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Gabarito comentado monitoria - P1 - Direito Comercial I

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MONITORIA – DIREITO COMERCIAL I – 15/04/2019 
MONITORA: THAÍS MARQUES 
PROFESSOR: ENZO BAIOCCHI 
 
GABARITO COMENTADO 
 
QUESTÕES OBJETIVAS 
 
1) O período histórico do Direito Comercial a partir do século XIX, notadamente após a 
promulgação do ​codede commerce​francês de 1807, se caracteriza: 
a) como um direito especial aplicável apenas aos comerciantes 
b) pela predominância da teoria da empresa 
c) pela predominância da teoria dos atos de comércio 
d) pela predominância da importância das sociedades anônimas 
 
3) O período histórico do Direito Comercial que compreende os séculos XIX e XX, se 
caracteriza: 
a) como um direito especial aplicável aos comerciantes 
b) pelo surgimento e predominância da teoria da empresa 
c) pelo surgimento e predominância da teoria de atos de comércio 
d) com o surgimento e consolidação da importância das sociedades limitadas 
e) nenhuma das alternativas anteriores 
 
4) O conceito subjetivo do Direito Comercial posiciona este ramo do direito privado: 
a) como direito das empresas 
b) como disciplina dos atos de comércio 
c) como direito das sociedades empresárias 
d) como disciplina histórica dos comerciantes 
 
5) O primeiro e único Código Comercial do Brasil, de 1850, sofreu forte influência: 
a) do Código Comercial francês de 1807 
b) do Código Comercial alemão de 1897 
c) do Código Civil francês de 1804 
d) do Código Civil italiano de 1942 
 
9) A chamada “teoria dos atos de comércio” vigorou no Brasil até a promulgação: 
a) do Alvará Régio de 1808 
b) do Código Comercial de 1850 
c) do Código Civil de 1916 
d) do Código Civil de 2002 
 
23) Quanto ao perfil da empresa de Asquini adotado pelo Código Civil de 2002, 
assinale a alternativa correta: 
a) perfil subjetivo 
b) perfil objetivo 
c) perfil patrimonial 
d) perfil funcional 
 
24) O Código de Savary foi editado no ano de: 
a)1804 
b)1673 
c)1807 
d)1603 
 
Comentários das questões 1, 3, 4, 5, 9, 23 e 24: 
 
