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Seminário de Teologia - Candomblé

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Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Engenharia
Engenharia Civil
seminário de teologia - candomblé
Ana Carla Aguiar De Souza 
Marcus Túlio Masson Nunes
Johnathan Atayde Valério 
Vitoria Vilela Costa
Goiânia, maio de 2019
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Engenharia
Engenharia Civil
seminário de teologia - candomblé
Ana Carla Aguiar De Souza 
Marcus Túlio Masson Nunes
Johnathan Atayde Valério 
Vitoria Vilela Costa
 
 
Trabalho escrito do Seminário de Teologia sendo como tema o Candomblé, como parte dos requisitos para avaliação na disciplina FIT1620, orientado pela professora Sandra Chaves.
Goiânia, maio de 2019
SUMÁRIO
RESUMO	5
1	INTRODUÇÃO	6
1.1	Objetivos	6
1.2	Justificativa	6
2	REVISÃO BIBLIOGRÁFICA	7
2.1	Citações	7
2.2	Figuras	8
2.3	Tabelas e Quadros	9
2.4	Citação de equações	10
3	METODOLOGIA	10
3.1	Levantamento bibliográfico	11
3.2	Questionário	11
3.3	Entrevista	11
3.4	Análise de registros e documentos	12
3.5	Programa experimental	12
3.6	Simulação computacional	12
3.7	Observação	13
3.8	Tratamento de dados	13
3.9	Análise de dados	13
4	cronograma	13
5	recursos	14
6	referências bibliográficas	14
7	Anexos	15
8	APÊNDICES	15
INTRODUÇÃO
O termo candomblé tem origem banta, tendo como raiz o quimbundo kiamdomb ou quicongo ndombe, ambos significando “negro”, tornaram-se sinônimo e referência genérica de diferentes expressões de religiosidade de matriz africana, exceção feita à Umbanda cuja origem intensamente sincrética a situa em outra categoria de estudo e observação.
Datar a origem do Candomblé é algo complexo por ser uma religião baseada na tradição oral e não sistêmica, assim, não existem registros de quando se originou a religião. Porém, estudos de historiadores acreditam que o Candomblé é uma evolução de mitologias dos povos Iorubá, assim que os negros chegaram ao Brasil, no início do século XVI.
Iorubá é o nome de uma das maiores etnias do continente africano em termos populacionais. Na verdade, o termo é aplicado a uma coleção de diversas populações ligadas entre si por uma língua comum de mesmo nome, além de uma mesma história e cultura. 
A mitologia ou religião Iorubá também não possui registros sobre a origem e local onde começaram os cultos aos orixás, mas sabe-se que seu epicentro foi o território de Iorubalândia, em uma cidade chamada de Ifé. Já sobre a cidade, existem estudos arqueológicos que concluíram que a cidade foi erguida por volta de 500 A. C.
desenvolvimento
Candomblé no Brasil e Seguidores
Segundo o Censo de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística cerca de 0,3% da população brasileira segue o Candomblé como religião principal no Brasil.
Crenças do Candomblé
Antes de qualquer abordagem é necessário lembrar que antigamente por conta de repressão, os praticantes de religiões africanas para manter suas práticas se utilizava esconder seus orixás atrás de santos de igrejas católicas. Tal prática pode explicar o constante julgamento errôneo de ligações dos orixás das matrizes afrodescendentes até com santos de outra religião como, por exemplo, a católica.
Para as sociedades africanas de culto aos orixás existe apenas um ser supremo, criador de tudo que existe. É como uma mãe sem limites em sua bondade. Para essas sociedades existem apenas o céu e a terra, e todas as pessoas quando morrem vão para o céu. Na visão africana, não existe, como na europeia, o inferno ou outro lugar. Desta maneira para os africanos que cultuam os orixás todos os seres estão salvos, em função da grande bondade da criação. Neste olhar, também não é aceita a presença de outros seres que competiriam com a força criadora, por isto não existe a figura do diabo ou satanás.
O candomblé é uma religião totalmente criada no Brasil, que teve como base os costumes trazidos da Nigéria pelos escravos nos séculos XVI até XIX. Por isso é denominada uma religião afro-brasileira na qual são feitas homenagens aos antepassados com festas, comidas e os objetos que os representam. Essa religião não é uma religião que foi moldada no Brasil a partir de costumes de outras religiões, ela foi criada com novas liturgias e costumes. Essa migração de alguns costumes tidos como base se chama diásporas, termo utilizado para definir culturas entre outras coisas que pedem exílio por seus costumes. Sua liturgia durante as festas foi montada no Brasil, apresentando uma similaridade com as da África.
