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Ciências Contábeis Auditoria Operacional Profa. Alexandra Siebra Profa.Alexandra Siebra alesiebra@hotmail.com PROCEDIMENTOS E TECNICAS DE AUDITORIA Constituem-se em investigações técnicas que, tomadas em conjunto, permitem a formação fundamentada da opinião por parte do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Procedimentos de Auditoria O Procedimento de auditoria é o conjunto de verificações e averiguações previstas num programa de auditoria, que permite obter evidências ou provas suficientes e adequadas para analisar as informações necessárias à formulação e fundamentação da opinião por parte do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Estadual. É um mandamento operacional efetivo, são as ações necessárias para atingir os objetivos nas normas auditoriais. Também chamado de comando, o procedimento representa a essência do ato de auditar, definindo o ponto de controle sobre o qual se deve atuar. Abrange: — testes de observância visam à obtenção de razoável segurança de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela Administração estão em efetivo funcionamento e cumprimento; — testes substantivos: visam à obtenção de evidências quanto à suficiência, exatidão e validação dos dados produzidos pelo sistema contábil e administrativo da entidade, dividindo-se em testes de transações e saldos e procedimentos de revisão analítica. Técnicas de Auditoria Conjunto de processos e ferramentas operacionais de que se serve o controle para a obtenção de evidências, as quais devem ser suficientes, adequadas, relevantes e úteis para conclusão dos trabalhos. É necessário observar a finalidade específica de cada técnica de auditoria, com vistas a evitar a aplicação de técnicas inadequadas, à execução de exames desnecessários e o desperdício de recursos humanos e tempo. Classificações e tipos básicos: a) exame documental – a equipe de auditoria deverá observar se as transações realizadas estão devidamente documentadas, se a documentação que suporta a operação contém indícios de inidoneidade, se a transação e a documentação suporte foram feitas por pessoas responsáveis e se a operação realizada é adequada em função das atividades de órgão/entidade; b) inspeção física – constatação in loco que deverá fornecer à equipe a certeza da existência, ou não, do objeto ou item verificado; c) conferência de cálculos – objetiva a conferência das operações que envolvam cálculos, na aplicação da técnica, a equipe não deve se limitar a conferir os cálculos realizados por terceiros, fazendo-se necessária a efetivação de cálculos próprios, que serão comparados, ao final, com aqueles apresentados pelo auditado; d) observação – consiste em olhar como um determinado processo ou procedimento está sendo executado por outros; Os elementos da observação são: a) a identificação da atividade específica a ser observada; b) observação da sua execução; c) comparação do comportamento observado com os padrões; d) avaliação e conclusão. e) entrevista – Elaboração de perguntas objetivando a obtenção de respostas para quesitos previamente definidos; f) circularização – Confirmação, junto a terceiros, de fatos alegados pela entidade, no planejamento dos trabalhos, quando a equipe deve considerar as partes externas que podem ser circularizadas e os objetivos de auditoria que poderão ser satisfeitos pela circularização; g) conciliações – Verificar a compatibilidade entre o saldo das contas sintéticas com aqueles das contas analíticas, ou ainda o confronto dos registros mantidos pela entidade com elementos recebidos de fontes externas; h) análise de contas contábeis – Examinar transações que geraram lançamentos em determinada conta contábil, essa técnica parte dos lançamentos contábeis para a identificação dos fatos e documentos que o suportam, as contas são selecionadas em função do objetivo geral e da sensibilidade da equipe de auditoria; i) revisão analítica – Verificar o comportamento de valores significativos, mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à identificação de situações ou tendências atípicas. Na aplicação dos procedimentos de revisão analítica, o auditor deve considerar: I I .o objetivo dos procedimentos e o grau de confiabilidade dos resultados alcançáveis; II. a natureza do órgão/entidade e o conhecimento adquirido nas auditorias anteriores; e III. a disponibilidade de