Tais questões remontam a parte histórica da matéria. Para responder as questões, 
é necessário saber que, em nível internacional: As normas existentes, os costumes, leis, 
sejam escritos ou orais, eram esparsos e não codificados. A característica marcante antes 
das grandes codificações napoleônicas era de normas esparsas e não codificadas. 
Exceções importantes a serem consideradas: o Código de Hamurabi, que continha algo 
de direito marítimo e o Código de Manu (Índia) de 1500, com poucas normas de direito 
comercial. Com a queda do Império Romano do Ocidente, todo padrão cultural, jurídico 
e político se desfaz. Com a Idade Média, temos surgimento e fortalecimento dos 
núcleos urbanos, com o surgimento de nova classe social (burguesia), que necessitaria 
de regulamentação para atividade intrínseca deles, surgiu a necessidade de institutos e 
normas jurídicas que fossem aplicáveis somente aos burgueses/comerciantes. As 
Cruzadas inserem especiarias, metais preciosos, como diamantes e ouro, além de 
marfim e tecidos, como a seda por exemplo. Outro fato marcante – Rota da Seda, 
família Marco Pólo. Veneza e Genova se fortaleceram com a formação de núcleos 
urbanos/comerciais. 
Qual a necessidade da época com o fortalecimento dos núcleos urbanos? Criar 
mecanismos que agilizassem as trocas mercantis. Qual a dificuldade? Câmbio trajetício 
(falta de segurança, pagamento de pedágio, originou institutos que existem até hoje, 
como a nota promissória e a letra de câmbio) + Falta de uma regulação própria. 
No séc. XII e XIII não havia uma legislação comercial, o que fez com que esses 
comerciantes criassem sua própria legislação. Aqui, podemos falar que o direito 
empresarial é disciplina que foi criada pelos comerciantes, regulamentada pelos 
comerciantes e aplicadas pelos comerciantes. A união dos comerciantes foi feita, 
primeiramente, em Corporações de ofício (Guildas), cada ofício era regulamentado e 
fiscalizado por uma guilda local. A principal liga de comércio da idade média e 
moderna é a liga Hanseática. 
De forma lenta, começa a surgir o que hoje conhecemos como direito comercial, 
é direito caracterizado como subjetivo (classista, profissional, corporativo, especial e 
autônomo em relação ao direito civil), a serviço dos interesses da nova classe social 
(burguesia). 
Com a modernidade, marco foi à tomada de Constantinopla pelos turcos 
otomanos em 1453, que gerou a busca por novas rotas. Começamos a ter comércio de 
objetos e de homens, na qual o homem foi objetificado e negociado por comerciantes 
(escravidão). O primeiro código comercial da modernidade foi o Código de Savary, de 
1673, também conhecido como Ordenação de Colbert. 
Na época contemporânea, temos a Revolução Francesa com os ideais 
iluministas. Em 1791 as corporações de ofício foram extintas na frança pela Lei de Le 
Chapelier. 
Chegamos às codificações de Napoleão Bonaparte: O código civil napoleônico 
de 1804 e o código comercial napoleônico de 1807. Os ideais iluministas foram 
incorporados, e a teoria adotada pelo Código Napoleônico foi a teoria dos Atos de 
Comércio, que trazia lista do que era considerado ato mercantil, ou seja, a atividade 
mercantil para ser configurada como tal e ser de livre exercício, precisava estar contida 
na listagem legal. Essa teoria dos Atos de Comércio influenciou o nosso Código 
Comercial Brasileiro, único até hoje, que é datado de 1850 e hoje apenas está vigente 
em seu Livro II. 
Codificação internacional recente: 1883 – Primeira legislação sobre marcas e 
patentes – CUP, 1930 – leis uniformes de Genebra, 1940 – GATTS e 2014 – Brasil 
aderiu a CISG: acordo internacional que regula a compra e venda de mercadorias 
(compra e venda mercantil, de grande escala). Acordo TRIPs – acordo de marcas e 
patentes relacionados ao Comércio, é um tratado Internacional, integrante do conjunto 
de acordos assinados em 1994 que encerrou a Rodada Uruguai e criou a Organização 
Mundial do Comércio. 
Outro marco do Código Civil Italiano de 1942 foi a, moderna, Teoria da 
Empresa, dando fim, na Itália, a influência dos Atos de Comércio, o “pai” dessa teoria 
foi Cesare Vivante. 
É importante saber, a nível nacional: em 1808, tivemos a chegada da família real 
no Brasil, fugindo de Napoleão e com a Carta Régia, veio a abertura dos portos às 
nações amigas (principalmente a Inglaterra). Essa abertura foi uma troca feita entre 
Portugal e Inglaterra. O alvará régio que possibilitou a criação de manufaturas, de 
fábricas no Brasil. Primeira vez que o Brasil colônia pode produzir manufaturas. 
Tivemos a Lei 556/1850 = Código comercial brasileiro. E o Código civil de 2002, que 
trouxe o fim da dicotomia do direito privado = separação clássica entre o direito comum 
(civil) e o direito privado especial (comercial). O Código Civil Italiano, de 1942, que 
influenciou o Código Civil Brasileiro de 2002, significou a união entre o Direito Civil e 
o Direito Comercial, pondo fim a essa dicotomia do Direito Privado. Nesse Código, 
foram coladas normas de natureza comum Civil e de natureza comercial, e tivemos a 
incorporação da teoria da empresa do Código Italiano no caso Brasileiro. Crítica muito 
feita é que não houve o fim dadicotomia e sim mera justaposição da matéria mercantil e 
civil no mesmo código e não o fim de uma dicotomia levado ao último extremo como a 
unificação, ao ponto de ter normas comuns que regem matérias comuns à vida civil e 
comercial. 
Alberto Asquini, Quanto aos perfis da empresa, que é reconhecida para o autor 
como um fenômeno jurídico poliédrico, o mesmo estabeleceu os principais perfis que a 
empresa como palavra jurídica, como termo jurídico, pode ser empregado (é conceito 
abstrato que depende de positivação): 
 
1) Perfil subjetivo: empresa é sinônimo de empresário. (Foi o perfil adotado 
pelo Código Civil Italiano) 
2) Perfil objetivo: conhecido como ​perfil patrimonial​, empresa é sinônimo de 
estabelecimento empresarial. 
3) Perfil funcional: empresa é sinônimo de atividade econômica organizada 
(para produção e circulação de bens e serviços) – Foi o perfil adotado pelo 
Código Civil de 2002. 
4) Perfil coorporativo: empresa representa a relação que existe entre o 
empresário e seus colaboradores. 
O Código Civil brasileiro não traz o conceito de empresa, mas traz o conceito de 
empresário no seu artigo 966, caput, o que nos permite concluir que o perfil adotado 
pelo nosso legislador foi o funcional. 
 
