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vedada a reprodução, distribuição ou comercialização de qualquer informação 
ou conteúdo dele obtido, em qualquer hipótese, sem a autorização expressa 
de seus idealizadores. O compartilhamento, a título gratuito ou oneroso, leva 
à responsabilização civil e criminal dos envolvidos. Todos os direitos estão 
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per baseado em linhas de identificação criadas a partir do CPF do usuário, 
gerando um código-fonte que funciona como a identidade digital oculta do 
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contra descriptografia, independentemente da conversão do arquivo de PDF 
para os formatos doc, odt, txt entre outros.
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PARTE 1:
- CONSTITUCIONAL
- ADMINISTRATIVO
- TRIBUTÁRIO
- PENAL
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DIREITO CONSTITUCIONAL1
1. Constitucionalismo. História das Constituições: origens, documentos históricos constitucionais. 
1.1. Constitucionalismo Latino-americano e descolonização. Plurinacionalidade e Pluralismo Jurídico.
Conceito de Constitucionalismo
É uma técnica específica de limitação do poder com fins garantísticos (Canotilho).
3 ideias principais:
Separação de poderes – Garantia de direitos - governo limitado
André Ramos Tavares identifica quatro sentidos para o constitucionalismo:
• Movimento político-social com origens históricas bastante remotas que pretende, em especial, limitar 
o poder arbitrário;
• Imposição de que haja cartas constitucionais escritas;
• Propósitos mais latentes e atuais da função e posição das constituições nas diversas sociedades;
• Evolução histórico-constitucional de um determinado Estado.
Evolução histórica do constitucionalismo
Ensina Alexandre de Moraes: “A origem formal do constitucionalismo está ligada às Constituições 
escritas e rígidas dos Estados Unidos da América, em 1787, após a Independência das 13 Colônias, e da 
França, em 1791, a partir da Revolução Francesa, apresentando dois traços marcantes: organização do 
Estado e limitação do poder estatal, por meio da previsão de direitos e garantias fundamentais”.
MOMENTO HISTÓRICO
ANTIGUIDADE
Karl Loewenstein identificou entre os Hebreus o surgimento do 
constitucionalismo. No Estado Teocrático, a limitação do poder político 
era feita pela fiscalização dos profetas dos atos governamentais que 
extrapolassem os limites bíblicos.
O mesmo autor também aponta as Cidades-Estados gregas como 
exemplo de democracia constitucional, democracia direta, na qual o 
poder político estava distribuído entre todos os cidadãos.
1 Por Emanuella Melo.
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IDADE MÉDIA Magna Carta de 1215: estabeleceu, formalmente, a proteção de direitos individuais.
IDADE MODERNA
Documentos marcantes:
O Petition of Rights, de 1628
O Habeas Corpus Act, de 1679
O Bill of Rights, de 1689
O Act of Settlement, de 1701
Pactos, forais ou cartas de franquia (buscavam resguardar direitos 
individuais).
CONSTITUCIONALISMO 
MODERNO
Predominam as constituições escritas como instrumento para conter 
o arbítrio do poder.
Marcos históricos: Constituição Norte-Americana de 1787 e a 
francesa de 1791.
O povo era o titular legítimo do poder.
CONSTITUCIONALISMO 
CONTEMPORÂNEO
Ideia de “totalitarismo constitucional”; importante conteúdo social 
e normas programáticas (constituição dirigente/compromissória). A 
concepção de dirigismo estatal tende a evoluir para um dirigismo 
comunitário, que busca difundir a perspectiva de proteção aos 
direitos humanos e de programação para todas as nações. Há também 
a preocupação com a proteção aos direitos de fraternidade ou 
solidariedade (3ª dimensão).
Constitucionalismo Contemporâneo ou Neoconstitucionalismo
Se funda no paradigma jurídico do pós-positivismo, em se busca não mais apenas atrelar o 
constitucionalismo à ideia de limitação de poder político, mas, acima de tudo, buscar a eficiência da 
Constituição. Seu modelo normativo é AXIOLÓGICO2, porque enquanto o caráter ideológico do 
constitucionalismo moderno era apenas limitar o poder, o caráter ideológico do neoconstitucionalismo 
é o de concretizar direitos fundamentais.
CONSTITUCIONALISMO MODERNO NEOCONSTITUCIONALISMO
Hierarquia formal entre normas constitucionais e 
infra
Finalidade: Limitação de poder
Hierarquia entre normas baseada em valor 
(axiológica)
Finalidade: Concretização dos direitos 
fundamentais
2 No constitucionalismo moderno a diferença entre normas constitucionais e infraconstitucionais era apenas de grau, no 
neoconstitucionalismo a diferença é também axiológica.
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Marcos Fundamentais para se chegar ao Neoconstitucionalismo
 » Marco Histórico: documentos a partir da Segunda Guerra Mundial, como as Constituições da Itália 
(1947), da Alemanha (1949), de Portugal (1976), da Espanha (1978) e Brasil (1988). Redemocratização
 » Marco Filosófico: pós-positivismo - filosofia que busca ir além da legalidade estrita, mas não 
despreza o direito posto; procura empreender uma leitura moral do Direito, mas sem recorrer a 
categorias metafísicas.
 » Marco Jurídico-Teórico: Força Normativa da Constituição (Konrad Hesse). A Constituição deixou 
de ser vista como mera carta de intenções e passou a ser concebida com norma jurídica dotada de 
imperatividade. Expansão da jurisdição constitucional ( judicialização da política e das relações 
sociais). Nova dogmática da interpretação constitucional.
Características do Neoconstitucionalismo
Positivação e concretização de um catálogo de direitos fundamentais
Onipresença dos princípios e das regras
Inovações hermenêuticas
Densificação da força normativa do Estado
Desenvolvimento da justiça distributiva (eficácia de direitos sociais)
Destacamos a síntese de Daniel Sarmento3:
#SELIGUE “O neoconstitucionalismo está associado a diversos fenômenos reciprocamente 
implicados, seja no campo empírico, seja no plano da dogmática jurídica, que podem ser assim 
sintetizados: a) reconhecimento da força normativa dos princípios jurídicos e valorização da 
sua importância no processo de aplicação do Direito; b) rejeição ao formalismo e recurso mais 
frequente a métodos ou “estilos” mais abertos de raciocínio jurídico: ponderação, tópica, teorias da 
argumentação etc.; c) constitucionalização do Direito, com a irradiação das normas e valores 
constitucionais, sobretudo os relacionados aos direitos fundamentais, para todos os ramos do 
ordenamento; d) reaproximação entre o Direito e a Moral; e) judicialização da política e das 
relações sociais, com um significativo deslocamento de poder da esfera do Legislativo e do 
Executivo para o Poder Judiciário.”
3 SARMENTO, Daniel. Direito Constitucional. Teoria, história e métodos de trabalho. Editora fórum: 2012, pág. 153.
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#OLHAOGANCHO Filtragem constitucional: Determina que todo o ordenamento jurídico deve 
ser lido a partir do filtro axiológico das normas constitucionais, servido como instrumental para a 
orientação e decisão de casos concretos. É a ideia de interpretar as leis conforme à CF.
Breve histórico das Constituições brasileiras
• Constituição de 1824: foi outorgada. Marcada pelo centralismo administrativo e político, tendo em 
vista a figura do Poder Moderador, e também unitarismo e absolutismo. Por influência das Revoluções 
Americana (1776) e Francesa (1789), pautado na ideia de constitucionalismoliberal, a constituição de 
1824continha um importante rol de Direitos civis e políticos.
• Constituição de 1891:foi promulgada, foi a primeira da República e teve por relator Rui Barbosa. Sistema 
presidencialista e a forma federativa de estado. Foi adotada a tripartição do poder, de Montesquieu. 
Pela primeira vez houve a previsão do habeas corpus.
• Constituição de 1934:foi promulgada. Evidenciou os direitos fundamentais de 2ª dimensão e a 
perspectiva de um Estado Social de Direito. Constituição rígida. Previstos pela primeira vez do mandado 
de segurança e a ação popular.
• Constituição de 1937: foi outorgada. Influenciada por ideais autoritários e fascistas, tendo sido instalada 
a ditadura. Foi apelidada de “Carta Polaca”. Houve o enfraquecimento dos direitos fundamentais. 
Buscando atrair o apoio popular, sua política foi intitulada de “populista”, tendo sido elaborada a CLT 
e importantes direitos sociais como o salário mínimo. Não houve previsão do mandado de segurança, 
nem da ação popular. O direito de manifestação do pensamento foi restrito. A greve e o lock-out foram 
proibidos.
• Constituição de 1946: foi promulgada e restabeleceu a democracia. O mandado de segurança e a 
ação popular foram contemplados no texto da constituição. Foi reconhecido o direito de greve.
• Constituição de 1967: foi outorgada, com a concentração do poder no âmbito federal, esvaziando 
os Estados e Municípios.
• Constituição de 1988: foi promulgada. Constituição rígida. Houve a consagração dos direitos 
fundamentais. Os direitos dos trabalhadores foram ampliados. Pela primeira vez se estabeleceu o 
controle de constitucionalidade por omissão (mandado de injunção e ADO). Foi introduzida a ADPF. 
Pela primeira vez foi previsto do mandado de segurança coletivo e o habeas data. Foi previsto de 
forma específica, pela primeira vez, um capítulo sobre o meio ambiente. Importante previsão da 
Defensoria Pública como instituição essencial à função jurisdicional do Estado.
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Constitucionalismo Latino-americano e descolonização. Plurinacionalidade e Pluralismo 
Jurídico.
