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AGÊNCIAS - REGULADORAS E EXECUTIVAS

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Renata Valera https://renatavalera.wordpress.com 
 
AGÊNCIAS (REGULADORAS E EXECUTIVAS) 
 
 
As agências executivas e reguladoras fazem parte da administração pública 
indireta, são pessoas jurídicas de direito público interno e consideradas como 
autarquias especiais. 
 
Tanto agências executivas quanto reguladoras são qualificações dadas a 
entidades administrativas previstas no Decreto-lei nº 200/67. Portanto, não são 
novas espécies de entidades administrativas. 
 
 
AGÊNCIA REGULADORA 
 
 
É autarquia sob regime especial criada para o desempenho de funções 
normativas ou reguladoras de serviços públicos, dentre outras atividades 
administrativas próprias da pessoa política que a criou (tem a função de regular 
um setor específico de atividade econômica, ou de intervir de forma geral sobre 
relações jurídicas decorrentes destas atividades). 
 
A própria lei criadora caracterizará a autarquia em regime especial como 
agência reguladora, diferenciando-a de uma autarquia em regime comum. 
 
OBS: Toda agência reguladora é uma autarquia em regime especial, mas nem 
toda autarquia em regime especial é uma agência reguladora. Exemplo: 
algumas instituições públicas de ensino superior são autarquias em regime 
especial, mas não são caracterizadas como agências reguladoras. 
 
Inexiste referência a essa figura autárquica na Constituição (a CF somente 
menciona a criação de órgão regulador - arts. 21, XI, e 177, § 2º, III - para os 
serviços de telecomunicações e petróleo, respectivamente). 
 
Sua principal função é regular um setor da economia ou a prestação de um 
serviço público pelo particular. 
 
Exemplos: ANEEL (Lei n. 9.427/96), ANATEL (Lei n. 9.472/97), ANP (Lei n. 
9.478/97), ANVS (Lei n. 9.782/99), ANS (Lei n. 9.961/2000), ANA (Lei n. 
9.984/2000) e ANTT e ANTAQ (Lei n. 10.233/2001), todas integrantes da 
Administração Federal. 
 
CARACTERÍSTICAS: 
 
• Tem personalidade jurídica de direito público 
 
• Executa funções administrativas: 
o de caráter normativo (editando seus regulamentos, instruções) 
o exercendo poder de polícia (com a imposição de limites 
administrativos - previstas em lei -, fiscalização e repressão; ex: 
ANVISA e ANS) 
 Renata Valera https://renatavalera.wordpress.com 
 
o regulando e controlando atividades que constituem objeto de 
concessão, permissão ou autorização de serviço público ou de 
concessão para exploração de bem público 
 
• Todas as pessoas políticas (União, Estados, DF e Municípios) podem 
criar agências reguladoras em suas estruturas administrativas, bastando 
que detenham competência para a regulação do serviço ou da atividade 
pública a ser regulada. Não há lei geral de regulação das agências e 
cada qual é disciplinada por norma própria e editada pela pessoa política 
que a tenha criado. 
 
• Tem maior autonomia administrativa. Contudo, não chega a ser 
independente. Vincula-se sempre à Administração Direta (Ministério, 
Secretária) e se submete à Chefia da Administração (confiada ao Chefe 
do Executivo). Não há relação de subordinação, e sim de vinculação. 
São exemplos da autonomia das agências: 
o Autonomia política: 
� Seus dirigentes possuem estabilidade, desfrutam de 
mandato conferido por lei, e somente podem ser 
desligados ao término do período de investidura, por 
condenação judicial ou após processo administrativo. Os 
dirigentes devem ser técnicos. A nomeação depende, em 
regra, de prévia aprovação pelo P. Legislativo (sabatina e 
aprovação) para posterior escolha e nomeação pelo P. 
Executivo. 
� As decisões definitivas das agências, em regra, não são 
passíveis de apreciação por outros órgãos ou entidades da 
administração pública. 
� As agências reguladoras tem a possibilidade de 
regulamentar, por meio de resoluções, aspectos técnicos 
relacionados à prestação do serviço. OBS: A resolução é 
ato infralegal, que, portanto, não pode contrariar a lei. 
o Autonomia financeira: 
� Decorre do recolhimento de taxas (como as demais 
autarquias) e de outras fontes de recursos. 
� As agências reguladoras, no que se refere à concessão, 
permissão e autorização de serviço público, possuem a 
atribuição de definir o valor da tarifa. 
� Contudo, as agências reguladoras estão sujeitas ao 
controle financeiro, contábil e orçamentário exercido pelo 
Poder Legislativo, com auxílio do Tribunal de Contas da 
União. 
o Autonomia administrativa: 
� Decorre da inexistência de subordinação, vinculação ou 
tutela exercida pela Administração Direta, da auto-
organização (realiza suas contratações, admissões etc.) 
 