2) Fronteira Pizzaria e Restaurante Ltda. EPP (“Fronteira pizzaria”) alienou um de seus 
estabelecimentos empresariais, uma pizzaria no bairro do Mato Alto, no município Céu 
Azul, para Sabor Pizzaria EIRELI ME (“Sabor Pizzaria”). O contrato de trespasse foi 
omisso quanto à possibilidade de restabelecimento da “Fronteira Pizzaria”, bem como 
nada dispôs a respeito da responsabilidade da “Sabor Pizzaria” por débitos anteriores à 
transferência do estabelecimento. Nesse cenário, analise a afirmativa correta: 
a) O contrato de trespasse será oponível a terceiros, independentemente de qualquer 
registro na Junta Comercial ou publicação. 
b) “Sabor Pizzaria” não responderá por qualquer débito anterior à transferência, exceto 
os que não estiverem devidamente escriturados 
c) Na omissão do contrato de trespasse, “Fronteira Pizzaria” poderá se restabelecer no 
município Céu Azul e fazer concorrência com a “Sabor Pizzaria” 
d) não havendo autorização expressa, “Fronteira Pizzaria” não poderá fazer 
concorrência a “Sabor Pizzaria”, nos cinco anos subseqüentes a transferência 
 
19)O Código Civil considera como estabelecimento todo complexo de bens organizado, 
para o exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. Em relação 
ao estabelecimento empresarial, assinale a alternativa correta: 
a) o adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à 
transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo 
solidariamente obrigado pelo prazo de dois anos, a partir, quanto aos créditos vencidos, 
da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento. 
b) salvo disposição em contrário, a transferência não importa a sub-rogação do 
adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem 
caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em cento e oitenta dias a 
contar da lavratura do ato, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a 
responsabilidade do alienante. 
c) Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, 
translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza. 
d) se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da 
alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do 
consentimento destes, de modo expresso e inequívoco, em noventa dias a partir de sua 
notificação. 
e) não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer 
concorrência ao adquirente, nos três anos subsequentes à transferência, não se aplicando 
tal proibição no caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento. 
 
Comentários das questões 2 e 19: 
As duas questões remontam ao estabelecimento empresarial, que é como o 
empresário realiza o exercício da empresa. O estabelecimento empresarial é o complexo 
de bens organizado pelo empresário que tem por objetivo o exercício da empresa. 
(artigo 1.142, CC). Sua natureza jurídica é de universalidade de fato (Artigo 90, CC) e 
ele pode ser objeto unitário de direitos e negócios jurídicos, translativos (que produz 
mudança) ou constitutivos (que constitui), que sejam compatíveis com a sua natureza. 
(Artigo 1.143, CC). Quanto a sua negociabilidade, o estabelecimento empresarial pode 
ser objeto de alienação, usufruto ou arrendamento (Art. 1.143 e ss. c/c art. 90, parágrafo 
único, ambos do CC) e o nome do contrato é trespasse. Os requisitos para que esse 
contrato seja feito encontram correspondência no artigo 1.144 do CC: instrumento 
escrito, averbação do contrato a margem da inscrição do empresário e publicação na 
imprensa oficial. Além disso, os artigos 1.145 e 1.146 do CC dispõem sobre a eficácia 
da alienação e sobre débitos, respectivamente. O artigo 1.147, CC, dispõe sobre a 
cláusula de não concorrência, existe vedação a concorrência pelo prazo de 5 anos 
imposta ao alienante, salvo se houver autorização expressa. Quanto ao assunto, há 
também a súmula 5/2009 do CADE. 
 
 
6) Sobre o exercício profissional de atividade própria de empresário é correto afirmar 
que: 
I. o menor incapaz não pode exercer atividade de empresário. 
II. o menor relativamente incapaz, desde que emancipado, pode exercer atividade de 
empresário. 
III. o funcionário público não pode ser sócio de sociedade empresária. 
 
a)as respostas I e III estão corretas 
b)as respostas I e II estão corretas 
c) as respostas II e III estão corretas 
d) todas as respostas estão corretas 
 
R: A questão versa sobre a capacidade exigida para ser empresário, disposta no artigo 
972 do CC: podem ser empresários os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil 
e os que não forem legalmente impedidos. O emancipado pode exercer atividade de 
empresário. Quando a incapacidade for superveniente, o incapaz devidamente assistido 
ou representado, por meio de autorização judicial, poderá continuar a empresa (artigo 
974, CC). Tal disposição encontra fundamento no princípio da preservação da empresa. 
Os legalmente impedidos, há legislação específica que os proíbe de exercer a empresa, 
como: servidores públicos, militares, magistrados, membros do MP, falido. Atentar que 
são legalmente impedidos de serem empresários ou administradores de sociedade, mas 
nada os impede de serem sócios. 
 
