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TEORIA DAS NECESSIADES INTERPESSOAIS DE W. SCHUTZ AS FASES DO PROCESSO GRUPAL SEGUNDO WILLIAM SCHUTZ Relações interpessoais, em todos os grupos, sem distinção de tamanho, parecem incorrer nos mesmos problemas e na mesma sequência. Eles começam com inclusão, depois passam ao controle e, em seguida, à abertura. À medida que a relação se aproxima do fim, questões surgem em ordem inversa: abertura, controle e inclusão. Em cada uma destas fases, os membros do grupo interessam-se primeiramente pelo líder e, a seguir, pelas relações de uns com os outros. Estas fases não são bem separadas, mas representam, em determinado momento, a área de interesse interpessoal em foco. Inclusão : A necessidade que toda pessoa tem de sentir-se fazendo parte do grupo e de sentir-se aceito, valorizado e respeitado é definida pelo autor como necessidade de inclusão. Nesta fase, as pessoas procuram evidências de que são aceitas pelos membros do grupo. Significa a necessidade de ser considerado pelo outro, de sua existência no grupo ser de interesse dos outros. Nesta fase, cada indivíduo procura o seu lugar, através de tentativas para identificar e estabelecer os limites de sua participação no grupo e como se mostrará ou que papel desempenhará primordialmente. É uma fase de estruturação do grupo, de forma ativa e experimental. Ser uma pessoa distinta, isto é, ter uma identidade, constitui um aspecto essencial da necessidade de inclusão. A inclusão se processa na plenitude quando o indivíduo sente-se fazendo parte dos processos decisórios do grupo. A inclusão se refere ao estabelecimento de interação com outras pessoas: manter contatos, travar conhecimentos, comunicar-se, participar de encontros e cultivar o companheirismo e a cooperação. As pessoas que têm alto nível de inclusão se dão facilmente com todos e têm grande círculo de relações, gozam de prestígio, valorizam a fama e a popularidade. As pessoas que têm inclusão negativa são retraídas, desligam-se das funções sociais e apreciam o isolamento. A fase de inclusão se apresenta sempre no período inicial do grupo quando os participantes, confrontando-se uns com os outros, buscam e encontram o lugar que lhes convém. É o momento em que o grupo estabelece seus limites e cada um decide se vai implicar-se ou comprometer-se, até que ponto vai tornar-se membro do grupo e ser aceito e respeitado. É neste período que cada um avalia com quem pretende comunicar-se e ter contato. Os subgrupos são criados a partir do momento em que cada um escolhe seus parceiros. A ideia inicial do objetivo e da composição do grupo, assim como o tipo de papel que se espera representar é formada nesta fase. O extremo dessa identificação é ser compreendido. Ser compreendido implica existir alguém bastante interessado nele, a ponto de distinguir-lhes as características particulares. A falta de confiança no grupo dificulta a inclusão de alguns membros, assim como, a não divulgação de reais situações emocionais para preservar a si mesmo é um artifício comum entre os membros, mas também complica o processo de inclusão. Schutz afirma que somente em um clima de grupo em que as comunicações são abertas e autênticas, as necessidades interpessoais podem encontrar satisfações adequadas. Os comportamentos característicos nesta fase são: TIPOS: Hipossocial: Quando o indivíduo no plano consciente deseja manter certa distância entre ele e o outro; no plano inconsciente, deseja que os outros lhe deem atenção e saibam que ele existe, embora se mostre autossuficiente, apesar da tendência à introversão e ao afastamento do grupo. Hipersocial: Neste caso, o indivíduo em plano inconsciente, tenta forçar os outros a lhe prestarem atenção. Não suporta a solidão; busca compreender e, portanto, participa intensamente no grupo e tende a extroversão. Social: Num grupo pode participar ou calar-se de acordo com as circunstâncias. Sentir-se à vontade tanto só quanto com outras pessoas, a interação não lhe traz nenhum problema. Sabe que tem valor próprio, sente-se uma individualidade e uma identidade, é capaz de interessar-se pelos outros e aspira que os outros o incluam no que fazem e pensam. Já