Buscar

CIRURGIA OKIDA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 124 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 124 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 124 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DISCIPLINA 
 
DE 
 
CIRURGIA GERAL 
 
E 
 
ESPECIALIDADES CIRÚRGICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Por Luís Felipe Okida 
 
 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 2	
 Cirurgia Plástica 
 
Cirurgia Craniofacial 
 
 É uma área da medicina cirúrgica em que o cirurgião aborda pacientes com craniosinostoses 
(fechamento prematuro de suturas cranianas), fendas labiais, fendas palatais, e algumas outras 
malformações congênitas. 
è Craniosinostose: definido como fechamento prematuro de uma ou mais suturas cranianas ainda 
intraútero ou logo após o nascimento, acometendo mais meninos do que meninas, e 
principalmente a sutura sagital. 
è Fissuras labiopalatais: são anormalidades mais comuns de recém-natos, acometendo 1 a cada 
600 nascidos-vivos. A fissura labiopalatal compreende 45% das fissuras, a fissura palatina a 40% 
e a fissura labial a 15%, sendo que as fissuras podem ser unilaterais ou bilaterais. Crianças 
nascidas com tais condições podem ter outras anormalidades associadas, como na síndrome de 
Pierre Robin. 
O crânio é derivado do mesênquima e é divido em neurocrânio, acomodando o encéfalo, e 
viscerocrânio, representado pela face. O condrocrânio é a forma cartilaginosa inicial do neurocrânio, 
apresentando uma ossificação endocondral, que depois se torna intramembranosa. A viscerocrânio 
cartilaginoso é derivado dos dois primeiros arcos faríngeos. O neurocrânio é constituído pelos ossos frontal, 
temporal, parietal, occipital, esfenoide e parte do etimoide. Já o viscerocrânio é constituído pela maxila, 
mandíbula, vômer, outra parte do etmoide, concha nasal inferior, zigomático, palatino, nasal e lacrimal. Os 
ossos da calota craniana são ligados por suturas e no recém-nascido ainda não estão completamente 
fechadas, são as fontanelas. A fontanela posterior se fecha com 1 a 2 meses de vida, mas a fontanela anterior 
se fecha com 9 a 18 meses de via. 
A palatogênese parte de duas estruturas embriológicas. Há o palato primário, originário do processo 
palatino mediano na sexta semana de gestação depois da fusão dos processos nasais mediais, dando 
origem a porção pré-maxilar da maxila, que situa-se anterior ao forma incisivo. E há o palato secundário, 
que se origina dos processos palatinos laterais na sexta semana de gestação, originando o palato duro e 
mole, localizados posterior ao forame incisivo. Tais estruturas se fusionam posterior no plano mediano. 
 
 
 
 
O palato duro é importante para o processo de fala e alimentação, sendo o palato mole uma 
extensão aponeurótica mais posterior ao palato duro. Tal extensão é constituído pelos mm. Tensor do véu 
palatino, levantador do véu palatino, palatoglosso e palatofaríngeo. Dessa forma, ambos os palatos atuam 
de forma complementar. 
JOÃO PAULO
Destacar
JOÃO PAULO
Sublinhar
JOÃO PAULO
Sublinhar
JOÃO PAULO
Destacar
JOÃO PAULO
Destacar
JOÃO PAULO
Destacar
JOÃO PAULO
Destacar
JOÃO PAULO
Destacar
JOÃO PAULO
Destacar
JOÃO PAULO
Destacar
JOÃO PAULO
Destacar
JOÃO PAULO
Destacar
JOÃO PAULO
Destacar
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 3	
 
 
A classificação mais aceita para as fissuras labiopalatais é a de Spina (1979), a qual leva em conta 
para suas divisões o forame incisivo. Dessa maneira, há três grandes grupos: fissuras pré-forame incisivo, 
fissuras transforame incisivo e fissuras pós-forame incisivo. 
 • Fissuras pré-forame incisivo: são lesões que podem acometer os lábios, a região alveolar e 
o palato primário (situado anteriormente ao forame incisivo). 
 - Fissura pré-forame unilateral incompleta 
 - Fissura pré-forame bilateral incompleta (pega apenas os lábios) 
 - Fissura pré-forame unilateral completa (lábio e região alveolar) 
 - Fissura pré-formame bilateral completa (lábios, região alveolar e palato primário) 
 
 
 • Fissuras transforame incisivo: são as lesões mais extensas e de maior gravidade, unilaterais 
ou bilaterais, atingindo lábio, arcada alveolar e todo o palato. 
 - Fissura transforame unilateral 
 - Fissura transforame bilateral 
 
 
• Fissuras pós-forame incisivo: são as lesões mais posteriores, podendo acometer úvula, palato 
mole e parte distal do palato duro. 
 - Fissura pós-forame completa (pegas todas essas estruturas) 
 - Fissura pós-forame incompleta: pode ser do tipo úvula bífida, palato mole bídifdo 
ou palato mole bífido com envolvimento de porção posterior de palato duro. 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 4	
 
 
 ≠ Fendas submucosas: são difíceis de serem identificadas ao nascimento; tanto o 
palato duro quanto o mole podem ser acometidos. Normalmente aparece uma tríade de úvula bífida, 
translucência no palato mole e um ponto ósseo no culme posterior do palato duro. O diagnóstico só vem 
depois de investigar a voz anasalada que a pessoa apresenta. Algumas complicações são insuficiência 
velofaringiana, otite média e problemas na fala. 
 
 Acredita-se que as fendas labiopalatais são decorrentes de fatores genéticos associados ao meio. 
Dessa forma, parece haver maior probabilidade de desenvolvimento se houver história familiar (e 
malformações congênitas) e também na exposição a determinadas drogas, como AINES, diazepam, álcool, 
tabaco e fenitoína. Usualmente a apresentação é isolado, mas pode vir associada com outros fatores 
constituindo uma síndrome, como comentado anteriormente. 
Uma outra classificação utilizada nas fendas labiopalatais é de LAHSHAL, que se encontra na figura 
a seguir. 
 
 
è Diagnóstico: o diagnóstico das fendas labiopalatais pode ser dado ainda na idade fetal por meio 
de USG, com exceção de fenda palatina isolada. O USG deve ser feito com 18 semanas de 
gestação e o diagnóstico pré-natal é importante para orientar os pais ao tratamento mais 
adequado. 
è Cuidado neonatal: é importante prover uma boa proteção de vias aéreas, o que pode ser feito 
com cânula/sonda nasofaríngea. Em casos de maior complexidade de obstrução de vias aéreas, 
pode se recorrer à posição prona e à glossopexia (aderir a língua ao lábio -> plicatura língua-
lábio). Além disso, como a fenda não permite que o bebê exerça uma pressão negativa dentro 
da cavidade oral adequada, sua alimentação acaba sendo prejudicada. Desse modo, deve-se 
atentar para a alimentação da criança. 
 