PRINCIPAIS FUNÇÕES DAS AGÊNCIAS REGULADORAS: 
 
Em suma, as principais funções das agências reguladoras são as seguintes: 
 Renata Valera https://renatavalera.wordpress.com 
 
 
a) fiscalizar serviços públicos – poder de polícia (ex: ANEEL, ANTT, 
ANAC, ANTAC); 
 
b) fomentar e fiscalizar determinadas atividades privadas (ANCINE); 
 
c) regulamentar (poder normativo), controlar e fiscalizar atividades 
econômicas (ANP); 
 
d) exercer atividades típicas do Estado (ANVS, ANVISA e ANS). 
 
TIPOS DE AGÊNCIAS REGULADORAS (CONFORME DI PIETRO): 
 
Na visão de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, existem dois tipos de agências 
reguladoras no direito brasileiro: 
a) as que exercem o poder de polícia, com a imposição de limitações 
administrativas, fiscalização e repressão, como, por exemplo, a Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Agência Nacional de Saúde 
Pública Suplementar (ANS); 
b) as que regulam e controlam as atividades que constituem objeto de 
concessão, permissão ou autorização de serviços públicos 
(telecomunicações, energia elétrica, transporte público) ou concessão 
para exploração de bem público, como, por exemplo, petróleo, minerais, 
rodovias etc. 
 
ALGUMAS DIFERENÇAS DAS AGÊNCIAS REGULADORAS E DAS DEMAIS 
AUTARQUIAS: 
 
As agências reguladoras distinguem-se das demais autarquias porque 
possuem certas prerrogativas outorgadas por suas leis instituidoras. São 
algumas delas: 
• São dotadas de autonomia financeira, administrativa e poderes 
normativos complementares à legislação própria do setor; 
• Operam como instância administrativa final nos litígios sobre matérias de 
sua competência (portanto, em princípio, não cabe recurso hierárquico 
de suas decisões, exceto quanto ao controle de legalidade); 
• Possuem decisão colegiada, sendo os membros nomeados pelo 
Presidente da República, com aprovação do Senado; 
• Seus dirigentes possuem mandato com prazo de duração determinado; 
• Depois de cumprido o mandato, seus dirigentes ficam impedidos, por um 
prazo certo e determinado (quarentena – 4 meses), de atuar no setor 
atribuído à agência, sob pena de incidirem em crime de advocacia 
administrativa, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, 
administrativas e civis; conforme o art. 8º, § 2º da Lei 9.986/2000, 
“durante o impedimento, o ex-dirigente ficará vinculado à agência, 
fazendo jus a remuneração compensatória equivalente à do cargo de 
direção que exerceu e aos benefícios a ele inerentes”; e 
• Especialização técnica (cada agência tem especialização em relação à 
sua atribuição técnica). 
 
 Renata Valera https://renatavalera.wordpress.com 
 
 
AGÊNCIA EXECUTIVA 
 
 
Prevista no art. 51 da Lei nº 9.649/98. 
 
As agências executivas, diferentemente das agências reguladoras, não têm por 
objetivo a regulação, controle e fiscalização, mas a execução de atividades 
administrativas. 
 
Agência executiva é a qualificação conferida à pessoa jurídica de direito público 
(autarquias ou fundações públicas)1, por Decreto do Chefe do Poder Executivo 
(ato do Presidente da República), com o objetivo de otimizar recursos, 
reduzir custos e aperfeiçoara prestação de serviços públicos, desde que 
atendidos cumulativamente os seguintes requisitos: 
a) Celebração de contrato de gestão pela entidade com o Ministério 
supervisor (nos termos do art. 37, § 8º, da CF); e 
b) A entidade deve ter um plano estratégico de reestruturação e 
desenvolvimento institucional em andamento. 
 