Existem alguns tipos de nações do cancomblé, como a nação Kentu que se utiliza da lingua de Yorubá, a nação Angola, que se utiliza da lingua kimbundo, e a nação Jeje da língua ewe-fon.
A religião do Candomblé trabalha os problemas da vida na terra, da felicidade dos seres e da preservação das forças da natureza neste mundo. Neste sentido são religiões terrenas preocupadas com a conexão entre o passado, presente e futuro dos seres da natureza na terra.
As divindades homenageadas nos rituais dos terreiros são antepassados queridos que foram importantes para a existência dos adeptos do candomblé no presente. Nesta religião acredita-se nas energias e durantes as homenagens são feitos pedidos de revitalização das energias destes antepassados nos praticantes do candomblé. Assim acontece o transe da incorporação da energia das divindades celebradas nas pessoas que são iniciadas e fazem parte de famílias do terreiro.
Figura 1 – Sistemas de classificação do Eurocode 3 (ECS, 2003).
	
 Fonte: Reprodução
Os Orixás
Simbolicamente a representação da energia em movimento é feita pelas danças circulares. Para tudo se dança nas culturas de base africana, tanto na alegria, como na tristeza, uma vez que a dança tem o feitio de teatro que pode contar histórias e narrar mitos. Por isso, as divindades ancestrais homenageadas são representadas com seus trajes e símbolos da sua época. No candomblé não existe incorporação de espíritos, já que os orixás incorporados são divindades da natureza. São mais de 200 orixás na África ocidental, porém cerca e 16 no Brasil são cultuados. Os principais orixás cultuados são:
Ewá (protetora dos menos favorecidos).
Exú - Possui dois lados, a brincalhona e o mal que é perigoso qualquer ligação feita entre o mundo e mundo astral é feita através deles, o dia da semana é a segunda feira, as cores são preto e vermelho, símbolo ago.
Yansã - Deusa dos ventos e das tempestades, de espirito aventureiro, alegre, guerreiro, dominador, apaixonado, corajoso, e de liberdade, dia de quarta-feira, Marron avermelhado, símbolo chifre de búfalo, adaga, alimento principal é o acarajé.
Yemanjá - grande rainha do mar, protetora da maternidade, sensual, sensível, mãe da maioria dos orixás, dia da semana sábado, cor azul claro, espelho e comida manjar.
Ogum - guerreiro, poder de conquista, orixá do ferro e da guerra, protetor dos militares e combatentes em geral, dia da semana terça feira, cores azul escuro e vermelho, símbolo de espada, comida: feijão preto e inhame.
Xangô, orixá do fogo, forte, inteligente, criativo, poderoso, autoritário, dominador, sensual teve três esposas Obá, Yansã e oxum, senso de justiça representado pelo raio e o trovão, quarta-feira, cores vermelho e branco símbolo machado de duas lâminas.
O idioma Yorubá – Nação Kétu
Todas as canções e rezas realizadas no Candomblé Ketu são feitas na língua Yorubá, um idioma que pertence às famílias do Sudão que foi escrito no século 19. Chegou até as comunidades negras no período da escravatura se tornando a língua geral das comunidades negras.  O seu conhecimento deveria estar no mesmo nível de interesse do conhecimento de atos religiosos, o que não vem ocorrendo. Por esse motivo é utilizado mais pelo hábito de ouvir e repetir palavras, sem o conhecimento necessário de sua articulação e aprendizado de suas regras básicas de conservação.
Como os demais idiomas, é um instrumento para a comunicação entre as pessoas numa sociedade em que, tudo o quese faz têm o apoio de rezas, cânticos, e declamações neste idioma. Dependendo do grau de instrução que se tenha ou do cuidado com que se fale, pode-se usar a língua correta ou incorretamente. Quando usado corretamente, consagram as normas do culto. Mas se usada incorretamente, dá origem aos “vícios de linguagem” que, em longo prazo, desfiguram o idioma e, sem que se deem conta, acabam contribuindo para difundir os erros e até mesmo incorporá-los ao idioma. Para confirmar, basta verificar como é diferente a forma de expressar as palavras de muitos cânticos, rezas e conversações simples, de terreiro para terreiro. Esta é uma das razões da dificuldade encontrada na tradução para se souber o que se canta e o que se reza.