#APOSTACICLOS #SELIGUE #CONCEITO “O Estado Plurinacional é considerado com um modelo 
de organização política para descolonizar nações e povos indígenas originários, recuperar sua 
autonomia territorial, garantir o exercício pleno de todos os seus direitos como povos e exercer 
suas próprias formas de autogoverno. Um dos elementos fundamentais para a concretização do 
Estado Plurinacional é o direito à terra, ao território e aos recursos naturais. Do mesmo modo, 
para as organizações do Pacto, o Estado Plurinacional implica que os poderes públicos tenham 
representação direta dos povos e nações indígenas, originários e camponeses de acordo 
com suas normas e procedimentos próprios” 4
#APOSTACICLOS #SELIGUE #CONCEITO “Nas últimas décadas ganhou força o protagonismo 
popular nos países latino-americanos por meio do movimento denominado novo constitucionalismo 
latino-americano, o qual desencadeou uma proposta de ruptura social e institucional a partir das 
novas Constituições da Venezuela (1999), do Equador (2008) e da Bolívia (2009). A proposta dessas 
constituições é diametralmente oposta ao Constitucionalismo tradicional, caracterizado pelo 
formalismo de matriz eurocêntrica e excludente. O novo constitucionalismo surge dos movimentos 
e reivindicações sociais, das revoltas e protestos, propondo a inversão do modelo eurocêntrico 
de poder, centrado fortemente nas camadas dominantes.
A mobilização e as diversas manifestações sociais expressam o abandono do Estado em relação 
ao povo latino-americano, contrapondo-se ao sistema político liberal e elitista, que desvia 
a principal função do Estado Social, Plural, Multiétnico e Democrático. O modelo estatal 
contemporâneo, nesse sentido, mostra-se insuficiente e incapaz de suprir as necessidades sociais e 
jurídicas existentes.
O novo constitucionalismo trilha um caminho na tentativa da materialização do pluralismo jurídico 
comunitário-participativo, que visa emancipar os diferentes grupos historicamente marginalizados, 
permitindo identificar as experiências vivenciadas na complexa realidade social latinoamericana. 
Assim, a contribuição de constitucionalistas e juristas críticos nacionais e internacionais propõe 
o avanço da pesquisa científica no âmbito constitucional latino-americano, relacionada com a 
realidade social concreta, transformadora e provocadora de uma refundação do Estado (Estado 
4 Disponivel em: https://constitucionalismodemocratico.direito.ufg.br/up/332/o/novo-constitucionalismo2.pdf Temas atuais 
sobre o constitucionalismo latino-americano. [ebook] / Orgs. Antonio Carlos Wolkmer, Maria Aparecida Lucca Caovilla. São 
Leopoldo: Karywa, 2015
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plurinacional)”.5
#APOSTACICLOS #SELIGUE #CONCEITO “A Constituição Boliviana, promulgada em 2009, cria o 
Estado plurinacional e intercultural e afirma direitos específicos à população de origem indígena e 
campesina, as quais passam a ter um maior domínio sobre uma determinada jurisdição. Foi criada 
uma justiça comunitária, em que autoridades escolhidas pelos próprios movimentos decidem 
de forma definitiva e soberana, sem interferência da jurisdição ordinária, os conflitos oriundos 
das comunidades indígenas, assumindo uma proposta de diversidade cultural e étnica. (...)
A inclusão de ideias como educação para descolonização, Interculturalidade, formas de 
democracia comunitária, autonomias indígenas, pluralismo jurídico, Estado plurinacional, 
a presença dos idiomas indígenas e cosmovisões como suma qamanã (viver bem), teko kavi (vida 
boa), a simplificação linguística das terminologias de origem romana, como exemplo da ação e 
liberdade (ao invés de habeas corpus), são representativas de novas formas de organização 
do Estado com a exigibilidade e prestígio dos valores, costumes e modo de ser autênticos da 
heterogeneidade que conforma o país ” 6
2. Aportes teóricos do Direito Constitucional: conceito, origem, objeto, conteúdo, fontes e 
Constitucionalização do Direito. 2.1. Direito Constitucional Transnacional. Supraconstitucionalidade. 
Constitucionalismo multinível.
4. Constituição: conceito, sentidos sociológico, político e jurídico, concepções, classificação e 
elementos.
Conceitos de Constituição: clássicos e contemporâneos
Conceito sociológico (Ferdinand Lassalle, 1863 – A Essência da Constituição)
• Escrita ou jurídica É a Constituição feita por um Poder Constituinte
• Real ou efetiva  É a soma dos fatores reais de poder que regem uma determinada nação. O 
poder era o que eles determinavam, e não o que estava no texto constitucional (ex: aristocracia, os 
5 Disponivel em: https://constitucionalismodemocratico.direito.ufg.br/up/332/o/novo-constitucionalismo2.pdf Temas atuais 
sobre o constitucionalismo latino-americano. [ebook] / Orgs. Antonio Carlos Wolkmer, Maria Aparecida Lucca Caovilla. São 
Leopoldo: Karywa, 2015
6 Disponivel em: https://constitucionalismodemocratico.direito.ufg.br/up/332/o/novo-constitucionalismo2.pdf Temas atuais 
sobre o constitucionalismo latino-americano. [ebook] / Orgs. Antonio Carlos Wolkmer, Maria Aparecida Lucca Caovilla. São 
Leopoldo: Karywa, 2015
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banqueiros, a burguesia).
A Constituição real andaria ao lado da Constituição jurídica (que todos os Estados possuem), sendo 
que, na concepção de Lassale, havendo um conflito entre a Constituição escrita e a real, a constituição 
escrita sempre irá sucumbir face à realidade7. Prevalece a concepção sociológica, real.
Justamente porque defendia a prevalência da Constituição real sobre a escrita, Lassalle a denominava 
de constituição de “folha de papel”. A Constituição não eravista como um documento jurídico, mas 
como uma tentativa que necessariamente fracassava diante dos fatores reais de poder, por ser incapaz 
de alterar a realidade vigente.
Conceito político (Carl Schmitt, 1928 – Teoria da Constituição)
Distingue Constituição X lei constitucional. A Constituição só se refere à decisão política 
fundamental. Os demais dispositivos seriam meras leis constitucionais. A Constituição é a decisão política 
do titular do poder constituinte.
• SENTIDO MATERIAL: está relacionada ao conteúdo (trata-se do que Schimitt chamou de Constituição). 
Por esse critério é possível encontrarmos normas constitucionais fora do texto constitucional. Exemplo: 
art. 5, § 3º, da CF/88.
• SENTIDO FORMAL: é o que Schimitt chamou de lei constitucional. o que interessa para definir se uma 
norma é constituição é a forma como ela foi introduzida no ordenamento jurídico. É necessário 
um processo legislativo mais dificultoso, diferenciado e mais solene. Assim, qualquer norma 
introduzida por meio de um procedimento mais dificultoso do que o utilizado para a feitura das leis 
infraconstitucionais, terá natureza constitucional, não importando seu conteúdo.
Conceito jurídico (Hans Kelsen, 1934 – Teoria Pura do Direito)
Para essa concepção, o fundamento da Constituição não está na sociologia, na política ou na história, 
mas sim no próprio direito. A Constituição está no mundo do “dever ser ’ É fruto da vontade racional do 
homem, sem qualquer pretensão a fundamentação sociológica, política ou filosófica. O jurista de Viena 
aponta dois planos distintos no direito: a) jurídico-positivo – normas positivadas; b) lógico-jurídico 
– situado no nível do suposto/hipotético. Há no direito um escalonamento normativo, sendo que 
uma norma constitui fundamento de validade de outra, de forma a criar um verdadeiro escalonamento 
normativo. A Constituição, porém, tem fundamento de validade na norma hipotética fundamental, situada 
no plano lógico.
7 “Se constituição escrita não corresponde à realidade, ela não passa de uma folha de papel” (Lassale), pois ela não teria 
capacidade de alterar a realidade.
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Sentido lógico-jurídico Sentido jurídico-positivo
• Norma fundamental hipotética, 
fundamento de validade de todo o sistema;
• Situada no plano do suposto (norma 
hipotética).
• Constituição enquanto 0, positivada suprema;
• Conjunto de normas que regula a criação de 
outras normas (norma positivada)
Conceito Culturalista
Não foi Meireles Teixeira quem criou essa teoria, mas como ele trata dessa concepção em seu 
livro, é mencionado em concursos. José Afonso da Silva também defende essa concepção.
A Constituição é produto de um fato cultural, produzido pela sociedade e nela podendo influir. 
Trata-se de uma formação objetiva da cultura e leva em consideração elementos históricos, sociais e 
racionais (fatores reais), bem como espirituais (sentimentos, ideais morais, religião e valores) e elementos 
voluntarias (vontade humana). Esse conceito conduz à ideia de Constituição total.
Constituição Total
A concepção culturalista afirma que a Constituição tem elementos sociológicos, político/filosóficos, 
jurídicos e econômicos, reunindo todas as concepções anteriores em uma só, ao fundamento de 
que existe uma relação de complementaridade entre elas (não são antagônicas). Assim, a concepção 
culturalista acerca da Constituição é que ela é Total8.
Constituição Simbólica (Marcelo Neves)
Refere-se à discrepância entre a função hipertroficamente simbólica e a insuficiente concretização 
jurídica de diplomas constitucionais.
A Constitucionalização e a legislação simbólica são realidades marcantes nos países periféricos da 
modernidade (em razão da grande desigualdade social e econômica), onde percebe-se o predomínio 
ou hipertrofia da função político-simbólica da atividade legiferante e do Poder Constituinte e de seu 
produto (a Constituição ou lei), sobretudo em detrimento da função jurídico-instrumental.
