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PLANO 13 RECURSO ESPECIAL

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PRÁTICA SIMULADA V (CÍVEL) - CCJ0151
Semana Aula: 13
Recurso Especial - Direito Constitucional e Empresarial
Tema
Recurso Especial - Direito Constitucional e Empresarial
Palavras-chave
Recurso Especial - Direito Constitucional e Empresarial - Sociedade por Ações - 
Assembleia.
Objetivos
 
O aluno deverá ser capaz de:
 
Objetivo 1 - Compreender a importância da disciplina para os objetivos do curso; o 
campo da ciência do direito e de suas diversas ramificações e sua relação com as ciências 
afins; 
 
Objetivo 2 - Identificar o recurso e sua competência para endereçamento e julgamento; 
identificar os legitimados na figura de recorrente e recorrido; reconhecer os requisitos 
especiais para cabimento do recurso especial, compreender os fundamentos jurídicos; 
 requerer o conhecimento e provimento do recurso.
Estrutura de Conteúdo
 . Recurso Especial
 . Peça de interposição e Razões do recurso
 TEMPESTIVIDADE artigo 1.026 da Lei 13.105/2015 
 PREQUESTIONAMENTO
 . Legitimidade ativa e passiva;
 . Pedido de nova decisão
 . Efeito
 . Fundamentos: art. 105, III, a, da Constituição Federal, artigos 286; 287, II, b, 2; 
159; e 134, § 3º, todos da Lei n. 6.404/76, art. 158, I e art. 159, da Lei n. 6.404/76; art. 
134, § 3º; art. 286 e art. 287, II, b, 2, da Lei n. 6.404/76.
Procedimentos de Ensino
· Iniciar o debate oral sobre os fatos, valores e normas de direito, materiais e 
processuais necessárias à análise do caso concreto objeto da aula;
· Estimular a participação de todos os alunos, provocando o debate sobre os temas e 
clarificando conceitos;
· Manter interação permanente entre o grupo para a construção de uma base 
conceitual que servirá de referência para a elaboração da peça.
· Construir no quadro o roteiro da peça processual, identificando os pontos 
principais da narrativa lógica dos fatos, do direito material e processual, elaborando 
uma síntese final;
· Manter-se disponível para os alunos durante o trabalho de redação das peças, 
orientando individualmente, de acordo com as solicitações.
· Instigar a pesquisa do tema objeto da aula seguinte, enfatizando a necessidade da 
participação consistente e fundamentada de todos os alunos no debate dos casos, em 
todas as aulas.
Estratégias de Aprendizagem
ESTRUTURA DO CONTEÚDO DESTA AULA 
 
O Recurso Especial foi criado pela Constituição Federal de 1988 e passou a constituir 
uma nova espécie de impugnação, é um recurso constitucional e insere-se na competência 
do Superior Tribunal de Justiça, conforme previsão do artigo 105, III, alíneas a, b, c, d, da 
CRFB/88, estando destinado ao controle da aplicação e interpretação de lei federal, de 
forma a pacificar a jurisprudência, podendo também ser encontrado na Lei 13.105/2015 
(CPC) nos artigos 1.029 a 1.041.
 
REQUISITOS PARA ELABORAÇÃO DA PEÇA PROCESSUAL
 
Vale ressaltar que o Recurso Especial pode ser interposto com fundamento na alínea "a" 
do artigo 105, III, da CRFB/88, tanto quando a decisão recorrida afronta ou deixa de 
aplicar dispositivo de lei federal ou tratado, como quando dá a eles interpretação que, 
conquanto razoável, não é a melhor.
Ademais, o artigo 1.029 do CPC (Lei nº 13.105/2015) prevê que o recorrente deverá, no 
recurso especial, expor os fatos e direitos, demonstrando o cabimento do recurso 
interposto, assim como as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão 
recorrida. 
Considerando o que disciplina, portanto, o CPC, o recorrente precisa explicitar os 
motivos pelos quais entende ter havido ofensa à lei federal, não bastando lançar nas 
razões do recurso simples referência ao dispositivo legal.
 
PRESSUPOSTOS ESPECÍFICOS DE ADMISSIBILIDADE
 
Embora a Constituição Federal de 1988 não tenha trazido de forma expressa o requisito: 
prequestionamento, é pacifico o entendimento quanto a necessidade de esgotamento 
prévio das instâncias ordinárias, sendo assim, o RE e o REsp. apenas são admitidos se as 
matérias discutidas nos recursos tiverem sido tratadas especificamente nas decisões 
recorridas, em outras palavras, é imprescindível o apontamento do artigo suspostamente 
violado, não sendo cabível a afirmativa genérica de que a decisão guerreada tenha 
violado a Constituição Federal, ou, no caso do REsp., questão infraconstitucional.
 
Peça de interposição. O recurso especial há de ser interposto por petição escrita, dirigida 
ao Presidente ou ao Vice-Presidente do Tribunal recorrido, na qual contenha a exposição 
do fato e do direito, a demonstração do cabimento do recurso interposto, além das razões 
do pedido de reforma da decisão recorrida (art. 1.029 do CPC).
 
