Buscar

Matheus Projeto

Prévia do material em texto

PEDAGOGIA
Sistema de Ensino Presencial Conectado
PEDAGOGIA 
MATHEUS PEREIRA GONÇALVES
a importância da educação emocional na aprendizagem 
	
a importância da educação emocional na aprendizagem 
Projeto de Ensino apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Pedagogia.
Orientador: Prof. Tiago de Almeida. 
Medina – MG 
2018
Matheus Pereira Gonçalves. A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EMOCIONAL NA APRENDIZAGEM. 2018. Projeto de Ensino (Graduação em Pedagogia) – Centro de Ciências Exatas e Tecnologia. Universidade Norte do Paraná, Medina, 2018.
RESumo
Nas últimas décadas o estudo das emoções vem sendo intensificado por profissionais das diversas áreas do conhecimento científico, configurando-se como um fator relevante para o processo de desenvolvimento humano. Com este trabalho inicial pretendemos contribuir (estimular) com o estudo das emoções, junto à comunidade educativa, em geral, ressaltando sua importância para a aquisição da aprendizagem; procurando evidenciar as relações emocionais existentes entre professor e aluno, mediante as práticas de ensino e aprendizagem. Pretendemos contribuir, também, para que futuras pesquisas possam ser implementadas no sentido de aprofundar os estudos sobre a temática, cujos resultados venham ser utilizados para resignificar os processos de formação docente, o redimensionamento curricular, tendo em vista o desenvolvimento cognitivo dos discentes. 
Palavras-Chave: Emoções, Ser humano, Aprendizagem significativa.
 INTRODUÇÃO
Durante o século XIX e parte do século XX, o panorama educacional brasileiro fundamentou-se em paradigmas tradicionais, onde as práticas educativas tinham como foco a reprodução fragmentada dos conhecimentos. Desse modo a escola também alicerçou-se nessa abordagem, repassando, no espaço da sala de aula, os conhecimentos construídos ao longo do tempo, sem se importar com a formação humana em sua completude. O contexto educacional contemporâneo vivencia um dos maiores desafios: promover o desenvolvimento integral do ser humano. Sobre esse assunto MORIN (2003, p.15) declara que: o ser humano é a um só tempo físico, biológico, psíquico, cultural, histórico e social. Sendo assim, é preciso considerar que a educação escolar precisa ampliar o leque de ações, para favorecer o desenvolvimento de saberes extras, Pedagoga, Mestranda em Ciências da Educação. de modo a atender aos diversos aspectos da formação humana, tendo em vista sua preparação para a vida. Procurando refletir sobre os processos de aprendizagem, constatamos que em nenhuma outra época, o homem conseguiu acumular tantos conhecimentos como atualmente. Entretanto, podemos perceber que, apesar da diversidade de conhecimentos adquiridos e socializados, muito pouco é sabido sobre o próprio homem, sobre os sentimentos e as emoções que envolvem a aprendizagem. Com este trabalho inicial pretendemos contribuir (estimular) com o estudo das emoções, junto à comunidade educativa, em geral, ressaltando sua importância para a aquisição da aprendizagem; procurando evidenciar as relações emocionais existentes entre professor e aluno, mediante as práticas de ensino e aprendizagem; bem como, recorremos à bibliografia disponível para identificar quais emoções podem envolver o processo educativo, considerando o currículo escolar implementado na Escola de Ensino Médio Integral e Integrado à Educação Profissional. A partir dessas reflexões, pretendemos contribuir, também, para que futuras pesquisas possam ser implementadas no sentido de aprofundar os estudos sobre a temática, cujos resultados venham ser utilizados para resignificar os processos de formação docente, o redimensionamento curricular, tendo em vista o desenvolvimento cognitivo dos discentes. Nesse sentido, cabe questionar qual o papel da emoção para o desenvolvimento da aprendizagem significativa dos alunos? Quais emoções são demonstradas pelos alunos no ambiente escolar? Como o cérebro dos educandos reage ao serem estimulados pelos educadores? Buscando encontrar argumentos convincentes para tais questionamentos, procuramos no percurso desse trabalho, estabelecer um diálogo entre aprendizagem, cérebro e emoção, fazendo um estudo a partir das concepções de teóricos da área da Psicologia, Pedagogia e Sociologia, como: Casassus (2009) que faz referência à intrínseca relação entre a emoção e aprendizagem, Libaneo (1994) que trata do trabalho docente, Morin (2011) que reflete que a educação contemporânea precisa integrar a afetividade e a emoção no processo de aprendizagem; Santos (2000) faz referência à Educação Emocional nas Escolas; Goleman (1995) que torna relevante o papel das 3 emoções no processo de ensino e aprendizagem; Ausubel (1978) trata da Aprendizagem Significativa e Cosenza (2011) explica como o cérebro aprende. . Em seguida, pretendemos evidenciar práticas docentes, que considerem as emoções como premissa para a aquisição da aprendizagem. Para tanto é preciso analisar as posturas dos docentes em plena ação; seja nos momentos de formação, no planejamento das atividades e/ou nas práticas efetivas de sala de aula; de modo a ampliar o entendimento entre os educadores, sobre a importância das emoções para o processo de ensino e aprendizagem.
