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OBRIGAÇÕES: resumo. ponto 4: adimplemento; obrigações nasceram para serem extintas. aquele que compra espera receber o bem adquirido, e aquele que vende espera receber o valor relativo ao bem. uma relação jurídica tem início (nascimento), meio (execução da obrigação, com a realização da prestação) e o fim (adimplemento). o adimplemento é o final de toda relação jurídica, e no campo da das obrigações, o adimplemento é uma das formas de extinção da obrigação. o pagamento: uma das espécies mais conhecidas de adimplemento, também chamada de solução ou cumprimento. O pagamento é reservado para designar a forma de cumprimento da obrigação, que neste caso é dar soma em dinheiro. ❏ conceito: é o cumprimento da prestação que estava vinculada ao devedor (pode ser fazer, não fazer, dar) e o fim quando atingido pelas partes satisfaz o interesse do credor e libera o devedor, provocando a extinção definitiva da obrigação. peculiaridades do pagamento: em regra só o devedor tem legitimidade para pagar, em casos excepcionais, terceiros podem fazer. Esse terceiro, que pode ser interessado ou não, quando paga - o resultado dessa operação (adimplemento) será a satisfação ao credor, mas não a liberação do devedor. o pagamento nem sempre importa na satisfação do interesse do credor: o adimplemento, então, não pode ser confundido com a satisfação do interesse do credor, porque podem ocorrer a satisfação do interesse do credor sem que tenha havido o adimplemento do devedor - isso pode acontecer por meios naturais. por exemplo: se o credor contrata determinada empresa especializada na retirada de entulhos, os quais se encontram acumulados à beira de rio que margeia sua casa e, antes da execução da obrigação, ocorre enchente inesperada que remove totalmente os objetos, ocorreu a satisfação do credor (remoção dos entulhos), por fatos totalmente naturais (enchente, forças da natureza) sem o adimplemento por parte do devedor (execução da remoção pela empresa especializada na retirada de entulhos). Também pode ocorrer de de terceiro cumprir a prestação - nesse caso há satisfação do credor mas não do devedor. Outro aspecto que revela a necessidade de não se confundir adimplemento com satisfação do interesse do credor reside no fato de que pode haver a liberação do devedor antes mesmo da satisfação do credor, cuja hipótese mais facilmente visualizada é a da consignação em pagamento. legitimação ativa; quem deve pagar em regra só o devedor pode adimplir a obrigação seja qual ela for. mas em determinadas hipóteses pode ocorrer concorrência de legitimidade para pagar (adimplir) OBRIGAÇÃO PERSONALÍSSIMA: só o devedor pode pagar Quando a obrigação for personalíssima só o devedor originário pode pagar. Se a prestação nao tiver esse caráter a dívida pode ser adimplida pelo devedor ou qualquer outra pessoa - porque para o credor o que interessa é a satisfação do seu crédito e não quem irá pagá-lo. PAGAMENTO FEITO POR TERCEIRO: (interessado ou não interessado) Interessado é todo aquele não é o devedor mas tem interesse na extinção da dívida, porque ela pode lhe afetar direta ou indiretamente. O interesse é meramente jurídico, e não moral ou afetivo. Um exemplo seria o fiador e o avalista; o fiador é subsidiariamente responsável pela prestação e efetua pagamento para que não tenha dívidas em efeitos de mora. ❏ efeitos: reembolso com sub rogação; o terceiro interessado tem direito de pedir reembolso ao devedor. Ele agora detém dos direitos que o devedor tinha antes. TERCEIRO não interessado é aquele que paga a dívida sem que essa possa atingi-lo de qualquer maneira. Como por exemplo: o namorado que paga o cartão de crédito da namorada. QUITAÇÃO E A PROVA DO PAGAMENTO; Uma vez paga a dívida, o devedor tem direito a quitação. É o documento que certifica o devedor que ocorreu o pagamento, liberando-o do vínculo obrigacional. Extingue a obrigação e salva o devedor contra qualquer novo tipo de cobrança do credor. É um direito do devedor. Não é um recibo: recibo é a declaração que alguém recebeu uma coisa, enquanto a quitação é o recibo do adimplemento com o reconhecimento que o devedor salvou o que devia. Pode ser plena ou parcial; plena quando a obrigação é extinguida totalmente, liberando o devedor - e parcial quando é quitada apenas parte da prestação. Quem pode receber prestação e dar a quitação? O próprio credor. Excepcionalmente outras pessoas que não o credor. Um representante (legal ou convencional). Pessoa autorizada por lei ou pelo próprio credor. Credor aparente ou putativo: é aquele que se apresente na frente de todos como credor. capacidade para adimplir, receber o pagamento e dar