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FILOSOFIA Suzana Zandonadi

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Suzana Zandonadi
1. COMO A FILOSOFIA CONTRIBUIU PARA O AVANÇO DA RAZÃO E, CONSEQÜENTEMENTE, DA CIÊNCIA? 
Aranha (2006) nos mostra que, dentre os campos de investigação da Filosofia, um dos que se destaca é a lógica, denominada de “área do conhecimento filosófico que se apoia na construção e análise de regras para subjugar a fidedignidade de tal conhecimento”, ou seja, investiga a validade dos conhecimentos.
Quanto à ciência, Zilles (2005) revela que o conhecimento científico, baseado na racionalidade e na objetividade, emergiu lentamente do mundo da crença. A aquisição do conhecimento científico é um processo vagaroso e permanente, nunca completo. Contudo, no final dos séculos XV e XVI, ocorreu uma ruptura, na Europa, entre a hierarquia da Igreja católica e o conhecimento científico, em um contexto de grandes mudanças.
O surgimento da ciência moderna anulou e relativizou certezas e convicções herdadas do passado, enfraqueceu critérios de vida e de julgamento moral, questionando tradições religiosas. Com isso, o homem ocidental passou a viver com o sentimento de um mundo à deriva, sem rumo, caracterizado pela anarquia do pensamento, apostando no conhecimento científico como solução dos problemas novos. Com o zelo de defender a ortodoxia doutrinária, a Inquisição via na evolução científica uma ameaça para a fé cristã (ZILLES, 2005; p.470).
A evolução da ciência, baseada na racionalidade e na objetividade acabou por despertar uma expectativa revolucionária, pois o homem, segundo Zilles (2005) “acabou apostando na luz da razão, entronizando-a como a uma deusa na Revolução francesa”. 
Para Zilles (2005), o Iluminismo francês e a Aufklärung alemã expressam um movimento de emancipação da tradição, também religiosa, da autoridade, excetuando a da própria razão. Nem sempre teólogos e filósofos perceberam o processo motor dessas mudanças ocorridas no campo social, político e cultural.
As ciências decorrem da atividade racional do homem, sem envolver muito o coração, o sentimento e a emoção. A ciência e, mais tarde, a tecnociência, desenvolveu-se paralelamente à Filosofia e à religião ou até contra ela.
Para Zilles (2005) a ciência como tal não tem religião, não é privilégio de partido político, dispensa adjetivos como “público” ou “privado”, mas exige competência. Entretanto, o cientista busca sentido na fé para aquilo que faz. Ao fazer ciência, o cientista deve respeitar leis e métodos, mas também direitos humanos e deveres éticos e sociais, como é o caso de experimentos genéticos em seres humanos. Os direitos e deveres humanos estão acima do experimento científico. 
Obviamente, ela deverá estar a serviço da humanidade como um todo, contribuindo para uma compreensão mais profunda da natureza e da sociedade pois sem o conhecimento científico atualizado, até mesmo os melhores pensamentos cristãos e filosóficos irão tornar-se ineficientes e ineficazes.
2. LEIA O FRAGMENTO DE TEXTO ABAIXO:
“No século V a.C. surgiu em Atenas um grupo de pensadores conhecidos pelo nome de sofistas, os quais dominavam e ensinavam as artes da oratória e da retórica. Originários de diferentes regiões de Grécia, eles estudavam as obras filosóficas de seus antecessores, para, depois, viajarem pelas cidades (póleis) governadas por regimes democráticos, como Atenas, onde, após discursarem em público, ensinavam sua ‘sabedoria’ em troca de pagamento”. (FONTE: CURSO ESPECIAL DE FILOSOFIA – APOSTILA DE FILOSOFIA DO TERCEIRO ANO, VOL. 01, 2011, P. 12).
PESQUISE E EXPLIQUE QUAL FOI EXATAMENTE A FUNÇÃO TEÓRICA E PEDAGÓGICA QUE OS SOFISTAS DESEMPENHARAM EM ATENAS E O PORQUÊ DE SÓCRATES RECRIMINÁ-LOS. 
A pressão que comerciantes e armadores fazem para participar da vida pública instaura o debate entre filósofos e sofistas sobre a formação do político. Os sofistas são mestres de gramática e oratória que despertam a reação dos setores mais conservadores ao perceberem ameaçada a sua hegemonia. 
Os sofistas ensinam aos "novos" ricos, já que as portas da Academia lhes são fechadas, uma estratégia do discurso que os permita participar do debate público; filósofos reagem ao trabalho dos novos professores, que põem em questão seu próprio trabalho de formação do político grego. Esse confronto adquire importância para apreendermos as condições de produção da cidadania grega e o papel do conhecimento nesse processo. Com os sofistas a educação passa a significar instrução teórica para a formação do político. 
