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Conteúdo de Sala Processo Penal I

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INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL PENAL
Considerações iniciais:
 Para que serve o processo penal?
É um instrumento de proteção do réu contra o direito de punir do Estado.
*O promotor é o fiscal da lei, podendo agir, não apenas no dever de acusar, mas também pode pedir o arquivamento do processo.
O réu é sim a parte hipossuficiente da relação processual, pois o Estado é o titular do direito de punir e deve existir limites a este direito.
CONCEITO CLÁSSICO
Conjunto de princípios e normas que regulam a aplicação jurisdicional do Direito Penal.
CONCEITO CONSTITUCIONAL GARANTISTA
O processo deve ser entendido, não só como aplicação do Direito Penal, mas também como uma forma de proteção dos direitos fundamentais do indivíduo contra o poder de punir do Estado.
FINALIDADE
Imediata ou Direta
É aplicar o Direito Penal e fazer o Direito de punir do Estado.
Mediata ou Indireta
Participação social obtida como a solução do conflito.
CARACTERÍSTICAS
Autonomia
Trata-se de um ramo do Direito Autônomo, com princípios e regras próprias.
Instrumentalidade
Instrumento de aplicação do Direito Penal
SISTEMAS PROCESSUAIS
Sistema Inquisitivo
Inexistência do contraditório e da ampla defesa, e existe a concentração das funções de investigar, acusar, defender e julgar e uma única pessoa.
Sistema Acusatório
Possui como características fundamentais a separação entre as funções de investigar, acusar, defender e julgar, bem como adota os princípios da publicidade, contraditório e ampla defesa.
LEI PROCESSUAL NO TEMPO E NO ESPAÇO
Lei processual no TEMPO
Regra Geral (art. 2º, do CPP): 
Princípio do efeito imediato, ou da aplicação imediata (não se observa se é ou não mais benéfica ao réu).
Exceção (art. 3º, LI CPP): 
Excepcionalmente, se um determinado prazo estiver em andamento, incluindo o prazo recursal, valerá o prazo da lei anterior, isso se o prazo da nova lei foi MENOR.
Normais processuais penais mistas ou híbridas:
Ex: Representação prazo decadencial de 6 meses (matéria de Direito Penal)
 Condição de procedibilidade da Ação Penal (matéria de Direito Processual Penal)
Só retroagirá, caso a matéria de DIREITO PENAL for mais benéfica ao réu, aplicando-se ou não, a lei por completo.
Lei processual no ESPAÇO
Princípio da TERRITORIALIDADE
Regra: Território brasileiro lei processual penal vigente no Brasil.
Exceção: 
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: 
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade;
III - os processos da competência da Justiça Militar;
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E GERAIS INFORMADORES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
Considerações Iniciais
Os princípios são garantias do investigado e do réu no processo penal, que servem para limitar o poder de punir do Estado, evitando, assim, a arbitrariedade.
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS
PREVALÊNCIA DO INTERESSE DO RÉU (in dúbio pro reo):
Preceitua que a dúvida SEMPRE milita em favor do acusado, que é parte hipossuficiente da relação processual.
CONTRADITÓRIO, OU BILATERALIDADE DA AUDIÊNCIA:
Ambas as partes têm o direito de se manifestar sobre qualquer fato alegado, ou prova produzida pela parte contrária.
*Direito de ser intimado e se manifestar sobre fatos e provas;
*Direito de interferir no pronunciamento do juiz.
CLASSIFICAÇÃO:
Contraditório para a prova ou real
A atuação das partes ocorre de forma contemporânea à produção da prova (se manifestar assim que a prova for produzida)
Contraditório sobre a prova, postergado ou diferido
Consiste na ciência das partes posteriormente à produção da prova, ou seja, a parte tem oportunidade de se manifestar, porém em momento posterior.
AMPLA DEFESA
Trata-se de uma garantia destinada ao acusado, que tem o direito a um amplo arsenal de instrumentos de defesa.
Defesa Técnica: É aquela efetuada por profissional habilitado, e no processo penal ela é sempre obrigatória, sendo INDISPENSÁVEL.
OBS: ATENÇÃO para o princípio da PLENITUDE DA DEFESA (relacionado aos crimes dolosos contra a vida) Este princípio autoriza a utilização, não só de argumentos técnicos, mas também de natureza sentimental, social, político-criminal, no intuito de convencer o corpo de jurados. 