As Principais Festas do Calendário do Candomblé
Abril: Feijoada de Ogum e festa de Oxóssi (associado a São Sebastião), em qualquer dia.
Junho: Fogueiras de Xangô (associados a São João e São Pedro), dias 25 e 29.
Agosto: Festa para Obaluaiê (associado a São Lázaro e São Roque) e festa de Oxumaré (associado a São Bartolomeu), em qualquer dia.
Setembro: Começa um ciclo de festas chamado Águas de Oxalá, que pode seguir até dezembro.
- Festa de Erê, em homenagem aos espíritos infantis (associados a São Cosme e Damião).
- Festa das Iabás (esposas de orixás) e festa de Xangô (associado a São Jerônimo), em qualquer dia.
Dezembro: Festas das Iabás Iansã (Santa Bárbara), dia 4, Oxum e Iemanjá (associadas a Nossa Senhora da Conceição), dia 8. Iemanjá também é homenageada na passagem de ano.
Janeiro: Festa de Oxalá (coincide com a festa do Bonfim, em Salvador), no segundo domingo depois do dia de Reis, 6 de janeiro.
Quaresma: O encerramento do ano litúrgico acontece durante os quarenta dias que antecedem a Páscoa, com o Lorogun, em homenagem a Oxalá.
Locais de realização dos Cultos e Responsáveis pela Casa (Babalorixá ou Yalorixá)
Os locais de realização das reuniões normalmente são chamados de casa, roças e ou barracões. Existe um cuidado com as plantas e vegetações ao redor das casas.
Os responsáveis por tomar conta de cada reunião realizada no barracão, por conduzir a liturgia e por passar os ensinamentos, são os pais e as mães de santo também conhecidos como Babalorixá e Yalorixá. Também são responsáveis pelo despacho de Oxum.
Os pais e as mães de santo são escolhidos por sucessão, sendo assim quando um responsável falece é consultado os búzios para saber qual será o sucessor daquela posição. Entretanto algumas escolhas dos búzios não são aceitas, então o filho do santo que não aceita a escolha dos búzios normalmente se ausenta daquela comunidade do terreiro e funda sua própria casa.
Figura 2 - Terreiro de Candomblé
 Fonte: Terreiro mokambo
As casas apresentam separação das mulheres e dos homens em todas as suas reuniões por alas, visando sempre separar os interesses materiais e terrenos do espiritual para que não haja nenhuma distração.
Feitura de Cabeça
A feitura de cabeça é realizada por aquelas pessoas que desejam se tornarem filhos de santo. A feitura pode ser realizada a partir dos 3 meses e 8 dias em crianças cujo os pais participam do candomblé. A feitura de cabeça tem a duração de 14 a 21 dias totalmente reclusa em um quarto denominado Roncó que é composto por local de dormir e por banheiro. Essa é o marco da iniciação da pessoa na religião, e só pode ser realizado em pessoas adultas se houver indicação de um orixá. Porém nem todos são destinados a receber o santo. Cada um é destinado a um local, sendo uma para cuidar dos que recebem o Santo, outro destinado para cuidar da comida e até tocar a atabaque. A entrada para essa hierarquia é a indicação do orixá. É o que se chama “bolar no santo”. A partir daí, o abiã (noviço) tem de se submeter aos rituais de iniciação.
Para os 14 dias de reclusão são confeccionados roupas e colares de contas específicas para aquela época pelo pai de santo, além de animais para o sacrifício, comida para os 14 dias, e ao terminar a reclusão roupas de luxo para que a pessoa nova seja apresentada a comunidade como iniciado. Nessa fase, a pessoa não deve comer com talheres, somente com as mãos, deve tomar banho somente gelado, abster de relação sexual, de divertimento e comida é apenas do orixá que a escolheu. Esse tempo é denominado tempo de quelê, onde o iniciante usa um colar de contas juntas ao seu pescoço. Além de ter sua cabeça raspada. a alimentação durante esse período é preparada somente pela mãe de santo ou quem já tenha sido iniciado na religião e somente dessas pessoas que podem visitar e entrar em contato com o iniciante.