 
 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 5	
è Reconstrução: 
Antes da cirurgia propriamente dita pode ser feita uma modelagem dos tecidos para facilitar 
o processo de reconstrução. Pode ser utilizado o “lip taping”, que é uma fita que liga os lados; pode 
ser feita uma modelagem alveolar, que envolve a colocação de uma chapa que auxilia no 
crescimento do palato, e ate uma modelagem nasoalveolar. 
 A primeira cirurgia tem como intuito corrigir os defeitos anatômicos, dar funcionalidade às 
estruturas, melhorar a aparência estética, entre outros fatores. O tempo em que cada abordagem 
deve ser feita varia com o tipo de fenda em questão. É importante levar em conta a regra dos 10 
para prosseguir com a cirurgia, isto é 10 pounds (4,5 kg de peso), 10 de hemoglobina e 10 semanas 
de idade (3º mês de vida). 
O princípio da cirurgia é restaurar os tecidos fora de seus lugares em suas posições normais. 
Isso envolve o uso de retalhos, bem como reposicionando e suturando fibras musculares.Dentre as 
técnincas existentes, o uso da técnica de Millard (retalho rotacional e avançado) é mais empregado 
nos casos de fissura labial unilateral, envolvendo o avanço de tecido mucocutâneo da porção lateral 
do lábio para a fenda e uso da porção superior do lábio. Também pode ser utilizada em um ou dois 
estágios para fissuras labiais bilaterais. Já o método de Tennison-Randall (técnica do retalho 
triangular) também pode ser utilizado no reparo de fenda labial, mas é mais reservado para casos 
severos. A cicatriz nesse método não fica tão estética. 
Nas fendas palatinas, uma das técnicas utilizadas até hoje é o procedimento de Von 
Langenbeck, que utiliza retalhos mucoperiosteais bipediculados. Outra técnica mais recente é a 
retroposição V-Y do palato. No caso de fenda palatal submucosa, a conduta é expectante e se opera 
somente se houver distúrbios de fala e insuficiência velofaríngea, por meio de reparo do palato e 
faringoplastia. 
Após 2 anos ou mais pode ser feita uma segunda cirurgia como revisão, corrigindo alguns 
defeitos residuais persistentes e desproporções. Nessa etapa normalmente são realizadas 
rinoplastia, veloplastia, faringoplastia, cirurgia ortognática e enxerto alveolar. 
 - Enxerto alveolar: é realizado com intuito de proporcionar condição adequada para 
o crescimento da arcada dentária e evitar fístulas oronasais. Utiliza-se um enxerto ósseo da crista 
ilíaca ou da tuberosidade da tíbia, e tão procedimento deve ser feito por volta dos 8 a 11 anos de 
idade. 
 - Cirurgia Ortognática: realizada nos casos de crescimento deficiente da maxila, 
devendo ser feita quando tiver completo o crescimento facial, que vai dos 16 a 19 anos. 
Dessa forma, temos: 
 • Neonatal: cuidado com as vías aéreas, alimentação e modelagem 
 • Aos 3 meses: primeira cirurgia (correção da fenda) 
 • Aos 2 anos ou mais: segunda cirurgia (revisão e correção de resquícios) 
 • Aos 8-11 anos: enxertia alveolar 
 • Aos 16-19 anos: cirurgia ortognática se necessária. 
 
è Cuidados Pós-operatórios: deve-se atentar para problemas precoces, como deiscência da sutura 
ou infecção, devendo ser feito antibioticoterapia profilática. A longo prazo as complicações são 
problema de fala, anormalidades dentárias, deficiência nutricional, dificuldades auditivas, 
estresse psicológico, entre outros. A restrição dos cotovelos pode ser útil para evitar que a 
criança bata nas estruturas operadas. 
 
≥ Sequência de Pierre Robin: 
 Inicialmente descrita como síndrome de Pierre Robin, era um conjunto de anomalias representadas 
por micrognatia e glossoptose (queda da base da língua sobre a hipofaringe), o que estava associada à 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 6	
insuficiência respiratória. Isso podia estar associado ou não à fenda palatina, sendo está normalmente em 
U nesses casos. Com o tempo, esta síndrome foi sendo melhor compreendida, passou a ser denominada 
Sequência de Pierre Robin (SPR), e atualmente é dita como síndrome de Robin Isolada. A micrognatia ou 
retrognatia seriam os eventos primários para levar à IR e fenda palatina. A glossoptose pode causar asfixia 
grave e levar a óbito se não for feita intervenção médica rápida. Tal fato ocorre mais em recém-nascidos e 
uma maneira fácil de solucionar isso é a colocação de uma cânula nasofaríngea. 
 Existem algumas síndromes associadas à SPR, como a síndrome de Stickler, de Tricher-Collins, 
velocardiofacial ou DiGeorge, síndrome alcoólica fetal e síndrome cerebrocostomandibular. 
 Por fim, a abordagem cirúrgica d etal paciente é semelhante a do paciente com fenda labiopalatal 
comentada anteriormente. 
 
 
è Referência Bibliográfica: 
- Textbook of Plastic and Reconstructive Surgery; cap. 12 – Craniofacial Surgery: craniosynostosis, 
syndromes and cleft lip and palate. 2016, University College London. 
- Prevalência dos tipos de fissura em pacientes com fissuras labiopalatinas atendidos em um 
Hospital Pediátrico do Nordeste Brasileiro. Moacir Cymrot et al. Rev. Bras. Cir. Plást. 2010 
- J Pediatr (Rio J). 2005;81(1):14-22: Síndrome de Pierre Robin, crescimento, fissura palatina, 
obstrução das vias respiratórias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 7	
Aula Enxertos e Retalhos 
Prof. Maria Lídia – 14/02/12 
 
 Na escala dos fechamentos de ferida, inicia-se com o fechamento primário com uma sutura, depois 
fechamento por segunda intenção, depois enxerto e retalho. 
 Na epiderme não há vaso sanguíneo, quanto mais fina for a retirada de pele no enxerto, menor 
quantidade de vaso levará com este. Na derme há uma parte mais superficial que entra em contato com a 
epiderme, sendo a papilar superficial e uma parte mais profunda, a reticular profunda. A derme contém 
colágeno, capilares dentre outras estruturas. 
 
- Enxerto: transferência de tecido, podendo ser de pele, gordura, músculo, osso, sendo a de pele estudada 
hoje. Há uma quantidade de tecido, não havendo uma ponte entre o local doador e o receptor. Este que 
fornecerá a vascularização do enxerto. A pele é retirada com a faca de Blair; quanto mais fino o enxerto, 
melhor a adaptação. Quanto maior a profundidade do enxerto, pode levar uma dificuldade a ser integrado, 
podendo resultar em uma cicatriz feia. Mas para se ter uma pega melhor, o enxerto deve ser mais fino. 
 
- Retalho: o suprimento sanguíneo em sua totalidade (ou parcialmente) tem seu suprimento sanguíneo 
original após ter sido pelo sítio receptor. Isso permite uma cicatrização mais acelerada do que o enxerto. 
 
