, tendo a vantagem de obter uma resposta imunológica similar à da infecção natural. Este tipo de vacina é o que confere melhor e mais prolongada resposta imunológica devido a sua similaridade à infecção natural.
Entretanto, elas têm um sério risco de causar doenças verdadeiras em indivíduos imunocomprometidos, pois os mesmos não são capazes de realizar controle da atividade de replicação do microrganismo vacinal. Além disso, em virtude da replicação do microrganismo e viremia potencial, deve-se evitar o uso desse tipo de vacina em gestantes, principalmente no primeiro trimestre, quando é maior o risco de malformações congênitas.
São exemplos de vacinas com microrganismos virais vivos sarampo, caxumba, rubéola, varicela, hepatite A e febre amarela, e o único exemplo de vacina bacteriana viva é a da tuberculose.
• Vacinas de microrganismos mortos: Nelas os microrganismos são mortos por agentes químicos ou físicos, sua grande é a total ausência de poder infeccioso do agente e mesmo assim induzir proteção pela produção de anticorpos. Mesmo emindivíduos com imunodeficiências não tem capacidade de causar infecção pelo microrganismo vacinal.
Além disso, a resposta imunológica obtida com vacinas inativadas é basicamente do tipo humoral, não havendo o desenvolvimento de quase nenhuma imunidade celular, o que resulta na necessidade de múltiplas doses para obtenção de imunidade e, por vezes, de doses suplementares para mantê-la.
Alguns exemplos das inativadas são as vacinas da poliomielite (injetável), hepatite A, hepatite B, influenza, HPV e a DTP (contra difteria, tétano e coqueluche).
Dentre essa categorização, as inativadas são subdividas de acordo com sua constituição, tais como as produzidas por microrganismos inativos (coqueluche), por toxinas inativadas (difteria), vacinas de subunidades (influenza), por componentes purificados (coqueluche acelular), obtidas por engenharia genética (hepatite B) ou constituídas por polissacarídeos capsulares (pneumocócica/meningocócica).
• Vacina combinada: Em uma única dose protegem a criança de várias doenças, como por exemplo, a vacina hexa, que é a combinação de difteria, tétano, coqueluche, pólio inativada, HIB e hepatite B.
F. Discutir a finalidade da dosagem laboratorial das imunoglobulinas e sua relação com a imunidade:
Os exames de anticorpos envolvem a análise de uma amostra (geralmente sangue) para mostrar a presença de um anticorpo (exame qualitativo) ou para medir a quantidade de um anticorpo (exame quantitativo).
Anticorpos são produzidos pelo sistema imunológico. São proteínas (imunoglobulinas) que protegem as pessoas contra invasores microscópicos como vírus, bactérias, substâncias químicas e toxinas. Cada anticorpo produzido reconhece uma estrutura específica de uma célula ou partícula invasiva. A estrutura específica reconhecida é chamada antígeno. Anticorpos se ligam aos antígenos, criando complexos antígeno-anticorpo (complexos imunes), que servem de sinal para a destruição do antígeno pelo sistema imunológico.
Existem cinco classes diferentes de imunoglobulinas (IgM, IgG, IgE, IgA e IgD). As três imunoglobulinas investigadas com maior frequência em exames são IgM, IgG e IgE. Os anticorpos IgM e IgG têm ação conjunta na proteção imediata e a longo prazo contra infecções.
Na primeira vez que alguém é exposto a um agente infeccioso, como um vírus ou uma bactéria, o sistema imunológico demora algum tempo para reconhecer os antígenos envolvidos e produzir anticorpos específicos em quantidade suficiente para combater a infecção. A resposta inicial é formada por anticorpos IgM. Algum tempo depois, inicia-se a produção de anticorpos IgG. O corpo se “lembra” e mantém um pequeno estoque de anticorpos (uma mistura de IgM e IgG). Na próxima vez que for exposto ao mesmo micro-organismo, responde com mais intensidade e rapidez, fornecendo proteção principalmente por meio de anticorpos IgG.
A presença dessas imunoglobulinas no sangue marca que a pessoa já teve contato com o patógeno causar da doença em algum momento da vida (contraindo a doença ou por meio de vacinação). Depois desse contato o sistema imunológico cria uma memória que fica presente para o resto da vida.
Os valores de IgG e IgM nos exames são utilizados para diagnosticar o estágio de diversas doenças infecciosas, como toxoplasmose, rubéola e citomegalovirose, principalmente em mulheres grávidas. Nos exames sorológicos, os valores de IgG e IgM são analisados da seguinte forma:
· IgM negativo e IgG positivo: Indica imunidade à doença (por infecção antiga, de meses ou anos, ou vacinação);
· IgM positivo e IgG negativo: Indica uma infecção aguda, de dias ou semanas;
· IgM negativo e IgG negativo: Significa que a pessoa nunca entrou em contato com o agente infeccioso;
· IgM positivo e IgG positivo: Indica uma infecção recente, de semanas ou meses.
IgM e IgG são anticorpos produzidos pelo organismo em resposta a um micro-organismo invasor. O primeiro anticorpo a ser produzido é o IgM, sendo, então, seguido pela produção de IgG.
Assim, a presença de anticorpos IgM num exame indica uma infecção aguda ou recente, enquanto que a presença apenas de IgG, significa uma infecção passada.