Ao entrar para a feitura da cabeça nada que te conecta com o mundo exterior como celular, relógio, agendas. O objetivo dessa fase, é marcar o seu renascimento para o orixá que você será filho e depois desse período mostra para o mundo exterior que você nasceu para o orixá.
Vestimentas
Homens
Em rituais ou nas dependências do barracão usam: calça amarrada com cordão e camisa de mangas de tecido morim. São proibidos de usar: Bermudas ou short especialmente se transitam no ambiente sagrado.
Os filhos-de-santo podem usar roupas coloridas, dependendo da ocasião e da correspondência com o Orixá.
Mulheres
Para as Abyans devem utilizar saias de poucas anáguas e com panos leves de algodãozinho ou morim e andar com a cabeça baixa que designa a condição de inciante.
A utilização do Ojá deve ser amarrada de maneira uniforme.
Figura 3- Roupas do Candomblé
 Fonte: Reprodução
A presença de algumas jóias depende de qual orixá é de cada mulher. As mulheres de são de As Ayabas (mulheres não iniciantes) podem usar brincos, argolas, como símbolo de feminilidade. Isto não é permitido às demais, exceto às filhas de Oxalá, Xangô, Logunedé e Oxumarê. 
Os brincos desta podem conter búzios. No entanto, os brincos devem ser discretos, em harmonia com a ocasião e os trajes rituais. A preferência é por modelo de argola, tradicional ao longo de muitas gerações, chamado de “argolas de saia”.
As Ayabas filhas de Oxalá e Logunedé usam pulseiras e anéis. As de Oxumaré usam braceletes de búzios. Por exemplo, em uma festa de Yabás, a filha de Oxum, no geral, é vestida, paramentada com trajes amarelos e dourados, usa pulseiras douradas e leva um espelho em uma das mãos. As cores das roupas, as pulseiras e o espelho são os símbolos deste orixá que representam a beleza, prosperidade e a vaidade que geralmente, fazem parte da mitologia sobre Oxum. Assim, esta tradição se reproduz e ganha força na religião do candomblé.
Figura 4 – Ilustração que representa os Orixás
 
Fonte: Ilé Odé
De acordo com o mito, a montagem, a lavagem e a entrega dos fios-de-contas constituem momentos fundamentais no ritual de iniciação dos filhos-de-santo, os quais, daí em diante, além de unidos, estão protegidos pelos orixás.
Feitos com contas de diferentes materiais e cores, esses fios apresentam uma grande diversidade e podem ser agrupados por tipologias de acordo com os usos e significados que têm no culto. Assim, acompanham e marcam a vida espiritual do fiel, desde os primeiros instantes da sua iniciação até às suas cerimónias fúnebres.
Como nos momentos da montagem e do recebimento, também o instante da ruptura é significativo; entretanto, o rompimento do fio-de-contas, mais do que indicar um mau presságio, que assusta e preocupa o indivíduo e a comunidade, pode ser o início de um novo ciclo, um recomeço, um momento de viragem que pede um novo fio. Dos primeiros fios – simples, ascéticos e rigorosos – às contas mais livres, exuberantes, complexas e personalizadas que a pessoa vai produzindo ou ganhando ao longo do tempo, delineia-se o caminho de cada um na sua vinculação aos orixás e à comunidade do terreiro.
Existem tipos de fios de contas, dentre elas:
Yian/Inhãs: Fios de uma só “perna”, isto é, o colar simples de uma só fiada de missangas cuja medida deve ir até a altura do umbigo.
Delogum: Colares feitos de 16 fiadasde missangas com um único fecho cuja medida, como os Inhãs, vai até à altura do umbigo. Cada Iaô deve possuir, normalmente, um Delogum do seu orixá principal e outro do orixá que o acompanha em segundo plano.
Brajá: longos fios montados de dois em dois, em pares opostos. Podem ser usados a tiracolo e cruzando o peito e as costas. É a simbologia da inter-relação do direito com esquerdo, masculino e feminino, passado e presente. Quem usa esse tipo de colar é um descendente dessa “união”.
Humgebê/Rungeve: Feito de missangas marrons, corais e seguis (um tipo de conta).
Lagdibá/Dilogum: Feito de fios múltiplos, em conjuntos de 7, 14 ou 21. São unidos por uma firma (conta cilíndrica).