Revisão Bibliográfica
 Para a realização deste trabalho inicial observamos, genericamente, práticas, posturas e reações dos envolvidos no processo ensino e aprendizagem (alunos e professores) da Escola Estadual Professor Querubim Cirino de Matos, instituição pertencente à rede pública estadual de ensino, localizada à Rua da Copasa, bairro São Geraldo em Medina – Minas Gerais. O público-alvo desse estudo foi composto por alunos matriculados nas turmas Do 9º Ano 1ª e 2ª do ensino médios. Para reunir as informações, utilizamos da observação direta junto aos professores e alunos nos diversos ambientes educativos, coleta de dados dos sujeitos desta pesquisa reunidos ao longo do ano letivo, registrados em instrumentais específicos. Também recorremos aos documentos gerenciais da E. E. Prof. Querubim Cirino de Matos : Projeto Político Pedagógico, Plano de Ação da Escola, Plano de Ação do Professor de Português e Religião. Tais informações foram sistematizadas no mês de Outubro de 2018 e o resultado da observação foi apresentado em relato descritivo, buscando junto à literatura existente, direcionar a aplicação desse trabalho como um instrumento pedagógico; teórico-metodológico, no sentido de estimular a equipe escolar para o estudo das emoções, ressaltando sua importância no processo ensino e aprendizagem, onde o professor passe a assumir, verdadeiramente, o papel de facilitador desse processo e a escola possa oportunizar o resgate emocional, a socialização, a interação dos seres e saberes, possibilitando a formação cidadã dos jovens, e se possível, suprimindo as possíveis falhas decorrentes do contexto familiar e ou social
 Tema e linha de pesquisa
Identificadas as dificuldades de aprendizagem apresentadas pelos alunos 9º ano fundamental 1º e 2º do ensino médio, de uma escola da rede estadual de ensino, da cidade de Medina, MG, surgiu a necessidade de elaboração de um projeto de intervenção pedagógica direcionado a esses alunos. Inicialmente será realizada uma pesquisa de caráter bibliográfico tendo em vista a necessidade de discussão e compreensão dessas dificuldades e seus eixos geradores. 
 Justificativa: 
 Em observações realizadas no ambiente escolar, deparamo-nos com situações vulneráveis, onde famílias inteiras residem em locais de risco, afetados por necessidades básicas, cobrados em responsabilidades precoces e desprovidos de afeto por conta da necessidade premente da busca pela subsistência,o distanciamento do filhocom os pais, a perda de algum ente querido , o distanciamento com o pai ou mãe após um divórcio , ou mesmo algum conflito familiar mal resolvido etc. Na aula, espaço de aprendizagem que deveria oportunizar o conhecimento, a interação, a socialização, a educação baseada na diversidade, abraça, também, o resgate emocional, equacionando lacunas ou suprimindo, quando possível, as faltas decorrentes do ambiente familiar.
                        A motivação para a aprendizagem passa pelas emoções e o resultado delas colore as avaliações e os rótulos aos educandos, desde os anos iniciais, traçando a trajetória escolar dos mesmos ao longo do processo de aprender. Desta forma, é de suma importância reconhecer os espaços geográficos, torná-los agradáveis, equilibrar emoções para atender a demanda existente em nossos espaços educativos, estabelecer vínculos sólidos, promovendo segurança, confiança e afeto, pois só desta forma as deficiências/ faltas serão, de alguma forma, dirimidas nos ambientes educacionais. Cabe ressaltar que o respeito em relação ao educando é importante, pois somos modelos das ações dos mesmos.
