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Disciplina: Direito das Coisas Professor: Denis de Souza Luiz Nome Acadêmico: Data: _____/_____/2018 EXERCÍCIOS DE REVISÃO 01 - Sobre a disciplina jurídica dos Direitos de Vizinhança no Código Civil de 2002, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA: a) Nos conflitos de vizinhança, não é possível ao vizinho, além da redução da repercussão nociva, obter indenização; b) A existência de autorização administrativa específica para a instalação de uma danceteria em um bairro residencial inviabiliza por completo a pretensão dos vizinhos de, com base no Código Civil, obter provimento jurisdicional que obrigue à redução da repercussão nociva ou, ao menos, enseje o pagamento de indenização por parte da atividade geradora da repercussão; c) Não é possível, na solução jurisdicional de um conflito de vizinhança, à luz do Código Civil, que o funcionamento de uma atividade industrial ruidosa seja mantido mediante o pagamento de indenização aos vizinhos prejudicados; d) O dono de um prédio que não tiver acesso à via pública pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem. 02 – Responda de forma fundamentada: João Ferraz, residente na Rua Bocaiúva, nº 32, apto 101, centro, Florianópolis/SC, é locatário do imóvel nº 34 da Rua Castro Alves, nº 91, São José/SC, de propriedade de Pedro da Costa, onde possuem um atelier. Ariete Medeiros, locatária do imóvel de nº 93, vizinho do atelier, deu início a montagem de um estacionamento, bem como de um lava-a-jato. No dia 16.03.13 (sábado), João percebeu que a construção do estacionamento, recém iniciada, além de comprometer a estrutura do muro divisório, está invadindo perigosamente o terreno do atelier, em razão da colocação das ferragens para a instalação da placa de publicidade do estabelecimento. Além disso, João verificou que um vazamento, oriundo da mesma construção, danificou parte do estoque de molduras para os quadros que são pintados no atelier, trazendo prejuízos materiais no valor de R$ 4.000,00. João ao procurar a Sra. Arlete, esta se negou a paralisar o andamento da obra, dizendo que não poderia perder tempo com “rabugices” de vizinhos e que já estava tudo acertado com a fiscalização municipal. Sendo assim, João procura você, advogado, querendo saber se há uma medida urgente a ser tomada e com a intenção de ingressar com a demanda que assegure todos os direitos materiais dispostos na legislação pátria. Explique de forma fundamentada em lei, a solução jurídica que você daria ao seu cliente João. Deve-se propor ação com pedido de nunciação de obra nova (Ação ordinária impeditiva à continuidade de obra nova), com base no artigo 1.299 do CC/2002, além de requerer tutela antecipada, para embargar a construção/suspendê-la liminarmente, sem prejuízo das perdas e danos. 03 – Agaíde Curto Circuito da Silva e Joaquim Pereira são proprietários de casas vizinhas há cinco anos e, de comum acordo, haviam regularmente delimitado as suas propriedades pela instalação de uma singela cerca viva. Recentemente, Agaíde adquiriu um cachorro e, por essa razão, o seu vizinho, Joaquim, solicitou-lhe que substituísse a cerca viva por um tapume que impedisse a entrada do cachorro em sua propriedade. Surpreso, Agaíde negou-se a atender ao pedido do vizinho, argumentando que o seu cachorro era adestrado e inofensivo e, por isso, jamais lhe causaria qualquer dano. Com base na situação narrada, responda de forma fundamentada em lei, se Agaíde é ou não obrigado a instalar o tapume e quem deverá arcar com os custos da instalação. A resposta para a questão passa pela análise do art. 1.297, § 3º do Código Civil, cuja redação é a seguinte: “Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas. § 3o A construção de tapumes especiais para impedir a passagem de animais de pequeno porte, ou para outro fim, pode ser exigida de quem provocou a necessidade deles, pelo proprietário, que não está obrigado a concorrer para as despesas”. O caput do dispositivo enuncia a regra geral: as despesas relativas à construção e manutenção das divisas entre dois imóveis devem, de início, ser repartidas entre os confinantes. Ocorre que o § 3º estabelece uma regra específica: se o objetivo é o de impedir a passagem de animais de pequeno porte, como o cão pertencente a Agaíde, cabe ao proprietário que provocou a necessidade de construir o tapume especial a obrigação de arcar sozinho com as correspondentes despesas. Portanto, é correta a letra B: “poderá exigir que Agaíde instale o tapume, a fim de evitar que o cachorro ingresse em sua propriedade, cabendo a Agaíde arcar integralmente com as despesas de instalação”. 