Turbante (Gelé)
Os turbantes são utilizados somentes por mulheres, visto que para os homens simboliza a prática da escravidão. Porém para os homens só poderão ser usados se estiverem realizando obirgações internas como por exemplo recebendo axé. O modo de utilizar depende depende o orixá que estão relacionados a filha de santo, como por exemplo o número de abas.
A altura do Gelé deve ser menor a Yalorixá e deve ser bem colocado a fim de parecer harmonioso.
Figura 5- Turbante
 Fonte: Afreaka
Cozinha no Candomblé
São três os cargos da cozinha: iabassê, a mãe da cozinha e senhora de toda a cozinha; a Iyasinje é a cozinheira; e a Iyajemin é quem armazena e distribui a comida.
As oferendas no candomblé podem parecer comidas típicas de uma herança cultural ou mesmo folclórica, mas, no cotidiano sacerdotal, nota-se uma diferença considerável no seu tempero, cozimento e modo de falar os nomes. Não se pode inovar usando determinados temperos e condimentos modernos como caldos prontos, conservas e corantes. O ideal é que a comida sagrada seja preparada com panela de barro no fogão a lenha, carvão, ou trempe. Isso determina o sabor e o aroma que agradará aos deuses, o ato de comer é sagrado e insubstituível, para o culto ao orixá é a mais fina expressão da palavra fundamento, pois é no ato de comer que se compartilha o axé dividido pelo orixá, é quando se faz possível sentir toda a energia do alimento.
Iabassê é a detentora de um dos cargos de maior relevância dentro do culto. O ideal é que a detentora deste cargo numa comunidade de terreiro seja uma senhora acima de 60 anos (livre do período menstrual). Ela irá gerenciar e executar todas as atividades relacionadas à alimentação na comunidade.
Comida é sagrada, então as oferendas sempre são preparadas em silencio, sem entra e sai da cozinha, pratos preparados por cozinheiras limpas, com roupas limpas, em saúde plena, livre de vícios, sempre com uma vela branca e um copo d’agua na cozinha para tirar qualquer energia negativa do ambiente. Alguns pratos típicos são:
Acarajé - Comida principal do ritual do orixá Iansã. bolinho feito de massa de feijão-fradinho, cebola e sal, e frito em azeite de dendê. Os primeiros 7 acarajés são oferecidos imediatamente a Exú na rua no portão de Casa.
Figura 6- Imagem de Acarajé
 Fonte: Representação
Omolocum – comida ritual da Orixá Oxum, é feito com feijão fradinho cozido, refogado com cebola ralada, camarão seco, sal, azeite de dendê ou azeite doce.Enfeitado com camarões inteiros e 5 ovos cozidos inteiros sem casca.
Figura 7- Imagem de Omolocum
Fonte: Representação
Ebô - palavra oriunda do iorubá, consiste num alimento religioso e votivo para os orixás funfun (branco) Oxalá, dentro das religiões afro-brasileiras. É o milho branco bem lavado, cozido sem tempero e sem sal.
Figura 8- Imagem de Ebô
 				 Fonte: Representação
Farofa - Farofa-de-dendê, farofa amarela, farofa vermelha, farofa de azeite ou farofa, farofa de cachaça, de água, farofa de ocvos, etc, vários orixás apreciam a farofa, menos Oxalá.
Figura 9- Imagem de Farofa
 				 Fonte: Representação
 
Diferenças da Umbanda e Candomblé
	
	Umbanda
	Candomblé
	origem
	a Umbanda é uma religião genuinamente brasileira. nasceu em 1908 através do Médium Zélio Fernandino de Moraes e de seu guia, o Caboclo das 7 encruzilhadas.
	Africana – desde tempos remotos no continente, veio para o Brasil através da chegada escravos. Por ter vindo de diferentes regiões da África, possuíam diferentes formas de cultuar suas divindades. 
	ORIXAS
	Umbanda realiza cultos para orixás e falanges (entidades)
	Candomblé resume-se aos cultos para orixás 
	Incorporações ou mediunidade 
	Existe a figura de um de médium – Os trabalhos são feitos pelo espírito que incorpora o médium.
	não existem incorporações de espíritos ou orixás. As leituras das mensagens trazidas por eles são feitas através dos búzios
	Culto a EXU
	A Umbanda não cultua Exu e não realiza sacrifícios e oferendas.