1.0) Enxertos 
- Classificação: 
 • quanto à constituição histológica: 
 - simples: apresenta um único tipo de tecido 
 - composto: constituído por dois ou mais tecidos. 
 • quanto à fonte de obtenção: 
 - autólogo: fonte do mesmo indivíduo 
 - alógeno ou homólogo: mesma espécie -> é de caráter temporário. 
 - heterólogo ou xenoenxerto: espécies diferentes -> é de caráter temporário, como 
se fosse um curativo, o que aumenta a granulação/cicatrização, permitindo a redução de infecção e 
posteriormente pode ser feito enxerto autólogo. 
 • quanto à espessura: 
 - parcial: contém 100% da epiderme e apenas parte da derme. É mais utilizado no 
doente queimado. Mais rápida é a cicatrização. 
 - total: toda a epiderme e toda a derme incluindo as estruturas anexiais. Nesse caso, 
como a hipoderme não cicatriza, a área doadora acaba se tornando uma outra ferida. Portanto, ao 
se retirar um enxerto total, deve-se pensar nisto, planejando como será o fechamento da área 
doadora. 
 + parcial fino: melhor sobrevida e cicatriza mais rapidamente. No entanto é 
pouco resistente ao trauma e fica com uma coloração diferente da área receptora. Em áreas de 
muito trauma/atrito, um enxerto fino pode acabar evoluindo para uma úlcera e carcinoma, úlcera de 
Marjolin. Além disso, a contração secundária é máxima. 
 + Parcial grosso: apresenta menor contração secundária, maior semelhança 
com a área vizinha. Sobrevida mais baixa e cicatrização lenta. 
 + Espessura total: melhor do que os outros, mas por ser mais espesso a taxa 
de sobrevida é menor, por isso importante retirar toda a gordura da derme no enxerto. As áreas 
doadoras são limitadas e deve ser fechada cirurgicamente. 
 ≥ Contrações primárias e secundárias: 
JOÃO PAULO
Destacar
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 8	
 
è Indicações para enxertos: feridas extensas (funciona como uma queimadura de fase tardia),queimadura, cirurgias específicas, como ressecção tumoral; área de infecção prévia com perda 
de pele extensa e razões cosméticas em cirurgias reconstrutivas. 
• enxerto com espessura parcial: utilizado quando a aparência estética não é o problema 
principal e o tamanho da ferida é muito grande para receber um enxerto de espessura total. 
Além disso, utilizado em úlceras crônicas, cobertura temporária, queimaduras e correção de 
desordens de pigmentação. Pode ser utilizado em áreas de pouca vascularização (úlcera crônica), 
áreas de flexão e queimadura. Nos enxertos de mucosa, o enxerto de pele parcial é ideal, visto 
que este sofre metaplasia e torna-se semelhante a um tecido de mucosa. 
• enxerto com espessura total: utilizado quando o tecido adjacente tem lesões pré-malignas 
ou malignas e impede o uso de retalho local (pacientes com alto risco cirúrgico para se fazer 
retalho, uma cirurgia mais longa do que o enxerto); locais específicos que têm boa indicação 
para enxerto de pele de espessura total, como ponta nasal, borda da hélice, região frontal, 
pálpebras, canto interno, concha e dedos. 
 ≠ curativo de Brown: é uma curativo compressivo envolto por fio, para promover 
aderência do enxerto ao local receptor. 
 
è Origem dos enxertos: 
+ Enxerto de pele com espessura parcial: couro cabeludo, coxa, nádegas, parede abdominal 
e supra-clavicular. 
+ Enxerto de pele de espessura total: região retroauricular (para pálpebra), pele de pálpebra 
superior, virilha, supra-clavicular. 
 Às vezes, é interessante retirar enxerto da mesma região da área receptora, porque 
se faz apenas um curativo. 
 
 - Fisiologia dos autoenxertos: 
 1º) Integração: fase de embebição plasmática, fase inoculatória, fase de revascularização (5º-
7º dia) 
 • Embebição plasmática: ocorre nas primeiras 48 horas; o enxerto recebe água e 
eletrólitos, por diferença de pressão, sendo nutrido por osmose. 
 • Revascularização: inicia-se no 3º-4º dia, com anastomose de brotos neoformados no 
leito receptor e vasos de pequeno calibre do enxerto. A revascularização linfática ocorre simultaneamente. 
 ≥ Reinervação: inicia-se a partir do 14º dia após a enxertia, levando de 10 a 15 meses, 
mas mesmo assim o processo não se faz completamente. Quanto maior a fibrose local e mais fino for o 
enxerto, menor a inervação e menor será o retorno à sensibilidade. Inicialmente retornam as sensibilidades 
dolorosa e tétil, e depois a térmica, isso se retornarem. 
 2º) Contração: dura do 10º dia até 6 meses. Os enxertos de espessura parcial apresentam 
maior retração do que os totais. 
 
 - Condições para sobrevivência do enxerto: manter contato íntimo do enxerto com o leito receptor, 
como curativo de Brown ou compressivo; manter imobilização por 5 dias, retirando tensão, hematoma, 
seroma ou secreção purulenta. Um bom suprimento sanguíneo e tecido de granulação rico, nos casos de 
músculo, periósteo, pericôndrio e paratendão. Nos casos de osso (exceto órbita e maxilar), cartilagem e 
tendão, pode ter pobre suprimento sanguíneo. Por fim, retirar infecções. 
 
 - Como obter o enxerto: 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 9	
• faca de Humby/Blair: quanto menor quantidade de sangue que sair da área doadora, mais 
fino é o enxerto. 
• mesh graft: aumenta a área do enxerto por meio de fenestrações, necessitando do expansor 
de Tanner. Acaba gerando áreas de cicatrização por segunda intenção. 
Os enxertos de espessura de pele total são obtidos através de lâminas de bisturi, enquanto 
que os de espessura parcial são obtidos por meio da faca de Blair/Humby ou dermátomo elétrico. 
Nas áreas doadoras de pele total, a síntese da ferida é feita com sutura simples ou, se 
necessário, por enxerto de pele de espessura parcial. Já as áreas doadoras de pele parcial são 
tratadas com curativos contendo pomadas enzimáticas (como colagenase). 
 
2.0) Retalhos 
Pode ser levada parte da vascularização ou toda ela. É preferida quando há necessidade de 
cobertura acolchoada e duradoura, como região plantar. Mesmo com um enxerto de espessura total não 
seria o suficiente, pelo atrito constante. Existem desde o retalho cutâneo até o retalho microvascular livre. 
 
Enxertos Retalhos 
Limitado ao transplante de pele Pode levar outros tecidos 
Depende do leito receptor para nutrição Tem suprimento sanguíneo próprio 
Cosmeticamente pode descolar ou retrair Boa tonalidade, menos provável de retrair 
Menor possibilidade de sobreviver no leito 
receptor com nutrição questionável 
Pode ser usado no leito receptor com nutrição 
questionável 
Requer curativo compressivo Não requer curativo compressivo 
 
- Vantagens do retalho: possibilita rápida reconstrução, boa combinação de cor e textura e o 
suprimento sanguíneo é confiável e adequado, com algumas exceções, como pacientes 
ateroscleróticos, diabéticos, entre outros. A não pega do retalho ocorre quando há acometimento 
vascular, como tensão muito grande (em locais longes, por exemplo), lesão vascular prévia. O 
retalho deixa um defeito na área doadora que será fechada primariamente ou com enxerto de pele. 
 
