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IMPRIMIR (ESTER) FEMINICIDIO

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O Feminismo e a sua importância na luta contra a violência da mulher
O feminismo teve inicio no séc XVIII, porém o movimento só recebeu esse nome no final do séc. XIX. Ele é um movimento social que luta contra a violência de gênero, pela igualdade de direitos e também para melhoria das condições da mulher na sociedade. Ao longo dos anos, o movimento feminista tem sido responsável por grandes mudanças e tem feito várias alterações através de suas conquistas no meio social. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o feminismo não tem intenção nenhuma de dar poder a uma mulher sobre o homem, mas sim sobre as próprias, pois mesmo com todas as conquistas das mulheres nas ultimas décadas, ainda vivemos em uma sociedade patriarcal e machista, em que ainda se tolera a violência contra a mulher e a ideia de que ela é inferior ao homem.
Não podemos ignorar a importância do feminismo na atualidade pelo fato de ser um movimento que encoraja e ajuda a mulher a lidar com todas as barreiras encaradas, só pelo fato de ser mulher.
Uma das maiores conquistas, que é sempre citada, é a do direito ao voto, que foi autorizado em 1932, com ela muitos outros direitos foram concedidos, como o direito a educação, direito ao divórcio, direito de trabalhar. Mas trazendo para os dias de hoje, o movimento trouxe duas leis, que tem ajudado muito na luta contra a violência da mulher, que são elas a Lei Maria da Penha (2006) e a mais recente que é a Lei do Feminicidio (2015).
Lei Maria da Penha
As lutas femininas contribuíram em marcos sociais e histórico, conquistas árduas e importantes para a sociedade. Contudo, diante de uma triste violência, nasce uma proteção e garantia para as mulheres, Lei Maria da Penha, torna-se crime a violência doméstica, sancionada em 07 de agosto de 2006, lei n°-11.340, buscando proteger mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. O nome da lei, consiste em uma homenagem à mulher vítima de diversas agressões, mediante “aclamar" por justiça diante a sociedade, além de dar voz as outras mulheres a dedicar no combate da violência  violência voltadas as mulheres. 
No âmbito das agressões, encontra-se as mais diversas possíveis, sejam elas físicas, psicológicas, sexual no que tange o constrangimento da mulher, a norma abrange a proteção. Consequentemente, o disposto, não abrange apenas humilhações provindas do marido ou companheiro, mas que independe do parente, sogra ou sogro, cunhado ou cunhada e outros. Com sua abrangência, a lei busca alcançar as relações homoafetivas e heteroafetivas. Entretanto, o intuito da humilhação podem tomar rumos maiores, abrangir os meios eletrônicos, como as redes sociais, “pornografia de vingança”, publicadas fotos que afronta a integridade da mulheres, puramente baseadas em vingança e constrangimento.
Destarte, as conquistas foram necessárias para torna-se mulheres fortes diante das transformações sociais da época. Lei Maria da Penha, primeiramente não foi a intenção de ser criada e imposta pelo legislativo, mas precisou de uma mulher da sociedade “gritar por socorro”, por ela e milhares de vozes femininas silenciadas. Independentemente do surgimento da morma, caracterizou a proteção e a abertura para provindas melhorias na vida de várias mulheres. Sendo assim, o pior silêncio diante de “gritos" de agressão é o ato de não denunciar.
A LEI MARIA DA PENHA E AS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
	De acordo com o relato do Delegado de Polícia do RJ, Bruno Cleuder de Melo no livro Lei Maria da Penha: Estudos disciplinados em que foi um dos Autores, pude compreender a aplicabilidade da Lei nº 11.340/06. Uma das grandes dificuldades na efetividade da lei, é a falta de material humano, uma mão de obra especializada no assunto, pois é exigida certa especialização do Delegado de Polícia e de seus agentes. Uma parte relevante explica vários casos em que a mulher tem o desejo de se retratar da representação ofertada. A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada, ou seja, fazendo com que não se dependa mais da vontade expressa da vítima para a deflagração do inquérito policial. A vítima poderá se retratar em juízo em uma audiência perante o juiz e o agressor e manifestar o desejo de renunciar ao direito de representação, sendo que a retratação pode ser feita também até o recebimento da denúncia.
	As medidas protetivas de urgência previstas de acordo com a lei 11.340/06 diante de um caso de violência doméstica ou familiar contra a mulher, são encaminhadas pela Autoridade policial como um requerimento ao juiz com pedido de concessão de medida protetiva de urgência para a vítima e demais envolvidos, dispensando a oitiva do agressor e até mesmo o exame de corpo de delito. Depois o juiz tem o prazo de 48 horas para resolver o deferimento das medidas protetivas de urgência. O delegado conta uma pequena história, o qual, se viu impotente diante de um indeferimento de uma medida protetiva de urgência, pois os delegados podem prender em flagrante, mas não podem ao menos afastar o agressor do lar. Mas isso mudou recentemente. Foi publicada no Diário Oficial da União a Lei Federal nº 13.827/2019, sancionada pelo Presidente Jair Bolsonaro, incluindo alguns dispositivos na Lei Maria da Penha, com o intuito de imprimir maior rigor à proteção da mulher em situação de violência doméstica e familiar. A primeira e importante alteração foi a inclusão do art. 12-C na Lei Maria da Penha, cuja redação Introduziu-se, na Lei Maria da Penha, o artigo 12-C, nos seguintes termos:
Art. 12-C.Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida:
I - pela autoridade judicial;
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado disponível no momento da denúncia.