13) Sobre empresa, empresário e estabelecimento empresarial, é correto afirmar que: 
I. Pode existir sociedade sem empresa e empresa sem sociedade. 
II. O empresário é quem organiza e administra a empresa. 
III. A empresa é objeto de direito e o empresário é sujeito de direito. 
IV. A empresa é exercida por meio do estabelecimento empresarial. 
 
a) as respostas I, II e III estão corretas 
b) as respostas III e IV estão corretas 
c) as respostas I, III, IV estão corretas 
d) todas as respostas estão corretas 
 
R: Pode existir sociedade sem empresa, como é o caso da sociedade inativa. E podeexistir empresa sem sociedade, como é o caso da sociedade em comum. O empresário é 
aquele que organiza que administra a empresa. A empresa é objeto de direito e o 
empresário é sujeito de direito, ou seja, a empresa não tem personalidade jurídica, quem 
tem capacidade de assumir obrigações é o empresário individual e a sociedade 
empresária. A empresa é a atividade econômica, o empresário é quem exerce essa 
atividade e o estabelecimento empresarial é o como, o meio pelo qual se exerce a 
empresa. 
 
11) Diego exerce, em caráter profissional, atividade intelectual de natureza científica, 
com a colaboração de auxiliares. O exercício da profissão constitui elemento de 
empresa, porém não há registro da atividade por parte de Diego em nenhum órgão 
público. Com base nessas informações, assinale a alternativa correta: 
a) Diego não é empresário, porque exerce atividade intelectual de natureza científica 
b) Diego não é empresário, porque não possui registro em nenhum órgão público 
c) Diego é empresário, porque exerce atividade não organizada em caráter profissional 
d) Diego é empresário, independentemente da falta de inscrição na Junta Comercial 
 
R: Atentar ao artigo 966 do Código Civil. O empresário é quem exerce 
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de 
bens ou de serviços. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de 
natureza científica, literária ou artística, ainda que com o concurso de auxiliares ou 
colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Como 
saber se constitui elemento de empresa? Sempre pensar se estou buscando a 
individualidade do que é prestado, ou se serve qualquer um. Quando busco o serviço, 
apenas Diego pode me oferecer ou qualquer um que ali esteja pode me oferecer? Caso 
qualquer um possa oferecer, você está diante da constituição de elemento de empresa. 
 
17)Conforme o Código Civil, equipara-se à condição de pessoa empresária: 
a) um grupo de pessoas que pretenda constituir uma cooperativa para intermediar a 
venda de produtos fabricados em determinada comunidade. 
b) um casal que resolva criar um instituto exclusivamente para difundir informações 
sobre determinada causa social. 
c) um empresário rural cuja principal atividade seja a agricultura e que esteja 
devidamente inscrito no Registro Público de Empresas Mercantis. 
d) um artista plástico famoso que angarie grandes valores com a venda de obras 
plásticas por ele confeccionadas. 
 
R: Analisar o artigo 966, supracitado e o artigo 971 do CC. Atentar para em que caráter 
a atividade econômica é exercida (tem intuito de lucro, é exercida profissionalmente, 
dotada de habitualidade, para produção/circulação de bens e serviços), diferenciando 
que as atividades intelectuais criam, o empresário produz e que o empresário rural pode 
optar por ser empresário, que a natureza do ato do seu registro é constitutiva. 
 
16)De acordo com as disposições do Código Civil de 2002, o registro é instituto 
complementar do Direito de Empresa. Com relação ao assunto, assinale a alternativa 
correta: 
a) Não há óbices para que seja levado a registro e arquivamento o contrato social de 
sociedade empresária que disponha sobre a possibilidade de alienação do nome 
empresarial, independentemente da previsão de regramento quanto à possibilidade de 
utilização do nome empresarial pelo adquirente do estabelecimento em caso de 
trespasse. 
b) O ato sujeito a registro não pode, antes do cumprimento das respectivas 
formalidades, ser oposto a terceiro, ante a inexistência do arquivamento e do efeito de 
publicidade exigido em lei, não se admitindo exceções. 
c) As sociedades constituídas para o exercício de profissional intelectual, de natureza 
científica, vinculam-se ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, salvo se o exercício da 
profissão constituir elemento de empresa. 
d) As pessoas obrigadas a requerer o registro não responderão por perdas e danos em 
caso de omissão ou demora, ante a natureza iminentemente declaratória do registro 
empresarial, o que faz com que a situação pretérita ao arquivamento seja reconhecida 
pelo Direito, nas condições da lei. 
e) As cooperativas poderão ser empresariais ou simples, e, na primeira hipótese, estarão 
sujeitas ao registro empresarial. 
 