- Por que utilizar um retalho: o retalho é mais elegante, enquanto o enxerto é resolutivo. Fornece 
cobertura em estrutura importantes expostas, articulações, contraturas, áreas de pressão, áreas a 
serem irradiadas, cavidades infectadas e busca de um resultado estético melhor. Além disso, para 
restabelecer a integridade anatômica e fisiológica, e para ajudar a cicatrização de feridas de 
evolução arrastada. O retalho melhora a sensação de uma área (retalho sensitivo). Utilizado quando 
uma ferida não apresenta as bordas aproximáveis e preconizado nos reparos faciais. 
 
è Classificação dos retalhos: 
1) Quanto ao suprimento sanguíneo: 
• randomizado (ao acaso): retalho não tem um vaso específico na sua base (plexo 
dérmico / subdérmico) e comprimento limitado 2:1. 
• axial: artéria específica na base que corre ao longo do retalho e o comprimento 
corresponde ao território da artéria. 
2) Quanto à proximidade do sítio doador: 
• local: imediatamente adjacente ao defeito 
• regional: movido de uma região adjacente 
• distante: movido de uma área anatômica distante 
 ≠ pediculado: movido com uma ponte de tecido intacto para suporte 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 10	
 ≠ ilha: não existe pele intacta como suporte, mas move-se sob pele intacta 
3) Quanto aos componentes: pele, músculo, osso... 
4) Quanto à autonomização: corta-se a extensão do retalho que será utilizado para promover 
uma neovascularização, abrindo vasos obstruídos e melhorando a microcirculação, isso antes 
que o retalho seja retirado de seu local de origem. O retalho é transferido de 2-3 semanas 
mais tarde. Útil em pacientes de alto risco, como tabagista e diabéticos. 
5) Quanto à configuração: 
A- Avançamento (ou deslizamento): o tamanho do retalho é 3 vezes o defeito, tendo um 
configuração linear; movido por deslizamento. Pode ter configuração V-Y. 
B- Rotação: linha de tensão maior... 
C- Transposição: passa por cima de um tecido, devendo ser um pouco maior. São exemplos 
o retalho romboide, zetaplastia, Wplastia e retalho bilobado. 
D- Interpolação: o pedículo cruza o tecido interposto (cirurgia em 2 tempos); base não é 
contígua com defeito primário. 
E- Pediculado: incisão em todas as bordas do retalho; pedículo fica no subcutâneo. 
 
A neovascularização do retalho ocorre em geral de 3 a 7 dias após a transferência. Ocorre através 
de crescimento direto e inoculação – refere-se a anastomose dos capilares em torno do leito 
receptor e os vasos preexistentes.- Como monitorar o retalho: observar a cor do tecido, o calor e turgor, avaliar branqueamento e 
tempo de preenchimento capilar. Se este estiver devagar, traduz isquemia e se for rápido traduz 
congestão. Pode ser utilizado um vasodilatador para ver se passa mais sangue. 
 
- Complicações do retalho: formação do seroma (coleção de líquido), formação de hematoma (pode 
acabar comprimindo vasos), necrose superficial da pele, deiscência da ferida com eventual perda da 
parte ou de todo o retalho, necrose gordurosa e infecção da área doadora. 
 + Causas de perda do retalho: pobre conhecimento anatômico ao levantar (de tal forma que 
o fornecimento de sangue é deficiente desde o início), retalho posicionado com muita tensão, 
infecção local ou paciente séptico, curativo aplicado com muita força em torno do pedículo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 11	
 
 
 
Aula Cicatrização de Feridas 
Prof. Michel Vaena 
 
 A cicatrização é conjunto de fenômenos humorais e celular que permitem o reparo tecidual 
e a manutenção do funcionamento de tal órgão. Já na regeneração há um retorno completo do 
original, como ocorre no fígado e o osso. A pele não se regenera, somente no feto ocorre 
regeneração. 
 - Fechamento por primeira intenção: confere cicatrização de melhor qualidade. 
 - Fechamento por segunda intenção: a cicatrização se dá dos bordos para o centro, sendo 
uma cicatrização de pior qualidade. Deve ser feita em alguns casos, como em feridas que contém 
secreção purulenta (drenagem do pus pela abertura da ferida). As feridas proctológicas são muito 
contaminadas e por isso não se dá ponto, bem como ocorre em mordida de animais (cachorro; no 
rosto pode lavar bem e fechar, além do antibiótico). Com os passar dos dias ocorre uma contração 
cicatricial que aproxima as bordas. Existe a cicatrização terciária (primária tardia), na qual a ferida é 
deixada aberta por algum tempo, a fim desta tornar-se limpa e possibilitar a drenagem de secreção, 
e posteriormente as bordas são aproximadas para agilizar o processo se cicatrização. É utilizada em 
feridas contaminadas ou sujas. 
 
è Tipos de cicatrização: 
- Primário 
- Secundário 
- Terciário 
 
 O tecido de granulação apresenta um aspecto rugoso, coloração rubra e se tocar sangra, sendo o 
tecido de cicatrização. 
 As feridas crônicas são feridas que demoram mais de 3 meses ou 12 semanas para cicatrizar, 
significando que provavelmente tal ferida não irá fechar por segunda intenção. Desse modo, deve-se 
realizar um enxerto. 
Ferida crônica = ferida > 3 meses ou 12 semanas 
 É importante que as feridas sejam tratadas, para que a evolução não resulte em câncer, como ocorre 
na úlcera de Marjolin. 
 
Exemplo: úlcera de Marjolin 
 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 12	
è Fases Evolutivas da Cicatrização 
• Inflamação (fase reativa): 2 a 3 dias -> mais importante nessa fase é a hemostasia e ativação de 
neutrófilos, também macrófagos e plaquetas. 
• Proliferação (granulação + fibroplasia): 3 a 45 dias -> nessa fase é importante a ativação dos 
fibroblastos, células produtoras de colágeno, este que forma o tecido de granulação associado 
a uma neovascularização. 
• Maturação (contração): 45 dias a 2 anos -> pode começar um pouco antes; as fibras de 
colágeno são alinhadas e os fibroblastos se diferenciam em miofibroblastos, adquirindo miosina 
e actina, e então são capazes de contrair. A contração é um fenômeno fisiológico da cicatrização, 
já a contratura ocorre patologicamente, quando a contração atrapalha a cicatrização e o bem 
estar do paciente. 
 
Inflamação Proliferação Maturação 
 (neutrófilos) (fibroblastos: tecido de granulação/neovascularização) (miofibroblastos: 
contração) 
_________ / __________________ / ________________________________________ 
 2º 3º 45º 2 anos 
 Nas cicatrizes que apresentam aspecto de contratura e são inestéticas, pode ser colocado um 
expansor, para expandir pele sadia e em um segundo tempo deve ser feita a exérese da cicatriz e suturar a 
pele expandida sobre a antiga área cicatricial. 
 
Exemplo: Paciente com expansor de pele 
 
 Quanto mais cranial a ferida, melhor a cicatrização, enquanto que quanto mais caudal a ferida, pior 
a cicatrização. 
 