§ 1º. Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público concomitantemente.
§ 2º. Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da medida protetiva de urgência, não será concedida liberdade provisória ao preso.
	A Lei 13.827/2019, entretanto, ultrapassou essa barreira e foi adiante. Admitiu que, verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou integridade física da mulher em situação de violência doméstica e familiar (ou de dependentes), o agressor poderá ser afastado imediatamente do lar, domicílio ou lugar de convivência (podendo ser um simples barraco embaixo de uma ponte) com a ofendida: (a) pelo juiz (nenhuma polêmica); (b) pelo delegado de polícia, quando o município não for sede de comarca, vale dizer, quando não houver juiz à disposição; (c) pelo policial (civil ou militar), quando não houver juiz nem tampouco delegado disponível no momento da “denúncia” (entenda-se como fato ocorrido contra a mulher). Outra mudança promovida pela Lei 13.827/19 foi a inserção do art. 38-A na Lei Maria da Penha, segundo o qual:
Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da medida protetiva de urgência.
Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão registradas em banco de dados mantido e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça, garantido o acesso do Ministério Público, da Defensoria Pública e dos órgãos de segurança pública e de assistência social, com vistas à fiscalização e à efetividade das medidas protetivas. Tudo que o agressor fizer, deverá ser registrado pela autoridade judiciária, para assim compor um banco nacional de dados cuja finalidade é a de aprimorar a fiscalização e a efetividade das medidas protetivas. E quem deve providenciar o registro, é o juiz competente!
	Outro fato muitoimportante e comum de ocorrer se dá quando a mulher, vítima de lesão corporal, vai a Delegacia de Polícia comunicar o fato criminosos e de posse da notícia apresentada, é instaurado um inquérito policial e solicita o exame de corpo de delito para a comprovação da materialização da lesão corporal, e em muitos casos, a mulher desiste de fazer o exame por vários motivos, como a reconciliação, piedade, compaixão, dependência financeira, medo de que o agressor fique preso e outros. Com a falta da prova da materialidade do delito, o Delegado de polícia relata o inquérito, sugerindo o arquivamento do mesmo.
	Sobre o descumprimento de medida protetiva, de acordo com os requisitos do art. 312 do CPP, pode dar ensejo à prisão preventiva do autor de infração penal no contexto da violência doméstica ou familiar contra a mulher. Quando o autor se recusa a manter o afastamento da vítima e continua importunando a mesma, o Delegado pode autuar o autor no crime de desobediência (art.330 do CP), lavrando o respectivo auto de prisão em flagrante.
	Finalizando, algo que muitas mulheres não sabem, é que a lei maria da penha e seu uso espúrio, ou seja, o mau uso dos mecanismos da lei nº 11.340/06, onde mulheres fingem ser vítimas de violência domésticas para prejudicar o suposto agressor, pode fazer com que o caso tome outro rumo, e através de exames de corpo de delito e até mesmo durante a oitiva da vítima, o Delegado pode perceber essa má-fé da vítima e autuá-la no crime de Denunciação caluniosa, previsto no art. 339 do CP.
O QUE É FEMINICÍDIO?
Bom, provavelmente vocês já ouviram a expressão “ o machismo mata “, mas poucas vezes nos questionamos sobre o motivo por trás da morte violenta de uma mulher. Feminicídio é uma palavra nova para uma pratica antiga, já que mulheres morrem espancadas todos os dias no Brasil, mas apenas em 2015 a prática se tornou crime.
Mas e o que é feminicídio? É um crime de ódio, causado pela discriminação, opressão e desigualdade contra a mulher, resultando em sua morte, ou seja, é o homicídio de mulheres, simplesmente pelo menosprezo de serem mulheres. Essa discriminação vem do machismo e do patriarcado, que são maneiras culturais da sociedade colocar a mulher numa posição de inferioridade. 
O que nos leva a pensar: será que a violência contra a mulher aumentou ou as mulheres tem falado mais a respeito? Acreditamos que esse crescimento e reflexo da adesão de juízes a lei. A maioria dos casos são praticados por parceiros ou ex-parceiros e de acordo com a advogada Leila Linhares , o feminicídio está ligado ao falto de as mulheres estarem suportando cada vez menos relacionamento abusivos , mas ainda assim o tema feminicídio tem sido pouco abordado ou pelo menos tem sido considerado um tema que causa “ medo “ para fazer a denúncia tanto por parte da vítima quanto por quem já presenciou algum caso de violência contra a mulher e é por isso que queremos deixar claro que em briga de marido e mulher se mete a colher sim , pois o Brasil tem a quinta maior taxa de feminicÍdio do mundo e isso precisa mudar ! 