R: Atentar ao artigo 966, caput e parágrafo único do CC. Outra observação, a lei impõe, 
independentemente do objeto social, a sociedade anônima será sempre mercantil e a 
sociedade cooperativa será sempre simples (art. 982, parágrafo único, CC). 
 
 
18)À luz dos dispositivos legais do Código Civil acerca do direito de empresa, assinale 
a opção correta a respeito de empresário e de sociedade empresarial: 
a) empresários são tanto aqueles que exercem atividade econômica organizada quanto 
aqueles que exercem profissões intelectuais, científicas, literárias ou artísticas, ainda 
que estas atividades não constituam elementos da empresa. 
b) pessoa que exercer atividade própria de empresário, apesar de legalmente impedida, 
não responderá pelas obrigações contraídas ao longo do exercício empresarial. 
c) sócio que se tornar incapaz poderá, nessa condição, dar continuidade à empresa antes 
administrada por ele enquanto capaz, desde que seja representado ou assistido por seu 
tutor ou curador, independentemente de autorização judicial. 
d) em regra, o empresário individual casado sob qualquer regime matrimonial 
dependerá de outorga conjugal para alienar imóveis que integrarem o patrimônio da 
empresa. 
e) celebram contrato de sociedade as pessoas que, reciprocamente, se obrigam a 
contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica e a 
partilhar dos resultados, podendo ser restrita a atividade a um ou mais negócios 
determinados. 
 
R: Atentar ao artigo 981 do CC. Os sócios subscrevem e integralizam as obrigações ora 
discriminadas no ato constitutivo, ou seja, eles se obrigam a contribuir com serviços, 
bens ou aporte de recursos financeiros (subscrevem), efetivamente o integralizam 
(cumprem o que prometeram), visando à partilha dos lucros que poderão ser auferidos 
no futuro. 
 
8) O arquivamento do contrato social no órgão competente confere capacidade jurídica 
às sociedades, exceto à: 
a) sociedade em comum 
b) sociedade simples 
c) sociedade em conta de participação 
d) sociedade em nome coletivo 
 
O arquivamento do contrato social no órgão competente confere capacidade 
jurídica/personalidade jurídica às sociedades (artigo 985, CC), é começo da existência 
legal (artigo 45, CC). Caso não haja o arquivamento dos atos constitutivos (contrato 
social ou estatuto social), a responsabilidade será ilimitada (artigo 990,CC), há 
impossibilidade de proteção ao nome da empresa (art. 33 da lei 8.934/94), há 
impossibilidade do registro de marca (art. 128, parágrafo primeiro da lei 9.279/96), há 
impossibilidade de contratar com a administração pública (artigo 28, inciso III, lei 
8.666/93) e há a impossibilidade de enquadramento como ME e EPP (artigo 3º, caput, 
LC 123/2006). Por disposição legal, a sociedade em conta de participação não é 
personificada(Art. 993, CC). 
 
10) Quais das funções da escrituração abaixo atende a necessidade de embasamento 
pelo empresário individual ou pelos administradores de sociedade empresária para a 
tomada de decisões administrativas, financeiras e comerciais? 
a)função documental 
b)função gerencial 
c) função fiscal 
d) função econômica 
 
R: A escrituração compreende todos os documentos que contém informações relevantes 
acerca do exercício da empresa. Principais funções que a escrituração tem: 
 
- Função gerencial: serve para o controle interno da empresa, do negócio em 
si e serve como embasamento para tomada de decisões administrativas 
internas, gerenciais. 
- Função documental: atende critérios mais específicos previstos na 
legislação, tem por objetivo não apenas atender a demanda interna, a 
interesse interno como a função gerencial, mas principalmente a de terceiros, 
terceiros não sócios, investidores, bancos. 
- Função fiscal: tem como objetivo permitir a fiscalização do cumprimento 
de exigências de obrigações legais. 
 
Observação quanto aos livros empresariais, temos livros obrigatórios, como o Livro 
Diário (artigo 1.180 e 1.186, CC) e livros facultativos, que atendem função gerencial. 
 