                        Faz-se necessário conhecer a neurociência e com ela o funcionamento do Sistema Nervoso Central, embasando cientificamente o educador, de como áreas diversas fortalecem e fundamentam a aprendizagem, a educação e a própria neurociência num processo interdisciplinar. Desta forma, o cérebro se torna um mediador importante do conhecimento entre professor, pais e educadores, num reconhecimento das potencialidades e dificuldades no aprender mas a neurociência solitária não vai responder a demanda da aprendizagem, precisa, entretanto, do olhar investigativo do educador, que reconhece potenciais, dificuldades e necessidades que caracterizam a personalidade dos membros de uma sala de aula.
                          Para que o cérebro aprenda é necessário: ambiente calmo e acolhedor para exporem ideias e discussões relevantes; atividades práticas que contribuam para associações importantes e promovam a modificação fisiológica e estrutural do cérebro; a idade não esgota aprendizagens, basta que saibamos os períodos sensíveis do mesmo para o ajuste de seu desempenho; a oportunidade de escolha das tarefas, pelos estudantes, aumenta a responsabilidade dos mesmos em seu aprender; o cérebro quando ativado movimenta inúmeras áreas do córtex cerebral favorecendo a aprendizagem numa ancoragem anterior; o cérebro responde positivamente aos estímulos visuais, dramatúrgicos e musicais e promover estas expressões motiva os educandos a uma resposta.
 Problematização
 A emoção, na sua essência semântica, é sinônima de esquemas de ação ou estado de preparação do organismo para certas respostas corpóreas a tarefas, situações ou eventos e concomitantes comportamentos, particularmente as que têm valor de sobrevivência (exemplo: ameaça, perigo, ansiedade, insegurança, desconforto, etc.) Como definição mais pedagógica, podemos acrescentar que a emoção é um impulso neurobiológico que impele o organismo para a ação. Para todos os efeitos, a emoção é uma informação que se acumula no cérebro do indivíduo a partir da sua experiência, e usa essa informação para agir com vantagem adaptativa e estratégica em situações futuras. Neste sentido, a emoção guia e acompanha a aprendizagem como processo neurológico básico, estabiliza a gestão e executa a pilotagem dos processos cognitivos, conativos e executivos que entram em jogo na aprendizagem e no comportamento de longo termo.
 Ao longo da evolução, a espécie humana desenvolveu no seu cérebro um pensamento emocional ("emotional thought"), ou seja, um sistema operacional emocional e social (SOEC), que gerou posteriormente um pensamento racional, daí a importância do sistema límbico que, ao emergir do tronco cerebral, que trata das funções automáticas de bem estar e de sobrevivência, prepara e aciona o neocórtex para o desempenho de funções cognitivas superiores necessárias às aprendizagens mais complexas e simbólicas. A sobreposição da cognição sobre a emoção foi, portanto, uma das chaves do nosso triunfo adaptativo como espécie, a resolução de problemas e acumulação de inovações tecnológicas, só foi possível por tal interdependência neurofuncional. Se o SOEC funcionasse mal, o trajeto evolutivo da espécie seria certamente outro, paralelamente, quando uma criança na escola tem o seu SOEC comprometido, a sua aprendizagem vai ter problemas.
 A aprendizagem com sucesso implica três componentes em interação sistêmica: a regulação emocional, o conhecimento consciente e as estratégias cognitivas. Se os três componentes não estiverem alinhados e integrados, aprender como corolário da experiência vai ser complicado, exatamente porque o indivíduo, ou o aluno, perde a capacidade de utilização do que conscientemente aprendeu, é algo que se observa, com veemência, em casos patológicos que apresentam lesões no córtex pré-frontal ventromedial, sugerindo que o cérebro humano dispõe de várias áreas que conectam o conhecimento, isto é, as cognições com as emoções. O conhecimento factual em si é inútil, é preciso que se estabeleça uma interação entre a emoção e a cognição, sem a intuição emocional, a relevância intrapessoal e o regozijo prazeroso inerente, a significação do conhecimento tem tendência a esvanecer-se na memória de longo prazo e a não registar-se no âmago do Eu ("self") do sujeito. Muitos alunos em plena sala de aula não aprendem, exatamente pelas mesmas razões, eles não sentem a conexão íntima entre a emoção e a cognição, por isso, por mais que estudem ou memorizem, os conteúdos escolares ou acadêmicos deixam de ser emocionalmente significativos para eles.