quitação somente pessoas capazes podem dar quitação; pagamento a incapaz: não gera defeitos se o devedor tinha ciência dos fatos. Só terá validade se o devedor comprovar que o pagamento foi revertido em benefício ao incapaz, como por ex: menor de idade recebe o pagamento que era dirigido a seu pai. Se ele gastar o valor do pagamento em um parque de diversões a quitação não será considerada válida pois o legislador entende que o incapaz não tem capacidade de discernir. No entanto, se o menor de idade, compra títulos da dívida pública, do tipo “tesouro direto” e o credor consegue comprovar que os mesmos ainda existem, preenche o requisito no art. 310 e o pagamento será considerado válido. objeto do pagamento é a prestação devida relacionada ao fato lícito ou ilícito da qual se originou. O credor não é obrigado a receber prestação adversa da qual foi convencionado. ❏ credor não está obrigado a receber por partes se assim não convencionou; Não se pode obrigar o credor a receber a prestação por partes PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO se trata de quando o devedor usa de meios coercitivos para forçar o credor a receber a prestação. Consiste no depósito judicial ou extrajudicial de quantia ou coisa devida. hipóteses para o pagamento em consignação ❏ Recusa injusta do credor em receber a prestação ❏ Negativa do credor em dar quitação ❏ dúvida ou desconhecimento sobre a legitimidade do credor (ex. espólio) ou sobre o seu paradeiro (ausência) ❏ quando o objeto se tornar litigioso (briga entre sócios ou entre irmãos em inventário, p. ex.); ❏ incapacidade do credor; ❏ instauração do concurso de credores; Em resumo, abrir-se-á o caminho para a consignação toda vez que o devedor não possa efetuar pagamento de forma válida. ➢ pode ser extrajudicial em caso de pagamento em dinheiro. nos demais casos será sempre judicial! PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO Ocorre quando se substitui o sujeito da obrigação no pagamento da dívida, mas sem extinguir a obrigação. O terceiro se coloca no lugar do devedor. espécies: ❏ legal: ocorre de pleno direito, acontece independentemente da vontade das partes. O terceiro tem o direito de pagar essa dívida ❏ embargo de terceiro ❏ convencional: As partes convencionam. ex.: dinheiro emprestado pela Caixa para comprar um apartamento IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO várias dívidas da mesma natureza contra o mesmo credor e não possui dinheiro para pagar todas. É necessária a pluralidade de débitos, caso contrário não seria necessário a imputação. Identidades iguais. É necessário identificar qual está sendo paga para não acabar pagando a mesma novamente. no caso de imputação feita por vontade do credor, ele irá declarar sobre qual dívida está caindo a quitação do pagamento feito. Imputaçãolegal ocorre apenas quando nenhum dos dois indicar qual dívida será paga ❏ critérios: 1) Pagamento será imputado à dívida mais antiga, líquida e vencida antes, a que for exigível primeiro; 2) Pagamento será imputado à dívida mais onerosa (mais ônus ao devedor). DAÇÃO EM PAGAMENTO Quando o devedor dá outra coisa em pagamento ao credor. O credor não é obrigado a receber, mesmo que seja mais valiosa. Tem de haver concordância. O principal efeito da dação em pagamento é a extinção da obrigação. Em caso de evicção, quando devedor da aquilo que não lhe pertence, a obrigação primitiva volta a se estabelecer. NOVAÇÃO Criação de uma nova obrigação no lugar da anterior, que se extingue. Um exemplo de novação objetiva poderia ser o seguinte: Fred Flintstone, pedreiro, contrata os serviços de um advogado para que este promova a dissolução de seu vínculo conjugal com Wilma, sua esposa. Acorda com o advogado que pagará R$ 10.000,00 pelos serviços. O advogado ajuíza a ação, dissolve o vínculo conjugal e, quando vai realizar a cobrança, Fred Flintstone afirma estar passando por dificuldades financeiras motivo pelo qual as partes acordam que ao invés de Fred pagar os R$ 10.000,00 que eram devidos, Fred irá construir uma churrasqueira na casa do advogado. Neste exemplo, as partes resolveram substituir a obrigação de dar (pagar R$ 10.000,00) por uma obrigação de fazer (construir uma churrasqueira). requisitos: ❏ Existência e validade da obrigação anterior. ❏ Criação de uma nova obrigação em substituição da anterior, criada especificamente para extinguir a obrigação anterior. ❏ "Animus novandi": intenção inequívoca de realizar essa nova ação. efeitos: ❏ Extinção da obrigação. ❏ Extinguem-se as obrigações acessórias. ❏ Na novação subjetiva o credor aceita os riscos da insolvência do novo devedor ❏ Na novação realizada por um dos devedores solidários, todos se