Autodefesa: Promovida pessoalmente pelo próprio acusado (normalmente acontece em audiência de instrução e julgamento). É DISPENSÁVEL.
OBS: O silêncio não se estende À qualificação do acusado, mas tão somente aos fatos. Ele tem que responder sobre sua qualificação (nome, estado civil, etc.)
VERDADE REAL
No processo penal, o objetivo a ser atingido é a verdade real dos fatos. Prevalecem direitos indispensáveis, notadamente o direito à liberdade, razão pela qual não há a necessidade de busca da verdade material dos fatos, que seria a verdade do mundo real, do caso concreto. Como decorrência desse principio, não existe a possibilidade de presunção de veracidade dos fatos, não existe o que chamamos de revelia no processo penal.
O réu, em não apresentando a sua defesa, é designado um defensor público sob pena de nulidade do processo. Direitos indisponíveis.
PUBLICIDADE
Os atos processuais, e também o acesso ao processo estão disponíveis a todos. Trata-se de uma forma de controle social dos atos processuais.
Publicidade geral: evitar interesses individuais e arbitrários estatais. Não comporta exceção.
Publicidade específica: possibilita eventuais restrições de acesso aos atos processuais e ao processo.
PERSUASÃO RACIONAL OU LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO
Limites que o magistrado poderá atuar. Estabelece que o juiz forma seu convencimento pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão, exclusivamente dos elementos informativos colhidos na investigação policial, ressalvadas as provas cautelares.
Exceções: Tribunal do Júri é soberano; Determinados fatos exigem determinadas provas; Crimes que deixam vestígios (fazer exame pericial); Prova da morte (certidão de óbito).
NÃO OBRIGATORIEDADE DE PRODUZIR PROVAS CONTRA A SI MESMO
Ninguém pode ser compelido a produzir provas contra a si mesmo e isto decorre do ônus da prova no processo penal, bem como a hipossuficiência do réu na relação processual.
Direitos decorrentes desse princípio:
Silêncio;
Direito a não ser compelido a confessar;
Inexigibilidade de dizer a verdade
Não produzir prova incriminadora invasiva (aqueles que venham a atingir o corpo: DNA, espermograma, perícia grafotécnica).
INADMISSIBILIDADE DAS PROVAS OBTIDAS POR MEIO ILÍCITOS
São aquelas que violam normas constitucionais ou legais, e são inadmissíveis.
PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
Todo acusado é presumidamente inocente até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, ou seja, trata-se de uma regra de tratamento que deve prevalecer, ainda que pendente o julgamento de Recurso Especial ou Recurso Extraordinário.
Excepcionalidade das prisões cautelares: flagrante, preventiva, temporária. Algumas dessas medidas só podem ser tomadas com autorização judicial.
OBS: O entendimento do STF, a partir do HC 126.292 SP, julgado em 27/02/2016, é do cumprimento provisório da pena. Um dos principais argumentos é de que, após julgamento da apelação em 2º grau, fica definitivamente exaurido o exame sobre os fatos e as provas da causa, fixando-se a responsabilidade penal do acusado.
INQUÉRITO POLICIAL
Conceito: 
É um procedimento administrativo inquisitório e preparatório, presidido pela autoridade policial, e consiste em um conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa, objetivando a colheita de elementos de informação quanto à AUTORIA e MATERIALIDADE da infração penal.
OBS: Nesse momento não há sanção, bem como não há exercício da pretensão acusatória. Logo, não se pode falar em “partes”.
Características:
DiscricionariedadeRelaciona-se à liberdade que a autoridade policial detém para determinar o rumo das investigações, atuando nos limites traçados pela lei.
OBS: Cumpre destacar que o rol do art. 6º do CPP de diligências, não é taxativo, o que possibilita que o delgado requeira outras diligências investigatórias.
Escrito
(Art. 9º, CPP)  Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Dispensabilidade
(Art. 39, §5º, CPP) O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.
Sigilo
Existe o sigilo extremo das investigações, que é aquele imposto para evitar divulgação de informações essenciais ao público. Existe também o sigilo interno, que é aquele imposto para restringir acesso aos autos do inquérito na delegacia.
Oficialidade
A presidência de um inquérito policial fica a cargo de um órgão oficial do Estado, que é o delegado de polícia.
OBS: É possível que o promotor de justiça realize diligências investigatórias para complementar a prova produzida no inquérito, porém não é comum que isso ocorra.