informações, sua relevância, confiabilidade e comparabilidade. j) corte das operações ou “Cut-Off” - corte interruptivo das operações ou transações para apurar, de forma seccionada, a dinâmica de um procedimento. Representa a “fotografia” do momento-chave de um processo. k) rastreamento - investigação minuciosa, com exame de documentos, setores, unidades, órgãos e procedimentos interligados, visando dar segurança à opinião do responsável pela execução do trabalho sobre o fato observado. Tipos de Auditoria quanto ao momento em que serão realizadas Auditoria prévia Considera-se auditoria prévia àquela resultante de análise preliminar, diagnósticos organizacionais de números efetuados através das apreciações de cifras e/ou utilização de parâmetros, a fim de medir a eficácia da administração operacional do Órgão/Entidade Pública Estadual. Incluem-se, também, aqueles solicitados por terceiros ou percebidos pelos auditores nos casos de dolo. Auditoria concomitante ou de acompanhamento Considera-se auditoria concomitante aquela efetuada no decurso das operações contábeis, financeiras, organizacionais e de gestão, objetivando medir os aspectos de eficácia, eficiência, efetividade, legitimidade e economicidade, assessorando a Administração Pública Estadual. Auditoria subseqüente Entende-se por auditoria subseqüente aquela decorrente de Processo de Prestação de Contas e Tomada de Contas, a fim de verificar a regularidade da arrecadação e recolhimento da receita, assim como a do empenho, liquidação e pagamento da despesa; verificação da legalidade dos atos da execução orçamentária; e a verificação dos programas de trabalho e de sua execução. Também é considerada por auditoria subsequente a tomada de contas especial, cuja finalidade é a apuração dos fatos em caráter emergencial, com a identificação dos responsáveis e a quantificação pecuniária do dano. PAPÉIS DE TRABALHO Uma das normas de auditoria estabelece que o auditor deve colher elementos comprobatórios suficientes, a fim de apoiar o seu parecer sobre o trabalho realizado. Em vista disso, os auditores elaboram papéis de trabalho, que representam o registro de todas as evidências (por meio da observação, inspeção, indagação, investigação etc.) obtidas ao longo da execução dos trabalhos, observando os aspectos de lógica, objetividade, concisão e limpeza. Objetivo dos Papéis de Trabalho Os principais objetivos dos papéis de trabalho são: — atender às normas de auditoria geralmente aceitas; — acumular as provas necessárias para suportar o parecer do auditor; — auxiliar o auditor durante a execução do seu trabalho; — facilitar a revisão dos trabalhos por parte do supervisor responsável; — servir como base para avaliação dos auditores; — ajudar no trabalho da próxima auditoria. Na Elaboração de Papéis de Trabalho Observar: —somente devem ser elaborados os que têm um fim útil; —escriturados, sempre que possível em meio eletrônico ou, a lápis preto, a fim de facilitar possíveis alterações durante a execução do trabalho; —devem denotar esmero, evitando rabiscos; —as informaçõesdevem limitar-se aos dados necessários; —os comentários devem ser sucintos e com redação clara e compreensível; —a apresentação e o conteúdo devem permitir a compreensão, de imediato, por qualquer auditor que não tenha participado do trabalho; —não deve ser utilizado o verso da folha; —na parte superior devem ser colocados o nome do Órgão/Entidade, do Título (Almoxarifado, Bens Patrimoniais etc.), do Auditor e Supervisor, a data-base do exame e a respectiva referência alfanumérica; —utilizar o sistema de notas para dar explicações necessárias; —devem indicar as conclusões alcançadas; —devem obedecer a uma ordem lógica, ou seja: programa de auditoria, papel básico e, por fim, os papéis detalhados; —fonte de informações transcritas ou obtidas SOLICITAÇÃO DE AUDITORIA Caso a solicitação para realização da auditoria seja formulada de maneira genérica ou muito abrangente, o planejamento deverá definir o escopo da auditoria, etapa fundamental para que se possa ter compreensão clara do que será auditado. A explicitação do não-escopo, ou seja, daquilo que não será tratado pela auditoria, pode ser necessária para estabelecer com precisão os limites do trabalho. Exemplo de formulação de problema de auditoria A partir do ano 2000, os dispêndios governamentais com o benefício de auxílio- doença tiveram aumento expressivo. Por