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Sistema de Ensino A DISTÂNCIA CURSO DE LETRAS ester crisóstomo de vargas gonçalves desenvolvendo a leitura no ensino médio Cacheiro de Itapemirim 2019 nome do aluno Cidade 2016 Cidade 2016 Cidade 2016 Cidade 2016 ESTER CRISÓSTOMO DE VARGAS GONÇALVES desenvolvendo a leitura no ensino médio Trabalho de Produção Textual Individual, apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral nas disciplinas Literatura Afro-Luso-Brasileira, Linguística Formal e Textual, Semiótica, Seminário da Prática VII e Projeto de Ensino – 6º semestre. Cachoeiro de Itapemirim 2019 INTRODUÇÃO Leitura é a ação de ler. A palavra deriva do latim “lectura”. É a forma pela qual se interpreta um conjunto de informações ou acontecimentos. Ler é uma interpretação pessoal. Cada leitor tem sua própria experiência de leitura. Cada um interpretará de uma forma o que foi lido. A leitura é uma habilidade e precisa ser adquirida, treinada, aperfeiçoada e refletida para que seja praticada com autonomia. Contribui para o prazer pessoal e amplia o interesse dos alunos. A leitura é um ato que, também, depende de estímulo e motivação. Leitura é fundamental para o ser humano, uma tarefa intrínseca no cotidiano escolar. Para que esse processo se realize é necessário que a escola alimente seus alunos com diferenciados gêneros textual. O presente trabalho busca apresentar uma proposta didática cujo objetivo é desenvolver estratégias de leitura para a compreensão de textos literários. Tem como foco central o incentivo e o despertar de interesse pela leitura e escrita por parte dos alunos, resultando também na maior compreensão dos textos lidos. A verdadeira leitura pressupões compreensão. Não basta apenas ler as palavras, mas é preciso entender o significado delas e aproximar-se do que o autor pretende transmitir. O incentivo a leitura é algo fundamental e que muitas vezes é negligenciado no ensino público. Os alunos acabam considerando a leitura como algo chato e de difícil compreensão, pois não conseguem entender aquilo que lê e não despertam em si o prazer pela leitura. Será, também, incentivado aos alunos a visita à biblioteca da escola onde será sugerido a leitura de contos e outros textos de fácil compreensão, com a intenção de proporcionar aos alunos a interação com a literatura, estimulando assim, um processo de leitura permanente para estar continuamente atualizados frente aos desafios e perspectivas do mundo atual, ajudando-os a se tornarem sujeitos leitores e escritores. DESENVOLVIMENTO Revisão bibliográfica: A linguística textual tem contribuído para a formação do texto e para a construção de sentido do mesmo, alcançando assim, grandes avanços no campo da textualidade. Através dela chegou-se aos conceitos de texto não mais como algo pronto e acabado, mas como um processo em construção. Hoje temos conceitos mais globais do que seja um texto, gêneros textuais, gêneros do discurso e tipos de suporte dos gêneros textuais. Procura investigar o texto como um todo e não mais a palavra ou a frase, ele é uma totalidade, na qual estão concentradas as atividades verbais de um indivíduo carregado de intenções. Fáveo e Koch(1998) tinham a concepção de que inicialmente o foco da linguagem era o construção, isoladamente, de uma palavra. Em seguida, passou a ser a construção de frases. Todavia não conseguia-se com palavras e frases explicar alguns fenômenos linguísticos, como, por exemplo, a prenominalização, a concordância dos tempos verbais e outros. Para isso iniciou-se os estudos em direção à Teoria do Texto ou Linguística do Texto. Um texto define-se de duas formas que se completam: pela organização ou estruturação que dele faz um todo de sentido, e como um objeto da comunicação que se estabelece entre um destinador e um destinatário. (Barros, 2005, p.7) Para a construção de um texto é necessário que haja interação no ato comunicativo, por isso, para formação de bons escritores é necessário, além da prática continuada de produção de textos, uma prática constante de leitura. [...] a leitura não deveria ser encarada como uma obrigação escolar, nem deveria ser selecionada, vamos dizer, na base do que ela tem de ensinamento, do que ela tem de “mensagem”. A leitura deveria ser posta na escola como uma atividade e não como uma lição, como uma aula, como uma tarefa. O texto não devia ser usado, por exemplo, para uma aula de gramática, a não ser que fosse de uma maneira muito criativa, muito viva, muito engraçada, muito interessante, porque se assim não for faz com que a leitura fique parecendo uma obrigação [...]