Assim, a necessidade de teorizar sobre a educação nasce do conflito entre os que se consideram filósofos, vinculados à aristocracia ou aos "excelentes" (aristoi), e os que são identificados pejorativamente como sofistas, vinculados ao povo (demos). Estes introduzem a instrução intelectual aos filhos dos novos-ricos, que não têm acesso à Academia, na qual os filósofos realizam a formação associada à produção do conhecimento político-filósofico, restrita aos cidadãos. 
Tratam-se os sofistas de professores que vão de cidade em cidade procurando audiência e que, por um preço conveniente, ensinam os jovens atenienses abastados a se destacar, através de lições de ostentação e de vários cursos e métodos cujo objetivo é tornar vencedora uma determinada tese que eles querem que seja aceita. A verdade, assim, é substituída pela busca do sucesso e funda-se na arte de convencer, de persuadir e de seduzir.
Para Souza (2009) fica claro que os sofistas buscam conquistar fama e riqueza no mundo, e assim sendo e tornaram-se mestres de eloquência e retórica, ensinando aos homens ávidos pelo poder político a maneira de consegui-lo, pela via do convencimento. 
Dessa forma, fica constatado que, de maneira totalmente contraria aos filósofos gregos em geral, o ensinamento dos sofistas não era ideal, desinteressado, mas sobejamente retribuído. O conteúdo desse ensino abraçava todo o saber, a cultura, uma enciclopédia, não para si mesma, mas como meio para fins práticos e empíricos e, portanto, superficial. 
Percebe-se que os sofistas se dedicam a arte de ensinar a falar bem, mas para tanto recebem uma remuneração e a eloquência acaba por ser medida de forma prática diante da audiência política. No entender de Sócrates este é um desvio utilitário do logos e, por esta razão, ele não comunga do pensar sofistica e se apresenta como uma voz dissonante que se recusa a falar como a maioria ou como se deve falar (SOUZA, 2009).
 	De outro lado, lembra Souza (2009), Sócrates, um dos principais pensadores da Grécia Antiga e reconhecido como o fundador da filosofia ocidental, fazia grandes e inquietantes perguntas sobre as ideias e os valores nos quais os gregos acreditavam como verdade absoluta. Suas perguntas deixavam seus discípulos inquietos e embaraçados Para Sócrates o princípio para a sabedoria seria reconhecer a própria dúvida. Neste sentido, ele almejava que os indivíduos não possuíssem apenas uma opinião sobre as coisas, mas verdadeiramente uma ideia.
Segundo o site http://www.psicoloucos.com/socrates/metodosocratico:
“O método socrático consiste numa prática muito famosa de Sócrates, o filósofo, em que, utilizando um discurso caracterizado pela maiêutica (levar ou induzir uma pessoa, por ela própria, ou seja, por seu próprio raciocínio, ao conhecimento ou à solução de sua dúvida) e pela ironia, levava o seu interlocutor a entrar em contradição, tentando depois levá-lo a chegar à conclusão de que o seu conhecimento é limitado”.
Cotrim (1991) evidencia que é importante observar que a ironia socrática não se tratava de um talento satírico ou da expressão de um desejo de difamação. Sócrates clamava, é preciso enxergar além da caverna, é preciso romper com o conhecimento mitológico.
Para Souza (2009), além disso, o seu objetivo é se contrapor aos sofistas que se desenvolviam como educadores e valiam da retórica e do preparo dos cidadãos para poderem argumentar nos embates democráticos da ágora. 
Logo, os sofistas, destaca Souza (2009), não tinham um compromisso com a verdade, pois se fundavam em percepções, opiniõese crenças, ou seja, na doxa. Desta forma, a república ideal seria mais um resultado da paidéia filosófica que Platão propõe uma organização e fundamentação filosófica da pólis, mediante a elaboração de um pensamento sistematizado.
3. PESQUISE E APRESENTE O PAPEL DA IGREJA CATÓLICA PARA A DEFINIÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DA IDADE MÉDIA E, POR CONSEQÜÊNCIA, DA FILOSOFIA NESSE PERÍODO. 
Aranha (2006) destaca a Idade Média - também chamada de idade das trevas - um período que se estendeu por cerca de mil anos, como o período de configuração da queda do Império Romano em (467) até a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos em (1453).
Na visão de Aranha (2006), o período medieval não se caracterizou apenas pelas trevas, embora tenha havido retrocessos em diversos setores, dependendo da época e do lugar. Denominações como a grande noite dos mil anos, resultam da visão pessimista e tendenciosa que o renascimento teve dela.
Para Silveira (2015), é possível perceber que as trevas mencionadas por Aranha (2006) se explicitam mais pela ausência de dedicação intelectual científica no que se refere à formação do homem. Que se construía na maioria dos processos educativos, apenas sustentada na formação moral e plenamente religiosa, frente aos ideais da igreja católica.
