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RESUMO AV2 ESTÁCIO 5° SEMESTRE DIREITO PENAL IV

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DP — DIREITO PENAL IV (05/02/2019 e 12/02/2019) 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 Crimes contra a administração pública 
 Legislação penal especial 
o Hediondos 
o Tortura 
o Terrorismo 
o Lei de Drogas 
o Estatuto de Desarmamento 
o Crimes de trânsito 
o Maria da Penha 
o Crimes tributários e previdenciários 
o Contra as relações de consumo 
o Lei 9.099/95 (JEC/JECRIM) 
 
BIBLIOGRAFIA 
 Todos da biblioteca do SIA 
 Cleber Monson 
 Rogério Greco 
 Luiz Regis Prado 
 
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
São crimes contra a ordem, a moralidade pública, bens públicos e a organização da 
administração pública. 
I) Atos praticados por funcionários públicos; 
II) Crimes praticados por particular. 
 
CARACTERÍSTICAS/ESPECIFICIDADES DOS CRIMES CONTRA A ADM. PÚBLICA 
1. Crimes funcionais próprios vs impróprios 
I) Funcionais próprios: ausente funcionário público, conduta é atípica. 
II) Funcionais impróprios: ausente funcionário público, conduta configura outro 
delito, diferente do funcional, paralelo. 
*Funcional = função/funcionário. 
2. Concurso de pessoas 
O particular, sabendo da conduta do funcionário público, responde pelos mesmos 
crimes que ele quando essencial o status de funcionário público para a consumação 
do crime. 
3. Conceito de funcionário público (art. 327/CP) 
Agente público da administração pública. Exerce função pública ainda que GRATUITA 
(jurado, etc.) ou TEMPORÁRIA. 
 Paraestatal: administração pública indireta (autarquias, fundações públicas) 
 Sociedade de economia mista: PJ privada integrante da administração indireta 
quando parte do custeio é do PP (pelo menos 50% do custeio é de iniciativa 
privada, por ex., Petrobas). 
 Empresa pública: CORREIOS, Caixa Econômica Federal, etc. 
 Fundações publicas: PJ pública. 
 Empresas prestadoras de atividade típica da adm. pública: transporte público, 
carceragem, concessionárias de rodovias, santas casas. 
OBS.: Principio do MÚNUS PUBLICO: advogado, tutor, curador, inventariante judiciário e relacionados não 
são funcionários públicos, mas possuem atuação necessária para a ordem pública. 
4. Extraterritorialidade Incondicionada 
Todos os crimes contra a administração pública possuem Extraterritorialidade 
Incondicionada, ou seja, o funcionário público será julgado independentemente do 
lugar que esteja. 
5. Condenação e Progressão de Regime 
O condenado por crime contra a administração pública não perde cargo de imediato 
(art. 92, inc. 1º/CP). Só perde se a pena cominada for maior que 1 ano e o juiz deve 
declarar esta sanção em sentença. 
Quanto a progressão de regime, só progride se houver a reparação do dano 
causado. 
 
PECULATO (art. 112/CP) 
Subtração, furto, apropriação indébita de patrimônio por funcionário público. 
1. Objeto material: é bem público ou bem particular a disposição da administração 
pública. 
*Não é peculato se for bem da administração pública à disposição ao particular ou coisa pessoal de funcionário 
público (ex.: celular dele). 
*Peculato de uso: não é se for imediatamente reposto/ressarcido ou se não descoberto de imediato. Porém, 
discutível (Lei 8.492/92). 
2. Espécies: 
*Princípio da insignificância inaplicável aos crimes contra a adm. pública. Nem sempre o valor da coisa está em 
jogo. Súmula 599/STJ. 
I) Peculato-apropriação/indébito: funcionário tem posse legal do bem, mas 
apropria-se. 
*Posse LÍCITA. Ou seja, o carro ao motorista, etc. 
II) Peculato-desvio: funcionário tem posse legal do bem, mas desvia finalidade, 
usando para objetivo próprio. Pode-se deixar que outrem utilize. 
III) Peculato-furto: funcionário não possui posse legal, mas aproveita do status 
do cargo para tomá-la. 
*Ideia de que a coisa está em seu domínio por deliberação de terceiro. Peculato impróprio. 
IV) Peculato mediante erro de outrem: funcionário público a receber coisa por 
erro de outrem (equivoco), porém não reclama (silencia-se) e recebe mesmo 
assim. 
*Não é necessário ser bem da adm. pública. Parecido com estelionato. 
V) Peculato eletrônico/hacker: art. 313-A e 313-B/CP. Altera/remove itens do 
banco de dados da adm. pública, tanto na esfera DIGITAL quanto FÍSICA, a 
fim de: 
 inserir dados falsos — prejudicar ou obter vantagem implícita; 
 inserir dados sem autorização. 
VI) Peculato culposo: funcionário concorre ao crime de outro sem querer. Não 
observa cautela funcional. 
*Único crime culposo dos crimes contra a adm. pública. 
OBS.: Sem bem fungível, é consumível. / Se outrem paga funcionário público por oficio exigido sem necessidade, 
não se atente por peculato, e sim ato de improbidade administrativa. 
DP — DIREITO PENAL IV (26/02/2019) 
 
EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO (art. 314) 
Objeto material: livro oficial ou documento escrito c/ valor jurídico pelo qual o funcionário 
público possui posse funcional (guarda). 
Também é esconder, perder. 
*É sempre doloso. Se faz para receber algo em troca, trata-se de corrupção passiva. 
 
SUBTRAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO (art. 337) 
1. Objeto material: livro oficial, processo ou documento, público ou não, em posse por 
razão da função. 
2. Sujeito passivo: pode ser QUALQUER PESSOA. 
 
INUTILIZAÇÃO DE EDITAL OU DE SINAL (ART. 336) 
Objeto material: selo ou sinal que identifica ou sela (fecha/lacra/isola) objeto. 
 
SUPRESSÃO DE DOCUMENTO (ART. 305) 
É crime contra a fé pública, sociedade e povo, então não se trata de algo próprio da 
administração pública, e sim proteger a confiança dos documentos. 
1. Sujeito passivo: pode ser QUALQUER PESSOA. 
2. Elemento especial: p/ benefício próprio/de outrem. 
 
SONEGAÇÃO DE PAPEL OU OBJETO DE VALOR PROBATÓRIO (ART. 356) 
Esconder provas, por ex. 
 
 
CORRUPÇÃO PASSIVA (ART. 317) 
Funcionário público vende a adm. pública. Solicita OU recebe uma vantagem, direta ou 
indiretamente (não necessitando ser verbal, mas estar subentendido, passar a ideia), valendo-
se do status funcional ou: 
 Em razão da função; 
 Antes de assumi-la (nomeado). 
Vantagem indevida p/ si/outrem, ainda que não receba a vantagem de fato, mas sim aceite a 
promessa de que algo lhe será entregue em troca. 
*Vantagem indevida não é só questão de valores. Pode ser vantagem patrimonial, moral, sexual, social, etc. 
*Não admite princípio da insignificância. 
OBS.: Corrupção passiva privilegiada (p. segundo): por influência ou a pedido de alguém. 
DP — DIREITO PENAL IV (12/03/2019) 
 
CONCUSSÃO (ART. 316) 
Usa as mesmas bases da corrupção passiva, mas não possui o aspecto passivo, pois EXIGE a 
vantagem p/ fazer ou deixar de fazer algo. 
*Essa exigência normalmente causa certo temor a quem é feita. 
 
PREVARICAÇÃO (ART. 319) 
Cumpre sem seguir a lei ou deixar de cumprir ato funcional (de ofício) sem receber 
vantagem indevida. 
 
CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA (ART. 320) 
Não punir funcionário por infração funcional por dó. 
 
ADVOCACIA ADMINISTRATIVA (ART. 321) 
Advoga p/ outrem c/ interesses particulares perante a adm. pública. 
 
PATROCÍNIO INFIEL (ART. 355) 
Evita procedimentos/processos comuns p/ patrocinar interesses privados dentro da repartição 
pública. Ou seja, avança o pedido de maneira irregular, acima de outros já recebidos antes, 
etc. 
*É a prática do famoso “agiliza aí”. 
OBS.: Patrocínio simultâneo ou tergiversação (p. único): é praticado por advogado/procurador que defende, na 
mesma causa, de maneira simultânea ou concomitante, partes contrárias. 
 
 
 
VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL (ART. 325) 
Ter conhecimento de informação sigilosa por conta de status funcional e os revelar ou ajudar 
a revelá-losa outrem. 
 
DP — DIREITO PENAL IV (07/05/2019) 
 
LEI 11.343/06 — DOS TÓXICOS (DAS DROGAS) 
Institui o Sisnad (Sistema Nacional de Politicas Publicas sobre Drogas). Medias para prevenção 
de uso indevido. Repressão à produção, tráfico e outros crimes. 
A lei não estipula o que é droga de fato, dependendo de norma regulamentadora (ANVISA). 
Diz apenas que é qualquer substância que cause dependência. 
 