Oficiosidade
Ao tomar conhecimento do crime de ação penal pública incondicionada, a autoridade policial é OBRIGADA a agir de ofício, independentemente de provocação.
Indisponibilidade
Uma vez iniciado o inquérito policial, NÃO PODE o delegado dele dispor, razão pela qual não poderá mandar arquivar os autos do inquérito. Nesse sentido, o art. 17 do CPP.
Inquisitivo
Não há no inquérito a oportunidade para o exercício do contraditório e da ampla defesa. Isto ocorre para permitir uma maior agilidade nas investigações, otimizando a atuação da autoridade.
FORMAS DE INSTAURAÇÃO
Crimes de Ação Penal Pública INCONDICIONADA:
De ofício: atividades rotineiras por iniciativa do delegado;
Requisição da autoridade competente: ressalva-se que apenas o MP detém legitimidade para requisitar a instauração de inquérito.
Requerimento do ofendido ou de seu representante legal
Notícia oferecida por qualquer pessoa
Auto de prisão em flagrante: verificar se a prisão é legal ou ilegal (audiência de custódia).
Crimes de Ação Penal Pública CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO e Ação Penal PRIVADA:
É indispensável o requerimento da vítima ou a representação, que se trata de uma CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE DA AÇÃO PENAL (A ação penal pública condicionada somente pode ser exercida pelo Ministério Público quando o ofendido formular representação, ou por requisição do ministro da Justiça).
NOTÍCIA CRIMINIS
O conhecimento que a autoridade policial terá da prática de um crime. Como se dá:
Cognição imediata (espontânea): a notícia do crime se descobre por meio das atividades rotineiras, instauradas de ofício.
Cognição mediata (provocada): por meio de expediente.
Cognição coercitiva: apresentação do acusado, preso em flagrante. Não é mais aceito, pois fere o principio da presunção de inocência.
OBS: NOTICIA CRIMINIS INQUALIFICADA (denúncia anônima) e INSTARUAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL x VEDAÇÃO AO ANONIMATO: A pessoa que vai prestar queixa na delegacia precisa se identificar. (Denúncia anônima, por si só, não instaura inquérito policial). Recebida a denúncia anônima, a polícia irá averiguar as informações e, dependendo, aí iniciarão as atividades rotineiras da polícia, para então iniciar um IP.
RELATÓRIO FINAL E INDICIAMENTO
Relatório final: é o relato de tudo que foi apurado nas investigações, podendo, inclusive, haver a indicação de testemunhas. Por outro lado, o delegado não poderá conferir juízo de valor, porém deverá indicar o tipo penal relacionado à pratica delituosa.
Indiciamento: não implica em nenhuma sanção penal. Causaria, naturalmente, constrangimento. Determinada pessoa passa a ser o principal suspeito. Trata-se de uma comunicação formal do Estado ao investigado de que, a partir daquele momento ele passa a ser o principal suspeito da prática do crime em questão. Por fim, trata de ato privativo da autoridade policial, que irá classificar o crime, indicando o tipo penal, mas que não vincula a atuação do MP, porque o mesmo vai se ater aos fatos, e não à classificações.
PEÇAS INAUGURAIS
Portaria: trata-se de uma peça sucinta indicando, sempre que possível, o nome do suposto autor e da vítima, o dia, local e hora do fato criminoso e a determinação das diligências iniciais.
Requisições, requerimentos e representações: quem faz é o MP as requisições e os requerimentos e representações são a cargo da vítima.
Auto de prisão em flagrante: quem deve ser comunicado imediatamente, em 24 horas: advogado, familiares, juiz e promotor de justiça. O prazo de 24 horas é contado a partir da hora que se formaliza a prisão e também quando se apresenta o preso ao judiciário
PRAZOS PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
Crimes de atribuição da polícia ESTADUAL (caráter residual): a polícia estadual ficará a cargo do que não é atribuição da PF.
Preso: 10 dias | Solto: 30 Dias
Crimes de atribuição da POLÍCIA FEDERAL
Preso: 15 dias (prorrogáveis) | Solto: 30 Dias (prorrogáveis)
OBS: toda prorrogação será mediante autorização judicial.
Crimes contra a Economia popular
Preso: 10 dias | Solto: 10 Dias
Lei de Drogas
Preso: 30 dias (duplicável) | Solto: 90 Dias (duplicável)
Inquéritos Militares:
Preso: 20 dias | Solto: 40 Dias (prorrogáveis por mais 20 dias)
OBS: CONTAGEM DOS PRAZOS NO INQUÉRITO POLICIAL: se o indiciado estiver preso, a contagem incluirá o dia de início e excluirá o dia do vencimento, e não se interrompe e nem se suspende. Se o indiciado estiver solto, a contagem do prazo será processual penal.