Esses e outros elementos como a crítica aos bens materiais foram pontos de partida de questionamentos cristãos frente aos ideais gregos de existência e princípios morais. Para Aranha (2006) nas reflexões sobre a moral, por exemplo, os gregos não exigiam rigor de culto. Já os cristãos procuravam a subordinação do homem mediante a imagem de Deus como ser supremo e poderoso acima do mundo real e do mundo espiritual.
Dessa forma, destaca Aranha (2006), entidades religiosas como os mosteiros copistas, sob orientação da igreja católica, conseguiram difundir os ideais cristãos adaptando a roupagem greco-romana a fé cristã. Eles enriqueceram suas bibliotecas com o trabalho cuidadoso e paciente dos monges copistas, tradutores experientes que vertiam para o latim textos selecionados da literatura e filosofia gregas, de bibliotecários meticulosos, que controlavam mediante ordens superiores, as literaturas permitidas ou proibidas, a fim de disseminar e preservar a fé a qualquer custo.
Em resumo, o pensamento medieval estava plenamente voltado ás aspirações cristãs, sendo a fé considerada mais importante que a razão. No entanto, com o decorrer dos anos (por volta de 354 a 430) passou-se a difundir um movimento de criação de uma doutrina religiosa que harmonizasse a fé e a razão, dentre os quais o maior dos destaques foi Santo Agostinho. 
4. DE QUE FORMA ERA POSSÍVEL CONCILIAR RAZÃO E FÉ, SEGUNDO A FILOSOFIA DE SÃO TOMÁS DE AQUINO? 
Tomás de Aquino é considerado por Cotrim (1987) um dos maiores filósofos da escolástica medieval, isto é do movimento católico cujo problema básico era buscar a harmonização entre a fé cristã e a razão. 
Apesar de seu pleno destaque, a filosofia de São Tomás de Aquino, já surgiu com limitações, no qual o foco era: filosofar, sim. Contrariar a fé, jamais. Assim sendo, os argumentos racionais serviam apenas para defender as revelações cristãs.
Nesse ínterim, com sua obra voltada especificamente para a educação e cujos princípios filosóficos foram extremamente relevantes nessa área, Tomas de Aquino defendia arduamente a pedagogia católica, sem afastar-se, no entanto da razão em seus ensinamentos.
Segundo ele, para que ocorresse o desenvolvimento da aprendizagem, era necessário estimular a inteligência do aluno. Defendia também que somente Deus é um autêntico mestre que possui a capacidade de ensinar no íntimo da alma, entretanto, a responsabilidade do professor seria de orientar os alunos sobre os princípios cristãos a caridade e o amor ao próximo.
Zilles (2005) destaca que na Alta Idade Média houve uma mudança no panorama por causa do conhecimento da Filosofia aristotélica como um sistema fechado, ao qual os conteúdos da fé aparecem como corpos estranhos. 
A visão patrística e a do início medieval, que no espírito de Agostinho era caracterizada por uma múltipla integração entre Filosofia e Teologia, estava rompida. O que restava para fazer? A solução dos averroístas é a da dupla verdade: de um lado, a filosófica e, do outro, a teológica. Contra tal solução argumenta Tomás de Aquino, reconhecendo à Filosofia o limite da luz natural da razão. Além disso, para o Aquinate, há ainda a visão sobrenatural das coisas, que advém da Revelação, da autoridade da Escritura e da doutrina da Igreja (ZILLES, 2005; p.468). 
Com isso, destaca Zilles (2005), a Idade Média introduz a distinção entre natural e sobrenatural, determinante para a Escolástica e até foi fixada pelo Magistério. E mais, disserta Zilles (2005):
[...] se Tomás de Aquino foi notável pelo conteúdo doutrinário em sua época, sua maior atualidade certamente está em sua coragem e capacidade de diálogo com o pensamento hebreu e árabe. Se a fé não teme a razão, mas a solicita e nela confia, como diz o Aquinate, não deveriam as Teologias ousar o diálogo com as Filosofias contemporâneas e com a tecnociência com discernimento crítico? (ZILLES, 2005; p.469). 
A doutrina aqui, sem dúvida, é condição necessária para fazer a boa Teologia, embora não seja mais suficiente para o verdadeiro labor teológico em nossos dias.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
ARANHA, M. L. A. História da Educação. 3 ed. São Paulo: Moderna, 2006
RIBEIRO, M. Educação para a cidadania: questão colocada pelos movimentos sociais. Educação e Pesquisa. São Paulo, v. 28, n. 2, p.113-128,  2002.   Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=&lng=. Acesso em 2016.
SILVEIRA, M. A. C. Filosofia. Vitória: Multivix, 2015.
SOUZA, J. F. V. Os slogans políticos na atualidade sob olhar de Sócrates e dos sofistas. Revista paradigma, pg 13-29, 2009. 
ZILLES, U. Fé e razão na filosofia e na ciência. Rev. Trim. Porto Alegre v. 35 nº 149. Set. 2005 p. 457 – 479. 
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