 + Fatores que afetam a cicatrização: 
 • Locais: 
 - infecção 
 - localização: ferida proximal/caudal cicatriza mais rápido que distal/caudal. Tanto que 
a retira de fios de sutura nos pés deve ser feita em 3 semanas após a ferida, enquanto que no rosto é 
geralmente 1 semana. 
 - radioterapia -> a ferida de radioterapia não fecha por segunda intensão; não se deve 
fazer enxerto porque a área vascular receptora é deficiente, mas sim realizar um retalho. 
 • Sistêmicos: 
 - deficiências nutricionais -> deficiência de vitamina C (conversão de prolina em 
hidroxiprolina) 
 - diabetes e obesidade 
 - uso de corticoides 
 - tabagismo 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 13	
 - QT e RT 
 - ICC, isquemia... 
 + Linhas de Langer/Kraissl: representam as linhas de menor tensão da pele, sendo perpendiculares 
às fibras musculares subjacentes. Deve realizar uma sutura paralela às linhas de tensão, para que a cicatriz 
seja em uma área de menor tensão e que tenha melhor resultado estético. 
 
 
 Exemplo: colecistectomia -> ao se fazer uma incisão mediana, apesar de estar perpendicular 
às linhas de tensão da pele, o que pode conferir uma sutura inestética, no entanto não rompe a musculatura 
abdominal anterior, não deixando o abdômen ficar abaulado após a cirurgia. 
 
è Cicatrização anormal (hiperplásica): 
- Pode ser classificada em: 
 • cicatriz hipertrófica: respeita o limite da incisão/ferida; é grossa no início e involui 
com o tempo. 
 • queloide: avança além da cicatriz; somente ocorre na espécie humana; apresenta 
um crescimento tumoral, não para de crescer, mas histologicamente não pode ser 
classificado como neoplasia. O queloide é mais comum em negros, menos comum em 
asiáticos, e menos ainda nos brancos, mas com a miscigenação isso pode não valer. A região 
pré-esternal é muito propensa a queloide. A cicatriz em uma área de movimentação contínua 
gera uma tendência em engrossar a cicatriz. 
- Tratamento: após a retirada do fio cirúrgico pode ser utilizado placa de silicone, ou malhas elásticas 
compressivas, que promovem compressão mecânica e promovem certo grau de isquemia, o que diminui a 
proliferação celular. O queloide pode ser sintomático, como prurido, podendo ser feita infiltração do 
corticoide, sendo a mais feita a triancinolona. Ao se fazer a exérese do queloide, como há chance de 
recidivar, deve-se fazer corticoide nas primeiras 48 horas, principalmente 24 horas, após a cirurgia de 
retirada do queloide, para evitar a recidiva. Antes de 2-3 meses não se deve injetar corticoide na cicatriz 
hipertrófica. Há também injeção de neomicina. 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 14	
 
Exemplo: placas adesivas de silicone 
Aula Tumores Cutâneos 
Prof. Maria Lídia – 14/02/17 
 
1.0 ) Tumores Benignos Epidérmicos 
+ Ceratose Seborreica: múltiplas pápulas verrucosas castanhas / negras. Ele desgruda e depois volta a 
crescer. Tratamento é com eletrocoagulação. Não tende a malignizar. 
+ Ceratose Actínica: diagnósticosomente por histopatológico, porque pode confundir com a ceratose 
seborreica. Trata-se de uma lesão pré-maligna e o tratamento é com exerése da lesão. 
+ Corno Cutâneo: solta se tentar tirar, apresenta forma cuneiforme e pode se tornar uma lesão maligna 
espinocelular. O tratamento é com ressecção e o histopatológico. Caso a margem esteja insuficiente, deve-
se ampliar a margem. 
+ Ceratoacantoma: pode evoluir para carcinoma espinocelular, mas é uma lesão benigna, se 
assemelhando a uma lesão maligna. É necessário a ressecção com o histopatológico. 
+ Verruga: lesão comum que não cursa com malignidade. Pode ser por autoinoculação. Deve-se fazer 
cauterização química ou crioterapia. 
 
2.0) Tumores Benignos das glândulas sudoríparas 
+ Seringoma: comum em pálpebras e região malar. O tratamento é com eletrocoagulação. 
+ Adenoma sebáceo: dilatação da glândula sebácea que não retorna ao normal. O tratamento é 
com eletrocoagulação ou dermoabrasão. A lesão pode crescer até mesmo sobre a dermoabrasão. 
São lesões benignas. 
+ Fibroma (acrocórdon): pedunculado; pode ser retirado com a tesoura e eletrocoagulação. 
 
3.0) Tumor Benigno do tecido conjuntivo 
≠ Queloide: seleção de fibroblastos altamente produtores de colágeno. A cicatriz queloidiana fica 
esbranquiçada com o tempo; a formação do queloide pode ocorrer algum tempo depois da cirurgia, 
mas normalmente ocorre próximo e vai paulatinamente crescendo, raramente involui. O tratamento 
é por meio da ressecção cirúrgica, infiltração de corticoide, tentar reduzir a tensão tecidual na 
cicatriz. A betaterapia/radioterapia é feita no pós-operatório, diminuindo a seleção de fibroblastos 
e evita que ele cresça tão grande como antes. 
 
4.0) Tumor Benigno Vascular 
... 
 
5.0) Nevos 
São proliferações benignas de melanócitos. São manchas ou pintas, salientes ou não. Pode 
ser juncional, na epiderme e derme, ou intradérmico ou composto. A localização do nevo é 
importante quando ele se maligniza, por conta da vascularização tecidual. Portanto, uma lesão 
pequena pode ser mortal em apenas alguns meses. Deve-se saber a regra do ABCD (PROVA!!): 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 15	
 A: assimetria 
 B: bordas irregulares 
 C: coloração variada 
 D: diâmetro > 6 mm 
Estando presentes tais características, deve-se prosseguir com biópsia com uma margem 
pequena de segurança. Sendo confirmado o melanoma, deve-se aumentar a margem e procurar 
linfonodos satélites. 
 Outras indicações de transformação maligna são: prurido, dor, alteração de coloração, 
inflamação, ulceração, crescimento assimétrico e derrame do pigmento além das bordas da lesão. 
- Tratamento: 
 Por meio de resseccão com margem de segurança, entre 3-4 mm, normalmente 5 mm, que 
já é uma margem que pode ser curativa. Deve-se ressecar mesmo assintomático os nevos situados 
em região palmoplantar, genital, dedo, mucosas e áreas de trauma constante. 
 