Há um bloqueio no sistema jurídico, havendo uma falta de concretização normativo-jurídica do 
8 As diversas concepções são, na verdade, diferentes formas de se enxergar a Constituição, que possuiria todas as dimensões, 
já que a formação objetiva de CULTURA encerra fatores reais (natureza humana, necessidades, tradições, economia), 
espirituais (ideais morais, éticos, religiosos e políticos), racionais (técnicas jurídicas, conceitos) e voluntaristas (vontade de 
adesão humana).
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texto constitucional, que é utilizado de acordo com os interesses políticos.
Constituição para Teoria dos Sistemas (Niklas Luhman)
Entre 2 sistemas sociais há um acoplamento estrutural: a constituição é o resultado do acoplamento 
entre direito e política.
Constituição na Teoria Discursiva do Direito (Jürgen Habermans)
Centralidade do Direito, como um pano de fundo para todos os atores sociais, responsável pela 
sensação de segurança e previsibilidade.
A Constituição, como cerne do Direito, é condição recíproca para o exercício da soberania popular e 
dos direitos fundamentais, no momento em que passa a institucionalizar o Sistema de Direitos (conjunto 
de D. Fundamentais que os membros de uma comunidade se atribuem reciprocamente quando decidem 
regulamentar legitimamente sua convivência por meio do Direito Positivo).
Classificações das Constituições
Quanto ao 
conteúdo
MATERIAL: aborda normas fundamentais e estruturais do Estado.
FORMAL: é definida pelo processo de formação e não pelo conteúdo.
Quanto à 
alterabilidade ou 
estabilidade
IMUTÁVEL: não admite reformas
RÍGIDA: para a sua alteração é preciso um processo legislativo mais árduo, 
mais solene e mais dificultoso do que o procedimento de alteração das normas 
infraconstitucionais.
FLEXÍVEL: a alteração da Constituição é feita da mesma forma que uma 
lei não constitucional. Aqui, não existe hierarquia entre Constituição e 
lei infraconstitucional, ou seja, uma lei infraconstitucional pode alterar a 
constituição!
SEMIRRÍGIDAS ou SEMIFLEXÍVEIS: constituições que possuem parte rígida 
e parte flexível. A constituição Imperial de 1824 foi semirrígida!
FIXAS: somente podem ser alteradas por um poder de competência igual 
àquele que as criou, ou seja, pelo poder constituinte originário. São chamadas 
de constituições silenciosas.
SUPER-RÍGIDA: Alexandre de Moraes afirma que, como a Constituição 
brasileira, admite reformas, mas estabelece pontos imutáveis - cláusulas 
pétreas, é SUPER-RÍGIDA.
Quanto à forma
ESCRITA OU INSTRUMENTAL: regras sistematizadas e organizadas em um 
único documento.
COSTUMEIRA OU NÃO ESCRITA: formada por textos esparsos.
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Quanto à origem
OUTORGADAS: confeccionadas sem participação popular, por imposição do 
governante. As Constituições outorgadas são chamadas de “Cartas”. Ex: Brasil 
1824, 1937, 1967.
PROMULGADA (popular ou democrática): originada de órgão constituinte 
composto de representantes do povo e previamente instituído com a finalidade 
de elaborar uma constituição (Assembleia Constituinte). Ex: Brasil 1891, 1934, 
1946, 1988.
CESARISTAS ou PLEBISCITÁRIAS: pode ser um modo de constituição 
outorgada por pessoa interposta. Ocorre quando a Constituição é formada por 
plebiscito popular sobre um projeto elaborado por um Imperador (plebiscito 
napoleônicos) ou um Ditador (plebiscito de Pinochet).
PACTUADAS (convencionada ou dualista): quando o poder constituinte 
se encontra nas mãos de mais de um titular. Pouco comum na modernidade. 
Geralmente ocorre quando determinadas classes (ex: burguesia) disputam ao 
rei certo grau de participação política. Ex: Carta Magna de 1215 .
HETEROCONSTITUIÇÕES: são Constituições elaboradas ou impostaspor 
outros Estados . Ex: Austrália (1901).
ASSITIDA (guiada): decorrente de procedimentos que contam com a 
intervenção ou assistência
Quanto à extensão
SINTÉTICA: enxutas, trazem apenas os princípios fundamentais e estruturais 
do estado.
ANALÍTICAS: traz todos os assuntos que os representantes do povo entender 
constitucionais. Estabelecem regras que poderiam ser tratadas em leis 
infraconstitucionais.
Quanto ao modo 
de elaboração
DOGMÁTICA: elaborada por órgão ou assembleia constituinte por intermédio 
do qual são sistematizados e documentados (escritos) os dogmas e ideias 
fundamentais da política no momento.
HISTÓRICAS: feitas por meio de um lento e contínuo processo de evolução 
das tradições.
Quanto à 
correspondência 
com a realidade 
(Classificação 
ontológica de 
Lowenstein)
NORMATIVA: o processo de poder está disciplinado e as relações políticas e 
os agentes políticos subordinam-se às determinações do conteúdo e controle 
exercido pela Constituição. A constituição é efetivamente aplicada. Segundo 
Uadi Bulos, o Brasil nunca teve uma constituição normativa.
NOMINAL: carente de realidade existencial. Não é aplicada efetivamente.
SEMÂNTICA: em vez de servir de limitação do poder estatal, visa à estabilização 
e à conservação da estrutura de dominação do poder político.
Quanto à 
dogmática
ORTODOXA: uma só ideologia
ECLÉTICA: ideologias conciliatórias
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Constituição 
subconstitucional
Constitucionalização de termos excessivos e o alcançamento de detalhes e 
interesses momentâneos ao patamar constitucional.
Constituição 
plástica
Para Uadi Bulos, é a Constituição que apresenta mobilidade que lhe permite 
projetar sua força normativa nos vários setores da realidade estatal.
Constituição 
dirigente
Define finalidade e programas com o intuito de ordenar as ações futuras da 
política estatal. Ideia defendida por Canotilho, em sua tese de doutoramento, 
mas que depois foi tida como morta pelo autor português.
Constituição aberta
É o produto da interpretação constitucional, feita por todos os grupos sociais 
para os quais a constituição se dirige, dado o alargamento dos verdadeiros 
intérpretes das normas constitucionais (Peter Häberle).
Constituição dúctil
Para Zagrebelsky, as constituições atuais pode ser consideradas tanto 
pluralistas quanto dúcteis. Pluralistas, porque não representam uma única 
ideologia. Dúcteis, porque veiculam conteúdos potencialmente contraditórios 
entre si, mas sem hierarquia rigorosa.
Classificação da CF/88: PROMULGADA, ESCRITA, ANALÍTICA, FORMAL, DOGMÁTICA, RÍGIDA, 
ECLÉTICA, NOMINAL.
Constitucionalização do Direito
#SELIGUE #CONCEITO
Constitucionalismo transnacional é possibilidade de se elaborar uma só constituição para vários 
países.
Já o transconstitucionalismo, explicado por Marcelo Neves, é a relação entre o direito interno 
e o direito internacional, para melhor tutela dos direitos fundamentais.
O transconstitucionalismo também é chamado pela doutrina como constitucionalismo global, 
interconstitucionalidade e constitucionalismo transnacional. Nesse sentido, diferencia o 
constitucionalista Dirley da Cunha Jr:
#SELIGUE #CONCEITO “Os problemas centrais do constitucionalismo moderno sempre foram o 
reconhecimento e a proteção dos direitos humanos, de um lado; e o controle e a limitação do 
poder, de outro.
Sucede, porém, que na contemporaneidade, em razão da maior integração da sociedade mundial, 
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estes problemas deixam de ser tratados apenas no âmbito dos respectivos Estados e passam 
a ser discutidos entre diversas ordens jurídicas, inclusive não estatais, que muitas vezes são 
chamadas a oferecer respostas para a sua solução.
Isso implica, como propõe, com muita propriedade, Marcelo Neves, uma “relação transversal 
permanente” entre as distintas ordens jurídicas em torno de problemas constitucionais comuns.
O Direito Constitucional, portanto, afasta-se de sua base originária, que sempre foi o Estado, para se 
dedicar às questões transconstitucionais, que são aquelas, segundo Neves, que perpassam os 
diversos tipos de ordens jurídicas e que podem envolver tribunais estatais e internacionais 
na busca de sua solução.
Neves explica que o conceito de transconstitucionalismo não tem nada a ver com o conceito de 
constitucionalismo internacional ou transnacional. O conceito está relacionado à existência 
de problemas jurídico-constitucionais que perpassam às distintas ordens jurídicas, sendo 
comuns a todas elas, como, por exemplo, os problemas associados aos direitos humanos.
Neste caso, impõe-se um diálogo entre estas distintas ordens jurídicas a fim de que os problemas 
que lhes são comuns tenham um tratamento harmonioso e reciprocamente adequado. Essa 
interlocução pode ocorrer das mais variadas formas.