12) As sociedades empresárias têm por obrigação adotar sistema de contabilidade, 
mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme dos seus livros, em 
correspondência com a documentação respectiva, e levantar anualmente o balanço 
patrimonial e o de resultado econômico. A partir do exposto, assinale a alternativa 
correta: 
a) a ausência de autenticação dos instrumentos de escrituração na Junta Comercial não 
impede que os livros da sociedade empresária sejam utilizados em juízo como prova 
documental ao seu favor 
b) em razão da evolução tecnológica, passou a ser vedada a escrituração manual do 
Livro diário, devendo a sociedade empresária adotar livros digitais para a escrituração 
de suas operações 
c) o balanço patrimonial, deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real da 
empresa e indicará o passivo e o ativo distintamente 
d) os assentos lançados nos livros da sociedade empresária, por qualquer dos 
contabilistas encarregados de sua escrituração, não obrigam a pessoa jurídica, se tais 
livros não estiverem autenticados na Junta Comercial 
 
R: Existe a obrigatoriedade de realizar a contabilidade periódica com base na 
escrituração. As demonstrações contábeis são levantadas por meio de balanços. A lei 
obriga pelo menos 2 balanços: o de resultado econômico e o patrimonial. Artigos 1.188 
e 1.189 do CC. O balanço patrimonial, deverá exprimir, com clareza e fidelidade, a 
situação real da empresa e indicará o passivo e o ativo distintamente. 
 
22)Em relação ao empresário e à sociedade empresária, dispõe o Código Civil: 
a) O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de 
outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a 
prova da inscrição originária, sendo que, em qualquer caso, a constituição do 
estabelecimento secundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas 
Mercantis da respectiva sede. 
b)Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a 
empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança, 
devendo o Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais 
registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, 
independentemente do capital social estar totalmente integralizado. 
c) Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, 
independentemente do regime de casamento, podendo o empresário casado, mediante 
outorga conjugal, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los 
de ônus real, caso o seja no regime da comunhão universal de bens. 
d) Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por quotas de 
responsabilidade limitada, e simples a sociedade em conta de participação, sendo que a 
atividade desta última ficará restrita à realização de um único negócio determinado. 
e) É vedada à sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de 
empresário rural, ser constituída ou transformada, de acordo com um dos tipos de 
sociedade empresária, ficando impedida de requerer sua inscrição no Registro Público 
de Empresas Mercantis. 
 
R: Artigo 969 do CC. Reparar que é necessário sempre levar a averbação de 
informações relevantes no respectivo registro, manter as informações da sociedade 
atualizadas e condizentes com a realidade. As outras hipóteses já foram discutidas nas 
questões anteriores. Quanto ao regime dos cônjuges e sua faculdade de composição de 
sociedade, reparar no artigo 977, CC. 
 
 
14) São causas que formam o aviamento subjetivo: 
a) o ponto favorável do estabelecimento físico do empresário 
b) a solidez e higidez do crédito do empresário 
c) a quantidade e qualidade do aparelhamento 
d) o bom treinamento e a boa qualificação dos empresários 
 
7) Constituem elementos que formam o aviamento objetivo: 
a) localização favorável do estabelecimento físico 
b) treinamento e qualificação dos funcionários 
c) qualidades individuais do administrador 
d) reputação do empresário 
 
R: O aviamento decorre da melhor exploração da empresa, ele consiste na mais valia 
que existe entre o valor total do complexo de bens do empresário, ou seja, o valor como 
um todo dos valores que formam o estabelecimento empresarial, em relação ao valor 
unitário dos bens isoladamente considerados. Sempre que existe a mais valia, estamos 
diante de “índice de prosperidade”, ou seja, temos indicativo da aptidão daquela 
empresa para gerar lucro. O aviamento pode ser objetivo ou subjetivo, o objetivo está 
relacionado aos bens e o subjetivo está relacionado às qualidades pessoais do 
empresário e de seus colaboradores. 
 
 
15) São colaboradores independentes da empresa: 
a) os corretores de valores mobiliários e leiloeiros 
b) os empregados do setor de segurança e limpeza 
c) os motoristas e entregadores externos 
d) os gerentes prepostos 
 
R: Os colaboradores são sempre pessoas físicas, que auxiliam o empresário no exercício 
da empresa. Podem ser dependentes ou independentes. Os dependentes têm vínculo 
empregatício e são subordinados hierarquicamente ao empresário, já os independentes 
não, adicionando também o fato de que colaboram de forma esporádica e externa, 
eventualmente trabalhando de forma interna. Os dependentes podem ser internos ou 
externos, ainda, a depender de onde preponderantemente desempenham suas funções. 
 