6.0) Tumores Cutâneos Malignos 
+ Carcinoma Basocelular: é mais comum acima dos 40 anos, sendo decorrente da exposição à luz 
solar, podendo aparecer precoce conforme for maior a exposição, sendo uma relação diretamente 
proporcional. É o mais benigno dos tumores malignos. É uma lesão perolada, podendo se assemelhar a 
uma espinha; podem ser vistas teleangectasias. As bordas são cilíndricas e translúcidas. Parece uma espinha 
que não estourou e aumenta lentamente. Invade e destrói tecidos adjacentes. A metástase é rara, sendo 
para pulmões e ossos. O tratamento é com excisão cirúrgica, usando margem de segurança de 4 mm, 
mandando para a histopatologia. Se for um paciente com risco cirúrgico alto, pode ser feita a radioterapia, 
diminuindo o tumor e depois se faz a retirada do tumor. 
+ Carcinoma Espinocelular: 15% das neoplasias epiteliais maligna, sendo mais comum na face, 
principalmente em lábio inferior. Está relacionado à exposição solar, mas também há outros fatores 
envolvidos. O crescimento é rápido, podendo se disseminar por invasão loco-regional, linfática e 
hematogênica. É mais agressivo em jovens e idosos. É tumor ulcerado. 
 -PROVA: fatores predisponentes como radiação UV, alterações cutâneas inflamatórias 
crônicas, como queilite actínica, dentes irregulares, próteses, mordidas de lábio crônica; uso de 
carcinógenos químicos como fumo, infecção viral (HPV) e imunossupressão, entre outros. 
 - Tratamento: excisão cirúrgica com margem de segurança maior, de 0,5 a 1 cm de margem 
de segurança; pode ser feita radioterapia, mas o método resolutivo é a extração cirúrgica. Se na região 
cervical houver gânglios, provavelmente há metástase ganglionar e retirar tais linfonodos. 
 ≠ Doença de Bowen: é um carcinoma espinocelular in situ, sendo um tumor de crescimento 
mais lento. É denominado como tal doença quando acomete a pele, ficando uma crosta que não se resolve; 
tem limites bem definidos. 
 
 ≠ Eritroplasia: é o carcinoma espinocelular in situ de mucosa, podendo ocorrer em mucosa 
genital, entre outras regiões. O tratamento de tais tumores é com ressecção cirúrgica. 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 16	
 
 
+ Melanoma: mais comum nos brancos, nos negros pode ocorrer em região palmoplantar. O 
melanoma se origina a partir dos melanócitos. Em 50% dos casos o melanoma se origina de um nevo (nevo 
displásico). Raramente apresenta localização extra-cutânea, como globo ocular, mucosas e meninges. A 
etiologia envolve fatores genéticos, como pele mais clara, sendo 12 vezes mais comum em brancos, além 
de fatores ambientais, como exposição solar (radiação UV). 
 - Formas clínico-patológicas de melanoma: 
 • melanoma de propagação superficial: forma mais comum, atingindo principalmente 
a meia idade, tendo um crescimento periférico. 
 • lentigo maligno: mais comum na face, em área cronicamente expostas ao Sol. 
 • melanoma acral lentiginoso: mais frequente em negros e asiáticos, sendo mais 
comum nas plantas dos pés. É mais redondo. 
 • melanoma nodular: não cresce para os lados, mas sim para as profundidades. Mais 
frequente em mulheres, apresentando metástase precoce (mais perigoso por apresentar crescimento 
vertical); em geral é assintomático. 
 
 
 - Tratamento: cirurgia ampla com ressecção ganglionar, radioterapia, quimioterapia 
sistêmica. Se a doença for avançada, aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida. Se a detecção for 
precoce, há 100% de cura. Se a lesão for Breslow I, sobrevida em 5 anos; se for ≥ 3 mm (Breslow IV e V), a 
sobrevida em 5 anos é menor que 10%. 
 
 
 
 
 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 17	
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula Cirurgia Estética I – 16/02/17 
Profa. Denise Salles 
 
1.0) Lipoescultura: poucos comentários sobre. Resumidamente, é a retirada de gordura de um local 
do corpo e reintroduzi-la em outra região. 
 
2.0) Lipoaspiração 
Quanto maior o calibre da cânula, mais profundo deve-se penetrar para não prejudicar (marcar) a 
pele, enquanto que nas cânulas finas é o inverso. Deve-se realizar uma marcação prévia, em posição 
ortostática. Depois realiza-se a infiltração, com adrenalina e soro para inchar o tecido adiposo e causar 
vasoconstrição, e depois realizar a lipoaspiração. Se faz anestesia peridural e não precisa infiltrar anestésico 
quando se infiltra a adrenalina. 
 *Na técnica infiltrativa com adrenalina não se deve aspirar mais de 7% do peso corporal e ... 
Se a pele for uma pele espessa, principalmente do dorso, pode-se realizar uma lipoaspiraçãomais 
superficial, e se for mais fina, deve-se fazer mais profunda para não lesionar a pele. 
 É uma cirurgia bem dolorosa, pode dar edema e equimose. Pode-se usar uma cinta de laicra para 
reduzir o edema, evitar sangramento e orientar a cicatrização. Importante que depois da cirurgia o paciente 
não faça dieta, pela necessidade proteica para a o processo cicatricial, sendo deixada para depois. Os 
exercícos mais pesados devem ser deixados para depois de 2 meses, pois a vasodilatação acaba 
provocando edema. O banho pode ser tomado após 24 horas da cirurgia e outros dizem 48 horas, visando 
a epitelização da ferida pós-operatória. Dessa forma, como tem muitos efeitos pós-operatórios, o resultado 
só pode ser avaliado após 6 meses de cirurgia, para então analisar a necessidade de cirurgia de retoque. 
è Complicações: 
- Locais: seroma (acúmulo de transudato entre a pele e a aponeurose; se for pequeno pode 
ser retirado com drenagem linfática manual, ou se for grande deve ser drenado; a cinta evita um 
pouco; importante que o paciente não tenha hipoproteinemia, pois provoca um seroma maior, 
portanto a importância da alimentação adequada), assimetrias, irregularidades, alterações de 
sensibilidade (pelo descolamento com a cânula), necrose (em lipo muito grande e descolamento 
da pele), hematoma, flacidez, hiperpigmentação, e insatisfação. 
- Sistêmicas: anemia, infecção (não é muito comum), perfurações (da parede abdominal ou 
da região lombar), TEP/TVP (por lesão endotelial; importante fazer a profilaxia), embolia 
gordurosa (não é letal na lipoaspiração, mas sim na lipoenxertia), toxicidade anestésica e óbito. 
 
+ Lipodistrofia trocantérica (culote) -> deve-se proceder com a lipoaspiração e fica melhor em pacientes 
jovens pela maior elasticidade da pele. 
 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 18	
3.0) Abdominoplastia 
A etiologia das alterações na parede abdominal são decorrentes de múltiplas gestações, 
variação ponderal significativa, lipodistrofia, entre outras. Envolve a pele (flacidez, estrias, cicatrizes), 
panículo adiposo subcutâneo e músculo-aponeurose. São essas as estruturas operadas, e de acordo 
com as alterações em tais estruturas é que se vai definir a melhor técnica. Dessa forma, 
• Lipoaspiração com retirada de fuso de pele: feita em lipodistrofia e lipodistrofia com 
pequena flacidez. 
• Miniabdome: uma cirurgia menor, utilizada para lipodistrofia, flacidez infraumbilical e 
diástese dos retos. Não se deve ser realizada se foram alterações maiores. A incisão é um pouco 
menor que a abdominoplastia clássica, retira-se o excesso de pele e gordura, podendo ser feita a 
plicatura do reto abdominal, no caso de diástese. 
 