Consiste o preparo no recolhimento prévio das despesas relativas ao processamento do 
recurso. Pode-se afirmar, na linha do que fora preconizado por Nelson Nery Júnior e 
Rosa Maria Andrade Nery, que preparo é gênero, tendo como espécies as custas e as 
despesas postais ou porte de remessa e retorno dos autos.
O não recolhimento do preparo, como visto, gera a deserção do recurso especial e, por 
consequência, a sua não admissão ou não conhecimento.
 
A competência é Superior Tribunal de Justiça na forma do artigo 105, inciso III, da 
CRFB/88. Em caso de endereçamento equivocado, o recurso é admitido e, pelo princípio 
da conversão, será remetido ao Tribunal correto.
 
A legitimidade para interpor recurso especial não difere daquela prevista no art. 996 do 
CPC, de modo que é conferida às partes (autor, réu, litisconsortes, conforme saiam 
vencidos na demanda), ao Ministério Público (tanto no processo em que foi parte, como 
no que atuou como custos legis) e aos terceiros prejudicados. Quanto ao terceiro, cumpre 
a ele demonstrar o nexo de interdependência entre o seu interesse de intervir e a relação 
jurídica submetida à apreciação judicial. (art. 996, p.ú. do CPC).
 
O interesse repousa no binômio utilidade-necessidade, de modo que ao recorrente 
incumbe o ônus de demonstrar que a interposição do recurso lhe é útil no sentido de 
poder ensejar situação mais vantajosa do que a advinda com a decisão recorrida. Deve, 
ainda, demonstrar que a interposição do recurso é a medida necessária para obter essa 
situação mais vantajosa, motivo por que apenas ao sucumbente é conferido interesse 
recursal. 
Assim, havendo sucumbência, ainda que mínima, haverá interesse em recorrer. Se o 
órgão julgador deu ganho de causa a uma parte, por fundamento diverso do invocado, 
inexiste interesse, pois a interposição do recurso, em casos tais, não se mostrará apta a 
melhorar a situação do recorrente.
No caso específico dos "recursos extraordinários", gênero dentro do qual se insere o 
recurso especial, o interesse recursal exige a satisfação de outros requisitos, não sendo 
suficiente a simples demonstração de sucumbência. Nessas situações, o direito de 
recorrer (e, por consequência, o interesse) provém da sucumbência e de um plus que a 
norma processual exige. Esse plus seria a necessária demonstração de uma questão 
federal controvertida, circunscrita à aplicação do Direito federal infraconstitucional (art. 
105, III, da CF/88). Verifica-se, portanto, que a sucumbência e a demonstração de uma 
questão federal controvertida atinente à correta aplicação da lei federal 
infraconstitucional formam o interesse de recorrer quando o tema é recurso especial.
 
Em relação aos efeitos, por força do artigo 1.029, § 5º, c/c artigo 995, caput e parágrafo 
único, da Lei nº 13.105/2015, o Recurso Especial possui apenas efeito devolutivo.
 
O prazo para interposição do Recurso Especial é de 15 dias na forma do artigo 1.003, § 
5º, da Lei nº 13.105/2015, sendo concedido ao recorrido igual prazo para apresentação de 
contrarrazões, os quais decorridos serão os autos remetidos ao Tribunal Superior 
independentemente de juizo de admissibilidade.
 
Fundamentos:art. 105, III, a, da Constituição Federal, artigos 286; 287, II, b, 2; 159; e 
134, § 3º, todos da Lei n. 6.404/76, art. 158, I e art. 159, da Lei n. 6.404/76; art. 134, § 
3º; art. 286 e art. 287, II, b, 2, da Lei n. 6.404/76.
 
 
A leitura prévia do conteúdo, bem como a navegação em todos os recursos disponíveis no 
ambiente virtual são essenciais para o seu processo de aprendizagem. 
A aula 13 está baseada na Unidade V do Plano de Ensino com viés constitucional. A peça 
processual objeto do caso proposto é considerada um recurso relevante colocado à 
disposição da parte diante do inconformismo com a decisão judicial, considerando a 
violação a tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; der a lei federal interpretação 
divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Recomenda-se:
- Resolver os casos propostos e postar na Webaula.
- Realizar pesquisas em livros e internet de exemplos de casos que envolvam os temas 
abordados, para se preparar para a aula.
Inúmeros são os julgados existentes no sentido acolher o recurso especial quando 
satisfeitos os requisitos especiais de admissibilidade e no mérito houver afronta a lei 
federal. Alguns sites de busca: www.jusbrasil.com.br; www.stj.jus.br; 
www.conjur.com.br; www.jurisway.org.br. 
Por fim, confira com o seu professor, durante a aula, outras dicas de leitura ou possíveis 
sugestões para seu aprendizado e que não estejam explicitadas no plano de aula.
Indicação de Leitura Específica
DIDIER JUNIOR, Fredie. Curso de Direito Processual Civil. Vol 3. 14° Edição. Bahia. 
JusPodium. 2016.
MORAES, Guilherme Peña de. Curso de Direito Constitucional. Ed. Atlas. 8°Edição. 
2016.
Recursos
· Estrutura da Petição de Recurso Especial (peça de interposição e razões)
· Código de Processo Civil;
· Constituição Federal;
· Jurisprudência.
Aplicação: articulação teoria e prática
CASO CONCRETO: (XI Exame da Ordem ? Prova prático-profissional - Direito 
Empresarial)
 