	Existe o culto a Exu, uma entidade ambivalente- bem e mal – negativo -Positivo. Para ele, são feitas oferendas – e em alguns terreiros, sacrifícios e usos de sangue animal.
	Bebida e fumo
	quando o Orixá incorpora, alguns médiuns fazem uso do tabaco e da bebida, como vícios das próprias entidades. Não são todas as linhas da Umbanda que fazem uso. A Umbanda Branca não faz.
	o uso de álcool e tabaco não é comum.
	terreiro
	Utilizam o terreiro na realização de seus rituais  religiosos.
	Utilizam o terreiro na realização de seus rituais  religiosos.
	Transmissão da Tradição 
	É transmitida essencialmente pela oralidade
	É transmitida por meio da prática cotidiana da religião no terreiro.
	Oferendas
	
	São oferecidas comidas, geralmente comidas típicas, acompanhadas de batuques e danças. 
	Deus
	Olorum - deus soberano -. Acredita na imortalidade da alma, na reencarnação e no carma, além de cultuar entidades, que seriam espíritos mais experientes que guiam as pessoas.
	Além dos orixás, a existência de um deus soberano, chamado de Olódùmarè. Quanto aos orixás cultuados, a quantidade varia de acordo com o tipo de candomblé. Em geral, há em torno de 16 ou 20 orixás. Acreditam na imortalidade da alma e na reencarnação.
	Batuques e cantos
	tocam batuques e cantam cânticos sagrados em português
	as músicas variam de acordo com a origem da denominação em prática no terreiro. Os ketus, por exemplo, têm cantos entoados em yorubá (língua dos povos daquela etnia), enquanto os bantus (angolanos) entoam cânticos em bantu bacongo.
	Dirigentes da casa 
	Pai de Santo ou Mãe de Santo, Pai de Terreiro ou Mãe de Terreiro, ou apenas Dirigente
	sacerdote de Babalorixá ou Babalaô
A Morte no Candomblé
A morte física é uma mudança de estado, crendo que ainda se vive, só que de uma maneira diferente, enquanto a memória da pessoa que morreu fisicamente estiver sendo reverenciada por seus descendentes, essa pessoa sempre viverá.
O corpo passa pelo axexê: este ritual é especial, particular e complexo, especifico para graduados na religião, junta-se todos seus pertences pessoais utilizados em sacrifícios e obrigações. Nesse período o Terreiro fica fechado conforme orientação nos búzios e o ritual se repete de um, três, seis meses, e um, três, sete anos depois do axexê inicial.
O objetivo do Axexê é afastar a alma do corpo para que possa descansar em paz. O Rito foi criado por Oyá-Iansã quando Oxóssi morreu, ela fez esse ritual durante sete dias, dançando e celebrando os bem feitos de Oxóssi em volta do corpo dele.
Oyá é responsável por levar os espíritos de Aiye (Terra) para Orum (Céu), na cultura do candomblé não existe lugar de tormento (inferno).
Alguns espíritos ganham permissão para voltar a Terra (Aiye) “reencarnar”, sempre dentro de sua linhagem familiar, ou ficam em Orum quando tem sua missão cumprida, se pessoa morre jovem ele volta pra terminar seu ciclo ou missão.
No candomblé a cor do luto é branca, porque o corpo morre, mas o espirito renasceu em outro lugar.
Búzios
O Búzio é uma concha marinha de duas faces: dianteira e traseira, o jogo de Buzios é um oráculo no candomblé, canal para comunicaçãocom os orixás e ancestrais, consiste no arremesso de um conjunto de 16 búzios, a quantidade de búzios é equivalente ao numero de orixás, cada combinação das conchas representa um orixá especifico que irá dar as orientações.
O babal orixá, antes reza e saúda todos os Orixás e durante os arremessos, conversa com as divindades e faz-lhes perguntas, perguntas sobre amor, trabalho, negócios, saúde e etc.
Se a resposta for negativa, ele pergunta o porque, se é feitiço, cobrança espiritual, inveja ou se faz parte da trajetória de vida mesmo, e responde também se pode ser mudado e como mudar esse caminho negativo.
conclusão
A relação com valores humanos, ética e espiritualidade no Candomblé
A visão de mundo dos iorubanos: o sistema Orum-Aiyê e Olorum O sistema religioso do Candomblé que se formou no Brasil é uma herança da escravidão. A visão de mundo deste grupo foi formar a base da religião do Candomblé que aqui no Brasil se organiza institucionalmente a partir do início do século XIX. Um elemento básico do cosmo visão iorubano é a ideia dos dois níveis da existência. Um deles é denominado Orum e o outro Aiyê. 