 
• Abdominoplastia clássica: para grande flacidez (infra e supraumbilical) e lipodistrofia 
importante. Consegue tratar até hérnias. Pode ser feita com (lipoabdominoplastia) ou sem 
lipoaspiração. Alguns cirurgiões alegam que o descolamento para fazer a lipoaspiração promovem 
uma perda das perfurantes, o que poderia gerar necrose. Mas isso depende de técnica, sendo que 
com a lipoaspiração o resultado é melhor. 
 
 Realiza-se a marcação do tecido a ser retirado, e depois se faz a resseção prévia. O 
umbigo é deixado e depois é reintroduzido por meio de um retalho no tecido que desce da porção 
superior do abdômen. 
 ≥ Abdominoplastia reversa: a ressecção se faz para cima, normalmente associada com 
uma cirurgia de mama; se esconde a cicatriz no sulco inframamário. 
 
è Complicações: hematoma, seroma (pode ser feitos pontos da aponeurose no subcutâneo, para 
reduzir o espaço livre onde seria acumulado seroma; são os pontos de Barudi), infecção, cicatriz 
alta, queloidiana, hipertrófica ou atrófica; alterações de sensibilidade, necrose (tabagismo 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 19	
aumenta o risco), TVP e TEP (importante fazer a profilaxia; a cinta aumenta a estase venosa, 
paciente fica acamado, a posição favorece a estase, tudo isso aumenta o risco de trombose 
venosa), estenose do umbigo. 
≠ contratura abdominal pós-seroma: uma complicação rara. 
≠ atrofia pós-corticoterapia: pela injeção de corticoide equivocadamente para tentar 
tratar cicatrizes hipertróficas. 
 
4.0) Gluteoplastia 
Uma cirurgia muito feita atualmente. A gluteoplastia de aumento tem como indicação a 
hipotrofia glútea. O glúteo é indissociável do contorno posterior e os depósitos ao redor o torna 
menos evidente. Como coloca-se um implante, se der infecção, será necessário retirar o implante. 
Outro medo é o acometimento do nervo ciático, podendo provocar neuralgia. Os principais 
músculos envolvidos nesse processo são o músculo glúteo máximo e médio. 
 ≥Glúteo belo: maior projeção (2/3 superior), sulco glúteo, depressão trocantérica, 
tecido firme, musculatura firme e tonificada e projeção mantida em decúbito ventral. 
Antigamente a incisão para o implante era no sulco subglúteo, o que deixava uma cicatriz 
inestética. Hoje em dia se realiza uma loja dentro do glúteo máximo, descrita por Vergara em 
1996. Em 2006, De la Penã abordou sobre um plano subaponeurótico, só que ninguém faz. 
Dessa forma, a gluteoplastia de aumento restaura o contorno, forma e volume da região 
glútea. Pode ser de tecido autólogo (gordura, retalho dermogorduroso e retalho muscular) ou 
materiais artificiais (implantes, preenchimentos). Pode ser combinado ou não. 
 • Implantes glúteos: 
Conferem melhor projeção e forma arredondada; se der errado, é possível a 
retirada do implante, mas nos casos de injeção é muito mais complicado resolver. As 
formas são redondas, ovais perfil alto e baixo. A superfície é lisa, microtexturizada ou 
texturizada. O contéudo é de um gel altamente coesivo, e dá uma consistência mais 
dura do que a prótese mamária. Dá muito menos complicação este do que aquele. 
 Os planos para colocação do implante são subcutâneo, subfascial, 
intramuscular e submuscular. Se faz uma incisão na prega intraglútea. 
 Os cuidados pós-operatórios são: curativo compressivo sobre o cóccix, 
paciente fica em decúbito ventral ou dorsal com travesseiros levantando o glúteo, este deve ficar 
elevado, isso durante 1 semana a 10 dias. Podem ser utilizados analgésicos (tramadol) e 
relaxantes musculares. No primeiro dia de pós-operatório se deve deambular, sentar 
(contraditório) e banhar-se. Dirigir em 20 dias, exercício leve em 1 mês e pesados em 2 meses, 
porque complicações comuns são seroma na área do descolamento, deiscência da sutura. 
 • Implante oval: mais indicado em glúteos extensos. 
 - Complicações: infecção (mais significativa), ciatalgia (comum ocorrer na 
primeira semana, mas pode se prolongar e em casos raros é necessário retirar o implante), 
seroma e desicência da sutura; assimetria, hematoma (raro), seroma tardio (em implantes 
texturizados pela fricção), implante perceptível ou palpável; ruptura, rotação (na forma oval) e 
movimentação indesejada (mais em pacientes com musculatura frágil), sendo que tais alterações 
são raras. O diagnóstico de onde o implante está é feito com a TC com reconstrução 3D em 
decúbito ventral. 
 
 
Aula Cirurgia Estética II – 16/02/17 
 
1.0) Blefaroplastia 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 20	
As estruturas que se alteram nas pálpebras são a pele e as bolsas de gordura ao redor, que começam 
a herniar e aparecer com a idade. Na porção superior há uma bolsa de gordura medial e outra lateral, 
a glândula lacrimal está na região lateralbolsa de gordura lateral superior, podendo ser retirado 
iatrogenicamente. Na região inferior há três bolsas de gordura, uma medial, média (separada da 
medial pelo m. Oblíquo inferior) e outra lateral. 
 
è Bleforoplastia superior: 
Pode ser feita ressecção cutânea, muscular (retirada de parte do m. Orbicular), e ressecção 
de bolsas de gordura. Pode ser feito também a elevação do supercícilio, miectomia do corrugador, 
músculo levantador de pálpebra (abaixo do orbicular; com a idade pode resultar em pálpebra caída, 
sendo então corrigido) e ROOF (gordura retrorbicular) 
 *miectomia do corrugador: na região como há nervos sensitivos pode gerar 
complicações como disestesia, então alguns cirurgiões preferem não fazer. Tal cirurgia é para corrigir 
as rugas que o bótox corrige, então este é uma melhor opção. 
A cicatriz fica no sulco palpebral superior, sendo visível só quando o paciente está de olho 
fechado. 
è Blefaroplastia superior: 
O acesso pode ser transconjuntival, por um retalho cutâneo ou retalho miocutâneo. Os 
objetivos são a ressecção de bolsas de gordura, a ressecção cutânea, cantopexia e cantoplastia. 
Na técnica transconjuntival só se consegue tratar as bolsas, para tratar a pele o acesso tem 
que ser pelo meio externo. No retalho cutâneo não se deve ressecar muita pele, senão pode gerar 
ectrópio. 
 