aproveitam da extinção da dívida. ❏ Na novação realizada por um dos credores solidários, os demais credores têm direito de regresso contra ele COMPENSAÇÃO extinção de relações recíprocas em pessoas que são devedora uma da outra até a concorrência de seus respectivos créditos. ❏ ex.: A deve 100 pra B, B deve 60 para A. A passa a dever 40 para B e B deixa de dever para A. ❏ espécies: legal ou convencional. se existirem os requisitos legais, deve ser feita. na convencional os autores escolhem fazer a compensação mesmo não havendo os requisitos. requisitos: reciprocidade de créditos. A deve para B e vice-versa. não pode ser triangular. as duas dívidas devem ser líquidas, que já tem valor atribuído. o objeto deve ter a mesma natureza. CONFUSÃO É quando a pessoa deve para ela mesma. Confundem-se na mesma pessoa as qualidades de credor e devedor. Ocorre por sucessão inter vivos ou causa mortis. Ex.: A deve pra B, B falece, A era seu herdeiro. Se ele era o único herdeiro, extingue-se a dívida. Se havia mais herdeiros, ele deve pros outros(extingue-se 1/3 da dívida). REMISSÃO DE DÍVIDAS Perdão da dívida. Instituto de natureza contratual. A entrega do título da obrigação implica remissão (386). A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não a extinção da dívida (387). ❏ art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida. ❏ quando um dos credores perdoa a dívida ela é perdoada por inteiro, e então os outros tem direito de regresso contra ele. INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES O descumprimento da obrigação. O devedor deve responder com seu patrimônio. ❏ absoluto: Quando não foi cumprida corretamente e não tem mais como cumprir. Ou é impossível de cumprir ou o credor não tem mais interesse em receber. Única solução que resta é resolver em perdas e danos. Também podem incidir os honorários do advogado e a cláusula penal. ❏ relativo: Também conhecido como mora(atraso). A obrigação não foi cumprida corretamente mas ainda é possível cumprir posteriormente. As consequência são os encargos da mora: correção monetária(pra corrigir a mudança do valor da moeda), juros moratórios, perdas e danos, honorários de advogado, cláusula penal (previsão no contrato de uma penalidade pecuniária) (395). ❏ são cumulativos. exceção: não é possível acumular cláusula penal com perdas e danos (Art. 416). O estabelecimento da cláusula já é uma previsão do prejuízo. Caso o prejuízo exceda o valor da cláusula penal é possível acabar com essa cláusula para cobrar somente as perdas e dano, DESDE QUE haja previsão no contrato nesse sentido. ❏ Tem que ter ocorrido por um fato imputável ao devedor. (393) É possível assumir a responsabilidade de responder pelos prejuízos gerados por caso fortuito e força maior. ❏ Há a possibilidade do credor rejeitar a prestação. (395 parágrafo único) ❏ Ex.: Jantar de casamento entrega no dia errado ❏ Além de tudo isso o devedor fica com os riscos do objeto. Caso o devedor em mora perca o objeto, seja com culpa ou não, ele responde. Ele pode se safar se o dano fosse acontecer de qualquer forma mesmo se tivesse devolvido. (399) ❏ Mora do credor: Riscos da coisa e do preço. (400) ❏ Purgação da mora ❏ Devedor: pagando ❏ Credor: recebendo ❏ Deve-se observar as regras do contrato para a purgação da mora. ❏ Juros ❏ Compensatórios: retribuição pela utilização do capital alheio. Os frutos civis do capital. O contrato deve previr. ❏ Moratórios: Não precisa ter previsão contratual, são juros legais. Têm aplicação na taxa de 1% ao mês. ❏ Formas de cálculo de juros: simples ou compostos ❏ Simples: Incide somente sobre o capital. ❏ Compostos: Juros sobre juros ❏ Cláusula Penal ❏ Tem que ter previsão contratual. ❏ Obrigação acessória aplicada pelo descumprimento da obrigação principal. ❏ Penalidade pecuniária, responsabilidade patrimonial. ❏ Três tipos: Moratória, Compensatória e Cláusula especial ❏ Moratória: Decorre do atraso. Será de no máximo 10% do valor da obrigação principal. Quando se trata de relação de consumo o limite é de 2%. Art 411 ❏ Compensatória: Decorre de quando a obrigação não é cumprida, inadimplemento absoluto. Art 410/412. Vai ser cobrada no lugar da obrigação que não vai mais ser desempenhada. ❏ Cláusula especial: Art 411. Ex.: Cláusula de confidencialidade. ● A mora pode ser: ○ ex persona - na falta de termo certo para a obrigação; não haverá mora automaticamente constituída. Ela começará da interpelação que o interessado promover, e seus efeitos produzir-se-ão ex nunc (do dia da intimação). ○ ex re - imposta legalmente, independentemente de provocação da parte a quem interessa, nos casos especialmente previstos.
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