20)Tendo em vista que o patrimônio de um estabelecimento comercial pode incluir bens 
corpóreos e incorpóreos, assinale a opção cujos elementos podem figurar como bens 
corpóreos do referido tipo de estabelecimento. 
a) programa de computador adquirido para emissão de notas fiscais e mobiliário. 
b) patente de invenção de um bem industrial e mercadorias do estoque 
c) veículos e registro de um desenho industrial 
d) ponto comercial e marca registrada 
e) maquinaria e nome empresarial 
 
R: Os bens corpóreos são tangíveis e os incorpóreos são intangíveis. Outros exemplos 
de bens incorpóreossão: ponto comercial, nome empresarial, título de estabelecimento, 
expressões e sinais de propaganda, nome de domínio e recompensas, prêmios e 
distinções. 
 
21)Em relação à eficácia probatória ou força probante dos livros mercantis obrigatórios 
de um empresário, é correto afirmar que os dados constantes da escrituração mercantil 
criam: 
a) uma presunção relativa de veracidade a favor de um litigante quando este fizer prova 
contra o empresário. 
b) uma presunção absoluta de veracidade a favor de um litigante, desde que estejam 
presentes os requisitos intrínsecos e extrínsecos dos documentos. 
c) uma presunção absoluta de veracidade a favor do empresário, desde que estejam 
presentes os requisitos intrínsecos e extrínsecos dos documentos. 
d) uma presunção relativa de veracidade a favor do empresário, independentemente da 
presença dos requisitos intrínsecos e extrínsecos dos documentos. 
e) um desencargo do onusprobandi, quando exibido o livro para fazer prova a favor do 
empresário, independentemente da presença dos requisitos intrínsecos e extrínsecos dos 
documentos. 
 
R: A regra geral é pelo sigilo dos livros comerciais, salvo quando a exibição por 
determinada por uma medida judicial (artigo 1.190 e 1.191, CC). Sobre o assunto, há 
duas súmulas antigas, porém ainda vigentes do STF: 260 e 439. No código de processo 
civil, temos disposições quanto à exibição total e parcial de livros comerciais. (artigos 
420 e 421 do CPC). Quanto à eficácia probatória dos livros do empresário, ela é uma 
presunção relativa (artigo 417 do CPC c/c artigo 226 do CC). A regra geral é que fará 
prova contra seu autor, mas se a escrituração não contiver nenhum vício extrínseco ou 
intrínseco e ele tiver também outros meios de confirmar as informações, a mesma fará 
prova a favor do empresário. 
 
 
25) Pode ser enquadrado como MEI, precisa auferir renda bruta de: 
a) R$ 360.000,00 
b) R$ 81.000,00 
c) R$ 60.000,00 
d) R$ 4.800.000,00 
 
R: O regramento do MEI, ME e EPP se encontra na lei complementar 123 de 2006. 
Atentar para o tratamento diferenciado, especial, por princípios da ordem econômica 
brasileira, simplificado para o pequeno empresário (artigos 170 e 179, CF). MEI, ME e 
EPP são enquadramento legal específico. O MEI tem que ter auferido renda bruta de R$ 
81.000,00 e que seja optante pelo Simples Nacional. (artigo 18-A, parágrafo primeiro 
c/c artigo 68, LC 123/2006). O ME e o EPP estão dispostos no artigo 3º. Atentar para o 
tratamento jurídico simplificado e especial. 
 
 
QUESTÕES CONCEITUAIS 
 
1) Cite dois elementos que formam o aviamento subjetivo. 
R: Reputação do empresário e bom treinamento/qualificação dos seus empregados. 
 
2) Cite dois elementos que formam o aviamento objetivo. 
R: A melhor localização (melhor ponto do estabelecimento físico) e a quantidade de 
máquinas. 
 
3) O que é a inatividade da empresa e quais os seus principais efeitos? 
R: A inatividade da empresa ocorre quando não há qualquer arquivamento pelo prazo de 
10 anos consecutivos, sem comunicação à Junta Comercial que pretende manter o seu 
funcionamento, dessa forma será considerada inativa. Os principais efeitos, no caso da 
inatividade da empresa, serão: A Junta Comercial promoverá o cancelamento do 
registro, o que acarretará a perda automática da proteção ao nome empresarial. Base 
legal: artigo 60 da lei 8.934/94. 
 