É possível que ela decorra da vinculação das ordens jurídicas estatais às decisões das ordens jurídicas 
internacionais, como, por exemplo, a sujeição do Brasil às decisões emanadas da Corte Interamericana 
de Direitos Humanos (CIDH), em razão da adesão do Estado brasileiro às disposições da Convenção 
Americana de Direitos Humanos (CADH); é possível, outrossim, que essa conversação se desenvolva 
a partir do respeito e consideração espontânea e mútua entre as diversas ordens jurídicas (estatais 
e internacionais), como pode se verificar, por exemplo, quando um Tribunal estatal considera, sem 
estar obrigado a tanto, a decisão de outro Tribunal estatal ou internacional, e vice versa.” 9
#APOSTACICLOS #SELIGUE Segundo Bernardo Gonçalves, o julgamento da ADPF n.º 153 pelo 
STF sobre a constitucionalidade da Lei de Anistia, em contraposição à decisão da CIDH no caso 
Gomes Lund, “é um caso de transconstitucionalismo, nos moldes defendidos por Marcelo 
Neves”10. Propõe a solução do conflito por meio de um “diálogo constitucional”, estabelecendo-
se entre as diversas ordens jurídicas a construção de “pontes de transição” e “conversações 
9 Disponível em: https://dirleydacunhajunior.jusbrasil.com.br/artigos/199235257/transconstitucionalismo-e-as-questoes-
constitucionais-transnacionais.
10 Fernandes, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 9. Ed. Salvador: JusPodivm, 2017. p. 97.
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constitucionais”.
#SELIGUE #CONCEITO A ideia de supraconstitucionalidade é trabalhada por Celso de Albuquerque 
Mello. Para esse autor, os tratados e normas internacionais com status supraconstitucionais são 
os que regulam situações ou relações que fogem dos limites da jurisdição doméstica ou regional, 
ou seja, são os que se regem as relações dos Estados com os órgãos da justiça global, como por 
exemplo, o Tribunal Penal Internacional (TPI) e a Corte Internacional de Justiça (CIJ).
#SELIGUE #CONCEITO Por fim, segundo o professor Robério Nunes, o Constitucionalismo 
multinível diz respeito à existência de diversos níveis ou âmbitos de incidência das normas em 
geral (inclusive de proteção aos direitos humanos e fundamentais), especialmente no contexto da 
realidade europeia, na qual temos ao menos dois níveis: 1) Supranacional (formado pelo Direito da 
União Europeia e pelo Direito Internacional); e 2) Nacional (formado pela Constituição e pelas diversas 
leis de cada Estado). Há ainda, espaço para as relações entre as constituições (interconstitucionalidade, 
transconstitucionalismo, relações entre constituição federal e constituições dos Estados-membros) e 
entre as diversas culturas existentes nos Estados e no mundo (interculturalidade).
Interconstitucionalismo /Rede de constituições (Canotilho)
Relação entre diversas constituições em um mesmo espaço político, havendo a concorrência, 
convergência, justaposição e conflitos de váriasconstituições e poderes constituintes. Ex: CF = CE; União 
europeia + constituições nacionais.
3. Formação da Constituição e Poder Constituinte: espécies, atuação, limitações.
7. Modificação formal da Constituição: poder reformador e suas limitações.
8. Modificação informal da Constituição: mutações constitucionais.
PODER 
CONSTITUINTE 
ORIGINÁRIO 
(PCO)
Instaura uma nova ordem constitucional. Cria um Estado novo.
Pode ser subdividido em: histórico ou fundamental (é o primeiro ocorrido na 
história) e revolucionário (todos os posteriores ao histórico).
Características: inicial, autônomo, ilimitado juridicamente (o Brasil adotou a 
corrente positivista – e não a naturalista – o PCO é totalmente ilimitado do 
ponto de vista jurídico), incondicionado e soberano, poder de fato e político, 
natureza pré-jurídica e permanente (não se exaure com a edição da nova 
constituição).
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PCO formal: complexo normativo.
PCO material: é substancial. Será o orientador da atividade do PCO formal. O 
material diz o que é constitucional; o formal materializa.
Formas de expressão: outorga ou Assembleia Nacional Constituinte.
PODER 
CONSTITUINTE 
DERIVADO (PCD)
É criado e instituído pelo originário. Possui natureza jurídica.
Características: condicionado, natureza jurídica. Possuem limitações expressas 
e implícitas (ex: impossibilidade de alteração do titular do PCO – povo), 
derivado e vinculado ao PCO.
PCD RFORMADOR: competência reformadora. Modifica a Constituição. A 
manifestação ocorre por meio das Emendas Constitucionais (art. 60 da CF/88).
PCD DECORRENTE: estrutura e modifica as Constituições Estaduais. Pode ser 
inicial (elaboração das CE) ou de revisão estadual (modificar o texto das CE).
PCD REVISOR: ART. 3º do ADCT. A revisão constitucional deveria ocorrer 
após 5 anos da promulgação, pelo voto da maioria absoluta dos membros do 
Congresso Nacional, em sessão unicameral. O PCD revisor elaborou meras 6 
emendas de revisão, publicadas no DOU em 1994. O art. 3º do ADCT possui 
eficácia exaurida e aplicabilidade esgotada.
PODER 
CONSTITUINTE 
DIFUSO
É um poder de fato e serve de fundamento para as MUTAÇÕES 
CONSTITUCIONAIS (processo informal de mudança do sentido interpretativo 
da Constituição Federal, não há mudança no texto).
PODER 
CONSTITUINTE 
SUPRANACIONAL
Tem o escopo de estabelecer uma constituição supranacional legítima. Decorre 
da tendência de globalização do direito constitucional e busca sua fonte de 
validade na cidadania universal.
• Princípios constitucionais sensíveis: forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
direitos da pessoa humana; autonomia municipal; prestação de contas; aplicação do mínimo exigido 
da receita resultante de impostos estaduais em saúde e educação (Art.34, inciso VII, da CF/88).
• Princípios constitucionais estabelecidos: conjunto de normas que limitam a autonomia estadual, 
tais como, repartição de competências, capacidade tributária, organização dos poderes etc.
• Princípios constitucionais extensíveis: são aqueles que integram a estrutura da federação brasileira. 
Ex.: forma de investidura em cargos eletivos, processo legislativo, preceitos ligados à Administração 
Pública. Destaque para o princípio da simetria11.
Limitações ao poder constituinte derivado reformador
11 Princípio da simetria: impõe que as constituições estaduais observem determinados modelos estabelecidos pela 
Constituição Federal. Essas normas são chamadas de normas de observância obrigatória.
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Limitações Temporais: impedem a alteração da CF num determinado período de tempo. A CF 
atual não tem limitações temporais.
Limitações Circunstanciais: impede a alteração da CF em situações excepcionais, nos quais a livre 
manifestação do poder constituinte esteja ameaçada. Art. 60, §1. Estado de Defesa (art. 137), Estado de 
Sítio (art. 139), Intervenção Federal.
Limitações Formais: impõe a observância de determinadas formalidades durante o processo de 
elaboração das emendas.
 » Formais Subjetivas: iniciativa da PEC (art. 60, I a III).
 » Formais objetivas: processo de discussão e aprovação (quórum de 3/5, dois turnos de votação, não 
existe sanção ou veto do Presidente, promulgação e publicação pelas mesas da CD e do SF). Outra 
limitação formal objetiva diz respeito à promulgação. No caso de emendas, não existe sanção ou 
veto pelo Presidente da República. Também não é ele quem promulga ou manda publicar. Quem 
promulga a EC são as mesas da Câmara dos Deputados E do Senado Federal. Além dessas, há 
outra limitação formal objetiva: a matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por 
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa (#OLHAOGANCHO: 
Sessão legislativa: de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro).
#ATENÇÃO para o estudo das normas constitucionais no tempo: o STF não admite a teoria da 
inconstitucionalidade superveniente. Nesse caso, há recepção ou não recepção. Nesse sentido, há 
recente julgado do STF:
#SELIGUENAJURIS A alteração do parâmetro constitucional, quando o processo ainda está em 
curso, não prejudica o conhecimento da ADI. Isso para evitar situações em que uma lei que nasceu 
claramente inconstitucional volte a produzir, em tese, seus efeitos. STF. Plenário. ADI 145/CE, Rel. 
Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907).
#SELIGUE Como regra, o Brasil adotou a impossibilidade do fenômeno da repristinação, salvo se a 
nova ordem jurídica expressamente se pronunciar, ou seja, não há repristinação automática.
#SELIGUE #CONCEITO DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO: haveria a possibilidade de algumas 
normas constitucionais anteriores compatíveis com a nova Constituição poderiam ser recepcionadas, 
apesar de rebaixadas à categoria de leis infraconstitucionais. Como regra, o Brasil não adotou! Mas, 
cabe salientar que uma nova constituição poderia expressamente estabelecer (o PCO é ilimitado 
juridicamente).
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5. Normas constitucionais: conceito, conteúdo, finalidade, estrutura lógica, interpretação, 
integração, aplicação no tempo e espaço, eficácia e aplicabilidade. 5.1. Interpretação constitucional. 
Métodos, classificações e conceitos aplicados à interpretação. Princípios de interpretação 
constitucional. Ativismo judicial e concretização da constituição.
Princípios da interpretação constitucional
PRINCÍPIOS CARACTERÍSTICAS
UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO
A interpretação deve evitar a contradição entre normas 
constitucionais, que devem ser vistas em sua totalidade e 
não como normas isoladas. Não há hierarquia formal entre 
normas constitucionais, podendo haver hierarquia material 
(ex: direito à vida). Isso explica a impossibilidade de haver 
norma constitucional originária declarada inconstitucional.
MÁXIMA EFETIVIDADE
Deve-se optar pela interpretação que dê maior efetividade 
e concretude à norma, evitando a sua não aplicabilidade. 
Visa, portanto, a maximizar a norma, a fim de extrair dela 
todas as suas potencialidades.