. (ROCHA, Ruth, 1993, p.4). A leitura é o alicerce do conceito escolar, abre caminhos, estimula o aluno, aprimora e expande os conhecimentos. Proposta didática: Diante da necessidade de desenvolver hábitos de leitura e deixar as aulas mais prazerosas e atraentes, vamos nos pautar em conceitos e teorias da Linguística Textual e Semiótica nas seguintes aulas: 1ª aula: Escrever as seguintes palavras no quadro para serem visualizadas pelos alunos: POBRE/ RICO/ BRANCO/ PRETO/ AMIZADE/ PRECONCEITO/ MENINO/ MENINA/ IGUALDADE /DESIGUALDADE Em seguida fazer as seguintes perguntas: Qual o significado de cada uma dessas palavras para você? Quais são sentimentos? Quais podem ser tocadas? As palavras soltas fazem algum sentido? Escolham duas dessas palavras e escreva uma frase simples. Agora, use quantas palavras desejar e escreva um pequeno texto onde o tema central seja o preconceito. Reforçar aos alunos a ideia de que as palavras soltas não possuem sentido definido. Para que haja sentido linguístico é necessário explicar os fenômenos linguísticos, através da Linguística do texto. 2ª aula: Levar o conto “A fronteira de asfalto”, presente no livro “A cidade e a infância” (1960), do autor José Lundino Vieira impresso e pedir aos alunos que façam a leituras do mesmo. Explicar aos alunos que o texto apresentado trata-se de um conto. Conto é um gênero textual marcado pela narrativa curta, escrita em prosa e de menos complexidade em relação aos romances. Escrever novamente as palavras no quadro para serem visualizadas pelos alunos: POBRE/ RICO/ BRANCO/ PRETO/ PRECONCEITO/ AMIZADE/ MENINO/ MENINA/ IGUALDADE/ DESIGUALDADE Fazer as seguintes perguntas: Na sua opinião essas palavras estão relacionadas ao texto lido? No Brasil existe esse tipo de preconceito? Preconceito e discriminação são palavras relacionadas? Interpretação do texto “Fronteira de Asfalto”: Quais são as personagens do texto? Onde acontecem os fatos? Dê as características: - menino: - menina: - mãe da menina: Qual a situação financeira dos personagens do conto? A situação financeira de cada um interfere na amizade dos dois? Como o menino estava? ( ) Revoltado, demonstrando arrogância. ( ) Triste e amedrontado. ( ) Inseguro e desiludido. Qual a reação da mãe da menina em relação à amizade dos dois? Você acredita que o desfecho do conto poderia ser diferente se o menino fosse branco? O conto apresentado mostra o preconceito racial que é uma realidade me nossa sociedade. Ele nos faz refletir sobre o assunto. Fale um pouco sobre o preconceito racial no Brasil. 3ª aula: Entregar a cópia do seguinte texto para reflexão: Preconceito na escola? Que bobagem... Várias facetas do preconceito se manifestam na escola com mais frequência do que gostaríamos de admitir. Além disso, a escola é um lugar privilegiado para discutir a questão do preconceito e até para iniciar um trabalho com vistas a atenuar sua força.(...) (...) No passado gostávamos de dizer que no Brasil não existia o preconceito, éramos uma “ilha de tolerância num mundo intolerante”, e que o brasileiro era cordial por natureza. Hoje, não temos mais esta ilusão e começamos a perceber que o monstro da intolerância pode mudar de cara (ele tem mais de 12 faces), e pode estar ainda mais perto do que imaginávamos. O preconceito e a própria discriminação (discriminação é o o preconceito em ação) ganham terreno quando falamos da suposta inferioridade da mulher com relação ao homem, do velho com relação ao jovem, do índio com relação ao branco(...) (Jaime Pinsk.in: 12 faces do preconceito. São Paulo, Contexto,1999.p.7-9) Você concorda com o autor? Após a leitura promover