DOS CRIMES 
*Mediante autorização da União, é possível o cultivo, plantio, inclusive importação p/ fins medicinais/científicos e 
até religiosos (rituais). 
1. ART. 33 
Manter drogas consigo, dar, produzir, comprar e vender, ainda que gratuitamente, sem 
autorização. 
Pena de 5 a 15 anos c/ multa. 
2. ART. 38 
Prescreve ou ministra/injeta a quem não necessita. 
*Se não for culposo, É TRÁFICO. 
3. ART. 39 
Dirigir embarcação/aeronave após consumir. 
*Se for veículo automotor, É DE COMPETÊNCIA DO CTB. 
 
LEI 10.826/03 — ESTATUTO DO DESARMAMENTO 
 
DOS SISTEMAS 
1. SINARME — Sistema Nacional de Armas. Âmbito da PF. Registra, cataloga, apreende. 
2. SIGMA — Sistema de Gerenciamento Militar de Armas. Pertence ao Comando do Exército. 
Regulamenta as armas das forças de segurança e forças armadas. 
 
TIPOS DE ARMAS 
1. DE USO PERMITIDO — qualquer pessoa pode possuir. Baixo calibre. 
*38, 380 e 32. 
2. DE USO RESTRITO — apenas forças das seguranças ou algumas classes profissionais 
(seguranças, outros) podem possuir. 
3. DE USO PROIBIDO — apenas utilizadas em serviços especiais. 
*Institucionalmente: não se usa em folgas. 
 
POSSE VS PORTE 
Ambos casos possuem propriedade sobre a arma, ou seja, registro e documentação (onde 
define se é posse ou porte, inclusive). 
1. POSSE — em residência própria ou em estabelecimento comercial. 
2. PORTE — em qualquer ambiente que não seja residência própria ou estabelecimento 
comercial. 
 
DOS CRIMES 
1. ART. 12 — POSSE irregular de arma de uso PERMITIDO, ou seja, sem autorização ou 
registro. 
*Não precisa ser necessariamente a arma, mas sim acessório ou munição. 
2. ART. 16 — POSSE ou PORTE de arma de uso RESTRITO. 
*Incorre também quem suprimir código (fazer raspagem) ou modificar/personalizar a arma. 
3. ART. 14 — PORTE irregular de arma de uso PERMITIDO. 
4. ART. 17 — VENDER/IMPORTAR arma. 
5. ART. 18 — TRÁFICO INTERNACIONAL de armas. 
6. ART. 19 — Possibilidade de aumento de pena para delitos do artigo 17 e 18. 
7. ART. 13 — OMISSÃO de cautela, ou seja, possibilitar/deixar que menor ou deficiente 
mental tenha porte/posse da arma. 
*Não é necessário que o menor/deficiente de fato consiga a arma. A consumação vem da OMISSÃO DA CAUTELA. 
A mera possibilidade de deixar que eles a obtenham já argui o crime. 
 
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA VS ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA 
 
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 
(LEI 12.850/13) 
 
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA 
(ART. 288/CP) 
 
- VERBO: obter, direta ou indiretamente, 
vantagem de qualquer natureza; 
- COMPOSIÇÃO: 4 ou + pessoas; 
- OBSERVAÇÃO: só crimes c/ penas 
máximas SUPERIORES a 4 anos ou c/ caráter 
internacional; 
- HIPÓTESES DE AUMENTO DE PENA: 
1) até metade se na atuação houve arma; 
2) agravante p/ quem exerce comando, 
ainda que não pratique atos pessoalmente; 
3) de 1/6 a 2/3 se: 
I) houve participação de 
criança/adolescente; 
II) há concurso de funcionário 
público e a organização vale-se dessa 
condição aos atos; 
III) se o produto/proveito se destina 
ao exterior; 
IV) se conexão com outras 
organizações criminosas 
independentes; 
V) se transnacionalidade evidente. 
 
 
- VERBO: cometer crimes; 
- COMPOSIÇÃO: 3 ou + pessoas; 
- AUMENTO DE PENA: até metade se na 
atuação houve arma OU participação de 
criança/adolescente. 
 
*É menos sofisticada que a organização criminosa, não 
necessitando de estrutura ordenada, coordenação 
prévia de tarefas ou líder.

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