FORÇA NORMATIVA DA 
CONSTITUIÇÃO
A Constituição, assim como as demais normas do 
ordenamento, possui eficácia e aplicabilidade, devendo 
ser interpretada da forma que melhor assegure a sua 
aplicação concreta. É uma autêntica norma jurídica e não 
uma mera proclamação política.
CORREÇÃO FUNCIONAL, JUSTEZA 
OU CONFORMIDADE
É corolário do princípio da separação de poderes. Traduz a 
ideia de que a interpretação das normas constitucionais não 
pode subverter o esquema de organização funcional 
estabelecido na Constituição.
PRINCÍPIO DO EFEITO 
INTEGRADOR
Esse princípio busca que na interpretação da Constituição 
seja dada preferência àsdeterminações que favoreçam 
a integração política e social e o reforço da unidade 
política.
HARMONIZAÇÃO OU 
CONCORDÂNCIA PRÁTICA
Deve-se evitar o sacrifício total de uma das normas 
diante de um conflito, buscando-se a coexistência delas, 
através de uma ponderação de interesses no caso concreto. 
É consequência do princípio da unidade da Constituição.
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INTERPRETAÇÃO CONFORME A 
CONSTITUIÇÃO
Trata-se de técnica interpretativa cujo objetivo é preservar 
a validade das normas, evitando que sejam declaradas 
inconstitucionais. Ao invés de se declarar a norma 
inconstitucional, o Tribunal busca dar-lhe uma interpretação 
que a conduza à constitucionalidade. A interpretação 
conforme pode ser de dois tipos: com ou sem redução do 
texto.
a) Interpretação conforme com redução do texto: Nesse 
caso, a parte viciada é considerada inconstitucional, tendo 
sua eficácia suspensa.
b) Interpretação conforme sem redução do texto:
Nesse caso, exclui-se ou se atribui à norma um sentido, de 
modo a torná-la compatível com a Constituição.
#SELIGUE #CONCEITO Princípios x regras x postulados normativos (Humberto Ávila):
• Princípios: São normas que estabelecem determinados fins a serem buscados (ex. art. 3º da CF).
• Regras: Normas imediatamente descritivas de comportamentos devidos ou atributivas de poder.
• Postulados normativos: São normas de segundo grau (ou metanormas) que impõem um dever 
consistente em estabelecer a estrutura de aplicação e prescrever modos de raciocínio ou argumentação 
em relação a outras normas. Não são aplicadas ao caso concreto.
#SELIGUE #CONCEITO Princípios x regras (Robert Alexy):
• Princípios: são mandamentos de otimização, ou seja, são normas que devem ser cumpridas na maior 
medida possível de acordo com as possibilidades fáticas (circunstâncias do caso concreto) e jurídicas 
existentes (deve levar em consideração as normas que atuam em sentido contrário). De acordo com 
esse conceito os princípios não são aplicados de maneira exata, mas sim pela lógica do “mais ou 
menos”. Os princípios impõem deveres prima facie, ou seja, provisório, o que significa dizer que você 
não sabe com antecedência se o dever irá prevalecer no caso concreto, quando comparado com os 
demais princípios. Essa teoria diz que os princípios são aplicados através da ponderação.
• Regras: são mandamentos definitivos, ou seja, normas que devem ser cumpridas na exata medida de 
suas prescrições. As regras seguem o sistema do “tudo ou nada” ou da subsunção.
#OLHAOGANCHO Ronald Dworkin: A distinção é de natureza lógico-argumentativa, pois somente 
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pode ser percebida por meio dos usos dos argumentos e razões no âmbito de cada caso concreto. 
a) Regras: Lógica do Tudo ou Nada b) Princípios: são dimensões de peso. Utiliza-se da lógica da 
Ponderação.
MÉTODOS CARACTERÍSTICAS
MÉTODO JURÍDICO 
(HERMENÊUTICO 
CLÁSSICO)
Considera que a Constituição é uma lei como qualquer outra, 
devendo ser interpretada usando as regras da Hermenêutica tradicional, 
ou seja, os elementos literais (textual), lógico (sistemático), histórico, 
teleológico e genético.
MÉTODO TÓPICO-
PROBLEMÁTICO
Há prevalência do problema sobre a norma, ou seja, busca-se 
solucionar determinado problema por meio da interpretação de norma 
constitucional.
MÉTODO 
HERMENÊUTICO-
CONCRETIZADOR
Criado por Konrad Hesse, segundo o qual a leitura da Constituição 
inicia-se pela pré-compreensão do seu sentido pelo intérprete. 
O método hermenêutico-concretizador diferencia-se do método 
tópico-problemático porque, enquanto este pressupõe a primazia 
do problema sobre a norma, aquele se baseia na prevalência do 
texto constitucional sobre o problema.
MÉTODO INTEGRATIVO 
OU CIENTÍFICO-
ESPIRITUAL
A interpretação da Constituição deve considerar a ordem ou o sistema 
de valores subjacentes ao texto constitucional. A Constituição deve 
ser interpretada como um todo, dentro da realidade do Estado. Tanto 
a Constituição, como o Estado, são entendidos como fenômenos 
culturais ligados a valores, funcionando como elementos integradores 
da comunidade.
MÉTODO NORMATIVO-
ESTRUTURANTE A norma seria o resultado da interpretação do texto aliado ao contexto.
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Classificação das normas quanto à sua aplicabilidade (José Afonso da Silva)
NORMAS DE 
EFICÁCIA PLENA
São aquelas normas da Constituição que, no momento em que está entre em 
vigor, estão aptas a produzir todos os seus efeitos, independentemente de 
norma integrativa infraconstitucional
NORMAS DE 
EFICÁCIA CONTIDA
Embora tenham condições de, quando da promulgação da nova Constituição, 
produzir todos os seus efeitos, poderá a norma infraconstitucional reduzir a 
sua abrangência. Michel Temer as chama de normas constitucionais de eficácia 
redutível ou restringível.
NORMAS DE 
EFICÁCIA LIMITADA
São aquelas normas que, de imediato, não têm o condão de produzir todos 
os seus efeitos, precisando de lei integrativa infraconstitucional. São, portanto, 
de aplicabilidade mediata, ou, segundo alguns autores, aplicabilidade diferida. 
José Afonso observa que tais normas têm, ao menos, eficácia jurídica imediata, 
direta e vinculante, já que: a) estabelecem um dever para o legislador 
ordinário; b) condicionam a legislação futura, com a consequência de serem 
inconstitucionais as leis ou atos que a ferirem; c) informam a concepção do 
Estado e da sociedade e inspiram sua ordenação jurídica; d) constituem sentido 
teleológico para a interpretação, integração e aplicação das normas jurídicas; 
e) condicionam a atividade discricionária da Administração e do Judiciário; f ) 
criam situações jurídicas subjetivas, de vantagem ou desvantagem; g) possuem 
eficácia ab-rogativa da legislação precedente incompatível.
#SELIGUE #CONCEITO Judicialização: significa que algumas questões de larga repercussão 
política ou social estão sendo decididas por órgãos do Poder Judiciário, e não pelas instâncias 
políticas tradicionais (Poder Executivo e Congresso Nacional). Ex.: o STF foi instado a se manifestar 
sobre a regulamentação do direito de greve dos servidores públicos em Mandados de Injunção 
como os de n. 670, 708 e 712, diante da mora do Legislador.
#SELIGUE #CONCEITO Ativismo Judicial: o Min. Luís Roberto Barroso afirma que, enquanto a 
judicialização é um fato (uma questão com repercussão política/social que chega no STF para ser 
julgada), o ativismo é uma atitude. É a escolha de um modo específico e proativo de interpretar 
a Constituição, expandindo o seu sentido e alcance. A postura ativista se manifesta por meio de 
diferentes condutas, que incluem:
-a aplicação direta da Constituição a situações não expressamente contempladas em seu texto e 
independentemente de manifestação do legislador ordinário;
-a declaração de inconstitucionalidade de atos normativos emanados do legislador, com base em 
critérios menos rígidos que os de patente e ostensiva violação da Constituição;
-a imposição de condutas ou de abstenções ao Poder Público, notadamente em matéria de políticas 
públicas.
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Na lição do professor e Ministro do STF Luís Roberto Barroso, o ativismo judicial deriva do 
alargamento do escopo jurisdicional para causas relacionadas a políticas públicas e cidadania. 
Nessas lides, não raro envolvendo discussões acerca do alcance e das restrições a direitos sociais, o 
judiciário toma papel ativo, determinando medidas concretas a serem observadas pelos agentes públicos 
e pela sociedade, em um juízo substancialmente político, mas juridicamente fundamentado.
Dentre os famosos casos paradigma de ativismo judicial noBrasil, pode-se citar o exemplo 
da descriminalização do aborto de fetos anencéfalos e a declaração de constitucionalidade das 
uniões homoafetivas. #TESESDADEFENSORIA
6. Controle de constitucionalidade. Supremacia da Constituição Federal. Teoria da 
inconstitucionalidade. Teoria da recepção. O controle difuso da constitucionalidade. O controle 
concentrado da constitucionalidade (ADI, ADC, ADPF). Técnicas de decisões nos tribunais 
constitucionais. Controle de constitucionalidade do direito estadual e do direito municipal.
CONTROLE CONCENTRADO
Noções gerais
(a) Processo objetivo: não há partes;
(b) Causa de pedir aberta: o STF pode reconhecer a inconstitucionalidade 
em face de artigo diverso do apontado pelo autor da ação. Apesar da causa 
de pedir ser aberta, o pedido deve ser fechado.