A ética no Candomblé é uma ética relacional e não uma ética de valores (ou virtudes) gerais válidos para o todo. Prandi, em sua obra “Os Candomblés de São Paulo” (1991) irá afirmar justamente que não há nesta religião “a ideia de que um comportamento pode ou deve ser regido por normas gerais partilhadas que orientam a ação na vida cotidiana” (p. 152). E continua: “A ideia de ‘obrigação’ não está relacionada assim, nem à ideia de regras morais para reger a vida e nem a comportamentos generalizados” (p. 154). A constatação da inexistência de uma norma geral de comportamentos fará com que o este autor qualifique o Candomblé como uma religião a-ética (PRANDI, 1991, p. 152-154). 
Assim, concordamos aqui com Prandi na afirmação de que na religião do Candomblé não há normas gerais de conduta para o todo. A isto se está chamando aqui de ética de princípios (ou de valores universais ou de virtudes). A falta de princípios gerais validos para o todo no Candomblé não implica, entretanto afirmar que não haja para os adeptos desta religião elementos que possam servir de referências para se distinguir o que é certo e o que é errado, o que deve ser feito e o que deve ser evitado.
As noções de certo e errado, as pautas de direitos e deveres, as interdições, assim como as regras de lealdade e reciprocidade, são moldadas na relação entre o seguidor e seu orixá, entre o filho humano e o pai divino. Esta relação está acima de qualquer outra coisa, e acredita-se que a personalidade do filho reflete a personalidade do orixá que é seu pai ou mãe no plano mítico, o que lhe atribui por herança uma gama de comportamentos e atitudes aceitos e justificados pelos mitos dos orixás e que podem contrastar muito com os modelos de conduta cristãos. Mais uma vez, não há um modelo geral válido para todos, pois tudo depende da origem mítica de cada um; são múltiplas as origens possíveis; são muitos os orixás dos quais os homens e mulheres descendem.
A ética do Candomblé é, pois uma ética orixalógica, seguindo sempre a lógica da relação do adepto com o seu Orixá (ou os seus Orixás, na ideia de poder cada indivíduo ter a influência de mais de um Orixá) e o seu respectivo Odu. Mas mesmo sendo esta ética orixalógica de princípio relacional, portanto sem um padrão geral unificado de comportamento, como pode o adepto ter elementos para distinguir em cada caso concreto, o que seria certo do que seria errado, o que seria desejável do que se deveria evitar?
Atualidades, curiosidades e polêmicas no Candomblé
Serão apresentadas algumas atualidades, curiosidades e polêmicas do Candomblé 
Candomblé da África x Brasil
O candomblé começa a surgir no Brasil entre os séculos 16 e 19, com a chegada de escravos da África ocidental. Apesar de a descoberta do país ter sido pelos portugueses, e por terem implementado a religião cristã, os escravos conseguiram de alguma forma também manter a sua prática, mas com nem metade dos orixás que são venerados na África. Enquanto em terras brasileiras são cultuados de 15 a 20, existem mais de 200 conhecidos pela África.
O poder maior no Candomblé
Enquanto em outras religiões preservam-se os santos e os deuses, no candomblé não existe essa nomenclatura para a quem são dedicadas as rezas e oferendas. Os orixás não são considerados deuses, mas sim algo associado com as forças da natureza. Porém, há um orixá que se destaca como o primordial, podendo também ser considerado um deus, por estar acima de todos os outros. Pode se chamar Olodumaré, Olorum ou Zambi.
A presença de santos Católicos 
Se você participar de algum ritual de Candomblé alguma vez, pode ser que veja algumas estátuas de alguns santos católicos. Não há qualquer ligação as religiões. Isso acontece porque na época da escravidão os escravos tinham que disfarçar as estátuas dos orixás para que os portugueses não desconfiassem.
Candomblé x Umbanda
O candomblé tem a sua origem em África, e a umbanda já é de origem brasileira. Podem ter algumas semelhanças, porque mistura alguns conceitos a partir do candomblé, mas são práticas diferentes, especialmente pela relação da umbanda com o espiritismo e outras influências de um país latino americano.