um debate e chamar a atenção para o fato de que o autor expressa sua opinião sobre o tema “preconceito”. Mostrar aos alunos que no decorrer do debate eles puderam expressar suas opiniões. Apresentar o gênero textual Artigo de Opinião. O artigo de opinião é um tipo de texto dissertativo-argumentativo onde o autor tem a finalidade de apresentar determinado tema e seu ponto de vista, por isso recebe esse nome. É fundamentado em impressões pessoais do autor. Só há artigo de opinião se houver uma questão polêmica a ser discutida, que no presente texto é o preconceito. Encerrar com uma visita à biblioteca da escola para que os alunos leiam outros contos e cada um escolha o que mais gostou. Sugerir alguns títulos aos alunos: “Menina bonita do laço de fita” (Maria Clara Machado) “O bife e a pipoca” (Lígia Bojunga) “A contadora de histórias” (Pedro Bandeira) “Um avô e seu neto” (Roseanna Murray) “Os meninos do chafariz” (Júlio Emílio Braz) Durante todas as aulas serão observadas as dificuldades individuais e coletivas e feitas as intervenções necessárias. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste trabalho enfoco estratégias de leitura para compreensão de textos literários. Esperamos poder contribuir de forma eficaz no incentivo à leitura na escola, despertando nos alunos o gosto pela leitura. Esperamos, ainda, o envolvimento dos alunos nas atividades propostas, despertando o gosto e o prazer pela leitura, bem como contribuindo para a formação de leitores autônomos e competentes, utilizando conceitos e teorias da Linguagem Textual e Semíótica aqui apresentados. A leitura configura-se como ferramenta indispensável à aprendizagem em qualquer circunstância da vida, seja na escola ou fora dela. O desenvolvimento da competência leitora e escritora é indispensável para que haja compreensão textual. Ler é uma atividade de produção de sentidos. É pela linguagem que o ser humano se relaciona entre si e o mundo que o rodeia. Precisamos, como educadores, encarar a leitura e a escrita como foco principal do trabalho educativo. REFERÊNCIAS BALBINOT, Edina L. Kolln; BALLESTER, Michele M.; HOLTZ, Roseli Ma. de Souza; SEREMETA Maria da Graça. “Incentivo à leitura”. Disponível em: http://www.ceciliameireles.com/principal/projetos--incentivo-a-leitura . Acesso em 03 de junho de 2019. FIORIN, José Luiz. A noção de texto na Semiótica. Organon, Porto Alegre, v. 9, n. 23, 1995. Disponível em: https://bit.ly/2zfowps . Acesso em: 30 de maio de 2019. KAMINSK, Karime Dib. “Os temas e as figuras na construção do sentido do texto. In: O professor PDE e os desafios da escola pública paranaense – produção didático-pedagógica. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2012/2012_unicentro_port_pdp_karime_dib_kaminski.pdf . Acesso em 03 de Junho de 2019. KOCH, Ingedore G. Villaça. Contribuições da Linguística Textual para o ensino de língua portuguesa na escola média: a análise de textos. Revista do Gelne, n. 1, 1999. Disponível em: https://bit.ly/2Cg3nx2 . Acesso em: 01 de junho de 2019. MARTINO, Agnaldo. A linguística textual na prática de leitura e interpretação de texto em língua portuguesa. Verbum, n. 8, maio 2015. Disponível em: https://bit.ly/2LqUwMc . Acesso em: 01 de junho de 2019. MONJARDIM, Rozélia Gonçalves Mendez; MUNIZ, Lucas Pacif do Prado. “A importância da leitura e produção textual no contexto educacional: aspectos culturais e sociais”. Disponível em: https://www.monografias.com/pt/trabalhos3/importancia-leitura-producao-textual-educacional/importancia-leitura-producao-textual-educacional2.shtml. Acesso em 03 de junho de 2019. Portal Significados. “Significado de conto. Disponível em: https://www.significados.com.br/conto/ . Acesso em 03 de junho de 2019. Portal Significados. “Significado de leitura”. Disponível em: https://www.significados.com.br/leitura/ . Acesso em 03 de junho de 2019. VIEIRA, José Luandino. “A fronteira de asfalto”. In: A cidade e a infância: contos. São Paulo: Companhia das Letras: 2007. Disponível em: https://bit.ly/2PLtNdI . Acesso em: 30 de maio de 2019.
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