Igualmente, a desqualificação da fundação ou da autarquia como agência 
executiva é realizada mediante Decreto, por iniciativa do Ministério supervisor. 
 
A agência executiva é entidade já existente, mas que é transitoriamente 
(enquanto perdurar o contrato de gestão) qualificada como tal. Em outras 
palavras, agência executiva é um rótulo dado a uma autarquia ou a uma 
fundação pública com o objetivo de ampliar a autonomia dessas entidades para 
que realizem a execução de atividades administrativas específicas. 
 
A designação não altera a natureza da entidade, que continuará sendo pública 
e integrante da Administração Indireta. Desta forma, ela continua recebendo o 
mesmo tratamento jurídico. 
 
É possível ter agências executivas em todas estas esferas: federal, estadual e 
municipal (art. 37, § 8º da CF). 
 
Exemplos: Atualmente, são agências executivas o INMETRO, o CADE, o 
IBAMA e o INPI. 
 
PROCESSO DE QUALIFICAÇÃO (REQUISITOS PARA SE TORNAR 
AGÊNCIA EXECUTIVA): 
 
Para serem agências executivas, as autarquias e fundações já existentes 
passam por um processo de qualificação. 
 
Este processo é dirigido pelo Ministério supervisor ao qual está a entidade 
subordinada. 
 
1 Qualquer entidade administrativa pode celebrar um contrato de gestão. Porém, apenas 
autarquias ou fundações públicas podem ser qualificadas como agências executivas, se forem 
atendidos os requisitos acima referidos (contrato de gestão + plano estratégico). 
 Renata Valera https://renatavalera.wordpress.com 
 
 
O processo de qualificação só ocorre se, com o Ministério supervisor, as 
entidades (autarquia / fundação pública) atenderem 2 requisitos, 
cumulativamente: 
a) tiverem celebrado contrato de gestão;e 
b) possuam plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento 
institucional voltado para a melhoria da qualidade de sua gestão e para 
redução de custos. 
 
Estes requisitos estão dispostos no art. 51 da Lei nº 9.649/98: 
 
Art. 51 - O Poder Executivo poderá qualificar como 
Agência Executiva a autarquia ou fundação que tenha 
cumprido os seguintes requisitos: 
I - ter um plano estratégico de reestruturação e de 
desenvolvimento institucional em andamento; 
II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo 
Ministério supervisor. 
§ 1º A qualificação como Agência Executiva será feita em 
ato do Presidente da República. 
 
O contrato de gestão foi criado como uma das formas de materializar o 
princípio constitucional da eficiência, garantindo a ampliação da autonomia 
gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da Administração 
Direta e Indireta. 
 
BENEFÍCIOS COM O RECEBIMENTO DO TÍTULO DE AGÊNCIA 
EXECUTIVA (RAZÕES PARA A ENTIDADE SER AGÊNCIA EXECUTIVA): 
 
• Os negócios aumentam porque todos vão querer contratar com a melhor 
 
• Benefícios da lei de licitações (Lei n° 8.666/93): 
 
Art. 24. É dispensável a licitação: 
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% 
(dez por cento) do limite de R$ 150.000,00 (cento e 
cinqüenta mil reais); 
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez 
por cento) do limite de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) 
Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II 
do caput deste artigo serão de 20% (vinte por cento) para 
compras, obras e serviços contratados por consórcios 
públicos, sociedade de economia mista, empresa pública 
e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, 
como Agências Executivas. 
 
 
 
 
 
 Renata Valera https://renatavalera.wordpress.com 
 
 
DIFERENÇAS ENTRE AS AGÊNCIAS EXECUTIVAS E 
REGULADORAS 
 
 
AGÊNCIAS REGULADORAS AGÊNCIAS EXECUTIVAS 
Autarquia sob regime especial Autarquias ou Fundações públicas 
Funções normativas ou reguladoras de 
serviços públicos prestados pelos 
particulares ou de setores da economia 
Função de execução de atividades 
administrativas 
Não há disposição na CF/88 Art. 37, § 8º, da CF 
Maior autonomia administrativa 
Autonomia administrativa de acordo com 
as medidas legais e administrativas 
contidas no contrato de gestão 
Agência reguladora nasce agência 
reguladora 
Agência executiva não nasce agência 
executiva, ela se qualifica como tal se 
preencher os requisitos necessários para 
isso

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