(c) Competência: STF ou TJ (controle estadual)
(d) Legitimados: art. 10312, CF.
ADI
Cabe contra Lei ou ato normativo geral e abstrato
12 Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
• NÃO POSSUEM CAPACIDADE POSTULATÓRIA (PRECISAM DE ADVOGADO): VIII e IX
• PRECISAM COMPROVAR PERTINÊNCIA TEMÁTICA: IV, V e IX.
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Não cabe contra
(i) Atos regulamentares; (ii) Normas constitucionais originárias; (iii) normas 
anteriores à CF/88 (nesse caso, a análise será da RECEPÇÃO da norma); (iv) 
leis revogadas; (v) súmulas; (vi) projeto de lei ainda não promulgado.
Limite espacial Lei ou ato normativo FEDERAL ou ESTADUAL.
Cautelar Erga omnes, EX NUNC, vinculante
Efeitos da decisão Vinculante, EX TUNC, ERGA OMNES, repristinatório tácito.
ADC
Objeto Lei ou ato normativo FEDERAL
Requisito adicional Controvérsia judicial relevante
Cautelar Suspensão dos processos nos quais se discute o tema pelo prazo de 180 dias.
ADPF
Legitimados Mesmo da ADI.
Objeto Qualquer ato do poder público que viole preceito fundamental.
Caráter subsidiário Só cabe se não for possível ADI nem ADC.
Objeto Qualquer ato do poder público.
Aspecto temporal Pode ser até mesmo anterior à CF/88.
Aspecto espacial Pode ser federal, estadual ou MUNICIPAL.
ADO
Objeto O objetivo é conferir efetividade às normas constitucionais de eficácia LIMITADA.
Legitimidade 
passiva
Autoridade ou órgão responsável pela medida para tornar efetiva a norma 
constitucional.
Efeitos da decisão
(a) Poder competente: será dada ciência ao poder competente.
(b) Órgão administrativo: deverá editar a norma em 30 dias, sob pena de 
responsabilidade. A lei permite que o STF fixe outro prazo, se entender mais 
conveniente.
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ESTADUAL
LEGITIMIDADE
Art. 125. § 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de 
inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais 
em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação 
para agir a um único órgão.13
OBJETO Leis ou atos normativos estaduais ou municipais.
COMPETÊNCIA TJ
PARÂMETRO Constituição Estadual
EFEITOS DA DECISÃO EX TUNC, vinculante, ERGA OMNES.
RE
Se a norma da CE for se reprodução obrigatória da CF, caberá RE ao 
STF. Nesse caso, esse RE produzirá os mesmos efeitos de uma ADI 
(vinculante, ERGA OMNES...)
Cláusula de reserva de plenário
Também chamada de “full bench”, é condição de eficácia jurídica da própria declaração de 
inconstitucionalidade prevista constitucionalmente. Vejam a redação do art. 97 da CF.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo 
órgão especial poderão os TRIBUNAIS declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do 
Poder Público.
#SELIGUE Somente se aplica a cláusula de reserva de plenário se a decisão for pela inconstitucionalidade. 
Assim, NÃO é preciso respeita-la em caso de:
(i) decisão pela constitucionalidade;
13 Art. 134 da CE da Bahia- São partes legítimas para propor ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo 
Estadual ou Municipal em face desta Constituição:
I - o Governador;
II - a Mesa da Assembleia Legislativa;
III - o Procurador Geral da Justiça;
IV - o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil;
V - partido político com representação na Assembleia Legislativa;
VI - federação sindical e entidade de classe de âmbito estadual;
VII - Prefeito ou Mesa de Câmara Municipal;
§ 1º - O Procurador Geral de Justiça será sempre ouvido nas ações diretas de inconstitucionalidade.
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(ii) juízo de recepção;
(iii) declaração de nulidade sem redução de texto ou interpretação conforme.
Também NÃO se aplica para (i) Juiz de 1ª instância; (ii) Juizados ou Turma Recursal.
#ATENÇÃO: Além dessas duas exceções, há julgados do STF no sentido de que seus órgãos 
fracionários não se submeteriam à reserva de plenário, em caso de julgamento de recursos 
extraordinários. (STF, RE 361829 - 2010).
• Deve ser aplicada tanto em controle difuso quanto em controle concentrado.
• Somente se aplica aos Tribunais.
• Se desrespeitada, haverá nulidade absoluta, por violar norma de repartição de competência funcional.
• A decisão do plenário VINCULA todos os órgãos fracionários daquele Tribunal, e não apenas aquele 
que suscitou o incidente. No entanto, NÃO vincula o Juiz de 1º grau. EXCEÇÕES: (a) Se o Tribunal já 
tiver decidido o tema; (b) Se o STF já tiver reconhecido a inconstitucionalidade, ainda que em controle 
difuso;
#SÚMULASALVA
SV 10-STF: VIOLA a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário de 
Tribunal que embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do 
poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
Súmula 513-STF: A decisão que enseja a interposição de recurso ordinário ou extraordinário NÃO é 
a do plenário, que resolve o incidente de inconstitucionalidade, mas a do órgão (câmara, grupos ou 
turmas) que completa o julgado.
#DEOLHONAJURIS
STF (929) Não se conta em dobro o prazo recursal para a Fazenda Pública em processo objetivo, 
mesmo que seja para interposição de recurso extraordinário em processo de fiscalização normativa 
abstrata.
STF (927) Coexistindo duas ADIs, uma ajuizada perante o tribunal de justiça local e outra perante 
o STF, o julgamento da primeira – estadual – somente prejudica o da segunda – do STF – se 
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preenchidas duas condições cumulativas:
1) se a decisão do Tribunal de Justiça for pela procedência da ação e
2) se a inconstitucionalidade for por incompatibilidade com preceito da Constituição do Estado sem 
correspondência na Constituição Federal. Caso o parâmetro do controle de constitucionalidade 
tenha correspondência na Constituição Federal, subsiste a jurisdição do STF para o controle 
abstrato de constitucionalidade.
STF (926) NÃO VIOLA a SV 10 a decisão de Turma do TRT que determina nomeação dos aprovados 
no concurso em razão de preterição e diz que não se aplica, ao caso, o art. 25, § 1º, da Lei 8.987/95
STF (919 – tese de Repercussão Geral) É nula a decisão de órgão fracionário que se recusa a aplicar 
o art. 94, II, da Lei nº 9.472/97, sem observar a cláusula de reserva de plenário (art.97, da CF/88), 
observado o art. 949 do CPC/2015.
STF (927) A alteração do parâmetro constitucional, quando o processo ainda está em curso, não 
prejudica o conhecimento da ADI. Isso para evitar situações em que uma lei que nasceu claramente 
inconstitucional volte a produzir, em tese, seus efeitos.
STF (930) Entre as competências constitucionalmente atribuídas ao CNJ, insere-se a 
possibilidade de afastar, por inconstitucionalidade, a aplicação de lei aproveitada como base 
de ato administrativo objeto de controle.
STF (918) Possibilidade de decretação, de ofício, da modulação dos efeitos da decisão proferida em 
ADI
STF (915) CNJ não pode fazer controle de constitucionalidade de lei ou ato normativo de forma a 
substituir a competência do STF. Contudo, o CNJ pode determinar a correção de ato do Tribunal 
local que, embora respaldado por legislação estadual, se distancie do entendimento do STF.
STF (905) Não cabe ADI contra decreto regulamentar de lei estadual
STF (899) Cabe ADI contra Resolução do CNMP
A Resolução do CNMP consiste em ato normativo de caráter geral e abstrato, editado pelo Conselho 
no exercício de sua competência constitucional, razão pela qual constitui ato normativo primário, 
sujeito a controle de constitucionalidade, por ação direta, no Supremo Tribunal Federal.
STF (892) É possível que seja celebrado um acordo no bojo de uma arguição de descumprimento 
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de preceito fundamental (ADPF)
STF (887) O STF não admite a teoria da transcendência dos motivos determinantes
STF (886) Efeito vinculante de declaração incidental de inconstitucionalidade.
Se uma lei ou ato normativo é declarado inconstitucional pelo STF, incidentalmente, essa decisão, 
assim como acontece no controle abstrato, também produz eficácia erga omnes e efeitos vinculantes.
Houve mutação constitucional do art. 52, X, da CF/88. A nova interpretação deve ser a seguinte: 
quando o STF declara uma lei inconstitucional, a decisão já tem efeito vinculante e erga omnes e o 
STF apenas comunica ao Senado com o objetivo de que a referida Casa Legislativa dê publicidade 
daquilo que foi decidido.
STF (857) É possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em sede de controle incidental 
de constitucionalidade.
STF (852): Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis 
municipais utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de 
normas de reprodução obrigatória pelos estados.
STF (872) Não se admite ADI contra lei que teria violado tratado internacional não incorporado 
ao ordenamento brasileiro na forma do art. 5º, § 3º da CF/88
O que acontece caso o ato normativo que estava sendo impugnado na ADI seja revogado 
antes do julgamento da ação?
Regra: haverá perda superveniente do objeto e a ADI não deverá ser conhecida (STF ADI 
1203).
Exceção 1: não haverá perda do objeto e a ADI deverá ser conhecida e julgada caso fique demonstrado 
que houve “fraude processual”, ou seja, que a norma foi revogada de forma proposital a fim de 
evitar que o STF a declarasse inconstitucional e anulasse os efeitos por ela produzidos (STF ADI 
3306).