A descoberta da imunoglobulina IgE foi um dos grandes avanços no campo da Alergia e Imunologia, ajudando na compreensão dos mecanismos relacionados às reações alérgicas e a entender o papel da IgE nestes distúrbios. Além das doenças alérgicas, a imunoglobulina E está relacionada à patogênese de outras doenças que ainda não estão totalmente identificadas.
A imunoglobulina E é de resposta imune secundária, estando normalmente relacionada à defesa contra verminoses e protozooses, além de também estar relacionada a reações alérgicas e anafiláticas. Esta resposta alérgica acontece através da sua ligação com as superfícies de mastócitos e basófilos. sendo bastante diferente das outras classes de anticorpos.
O papel fisiológico desta imunoglobulina não está bem caracterizado, mas pesquisadores acreditam que esta esteja envolvida na defesa contra parasitas, mais especificamente os helmintos.
A imunoglobulina IgE possui uma vida média sérica de apenas dois a três dias e quando ocorre um quadro de imunoglobulina alta ou imunoglobulina baixa, podem existir indícios de algum problema no organismo. Os valores normais de referência deste anticorpo irão variar com alguns fatores como a idade, o sexo, a etnia, fatores genéticos, assim como também devido à exposição ambiental a alérgenos ou parasitas.
Muitas pessoas sofrem com doenças alérgicas e problemas associados a fungos, ácaros, alimentos, medicamentos e até mesmo insetos. Estas alergias podem causar uma alteração nos níveis dos anticorpos, gerando um quadro de imunoglobulina alta e que pode ser verificado através de exame de sangue no paciente. Concentrações elevadas de IgE circulante normalmente estão associadas a doenças alérgicas.
No entanto, um quadro de imunoglobulina alta pode também estar associado a outras doenças, indicando algum problema relacionado às mucosas, imunodeficiências primárias, câncer, doenças inflamatórias do intestino, infecções crônicas, cirrose hepática, entre outras. As medidas de imunoglobina E total devem ser avaliadas em conjunto com outros exames para que seja realmente identificada a causa do problema, realizando-se um adequado diagnóstico.
Quando há um quadro de imunoglobulina baixa, isto pode indicar algum tipo de defeito nos glóbulos brancos, que pode acontecer em pessoas com deficiência no sistema imunológico ou com a presença de doenças como a leucemia, o mieloma de IgG, entre outras. Estes níveis mais baixos também podem indicar casos de doença celíaca, diarreia crônica ou pode também ser causado pelo uso de alguns medicamentos como pílulas anticoncepcionais, anticonvulsivantes e estrogênios.
A Imunoglobulina A (IgA) é um anticorpo que participa da imunidade das mucosas que recobrem órgãos como intestino, estômago e boca. Sua função é proteger a superfície das mucosas contra vírus, bactérias e outros micro-organismos invasores, impedindo a fixação e proliferação dos mesmos.
A IgA está presente no sangue e líquidos orgânicos como saliva, leite materno, colostro, lágrima e liquor (líquido que protege o cérebro e a medula espinhal), bem como em secreções respiratórias, intestinais, genitais e urinárias.
A taxa de Imunoglobulina A pode estar alta em doenças que afetam as mucosas, como câncer, doenças inflamatórias do intestino, alcoolismo, entre outras.
Se a IgA estiver baixa pode ser um sinal de que o organismo não está conseguindo produzir esse anticorpo em doses suficientes, como nos casos de imunodeficiência congênita (ao nascimento) ou adquirida (p. ex. AIDS).
A deficiência de IgA é a imunodeficiência congênita mais comum, com uma ocorrência média de 1 caso para cada 700 bebês que nascem vivos.
O nível de IgA também pode estar baixo em casos de doença celíaca e diarreia crônica ou devido ao uso de determinados medicamentos, como anticoncepcionais orais, hormônios (estrogênio) e anticonvulsivantes.
A IgD é co-expressa com a IgM na superfície dos linfócitos B maduros. A presençadesta imunoglobulina na membrana dos linfócitos B sinaliza que estes migraram da medula óssea para os tecidos linfóides periféricos e estão ativos. Em pesquisas recentes, as IgD’s foram encontradas ligadas a basófilos e mastócitos, induzindo-os a produzir fatores antimicrobianos para a defesa do trato respiratório.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se, portanto, que o desenvolvimento do sistema imunológico da criança é imprescindível. Alguns fatores influenciam na qualidade desse desenvolvimento, como por exemplo, o fluxo sanguíneo placentário, infecções maternas durante a gestação, infecções durante a infância, uso de soros e vacinas. 
Ademais, foram vistas as formas de imunização vacinais de acordo com o tipo de imunógeno, bem como suas vantagens e desvantagens. Por fim, foi discutida a organização das câmaras frias do sistema imunológico nas 3 esferas de governo. 
Ressalta-se ainda, que o estudo desses tópicos, proporciona embasamento teórico e contribui para o raciocínio clínico dos acadêmicos, visando à promoção da saúde adequada do recém-nascido, oferecendo condições onde evita-se e/ou minimiza-se possíveis danos ao paciente, desde a vida intrauterina, e entende-se sobre meios de prevenção de doenças (como por exemplo, a vacinação, recomendada no Calendário Nacional de Imunização Infantil). 
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