isso, para assegurar a prestação de serviços com qualidade e coibir o desperdício de recursos públicos, é importante investigar a adequação dos mecanismos de controle do INSS para gerenciar a concessão e manutenção desse benefício, bem como avaliar a contribuição dos serviços de reabilitação profissional dos beneficiários, visando redução de custos. Fonte: Adaptado do relatório de auditoria operacional REGISTRO DAS CONSTATAÇÕES CERTIFICADO PARECER DO ORGAO DE CONTROLE INTERNO Matriz de achados As constatações e informações obtidas durante a execução da auditoria, bem como as propostas de conclusões, recomendações e determinações, são registradas na matriz de achados. A matriz de achados é instrumento útil para subsidiar e nortear a elaboração do relatório de auditoria, porque permite reunir, de forma estruturada, os principais elementos que constituirão os capítulos centrais do relatório. A matriz propicia compreensão homogênea dos achados e seus elementos constitutivos pelos integrantes da equipe de auditoria e demais interessados. AMOSTRAGEM MATERIALIDADE RELEVANCIA E CRITICIDADE Quando a pesquisa for baseada em amostragem estatística é possível generalizar as conclusões para toda a população. Para garantir essa generalização, a amostra deve refletir as características da população-alvo. Qualquer deficiência do método amostral utilizado deve ser levada em conta na interpretação dos resultados da pesquisa e ser devidamente relatada. Materialidade O critério de materialidade indica que o processo de seleção deve levar em consideração os valores envolvidos no objeto de auditoria, pois a auditoria deve produzir benefícios significativos. Nem sempre benefícios das auditorias operacionais são financeiros mas o aperfeiçoamento de processos em objetos de auditoria com alta materialidade tem grande possibilidade de gerar economia ou eliminar desperdícios. O volume de recursos disponíveis no orçamento é indicador de materialidade. No entanto, em ambientes orçamentários nos quais existe grande diferença entre o orçado, o contratado e o pago, o exame dos valores envolvidos em cada uma dessas fases da despesa pode ser necessário. Além disso, na fiscalização da área de regulação, a dimensão econômica do setor no qual se insere o objeto de auditoria deve ser levada em consideração. Relevância O critério de relevância indica que as auditorias selecionadas devem procurar responder questões de interesse da sociedade, que estão em debate público e são valorizadas. Os seguintes meios podem ser usados para aferir a relevância do possível objeto de auditoria: a) opinião de parlamentares, de técnicos das casas legislativas ou de institutos de pesquisa, de figuras proeminentes de diversos setores da sociedade; b) declarações de prioridades nos planos e orçamentos públicos como o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, a mensagem do Executivo que encaminha o orçamento ao Legislativo, os planos setoriais, a manifestação pública de priorização pelo governo; c) relatos reiterados de desperdícios, erros, desobediência a procedimentos; d) presença na mídia. CRITICIDADE No contexto do processo de seleção, as vulnerabilidades são situações ou propriedades intrínsecas do objeto de auditoria que podem estar associadas à ocorrência de eventos adversos (ABNT, 2009). Conforme a natureza do objeto de auditoria que esteja sendo selecionado, é necessário investigar áreas específicas referentes à operação de programas de governo, organizações públicas ou mesmo municípios a serem auditados. Nesse último caso, podem ser examinadas características relacionadas ao desenvolvimento institucional local. Exemplos de situações que podem estar associadas à ocorrência de eventos adversos • Estruturas gerenciais complexas que envolvem diferentes organizações governamentais, de uma mesma esfera ou de esferas de governo diferentes, e organizações não-governamentais. • Falta de informações confiáveis ou atualizadas sobre o desempenho do objeto de auditoria, como alcance de metas, custos dos produtos, público atendido. • Problemas de estrutura, de planejamento, de controle. • Falta de clareza sobre objetivos, metas, responsabilidades, processos de tomada de decisão. • Problemas operacionais com sistemas informatizados FONTE : Auditoria – Conceitos, norma, técnicas e procedimentos – Série provas e concursos – 9ª edição Sérgio Jund,Campus Obrigada alesiebra@hotmail.com