 Regurgitar conhecimento não basta, lamentavelmente é apenas isto que se reforça em muitas escolas pelo mundo fora, é preciso que a cognição ou o conhecimento a ser processado e analisado desencadeie reações emocionais positivas e influencie decisões e condutas de estudo, que por empatia neurofuncional produzam funções executivas como a: iniciativa, perseverança, esforço, focagem sustentada, determinação, persistência intencional; inibição, flexibilidade, organização, planificação, priorização, metacognição, antecipação, controle, regulação, realização, gestão temporal, monitorização, verificação, etc. Em suma, as emoções precisam fazer parte das experiências de aprendizagem de qualquer aluno ou estudante, pois a sua integração efetiva e eficiente só se opera neurofuncionalmente quando a emoção e a cognição estão em perfeita sintonia.
 O pensamento emocional encontra-se assim no âmago dos processos relacionados com a sensibilidade somático-tônicos do nosso corpo e com os processos superiores do pensamento racional, ambos são inseparáveis em termos neurofuncionais, quer numa ótico filo e sociogenética (aprendizagem da espécie), quer numa visão ontogenética e disontogenética (aprendizagem da criança). A aprendizagem, a atenção, a percepção, o processamento de informação, a memória, a planificação, a tomada de decisão e a própria criatividade decorrem da sinergia entre o pensamento emocional e o racional. De um lado, a sensibilidade corporal e a atitude tônico-postural de bem estar e o sentimento de disponibilidade atencional e de pré-disposição emocional e motivacional, dita também conativa, para a aprendizagem, que pode influenciar sistemicamente o processo do pensamento racional surgido no neocórtex. Do outro, a propensibilidade dos processos transcendentes e abstractos de cariz social, ético, filosófico e moral que podem interferir com o processo do pensamento emocional do sistema límbico.
 Emoção e cognição estão juntas para produzirem o processo do pensamento e para mobilizarem as funções executivas que lhe dão suporte em termos comportamentais, ou seja, da produção, execução e monitorização de respostas motorasadaptativas. Efetivamente a emoção contribui para a aprendizagem segundo duas dimensões: a consciente e a inconsciente ou não consciente. Toda a aprendizagem tem consequências previsíveis e imprevisíveis, como jogo que é na sua essência mais cristalina, pode ter ganhado ou êxitos, mas similarmente, perdas ou inêxitos. Podemos experimentar emoções de excitação e de desapontamento, de prazer e desprazer, de paixão ou de rejeição em todas as nossas aprendizagens desenvolvimentais. As reações emocionais perante situações de aprendizagem podem mudar rapidamente o comportamento do indivíduo, depende frequentemente das suas consequências e como elas são, ou não, cultural e pedagogicamente reforçadas e valorizadas.
 O êxito ou inêxito na aprendizagem são eventos isolados? Podemos aprender com o inêxito ou com o erro, e ajustar os nossos comportamentos futuros de acordo com tais consequências? Qual é o preço a pagar em termos de aprendizagem prospectiva? Porque como seres humanos somos inicialmente imperitos nos processos de aprendizagem, é necessário que a mesma não seja encarada apenas subjetivamente ou individualmente, separando o indivíduo do seu contexto social e cultural. Porque não nascemos ensinados como espécie, ao contrário de outras, o paradigma emocional e social da aprendizagem envolve uma intersubjetividade, entre um ser maturo e um ser imaturo em interação afetiva e pedagógica prolongada e não esporádica. Este cenário emocional e social da aprendizagem que é simultaneamente, evolucionista e educacional, não podemos esquecê-lo, coloca o SOES no centro da natureza humana.
 
 Objetivos:
Criar estratégias para o professor e para o aluno, onde aprenderam a dominar os campos das emoções.
Conhecer e trabalhar fatores que ajudem a desenvolver e controlar suas emoções.
Identificar problemas, sistematizá-los e solucioná-los. 
Reconhecer e utilizar os elementos das emoções como chaves de soluções de problemas. 
Reduzir o número alto de suicídios e depressões proporcionados pela falta de conhecimento e práticas inadequadas nas escolas. 