Em 27/02/2011, XYZ Alimentos S.A., companhia aberta, ajuizou ação para 
responsabilizar seu ex-diretor de planejamento, "M", por prejuízos causados à companhia 
decorrentes de venda, realizada em 27/09/2005, de produto da Companhia a preço 
inferior ao de mercado, em troca de vantagem pessoal.
Em sua defesa, "M" alegou que não houve a realização prévia de assembleia da 
companhia que houvesse deliberado o ajuizamento da demanda e que as contas de toda 
administração referentes ao exercício de 2005 haviam sido aprovadas pela assembleia 
geral ordinária, ocorrida em 03/02/2006, cuja ata foi devidamente arquivada e publicada 
na imprensa oficial no dia 05/02/2006, não podendo este tema ser passível de rediscussão 
em razão do decurso do tempo.
Em sede de recurso, a 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí 
reconheceu os fatos de que (i) não houve a prévia assembleia para aprovar ajuizamento 
da ação; e de que (ii) as contas de ?M? referentes ao exercício de 2005 foram aprovadas 
em uma assembleia, em cujas deliberações não se verificou erro, dolo, fraude ou 
simulação incorridos ou perpetrados por quem dela participou. No entanto, manteve a 
condenação do ex-diretor que havia sido imposta pela sentença da 1ª instância, que 
entendeu prevalecer, no caso, o art. 158, I, da Lei n.6.404/76, sobre qualquer outro 
dispositivo legal desta Lei, sobretudo os que embasam os argumentos de "M".
Assim, na qualidade de advogado de "M" e utilizando os argumentos por ele expendidos 
em sua defesa, diante do acórdão proferido pelo Tribunal, elabore a peça cabível. Para 
tanto, suponha que o Tribunal de Justiça do Estado do Piauí possua apenas o total de 10 
varas cíveis, duas câmaras cíveis e nenhuma vice-presidência.
Avaliação
SUGESTÃO DE GABARITO
Recurso Especial
Peça processual: Recurso Especial 
Procedimento com alterações sofridas pela Lei n. 13.256/16.
Competência: com base no art. 105, III, a, da Constituição Federal, será do Superior 
Tribunal de Justiça, tendo em vista que a decisão do Tribunal negou vigência ou violou 
os dispositivos legais que embasam a tese de “M”. 
Cumpre ao aluno elaborar petição de interposição endereçada ao Desembargador 
Presidente do TJ/PI. Nesta peça, deverá ser requerida (i) a intimação do recorrido para 
apresentação de contrarrazões; e (ii) o juízo positivo de admissibilidade.
Além desta, deve ser elaborada petição endereçada a uma das Eg. Turmas do Superior 
Tribunal de Justiça (razões do recurso), com indicação da parte recorrente e recorrida, 
bem como com referência à Apelação. Nesta peça, deverá constar a exposição do fato e 
do direito, a demonstração do cabimento do recurso e as razões do pedido de reforma da 
decisão recorrida.
Legitimidade ativa: “M”
Legitimidade passiva: XYZ Alimentos S.A.
Fundamentação:
1) devem ser abertos tópicos de tempestividade, prequestionamento e cabimento, da 
mesma forma que já de demonstrado na aula de Recurso Extraordinário.
2) A partir da leitura do enunciado, o examinando deve perceber que os dispositivos 
legais violados foram os artigos 286; 287, II, b, 2; 159; e 134, § 3º, todos da Lei n. 
6.404/76, os quais devem ser aplicados em detrimento do art. 158, I, da mesma Lei, por 
serem mais específicos, uma vez que a Lei determina a realização de assembleia prévia 
que aprove o ajuizamento da demanda reparatória (art. 159). 
3) Além disso, tal ação não pode ser ajuizada contra administrador que teve suas contas 
aprovadas “sem ressalvas” em assembleia “limpa”, sem manifestações e votos dolosos, 
culposos, fraudados ou simulados, o que implica na ausência de reconhecimento de 
eventual atuação do administrador com dolo ou culpa (134, § 3º). 
4) Ademais, ainda que algum desses vícios fosse verificado, o prazo para anular a 
deliberação seria de dois anos (art. 286), o qual foi verificado em 05/02/2013 e, ainda que 
se entendesse pela possibilidade do ajuizamento de ação para responsabilizar “M”, esta 
pretensão prescreveu ao final do dia 05/02/2014 (art. 287, II, b, 2).
Pedido: O pedido deve ser de provimento do recurso especial, com o consequente 
reconhecimento da prescrição da ação tanto para anular a deliberação da assembleia que 
aprovou as contas de “M”, quanto da ação para responsabilizá-lo pelos prejuízos 
causados à companhia.
Considerações Adicionais
Como preparação para a próxima aula, os estudantes deverão:
 
 fazer a leitura e esboço do caso concreto do Plano de Aula 14.

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