04 - Nero, residente na rua do Bispo nº 95, é vizinho de Tício, que reside no nº 105, da mesma rua. Nero constrói uma área de lazer, com churrasqueira e sauna, com chaminé encostada à parede divisória de sua casa com a do seu vizinho Ticio. Após cerca de seis meses de uso intenso, vez que Nero convidava os seus amigos para festividades todos os finais de semana, começaram a surgir infiltrações na parede divisória, com prejuízos para o prédio vizinho, inclusive sob risco de desabamento não iminente, mas provável. Os fatos foram comprovados por engenheiro que visitou o local e forneceu a Tício laudo detalhado sobre o ocorrido. Nero foi comunicado dos fatos e quedou-se inerte na resolução do problema, continuando a realizar seus encontros etílicos, nos finais de semana. Diante do exposto acima e à luz das regras do direito de vizinhança, analise as afirmativas a seguir: I. os atos praticados por Nero estão albergados pelas regras legais, dado o uso regular da sua propriedade. II. segundo as regras civis não é licito encostar à parede divisória chaminé, causando infiltrações, prejudicando o vizinho. III. cabe a demolição da chaminé prejudicial. IV. somente cabe a composição em perdas e danos. V. nenhuma indenização é devida e a chaminé indicada é tida como ordinária, assim não passível de demolição. Assinale: a) se somente as afirmativas III, IV e V forem verdadeiras b) se somente as afirmativas I e IV forem verdadeiras. c) se somente as afirmativas II e III forem verdadeiras. d) se somente as afirmativas I, II e V forem verdadeiras. e) se somente a afirmativa III for verdadeira. 05 - Tarsila adquiriu determinado lote íngreme. a entrada se dá pela parte alta do imóvel, por onde chegam a luz e a água. iniciadas as obras de construção da casa, verifica-se que, para realizar adequadamente o escoamento do esgoto, as tubulações deverão, necessariamente, transpassar subterraneamente o imóvel vizinho limítrofe, de propriedade de Charles. Não há outro caminho a ser utilizado, pois se trata de região rochosa, impedindo construções subterrâneas ou qualquer outra medida que não seja excessivamente onerosa. de posse de parecer técnico, Tarsila procura por Charles a fim de obter autorização para a obra. Sem justo motivo, Charles não consente, mesmo ciente de que tal negativa inviabilizará a construção do sistema de saneamento do imóvel vizinho. Buscando um acordo amigável, Tarsila propõe o pagamento de valor de indenização pela área utilizada, permanecendo a recusa de Charles. Considere que você é o (a) advogado(a) de Tarsila. responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. a) Há alguma medida judicial que possa ser tomadaem vista de obter autorização para construir a passagem de tubulação de esgoto? b) Há artigo de lei que ampare a pretensão de Tarsila? AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE ASTREINTES Consoante artigo 1.286 do CC, o proprietário dever tolerar a passagem através de seu imóvel. Art. 1.286. Mediante recebimento de indenização que atenda, também, à desvalorização da área remanescente, o proprietário é obrigado a tolerar a passagem, através de seu imóvel, de cabos, tubulações e outros condutos subterrâneos de serviços de utilidade pública, em proveito de proprietários vizinhos, quando de outro modo for impossível ou excessivamente onerosa. Parágrafo único. O proprietário prejudicado pode exigir que a instalação seja feita de modo menos gravoso ao prédio onerado, bem como, depois, seja removida, à sua custa, para outro local do imóvel.
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