 Conteúdos: 
Leitura e escrita.
Linguagem oral
Linguagem corporal e expressão corporal.
Estudos e projetos.
Palestras
Reflexões e músicas
Conversas. 
 Processo de desenvolvimento
 A emoção envolve, portanto, processos de atenção, sensação, apreensão, excitação, propensão, inclinação, predileção, gosto, sensibilidade, focagem, intuição, preferência, impressão, receio, suspeição, susceptibilidade, pressentimento, ideação, premunição, consciencialização, etc., porque joga com ganhos e perdas, desafios ou ameaças, logo desencadeiam respostas somáticas, corporais e motoras de antecipação muito importantes para o processo de aprendizagem. A vida emocional e ou afetiva humana, dita automática, não verbal e não simbólico é, evolutivamente, um fato psíquico primordial, ela decorre em primeiro lugar em comparação com a vida cognitiva, voluntária, racional e lógica, dita verbal e simbólica, tendo em consideração a hierarquia dos substratos neurológicos do cérebro. A emoção e a afetividade ocorrem em primeiro lugar na espécie humana e no desenvolvimento da criança, a emoção é uma premissa psicofisiológica e psicomotora da vida afetiva da criança.
 Este autor identifica a emoção como um fato psíquico inicial, onde se dá uma fusão ou simbiose primordial e uma integração sistêmica entre o biológico e o social. Ao longo da infância é a emoção que abre o caminho à cognição, a lenta emergência da conscientização de si ou o sentimento de si (em termos psicomotores, é sinônimo de noção do corpo ou de somatognosia) na criança faz emergir a sua cognição, ou seja, as funções cognitivas superiores das aprendizagens humanas mais complexas, que se vão construindo e reconstruindo face à dinâmica das suas reações comportamentais emocionais e afetivas, evoluem a partir da integridade antecipatória das funções emocionais. A dialética da ontogênese  põe em desafio, portanto, a emoção e a cognição, uma é inseparável da outra, nenhuma delas se pode conceber isoladamente, daí a importância das emoções na aprendizagem, sem emoção a aprendizagem é debilitada e comprometida.
 A maturação do cérebro humano e, consequentemente, todo o neurodesenvolvimento da criança que suporta as suas aprendizagens prospectivas, reforçam o papel da afetividade e da harmonia das interações emocionais precoces. Vários autores, como Wallon, Spitz, Bowlby, Winnicott e outros, chamam atenção para a importância do papel da vinculação e do apego ("attachment") nos primeiros meses de vida, pois as carências afetivas, a privação ou perturbação das relações mãe-filho comprometem todo o desenvolvimento mental futuro da criança.
Da mesma forma, se a relação precoce professor-aluno (ou professora-aluno ou aluna) não for facilitadora, mediatizadora e acolhedora, as aprendizagens escolares iniciais podem evocar sofrimento emocional, e hoje em muitas escolas, sabemos que há muitas crianças e jovens nessa situação.
 Tempo para a realização do projeto
O referido projeto de intervenção pedagógica terá duração de aproximadamente 08 meses, considerando o calendário escolar e as necessidades dos educandos.
 Recursos humanos e materiais
Humanos:
Equipe docente, especialistas da educação, professores no uso da biblioteca, professores de apoio, professores eventuais, voluntários (pais ou responsáveis), estagiárias presentes na escola. 
Materiais:
Livros literários e informativos, fantoches, Fanfarra, Palestras, cartazes, desenhos, filmes, folders, gráficos, ilustrações, jornais, quadro de giz, revistas, televisão.
 Avaliação
O processo de avaliação da aprendizagem será diagnóstico e processual, para que o professor possa rearticular sua prática de acordo com as necessidades dos educandos. Oportunamente serão levados em consideração os seguintes aspectos: participação, interesse, desempenho, engajamento e mudança.
Assim o projeto será avaliado continuamente, ou seja, de forma processual e direcionado de acordo com o ritmo do aluno, levando em consideração os seguintes aspectos: assiduidade, pontualidade, iniciativa, interesse, participação nas discussões e crítica das leituras realizadas, envolvimento nas atividades de classe e extraclasse, tendo como instrumento de avaliação a exposição dos trabalhos e a culminância precedida de apresentações.