Exceção 2: não haverá perda do objeto se ficar demonstrado que o conteúdo do ato impugnado 
foi repetido, em sua essência, em outro diploma normativo. Neste caso, como não houve 
desatualização significativa no conteúdo do instituto, não há obstáculo para o conhecimento da 
ação.
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(STF, ADI 2418/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 4/5/2016. Info 824).
Exceção 3: caso o STF tenha julgado o mérito da ação sem ter sido comunicado previamente 
que houve a revogação da norma atacada. Nesta hipótese, não será possível reconhecer, após o 
julgamento, a prejudicialidade da ADI já apreciada.
STF. Plenário. ADI 951 ED/SC, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/10/2016. Info 845
STF (848): NÃO VIOLA a SV 10, nem a regra do art. 97 da CF/88, a decisão do órgão fracionário do 
Tribunal que deixa de aplicar a norma infraconstitucional por entender não haver subsunção aos 
fatos.
STF (844): NÃO VIOLA o art. 97 da CF/88 nem a SV 10 a decisão de órgão fracionário do Tribunal 
que declara inconstitucional decreto legislativo que se refira a uma situação individual e concreta. 
Isso porque o que se sujeita ao princípio da reserva de plenário é a lei ou o ato normativo. Se o DL 
tinha um destinatário específico e referia-se a uma dada situação individual e concreta, exaurindo-
se no momento de sua promulgação, ele não pode ser considerado como ato normativo, mas sim 
como ato de efeitos concretos.
STJ (546): NÃO há ofensa à cláusula da reserva de plenário quando o órgão fracionário do Tribunal 
reconhece a nulidade de um ato administrativo fundado em lei estadual, ainda que esse órgão 
julgador tenha feito menção, mas apenas como reforço de argumentação, à inconstitucionalidade 
da lei estadual.
9. Princípios constitucionais: conceitos, natureza jurídica e função. Interpretação: razoabilidade 
e proporcionalidade. 9.1. Princípios constitucionais fundamentais: preâmbulo da Constituição, 
soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, 
pluralismo político, república, federação, estado democrático de direito e separação de poderes. 9.2. 
Princípio da igualdade: igualdade formal, proibição de discriminação, direito à diferença, políticas de 
distribuição e reconhecimento, igualdade material, discriminação positiva e ações afirmativas, justiça, 
solidariedade e desenvolvimento sustentável. 9.3. Objetivos e fundamentos do Estado Brasileiro. 
9.4.Princípios reitores das relações internacionais do País.
#SELIGUE Preâmbulo e seu caráter não normativo, mas interpretativo: O STF já abordou o 
tema e concluiu que o preâmbulo NÃO se situa no âmbito do direito, mas somente no âmbito da 
política, transparecendo a ideologia do constituinte. Foi adotada, portanto, a Teoria da Irrelevância 
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Jurídica e inadmitindo o ajuizamento de ações de controle de constitucionalidade cujo parâmetro 
seja o texto preambular da CF, já que não é considerado norma constitucional.
E não esqueçam: existem mais 2 teorias sobre a natureza jurídica do preâmbulo:
-Teoria da Plena Eficácia (tem a mesma eficácia das demais normas constitucionais)
-Teoria da Relevância Jurídica Indireta (tem natureza jurídica, mas difere das demais normas 
constitucionais), não adotadas, no entanto, pelo STF.
Fundamentos (art. 1º) Objetivos fundamentais (art. 3º) Princípios (art. 4º)
I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa 
humana;
IV - os valores sociais do 
trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
I - construir uma sociedade 
livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento 
nacional;
III - erradicar a pobreza e 
a marginalização e reduzir 
as desigualdades sociais e 
regionais;
IV - promover o bem de 
todos, sem preconceitos de 
origem, raça, sexo, cor, idade 
e quaisquer outras formas de 
discriminação.
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos 
humanos;
III - autodeterminação dos 
povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos 
conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e 
ao racismo;
IX - cooperação entre os 
povos para o progresso da 
humanidade;
X - concessão de asilo político.
Princípio da Igualdade
#CONCEITO Ações afirmativas (ou discriminações positivas) consistem em programas públicos ou 
privados, em geral de caráter temporário desenvolvidos com a finalidade de reduzir desigualdades 
decorrentes de discriminações, ou de uma hipossuficiência econômica ou física, por meiode uma 
concessão de alguma vantagem. Ações afirmativas são medidas especiais e concretas para assegurar 
o desenvolvimento ou a proteção de certos grupos, com o fito de garantir-lhes, em condições de 
igualdade, o pleno exercício dos direitos do homem e das liberdades fundamentais. (Art. 2°, II, da 
Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, da Organização das 
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Nações Unidas, ratificada pelo Brasil em 1968). O conceito é trazido também pelo art. 1º, VI, do 
Estatuto da Igualdade Racial (Lei n.º 12.288/2010).
#APOSTACICLOS #DEOLHONAJURIS Como o STF já se manifestou sobre as ações afirmativas? É 
também constitucional fixar cotas para alunos que sejam egressos de escolas públicas. STF. Plenário. 
RE 597285/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 9/5/2012 (repercussão geral) (Info 665).
Ações afirmativas e discriminação inversa (ou reversa)
As políticas de ações afirmativas acabam por discriminar, direta ou indiretamente, os grupos que 
não foram por elas protegidos. Em outros termos, se são estabelecidas cotas para cargos públicos, 
consequentemente, pela ótica inversa, haverá discriminação aos candidatos da ampla concorrência. Para 
que não haja distorções, é preciso balizar as ações afirmativas pelo viés do princípio da proporcionalidade.
Assim, só serão constitucionais as ações afirmativas que se pautarem em fatores discriminantes 
condizentes com as dificuldades dos beneficiários que a atuação estatal busca sanar. Por outro lado, com 
a implantação das ações afirmativas busca-se a diminuição da assimetria existente, razão pela qual devem 
ser marcadas também pela temporariedade.
#APOSTACICLOS #SAINDODOFORNO O julgamento da ADI por omissão 26, sobre a criminalização 
da homofobia, ainda não foi concluído, mas, já que temos 4 votos pela procedência e dada a 
importância do tema para sua prova, você, aluno/a Ciclos, já fica atualizado/a:
“(...) o mandado de injunção dar interpretação conforme à Constituição, em face dos mandados 
constitucionais de incriminação inscritos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da CF, para enquadrar 
a homofobia e a transfobia, qualquer que seja a forma de sua manifestação, nos diversos 
tipos penais da Lei 7.716/1989, até que sobrevenha legislação autônoma editada pelo Congresso, 
seja por considerar-se, nos termos de seu voto, que as práticas homotransfóbicas se qualificam 
como espécies do gênero racismo, na dimensão de racismo social consagrada pelo Supremo 
Tribunal Federal (STF) no julgamento do HC 82.424/RS (caso Ellwanger), na medida em 
que tais condutas importam em atos de segregação que inferiorizam os integrantes do grupo 
LGBT, em razão de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero, seja, ainda, porque tais 
comportamentos de homotransfobia ajustam-se ao conceito de atos de discriminação e de 
ofensa aos seus direitos e suas liberdades fundamentais.”
STF, Plenário, ADO 26/DF, rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 20 e 21.2.2019. (ADO-26) MI 
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4733/DF, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 20 e 21.2.2019. (MI-4733) (Info 931)
#DIFERENCIE O posicionamento do STF até hoje é pela aticipidade:
Proferir manifestação de natureza discriminatória em relação aos homossexuais NÃO configura o 
crime do art. 20 da Lei nº 7.716/89, sendo conduta atípica.
STF. 1ª Turma. Inq 3590/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12/8/2014 (Info 754).
Palestra proferida por Bolsonaro com críticas aos quilombolas e estrangeiros não configurou 
racismo
O então Deputado Federal Jair Bolsonaro proferiu palestra no auditório de determinado clube e 
ali fez críticas e comentários negativos a respeito dos quilombolas e também de povos estrangeiros. No 
trecho mais questionado de sua palestra, ele afirmou: “Eu fui em um quilombola em El Dourado Paulista. 
Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para 
procriador eles servem mais. Mais de um bilhão de reais por ano gastado com eles. Recebem cesta básica 
e mais material em implementos agrícolas. Você vai em El Dourado Paulista, você compra arame farpado, 
você compra enxada, pá, picareta por metade do preço vendido em outra cidade vizinha. Por que? 
Porque eles revendem tudo baratinho lá. Não querem nada com nada.” O STF entendeu que a conduta 
de Bolsonaro não configurou o crime de racismo (art. 20 da Lei nº 7.716/89). As palavras por 
ele proferidas estão dentro da liberdade de expressão prevista no art. 5º, IV, da CF/88, além de 
também estarem cobertas pela imunidade parlamentar (art. 53 da CF/88). O objetivo de seu discurso 
não foi o de repressão, dominação, supressão ou eliminação dos quilombolas ou dos estrangeiros. O 
pronunciamento do parlamentar estava vinculado ao contexto de demarcação e proveito econômico das 
terras e configuram manifestação política que não extrapola os limites da liberdade de expressão. Além 
disso, as manifestações de Bolsonaro estavam relacionadas com a sua função de parlamentar. Inclusive, 
o convite para a palestra se deu em razão do exercício do cargo de Deputado Federal a fim de dar a 
sua visão geopolítica e econômica do País. Assim, havia uma vinculação das manifestações apresentadas 
na palestra com os pronunciamentos do parlamentar na Câmara dos Deputados, de sorte que incide a 
imunidade parlamentar.
STF. 1ª Turma. Inq 4694/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/9/2018 (Info 915).