incluídas pelo grupo, as pessoas sentem-se responsáveis por tudo aquilo que constitui o grupo, passando à fase de controle. Esse momento corresponde ao momento no qual o jogo de forças assume caráter importante, uma vez que os membros, ao procurarem firmar seu lugar no grupo, tentam também a mostrar seu poder de influência. Compreendem as lutas, as disputas pessoais pela liderança e pela distribuição de poder; refere-se ao domínio entre as pessoas, à competição fraternal, às discussões sobre os objetivos, às normas, à organização interna e aos métodos de ação e a tomada de decisão. Controle: Nesta fase, quando o indivíduo já se sente incluído, ele passará a interessar-se pelos procedimentos que levam às decisões, isto é, pela distribuição do poder no grupo e controle das atividades dos outros. Surgem as competições pela liderança, iniciam-se discussões sobre metas e métodos e há elaboração de normas de conduta dentro do grupo. Neste ponto há uma busca de influência e responsabilidade. A necessidade de controle se refere ao estabelecimento de relações de comando e de autoridade (poder). Diz respeito ao domínio e aos termos do processo decisório entre as pessoas. Na fase de controle, a necessidade de relacionamento implica no respeito pela competência e pela responsabilidade dos outros e a consideração dos outros por sua própria competência e responsabilidade. As pessoas que têm alto índice de controle gostam de influir, de liderar, de persuadir e de chefiar. As pessoas que expressam controle negativo não dominam, pelo contrário, ou são submissas e seguidoras, ou são rebeldes e resistentes. Isto é, ou se submetem ao controle dos outros ou a ele se opõem, mas não assumem o controle delas próprias. TIPOS: Abdicrata: Nas suas relações com os outros tenta abdicar do poder e responsabilidade. Concretamente não toma decisões que possa transferir a outros e não controla ninguém. Receia que as pessoas não possam e não queiram segui-lo, e parece-lhe que não merece a confiança do grupo. Inconscientemente, acredita que as pessoas notam isso e sente-se mais à vontade quando as situações não lhe exigem iniciativa nem responsabilidade. Autocrata: Procura poder, é um competidor. Receia não ser capaz de influenciar. Receia vir a ser dominado por eles. Democrata: Sente-se à vontade em qualquer situação, sabendo ser capaz de assumir suas responsabilidades; não tem necessidade de evitá-las nem de provar sua competência a todo preço. Afeição ou Abertura: Nesta fase os membros começam a se expressar e buscar integração emocional, surgindo claramente manifestações de hostilidade direta, ciúmes e apoio, afeto e outros sentimentos. O clima emocional do grupo pode oscilar entre momentos de grande harmonia e afeto e momentos de insatisfação, hostilidade e tensão. Significa sentimentos mútuos ou recíprocos de amor e ódio. Tende-se por um clima afetivo positivo dentro do grupo que traz satisfações a todos, mas não perdura outra pessoa e mantém as relações em níveis superficiais. Sujeitos podem apresentar grande dificuldade demonstrar sentimentos de amar sinceramente e julgar o amor dos outros. Conscientemente, demonstram desejar não se implicar emocionalmente com outra pessoa ou com o grupo, mas inconscientemente, procuram uma relação afetiva, porque temem não serem amados. Na afeição, por sua vez, o grupo torna-se mais produtivo, criativo, construtivo, interdependente, sinérgico e amoroso. Em contrapartida, também aparecem o ciúme, a hostilidade e as manifestações de sentimentos negativos. Cada indivíduo estabelece sua norma pessoal no que concerne a dar e a receber afeto. Nesta fase,o grupo sente confiança de expressar sentimentos de qualquer natureza na busca do crescimento individual e grupal. TIPOS: Superpessoal: age sempre de maneira direta, pessoal e confiante. Busca ser amado para compensar as primeiras experiências afetivas. Apresenta tendência a manipular os amigos e puni-los por buscarem outras amizades, porque é possessivo. Pessoal: Sente-se bem em situações calorosas ou distantes. Atribui a mesma importância ao fato de ser amado ou não. Receia a ligação inter-humana.
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