ARQUIVAMENTO E DESARQUIVAMENTO
Destinatários dos autos do Inquérito Policial
Conclusão ao Juiz. Nas capitais é comum existirem as Centrais de Inquérito, por meio de portarias há o encaminhamento para o MP, dando mais celeridade.
Quando o MP recebe o inquérito, o que ele pode fazer:
Oferecer denúncia;
Arquivamento do inquérito policial;
Requerimento de novas diligências que sejam imprescindíveis ao oferecimento da denúncia;
Declinar a competência;
Suscitar conflito de competência: puxar para si.
 Natureza jurídica da decisão de arquivamento
Tem-se a decisão de arquivamento quando dois órgãos distintos requerem MP + JUIZ = ARQUIVAMENTO (nenhum dos 2 pode fazer sozinho). O arquivamento do inquérito policial tem natureza jurídica de ATO COMPLEXO, que envolve prévio requerimento formulado pelo MP e posterior decisão da autoridade judiciária competente. Se o MP não fizer o requerimento, o juiz não pode pedir de ofício, e o MP não poderá arquivar sozinho. 
Por outro lado, poderá o juiz discordar do pedido de arquivamento formulado pelo MP, atuando administrativamente como fiscal dos princípios da obrigatoriedade e indisponibilidade da Ação Penal. 
Neste caso, o juiz fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender (art. 28, CPP).
Coisa julgada da decisão de arquivamento
Primeiro fundamento legal para o MP ter pedido o arquivamento: utiliza-se por analogia as hipóteses de rejeição da denúncia ou queixa de absolvição sumária.
O arquivamento não impede a reabertura do inquérito. Se o juiz entender que não é possível a reabertura, “nada feito”. Doutrinariamente, a decisão de arquivamento do inquérito fará coisa julgada formal nas hipóteses de ausência de condição para o exercício da ação penal, ou falta de justa causa, sendo possível haver a reabertura do inquérito, se surgirem novas provas.
Por outro lado, a decisão de arquivamento do inquérito fará coisa julgada formal e material, impedindo sua reabertura, se essa decisão estiver abrangendo as hipóteses do art. 397, CPP (hipóteses de absolvição sumária do acusado), pois, nessecaso, haverá análise de mérito.
AÇÃO PENAL
Teoria geral da Ação Penal
Conceito: é o direito de acusação do Estado, ou do ofendido de ingressar em juízo, solicitando a prestação jurisdicional, com a finalidade de aplicar a norma penal ao caso concreto.
Condições da ação: não há análise de mérito. Se houver ausência de uma das condições da ação, não se analisa o mérito.
Condições genéricas: 
Possibilidade jurídica do pedido: para que exista possibilidade jurídica do pedido, a conduta descrita da denúncia ou queixa, deve ser considerada uma infração penal, ou seja, deve existir tipicidade.
Legitimidade da parte: trata-se da pertinência subjetiva da ação, devendo-se analisar quem pertence ao polo ativo ou passivo da ação penal. Quem tem legitimidade para ser autor e réu. No caso da ação penal, há casos em que somente o MP pode ser o autor.
Interesse de agir: 
Interesse necessidade presumida: presume-se;
Interesse adequação: a solução do litígio penal pressupõe a entrega ao julgador do meio hábil para solucioná-lo. A ação penal é o meio adequado para haver condenação.
Interesse utilidade: impõe-se que a ação penal seja útil para realização da pretensão punitiva. Ex: escusas absolutórias (art. 181, CP).
Justa causa: a justa causa nada mais é do que a necessidade da parte autora lastrear (acrescentar) a inicial com o mínimo probatório, que indique os indícios suficientes de autoria, e a prova de materialidade do delito. 
Condições específicas:
Condição de procedibilidade: trata-se de condições específicas que limitam o exercício do direito de ação, e que, caso estejam ausentes, a ação penal não pode se instaurar validamente. Ex: representação do ofendido; requisição do ministro da justiça; autorização legislativa nos crimes contra a presidência da República.