A celebração do Candomblé
O candomblé é celebrado no mesmo dia em que se comemoram também as tradições das raízes africanas. Esse dia é 30 de Setembro, também conhecido pelo dia de celebração da umbanda.
Questões e pontos de discussão
Serão apresentados alguns pontos e questões que podem gerar alguma dúvida extra no fim do trabalho.
Quais os lugares escolhidos para os rituais?
Os adeptos do Candomblé fazem os seus rituais em templos chamados roças, casas ou terreiros(lugares onde só as mulheres podem assumir a liderança), patriarcal(o mesmo para os homens) ou a mista, que é quando ambos os sexos podem assumir a liderança do terreiro.
Como os rituais acontecem?
Quem faz a celebração do ritual ou é a mãe de santo ou fica a cargo do pai de santo. Um deles inicia o despacho do Exu(em ritmo de dança), quando um tambor começa a ser tocado e os filhos de santo começam a invocar seus orixás para que sejam incorporados. O mínimo de tempo de duração de um ritual é de duas horas.
É bem diferente da Umbanda?
O candomblé é bem diferente da Umbanda porque os orixás que são incorporados são divindades da natureza. Já na Umbanda, temos a incorporação de espíritos encarnados ou desencarnados em médiuns de incorporação.
Quais as oferendas?
Depois que a mãe de santo ou o pai de santo iniciam o rito, são feitas oferendas e consultas espirituais por meio do jogo de búzios, que são aquelas conchas do mar que são usadas como uma espécie de oráculo para fazer previsões e buscar orientar as pessoas.
Quais os grupos que cultuam o Candomblé?
No Brasil, se destacam dois grupos que cultuam o Candomblé. Um deles é os sudaneses, composto por negros que vinham da Nigéria e do Benin(iorubas, nagôs e os jejes) e os bantos, que são aqueles que vinham de regiões como o Congo, a Angola e Moçambique.
O que é usado em um ritual?
Os rituais de candomblé são conhecidos por serem representações artísticas com rituais muito bonitos. Eles são realizados ao ritmo de atabaques e cantos em idioma ioruba ou nagô. A variação entre eles vai depender do orixá que está sendo cultuado.
Como ingressar no Candomblé?
Para se iniciar no Candomblé, é preciso conhecer os orixás. A pessoa se acomoda em um cômodo que é chamado runcó e passa 21 dias recolhida e toda de branco com contato apenas do zelador da casa. Depois ela passa pelo processo da saída e está apta para frequentar o ritual.
Polêmicas
Reportagem 1
“É tão bonito quando as pessoas respeitam a religião do outro, concordam? E é ainda mais nobre quando as pessoas lembram do mais importante: o amor ao próximo. Em 2014, o segundo andar do barracão de candomblé Cazo Kweceja Gbe, da mãe Conceição d`Lissá, foi incendiado no bairro Jardim Vale do Sol,em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Esse foi o sexto atentado contra a casa e sua dirigente, que também foi vítima de uma tentativa de homicídio. Conceição afirma “ que há cunho religioso, já que sua vida é pautada na questão religiosa”.
Diante de tamanha violência, a então presidente do Conselho de Igrejas Cristãs do Estado do Rio de Janeiro (CONIC-Rio), Pastora Luterana Lusmarina Campos Garcia, teve a ideia de promover a reconstrução do barracão.
A Igreja Evangélica doará R$ 11.000,00 (onze mil reais) para o barracão de candomblé .
A ação partiu da congregação evangélica em conversa com a CCIR – Comissão de Combate à intolerância Religiosa, que tem como interlocutor o Babalawô Ivanir dos Santos, e vem há anos chamando à razão da sociedade para a falta de respeito ao sagrado, principalmente, os sofridos pelas religiões de matrizes africanas.” (Trecho de reportagem redação RPA).
Reportagem 2
referências bibliográficas
http://www.afreaka.com.br/notas/candomble-origem-significado-e-funcionamento/
https://www.astrocentro.com.br/blog/espiritual/origem-do-candomble/
https://www.infoescola.com/sociologia/povo-ioruba/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o_iorub%C3%A1
https://pt.wikipedia.org/wiki/If%C3%A9
http://www.afreaka.com.br/notas/candomble-origem-significado-e-funcionamento/

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