4) Qual é a natureza jurídica do ato de registro público de empresas com relação ao 
empresário individual e ao empresário rural? Há diferença? Explique e fundamente 
corretamente a resposta discursiva, citando toda a base legal pertinente. 
R: A natureza jurídica em relação ao empresário individual é declaratória, salvo quando 
se tratar do produtor rural que opta pelo regime empresarial, sendo neste caso de 
natureza jurídica constitutiva, a partir de sua opção, ele escolhe se será regido pelas 
normas empresariais ou simples. O ato do registro gera uma presunção relativa da 
condição de empresário, ou seja, você pode ser empresário sem registro, é o exemplo da 
sociedade em comum. Base legal: art. 967 c/c art. 971, c/c art. 1.150, todos do CC. 
 
5)Qual a natureza jurídica do estabelecimento empresarial? 
R: O estabelecimento empresarial tem natureza jurídica de universalidade de fato, ou 
seja, é complexo de bens (corpóreos ou incorpóreos, móveis ou imóveis) organizado 
pelo empresário que tem por objetivo o exercício da empresa. Uma vez organizado pelo 
seu titular (empresário individual ou sociedade empresária) podem ser objeto de 
relações jurídicas próprias. Base legal: art. 90 c/c art. 1.142, ambos do CC. 
 
 
CASO CONCRETO 
1) Os irmãos e sapateiros Caio e Maria Abreu decidiram constituir uma sociedade para 
explorar o ramo de confecção de sapatos masculinos. Após um longo debate sobre os 
detalhes do negócio e as cláusulas do contrato social, finalmente constituíram a 
sociedade Irmãos Abreu Sapataria Especializada Ltda. Alguns meses após a assinatura 
do contrato social, e em razão de um atraso de um mês em uma entrega de 500 sapatos, 
o cliente ajuizou demanda para cobrar uma multa contratual pelo atraso no valor de R$ 
20.000,00. Após consultar o seu advogado sobre a melhor defesa da sociedade, os 
sócios foram surpreendidos ao tomar conhecimento que o despachante contratado para 
realizar o arquivamento dos atos constitutivos da sociedade perante a Junta Comercial 
deixou de fazê-lo. Diante dos fatos narrados e na qualidade de advogado dos irmãos 
Abreu, responda: 
 
a) Após a assinatura do contrato social, qual é a principal providência a ser tomada 
pelos sócios ou pelos administradores da sociedade e qual sua relevância? Explique. 
R: Eles devem realizar o registro, com o arquivamento dos atos constitutivos (contrato 
social). A importância é o exercício regular da empresa. Caso não realizem essa 
importante obrigação, haverá uma sociedade em comum (irregular ou de fato, como é 
popularmente conhecida), em que os sócios respondem de forma solidária e ilimitada 
pelas obrigações sociais, tendo em vista que não se adquiriu a personalidade jurídica, 
não haverá proteção ao nome empresarial, dentre outras desvantagens. O arquivamento 
deve ser feito em até 30 dias da assinatura do contrato social, para efeitos “ex tunc”, 
retroagindo à data de assinatura do contrato social. Caso contrário, os efeitos serão “ex 
nunc”, a partir do deferimento pela Junta Comercial. Base legal: arquivamento dos atos 
constitutivos – art. 967, CC c/c art. 1.150, CC c/c art. 32, II, a da lei 8.934/94 / 
responsabilidade – art.990, CC / aquisição da personalidade jurídica –art. 985, CC/ 
efeitos temporais – art. 1.151, parágrafos primeiro e segundo, CC c/c art. 36 da lei 
8.934/94. 
 
b) De acordo com o Código Civil, qual é o tipo de sociedade existente entre os irmãos 
Abreu, durante o período em que exerceram atividade empresária até descobrirem que 
os atos não foram arquivados? Explique. 
R: A sociedade existente entre os irmãos é a sociedade em comum, por não ter sido 
arquivado seus atos constitutivos. Caso o registro fosse feito,estaríamos diante de uma 
sociedade limitada. Base legal: sociedade em comum – art. 986, CC / sociedade limitada 
– art. 1.052, CC. 
 
c) Sob o ponto de vista societário, como fica a responsabilidade dos sócios Abreu 
perante o cliente? 
 
Os sócios responderão de forma solidária e ilimitada pelas obrigações sociais, tendo em 
vista que a sociedade em comum não adquiriu personalidade jurídica e portanto, não 
ocorreu blindagem/separação patrimonial. Base legal: sociedade em comum – art. 990, 
CC/ personalidade jurídica – art. 985, CC.

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