Classificação a ação penal
Quanto à titularidade: a REGRA é do MP
Ação penal pública incondicionada
Ação penal pública condicionada
Representação da vítima
Requisição do ministro da justiça
Ação penal privada subsidiária da pública
EXCEÇÃO: Ação penal privada (titularidade de VÍTIMA)
Para que o crime seja de ação penal privada, deve haver previsão expressa nesse sentido. Ex: crimes contra a honra.
Casos especiais:
Ação penal popular: é a ação penal que QUALQUER PESSOA pode iniciar. Não precisa ter OAB e nem ser membro do MP. No Brasil, não existe ação penal popular condenatória. Porém, temos ação penal popular (de natureza não condenatória), como o habeas corpus.
Ação penal secundária: ocorre quando a lei, como regra geral, estabelece um titular para o ajuizamento da ação, mas em decorrência do surgimento de circunstâncias emergenciais, prevê SECUNDARIAMENTE uma nova espécie de ação para aquela mesma infração, modificando-se ou condicionando-se a legitimidade para intentá-la.
A legitimidade concorrente ocorre quando a mesma infração penal permite, alternativamente, mais de uma parte legítima para oferecer a ação penal.
Ação penal pública: (MP) quando o crime não mencionar de forma expressa, será pública.
Princípios regentes:
Obrigatoriedade: estando presentes os requisitos legais, o MP estará obrigado a oferecer a denúncia. A lei 9.0900/95 estabeleceu a possibilidade de TRANSAÇÃO PENAL nos crimes de menor potencial ofensivo, que ocorre antes do oferecimento da denúncia, estabelecendo o princípio da OBRIGATORIEDADE MITIGADA ou DISCRICIONARIEDADE REGRADA.
Indisponibilidade: uma vez proposta a ação penal, não pode o MP dela dispor, bem como não pode desistir do recurso que haja interposto. Por outro lado, o MP assume também o papel de fiscal da ei, razão pela qual pode pedir absolvição do acusado.
OBS: A lei 9.0900/95 também trouxe uma mitigação ao princípio da indisponibilidade, autorizando a suspensão condicional do processo, após oferecimento da denúncia (art. 89 Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena)
Oficialidade: órgão oficial
(in)divisibilidade: A e B = o MP seria obrigado a denunciar os dois, por isso a ação penal pública seria indivisível. Não é muito o que acontece na prática. Nos tribunais superiores tem prevalecido o princípio da DIVISIBILIDADE, que estabelece que o MP pode oferecer denúncia contra apenas parte e partícipe, sem prejuízo, sem procedimento de investigação quanto aos demais envolvidos. Posteriormente o MP poderá ADITAR a denúncia, acrescentando mais um acusado.
Intranscendência: assegura que a ação somente seja proposta contra quem tiver atuado, efetivamente, como autor (ou partícipe) do crime. Cuida-se de decorrência e fiel observância do princípio penal de que a punição não ultrapasse a pessoa do delinquente.
Peça acusatória (denúncia): trata-se de ato processual, por meio do qual o MP se dirige ao Estado-Juiz, dando conhecimento da prática de um crime, e manifesta vontade de ser aplicada uma sanção penal.
Requisitos formais: A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas (Art. 41, CPP).
OBS: NÃO É possível oferecer denúncia GENÉRICA sem individualizar a conduta de cada um dos agentes, nem tampouco haver alternatividade no pedido de condenação por um crime ou outro. Porém, a denúncia poderá estar sem a qualificação do acusado, identificando, ao menos, a identidade física desse.
A classificação do crime é provisória; rol de testemunhas é facultativo; pedido de condenação é imprescindível; deve ser indicado o endereçamento ao juiz competente.
Prazo:15 dias (réu solto) | 5 dias (réu preso). O prazo para oferecimento da denúncia começa a contar da entrada dos autos do inquérito na promotoria (protocolo).
OBS: existem outros prazos em legislação especial: 10 dias (crimes eleitorais); 10 dias (tráfico); 48 horas (abuso de autoridade); 2 dias (crimes contra a economia popular).
Rejeição da denúncia ou queixa: o MP oferece a denúncia no Fórum (protocolo).
OBS: a decisão que recebe a denúncia dispensa uma fundamentação exauriente, bastando ser simples e sucinta. Por outro lado, no caso de rejeição da denúncia, deve o juiz indicar especificamente a hipótese dessa rejeição. (Recurso em sentido estrito contra essa decisão de rejeição da denúncia).
Rejeita-se quando: for manifestamente inepta (debilidade, ou ausência de natureza fática); faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação; faltar justa causa.