A incitação de ódio público feita por líder religioso contra outras religiões pode configurar 
o crime de racismo
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A incitação ao ódio público contra quaisquer denominações religiosas e seus seguidores não 
está protegida pela cláusula constitucional que assegura a liberdade de expressão. Assim, é possível, a 
depender do caso concreto, que um líder religioso seja condenado pelo crime de racismo (art. 20, §2º, 
da Lei nº 7.716/89) por ter proferido discursos de ódio público contra outras denominações religiosas e 
seus seguidores.
STF. 2ª Turma. RHC 146303/RJ, rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 
6/3/2018 (Info 893).
#DIFERENCIE Caso Jonas Habib Determinado padre escreveu um livro, voltado ao público da 
Igreja Católica, no qual ele faz críticas ao espiritismo e a religiões de matriz africana, como a umbanda 
e o candomblé. O Ministério Público da Bahia ofereceu denúncia contra ele pela prática do art. 20, § 
2º da Lei nº 7.716/89 (Lei do racismo). No caso concreto, o STF entendeu que não houve o crime. 
A CF/88 garante o direito à liberdade religiosa. Um dos aspectos da liberdade religiosa é o direito que 
o indivíduo possui de não apenas escolher qual religião irá seguir, mas também o de fazer proselitismo 
religioso. Proselitismo religioso significa empreender esforços para convencer outras pessoas a 
também se converterem à sua religião. Desse modo, a prática do proselitismo, ainda que feita por 
meio de comparações entre as religiões (dizendo que uma é melhor que a outra) não configura, 
por si só, crime de racismo. Só haverá racismo se o discurso dessa religião supostamente superior for 
de dominação, opressão, restrição de direitos ou violação da dignidade humana das pessoas integrantes 
dos demais grupos. Por outro lado, se essa religião supostamente superior pregar que tem o dever de 
ajudar os “inferiores” para que estes alcancem um nível mais alto de bem-estar e de salvação espiritual 
e, neste caso não haverá conduta criminosa. Na situação concreta, o STF entendeu que o réu apenas fez 
comparações entre as religiões, procurando demonstrar que a sua deveria prevalecer e que não houve 
tentativa de subjugar os adeptos do espiritismo. Pregar um discurso de que as religiões são desiguais e 
de que uma é inferiorà outra não configura, por si, o elemento típico do art. 20 da Lei nº 7.716/89. Para 
haver o crime, seria indispensável que tivesse ficado demonstrado o especial fim de supressão ou redução 
da dignidade do diferente, elemento que confere sentido à discriminação que atua como verbo núcleo do 
tipo. STF. 1ª Turma. RHC 134682/BA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/11/2016 (Info 849).14
É inconstitucional dispositivo que proíbe, no âmbito da programação das emissoras de 
radiodifusão comunitária, a prática de proselitismo, ou seja, a transmissão de conteúdo tendente a 
converter pessoas a uma doutrina, sistema, religião, seita ou ideologia (§ 1º do art. 4º da Lei nº 9.612/98). 
O STF entendeu que essa proibição afronta os arts. 5º, IV, VI e IX, e 220, da Constituição Federal. 
A liberdade de pensamento inclui o discurso persuasivo, o uso de argumentos críticos, o consenso e o 
14 Fonte: Dizer o Direito: https://www.dizerodireito.com.br/2016/12/criticas-de-um-lider-religioso-outras.html
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debate público informado e pressupõe a livre troca de ideias e não apenas a divulgação de informações.
STF. Plenário. ADI 2566/DF, rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, 
julgado em 16/5/2018 (Info 902).
A CF/88 prevê que “o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários 
normais das escolas públicas de ensino fundamental.” (art. 210, § 1º). O PGR ajuizou ADI pedindo que fosse 
conferida interpretação conforme a Constituição ao art. 33, §§ 1º e 2º da LDB e ao art. 11, § 1º do acordo 
Brasil-Santa Sé. O STF julgou improcedente a ADI e decidiu que o ensino religioso nas escolas públicas 
brasileiras pode ter natureza confessional, ou seja, pode sim ser vinculado a religiões específicas. 
A partir da conjugação do binômio Laicidade do Estado (art. 19, I) e Liberdade religiosa (art. 5º, VI), o 
Estado deverá assegurar o cumprimento do art. 210, § 1º da CF/88, autorizando na rede pública, em 
igualdade de condições o oferecimento de ensino confessional das diversas crenças, mediante requisitos 
formais previamente fixados pelo Ministério da Educação. Assim, deve ser permitido aos alunos, que 
expressa e voluntariamente se matricularem, o pleno exercício de seu direito subjetivo ao ensino religioso 
como disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, ministrada de acordo 
com os princípios de sua confissão religiosa, por integrantes da mesma, devidamente credenciados a 
partir de chamamento público e, preferencialmente, sem qualquer ônus para o Poder Público. Dessa 
forma, o STF entendeu que a CF/88 não proíbe que sejam oferecidas aulas de uma religião específica, que 
ensine os dogmas ou valores daquela religião. Não há qualquer problema nisso, desde que se garanta 
oportunidade a todas as doutrinas religiosas. STF. Plenário. ADI 4439/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, 
red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/9/2017 (Info 879).
Constitucionalidade do sistema de cotas com critério étnico-racial
O sistema de cotas em universidades públicas, com base em critério étnico-racial, é CONSTITUCIONAL. 
No entanto, as políticas de ação afirmativa baseadas no critério racial possuem natureza transitória.
STF. Plenário. ADPF 186/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 25 e 26/4/2012 (Info 663).
É também constitucional fixar cotas para alunos que sejam egressos de escolas públicas. STF. Plenário. 
RE 597285/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 9/5/2012 (repercussão geral) (Info 665).
É constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento 
de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública direta e indireta. É possível 
também que a Administração Pública adote um controle heterônomo, sobretudo quando existirem 
fundadas razões para acreditar que houve abuso na auto declaração. Assim, é legítima a utilização de 
critérios subsidiários de heteroidentificação dos candidatos que se declararam pretos ou pardos.
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STF. Plenário. ADC 41/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 8/6/2017 (Info 868).
Vale ressaltar as Forças Armadas integram a Administração Pública Federal, de modo que a vagas 
oferecidas nos concursos por elas promovidos sujeitam-se à política de cotas prevista na Lei 12.990/2014.
STF.
Plenário. ADC 41 ED, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 12/04/2018.
Idosos que gozam de gratuidade no transporte coletivo, além de não pagarem a passagem, 
também são isentos das tarifas de pedágio e de utilização dos terminais
A reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior a 2 
(dois) salários-mínimos, prevista no art. 40, I, do Estatuto do Idoso, não se limita ao valor das passagens, 
abrangendo eventuais custos relacionados diretamente com o transporte, em que se incluem as tarifas 
de pedágio e de utilização dos terminais.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.543.465-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 13/12/2018 (Info 
641).
10. Direitos e garantias fundamentais: teoria geral dos direitos fundamentais, conceito, evolução, 
características, classificações, titularidade e destinatários, eficácia, restrições, conflitos, colisões e 
interpretação. 10.1.Direitos e deveres individuais e coletivos em espécie. 10.2. Proteção judicial dos 
direitos fundamentais: as ações constitucionais. 10.3. Proteção não judicial dos direitos fundamentais: 
direito de resistência, desobediência civil e direito de petição a quaisquer órgãos públicos. 10.4. 
Direitos sociais. 10.5.Direito de nacionalidade. Condição jurídica do estrangeiro no Brasil. Condição 
jurídica dos migrantes no Brasil. 10.6. Direitos políticos. Democracia: democracia antiga e moderna, 
democracia direta, indireta ou representativa e democracia participativa. Mecanismos constitucionais 
de participação popular: plebiscito, referendo e iniciativa popular e demais formas de participação 
popular nos demais Poderes. 10.7. Partidos políticos.
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Conceito
São direitos ou posições jurídicas que investem os seres humanos, individual 
ou coletivamente considerados, em um conjunto de prerrogativas, 
faculdades e instituições imprescindíveis para assegurar uma existência 
digna, livre, igual e fraterna entre todas as pessoas.
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Dimensões
1ª Dimensão Direitos civis e políticos.
2ª Dimensão Direitos sociais, econômicos e culturais.
3ª Dimensão Direitos de solidariedade e fraternidade.
4ª Dimensão Globalização (não é pacífico).
Teoria dos 4 Status
(JELLINEK)
Passivo: o sujeito está subordinado aos poderes estatais.
Ativo: sujeito pode participar da formação da vontade do Estado.
Negativo: ao sujeito é assegurada uma esfera indevassável ao Estado.
Positivo: sujeito tem direito de pedir certas prestações ao Estado.
Restrições
TEORIA INTERNA
Cabe ao aplicador apenas explicitar os limites 
que já estão contidos na própria estrutura do 
direito. Assim, interpretando-se corretamente 
os direitos, não haverá efetiva colisão entre 
eles.
TEORIA EXTERNA
É possível efetiva colisão entre direitos 
fundamentais, tornando-se necessária a 
restrição de um deles.
LIMITE DOS LIMITES
(LIMITES 
IMANENTES)
Embora se admita a restrição de direitos 
fundamentais, há um conteúdo mínimo que 
não pode ser atacado. Assim, há limite para 
a limitação de direitos, que não podem ser 
descaracterizados. Requisitos para restringir 
um direito fundamental: a) respeitar o 
núcleo essencial; b) previsão em texto 
infraconstitucional; c) restrição de caráter 
geral e abstrato; d) proporcional.
Características (a) Relatividade; (b) Universalidade; (c) Aplicabilidade

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