Lei 13.104/15
Independente de qual seja o posicionamento político-criminal ou ideológico, ninguém em sã consciência pode ser favorável ou indiferente à pratica da violência contra mulher.
a Lei 13.104/15 originou-se através de uma CPMI da violência contra mulher, trazendo dados assustadores, onde ressaltou assassinato de 43,7 mil mulheres entre os anos 2000 e 2010, sendo que 41% delas, foram mortas na “segurança” de seu próprio lar. 
A Constituição federal de 88 traz em seu artigo 226 no que se refere a família, em seu parágrafo 8 dizendo que o Estado assegurará a assistência a família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
 	Diante desses dados trazidos pela CPMI , a ex Presidenta Dilma Rouseff no momento da sanção e publicação da Lei do Feminicídio, manifestou-se dizendo que em briga de marido e mulher, deve-se “meter a colher” sim, principalmente quando a violência causada contra a mulher resulta em morte.
A Lei, foi apoiada no artigo 226 parágrafo 8 da CF, e alterou o art 121 parágrafo 2 do CP, incluindo em seu inciso IV uma qualificadora.
Homicídio Qualificado : “Matar alguém, se o crime cometido for contra mulher, por razões do sexo feminino”.
“A considerar-se que há razões de sexo feminino quando o crime envolve violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação contra a mulher”.
A pena para homicídio qualificado é de 12 a 30 anos, a Lei 13.104/15 prevê um aumento na pena de um terço até a metade se o crime for praticado durante a gestação ou os três meses posteriores ao parto; contra a mulher menor de 14 anos ou maior de 60; com deficiência; ou na presença do ascendente ou descendente da vítima.
 	A Lei do feminicídio alterou também o inciso I do art 1 da Lei8.072/90 (crimes hediondos), onde passou a vigorar a seguinte redação:
“Homicídio (art 121 cp) quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art 121, parágrafo 2, incisos I,II,III,IV,V e VI)
Por se tratar de um crime doloso contra a vida o processo e o julgamento do delito se dão pelo tribunal do júri.
PESQUISA DE CAMPO
Brasil é o 5º país em morte violentas de mulheres no mundo. O Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de Feminicídio, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas pra os Direitos Humanos. E apenas 8% dos municípios brasileiros tem a delegacia da mulher. O Mapa da Violência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostra que em 2018 os registros de crime de ódio contra o gênero feminino aumentaram 12%. 
Está nítido para nós que este número continua aumentando, desde o inicio deste ano podemos ver na mídia a divulgação de inúmeros casos. Das primeiras 57 edições do Jornal Nacional 2019, 36 edições mostram casos de violência contra mulher, ocupando o total de quase 2 horas de noticiário só do Jornal Nacional, sem incluir os inúmeros meios de noticiários
Realizando um levantamento aqui na delegacia de Carangola temos aqui a quantidade de Medidas protetivas instauradas e concluídas pela delegacia de policia civil de Carangola.
Em pesquisa feita na Região abrangendo DIVINO, CARANGOLA, ESPERA FELIZ, FARIA LEMOS, TOMBOS E ETC. 
Produzimos um gráfico da pesquisa realizada:
Em pesquisa feita pelo Núcleo de violência da USP com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que, mais de 500 mulheres são agredidas a cada hora no Brasil, por minuto uma média de 8 mulheres. 
INTEGRAÇÃO DAS DISCIPLINAS
Nos estudos da temática específica do GRULES, tratou-se de forma espcífica da diversidade sobre a perspectiva do gênero e da identidade, em suas diversas nuances, de modo que os questionamentos sobre a validade da normativa existente, mediante o confronto com diversas perspectivavas de justiça dentro da Filosofia do Direito e sua correlação com a luta da mulher pelo seu reconhecimento. 
NoDireito Constitucional I, tratou-se dos direitos fundamentais em suas diversas gerações positivados na Constituição da República de 1988, o que se contextualiza nos estudos feitos em Economia Política, mostrando a influência da economia e da política, dentre outros reflexos trazidos pela organização societal.
Por meio do conteúdo jurídico específico, como a Teoria Geral do Processo e Direito Civil II (Direito das Obrigações) e Direito Penal I, verificou-se as inclusões das mulheres, dos homossexuais, dos transgêneros, dentre outros nas dinâmicas da “regularidade” jurídica, como sujeitos de direitos e obrigações, tendo consciência de como a imputação jurídica qualifica as pessoas, seja como criminosas, seja como desprovidas de autonomia para manter relações obrigacionais, seja mesmo privando-lhes materialmente do direito de ação, por carência de possibilidade jurídica de pleitear aquilo que a norma positiva ainda lhes nega ou que lhe afirme apenas numa perspectiva simbólica.Em especial no Direito Penal I, destacou-seo estudo do feminicídio como qualificadora do crime de homicídio e sua inclusão no rol de crimes hediondos.
CAMPANHA DIVULGADA NAS REDES SOCIAIS PARA Á CONSIENTIZAÇÃO :

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