Considerações Finais
 A busca pela compreensão de que as emoções são instrumentos essenciais para o desenvolvimento do ser humano em sua totalidade, assinala como interesse maior para a realização desse trabalho. Entendemos que encontrarmos respostas para todos os questionamentos propostos, necessitaríamos de maior embasamento teórico e maior dedicação à pesquisa de campo. No entanto, acreditamos que este estudo preliminar servirá de embasamento para futuras pesquisas sobre esse tema tão importante. Para tanto, procuramos conduzir essa pesquisa trazendo à luz da comunidade educativa, os resultados observados, procurando alcançar repercussões positivas no desenvolvimento de competências emocionais no âmbito da educação escolar. Muito embora não acreditemos que todos os problemas educacionais sejam resolvidos na escola, tampouco pelo professor, somente; sem esses, julgamos que o caos social estaria sendo instalado. Contudo, Cassassus (2009), reforça que docentes com formação sólida, avaliação sistemática, material didático suficiente, prédios adequados e famílias participativas, são elementos fundamentais para o funcionamento da educação escolar. Sendo assim, compreendemos que é possível estabelecer relação entre o processo emocional do professor, suas experiências..., com o processo de ensino a ser desenvolvido no espaço escolar. Entretanto, é imprescindível que o educador procure desenvolver um trabalho de autoconhecimento, identificando as própriasemoções – potencialidades, fragilidades – para que seja capaz de lidar, de forma madura com a emoção dos seus alunos, de modo a prepará-los para serem autênticos em suas ações e emoções. Nessa condição, sentimos a necessidade de refletirmos coletivamente, sobre as mudanças que ocorrem continuamente nos processos educativos; especificamente, no ensino e aprendizagem; destacando a importância da “hominização”, como aspecto fundamental para a educação voltada para a condição humana. Nesse caso, vimos os professores, sujeitos do processo de ensino, os quais apresentam postura ética, madura, frente às práticas efetivas em sala de aula; no que diz respeito ao desenvolvimento das competências emocionais, demonstram sensibilidade para essa proposta, porém, precisam ser apoiados no aprimoramento da própria inteligência emocional, de modo a tornarem-se mais competentes para lidar com as diversas situações de ensino. Quanto aos alunos, percebemos que são receptíveis às atividades que envolvem os aspectos emocionais; mas necessitam de orientação para aprenderem a lidar com as emoções, utilizando-as a favor da aprendizagem cognitiva e da própria formação cidadã. Finalmente, consideramos que este trabalho configura-se apenas, como uma reflexão inicial sobre a temática, o qual servirá de base para pesquisas posteriores. Diante dessa reflexão, fica evidente a necessidade de construirmos uma proposta de ensino clara e concreta, que rompa com a dicotomia, razão e emoção; procurando ressaltar a importância do desenvolvimento, tanto nos educadores quanto educandos, de competências emocionais, as quais revelam ser a “chave” para a aquisição da aprendizagem significativa e o fundamento para a formação holística do ser humano.
REFERÊNCIAS
 1. Erikson E. Childhood and society. New York: Norton; 1963.
2. Wallon H. Do acto ao pensamento. Lisboa: Moraes; 1969.
3. Wallon H. L'evolution psychologique de l'enfant. Paris: Armand Colin; 1970.
4. Wallon H. Les origines du caractère chez l'enfant: les preludes du sentiment de personnalité. Paris: PUF; 1970.
5. Ajuriaguerra J. Manuel de Psychiatrie de l'enfant. Paris: Masson & Cie; 1974.
6. Ajuriaguerra J, Hécaen H. Le cortex cérebral. Paris: Masson & Cie; 1964.
7. Gardner H. Frames of mind: the theory of multiple intelligences. New York: Basic Books; 1985.
8. Goleman D. Emotional Intelligence. London: Hutchinson; 1995.
9. Goleman D. Working with emotional intelligence. New York: Bantam Books; 1998.
10. Goleman D. Emotional intelligence: why it can matter more than IQ. New York: Bantam Books; 2005.
11. Goleman D. Social intelligence. London: Hutchinson; 2006.
12. Cacioppo J, Berntson G. Social neuroscience. New York: Psychology Press; 2005.
13. Reuchlin M. Les différences individuelles dans le dévelopment conatif de l'énfant. Paris: PUF; 1990.
14. Darwin C. The expression of the emotions in man and animals. New York: Oxford University; 1998.

Continue navegando