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA
A representação do ofendido: a ideia é que, para haver indícios de investigação de ação pública condicionada, é que a vítima manifeste interesse nessa denúncia e nas investigações. A representação é uma condição de procedibilidade para que se possa instaurar a percepção penal, e pode ser conceituada como qualquer manifestação inequívoca de vontade feita pela vítima, ou quem tenha qualidade para representá-la, ou sucedê-la. Destaca-se ainda que a representação não possui um rigor formal.
Natureza jurídica (mista):
Condição de procedibilidade (por ter natureza processual penal);
Sujeita-se à decadência (por ter natureza penal).
Destinatários: o mais comum é que a vítima vá procurar a autoridade policial. Deve procurar o membro do MP.
Prazo e sua contagem: 6 meses e de natureza decadencial. Se o prazo é decadencial, não se interrompe e nem suspende. Presume-se que a vítima já tem capacidade para representar. O prazo decadencial só inicia para maiores de 18 anos. A lei estabelece que o início do prazo decadencial para representação ocorre a partir do momento que se sabe a autoria do crime. Na dúvida, a vítima deve representar dentro dos 6 meses, ou contar da data que tomou conhecimentoda autoria do fato delitivo.
OBS: A lei 9.099/95 prevê que a representação será apresentada ORALMENTE na audiência preliminar, uma vez frustrada a composição cível dos danos.
O menor representado: SUM 594 STF – o menor de 18 anos só pode representar por meio de seu representante legal.
Sucessão processual: Art. 31 e 36, CPP estabelecem que o direito de representação passa ao CADI (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão).
Ausência de vinculação do MP: a representação é uma autorização, ou seja, um pedido para que haja o início das investigações, e não vincula o promotor de justiça, pois não é uma ordem.
Retratação: é possível a retratação da representação somente anterior ao oferecimento da denúncia. É possível a retratação da retratação.
OBS: no caso da Lei Maria da Penha, a retratação da representação será feita apenas perante o juiz, em audiência designada para esta finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o MP.
REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA
Trata-se de um ato de conveniência política, a cargo do ministro da justiça.
Cabe esse tipo de requisição nos crimes contra a honra do presidente da República.
Prazo: a qualquer tempo, enquanto não estiver afastada a punibilidade.
Retratação: por ausência de previsão legal e por ser um ato de natureza política, exige-se seriedade e ponderação antes de ser apresentado, razão pela qual NÃO CABE A RETRATAÇÃO.
Vinculação do MP: a requisição do ministro da justiça NÃO VINCULA o MP.
AÇÃO PENAL PRIVADA
Até 2009, o estupro era ação penal privada. De 2009 a 2018 passou a ser pública condicionada À representação da vítima. Em 24/09/2018 passou a ser pública INCONDICIONADA.
Princípios:
Oportunidade ou conveniência: significa a expressão de um exercício facultativo da ação penal pelo seu titular.
Decadência (ocorre na privada e sujeita à representação) diferente de prescrição (ocorre em vários tipos de ação): antes do início da ação penal (6 meses para ambos: prescrição e decadência);
Se é menor de 18 anos, não corre o prazo decadencial;
Renúncia (do direito de queixa): é a prática de qualquer ato incompatível à queixa crime. E pode ser expressa ou tácita. Tendo que ser um ato voluntário, pressupondo que não houve coação; é um ato unilateral, não dependendo da aceitação do querelado (réu), pois ocorre antes do oferecimento da queixa (ato pré-processual); indivisível (ou oferece denúncia contra todos os envolvidos, ou contra nenhum); irretratável (sendo possível somente nas hipóteses das infrações de menor potencial ofensivo, quando houve a composição cível dos danos, levando a renúncia do direito de queixa;
Disponibilidade: uma vez exercida a queixa crime, poderá a vítima desistir desta, seja por meio do PERDÃO DO ACUSADO, ou da PEREMPÇÃO.
Perdão do acusado: é uma espécie de benevolência, podendo ser expresso ou tácito; ato voluntário, sem ser sob pressão, mas, por outro lado, é bilateral, por ser considerado um ato processual, dependendo da aceitação da outra parte; pode acontecer ATÉ O TRÂNSITO EM JULGADO da sentença penal condenatória. Sendo mais de um querelado (réu), e somente um deles aceitar o perdão, o processo seguirá perante os demais que não aceitaram.
Perempção: espécie de sanção processual ocasionada pela inércia da parte em diligenciar no processo. (Art. 60 do CP: Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.)

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