2.0) Ritinoplastia 
Os sinais de envelhecimento facial são manifestados na forma de alterações cutâneas (discromia, 
ressecamento e adelgaçamento), formação de rugas e pregas pela contração muscular crônica, os tecidos 
vão perdendo tônus, associada a uma atrofia, inclusive de volume ósseo. Nos 2/3 superiores há perda de 
volume, envolvendo gordura e osso; além disso, ocorre ptose de tecidos moles, enquanto isso, pela 
gravidade e pelo acúmulo de gordura, no terço inferior há aumento de volume, formando uma face mais 
quadrangular (no jovem é mais triangular). A formação de rugas e pregas se dá pela contração crônica. 
Para cirurgia é importante considerar e conhecer a anatomia nervosa da face. O nervo motor que 
inerva a motricidade da face é o nervo facial, que apresenta cinco ramos. Sai pela glândula parótida e se 
ramifica em cinco: ramo temporal, zigomático, bucal, marginal da mandíbula e cervical. Os ramos temporal 
e marginal da mandíbula são os de maior risco de lesão. Normalmente são lesões temporárias, e definitivas 
somente em 1% dos casos. 
 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 21	
è Procedimento cirúrgico: a escolha da técnica para corrigir o tecido em ptose depende do 
diagnóstico, do desejo do paciente e experiência do cirurgião. Pode ser feito com anestesia local 
com sedação (melhor, com menor índice de hematoma), ou anestesia geral. Se faz infiltração 
com adrenalina, para facilitar a divulsão. 
 
- Tratamento do pescoço: 
 • acúmulo de gordura -> realiza-se lipoaspiração; se reforça a musculatura e corrige as 
bandas platismais, por meio de uma incisão submentoniana e plicatura do m. Platisma. Se 
identificam as fibras mediais, se descola um pouco, e depois se une as fibras na linha média. 
- Tratamento da face e do pescoço lateral: as incisões podem ser temporal pré-pilosa, pré-auricular, 
e mais uma. Infiltra-se a adrenalina, se faz a incisão e depois prossegue para o descolamento. 
- Tratamento das estruturas profundas: 
 • SMAS (sistema musculoaponeurótico superficial)/platisma lateral: os tipos de abordagem 
são: 
 + plicatura: mais segura para evitar lesão nervosa; não perde volume a face, mantendo 
seu volume. 
 + smasectomia: retira uma faixa e depois une as bordas cruentas; perde-se um pouco 
de volume da face, ideal para pacientes com faces mais gordas. 
 + retalho de SMAS: mais perigosa; para faces bem mais pesadas é melhor; 
 Depois que se trata as estruturas profundas, retira-se o excesso de pele. Deve-se 
buscar uma aparência natural e cicatrizes imperceptíveis. 
 ≠ Ausência de estigmas: posição e contorno auricular, lóbulo, costeleta, área 
glabra temporal. 
 + Procedimentos ancilares: associados à ritinoplastia, que melhoram o resultado. São frontoplastia, 
lifting de terço médio, blefaroplastia, volumização (implantes, preenchedores sintéticos), aumento 
de lábios, encurtamento e tratamento de rugas periorais. 
 
- Complicações: o hematoma é mais frequente, mais comum em homens do que em mulheres. O 
tratamento é a drenagem do hematoma (se pequeno apenas abrir o ponto ou se grande levar para 
cirurgia). Outra complicação é a lesão nervosa dos ramos do nervo facial. A mais temida das 
complicações é a necrose de pele, tendo como causas o tabagismo, hematoma não drenado, retalho 
fino, tensão excessiva, curativos apertados e infecção. O tratamento é com curativos úmidos e 
cicatrização por segunda intenção; depois revisão das cicatrizes. Outras complicações são cicatrizes 
inestéticas e os estigmas (apagamento do tragus, lóbulo preso, área temporal alargada). A alopecia 
pode ocorrer nas incisões intrapilosas; lesões nervosas sensitivas (n. Grande auricular), insatisfações, 
entre outros. 
 
3.0) Rinoplastia 
O objetivo é corrigir traumas ou a estética do nariz. O objetivo é procurar um nariz harmônico para 
aquele paciente. Deve ser realizada a partir dos 15 anos e importante é preservar ou melhorar a função 
nasal. Se a espessura de pele for maior, a alteração depois da cirurgia não será tão notável quanto se fosse 
em uma pele fina. Isso porque o que se corrige é a estrutura osteocartilaginosa, coberta pela pele. 
O nariz pode ser uma rinomegalia, nariz negroide ou inconformidade com o aspecto. É importante 
saber a expectativa do doente, para evitar insatisfações depois. 
O nariz esteticamente belo é aquele que está em harmonia com a face, dorso reto, entre outras 
características. 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 22	
O planejamento cirúrgico é feito com estudo das fotos. As estruturas importantes a serem corrigidas 
são o angulo do dorso nasal, angulo nasolabial, largura da base, espessura da ponta (ponta globosa, bem 
definida ou não); levar em conta o tipo de pele, desvios, assimetrias, depressões ou proeminências. 
O nariz apresenta uma anatomia externa e interna, sendo esta composta pelas cartilagens e osso. 
Quem define a ponta são as cartilagens alares, que possuem parte medial e lateral. 
 
è Técnica Cirúrgica: uma se chama fechada e outra aberta. A cirurgia é feita em decúbito dorsal, 
podendo ser por sedação ou anestesia geral. Se faz infiltração com adrenalina em concentração 
mais alta (80.000-100.000). As incisões podem ser intercartilaginosa, transcartilaginosas, 
marginal, e Reth (na columella). 
 
Rinoplastia Fechada Rinoplastia aberta 
Difícil abordagem da ponta e septo; trata 
melhor alterações no dorso 
Fácil abordagem ... incisão na columella 
(de Reth); se usa mais aberta do que a 
fechada pela facilidade 
Menos edema Mais edema 
Dificuldade para enxertar Menor dificuldade para enxertar 
Sem cicatriz externa Presença de cicatriz externa 
 
Ver técnicas para cada região do nariz, como ponta, dorso (osteotomia superior, cinzel curvo, rotação 
alar), cartilagens alares. Por fim deve-se proceder para a sutura, curativo, pode ser utilizado aquaplast. No 
pós-operatório é importante a elevação da cabeceira, pode ser necessário tampão nasal, sangramento é 
normal; o tampão é retirado no primeiro dia e pode ser colocada compressa fria nas pálpebras (incha bem); 
retirada do gesso no 6º dia; trocar o micropore durante 3 semanas. Não costuma ser doloroso; não assoar 
o nariz por 2 semanas; os pontos da mucosa são reabsorvíveis e da pele retirados comduas semanas. Pode 
ocorrer edema nasal, equimose ou hematoma nas pálpebras. Não usar óculos, evitar golpes sobre o nariz, 
filtro solar, cremes, evitar exercício durante 1 mês. A forma do nariz se modificará até 1 ano. 
 - Complicações: sangramento, edema, infecção, retração cicatricial, assimetria, estigma de nariz 
operado, insatisfação do paciente. 
 
4.0) Cirurgia Pós-Bariátrica ou de Ex-obesos 
A cirurgia bariátrica é feita para correção de obesidade mórbida (IMC>40 ou>35 com 
comorbidades). Se realiza uma redução do estômago e by-pass, existindo técnicas restritivas e outras 
disabsortivas, levando o alimento direto para o jejuno. Leva a uma perda ponderal rápida e importante, 
mas há limitações físicas, como intertrigos, dermatites, ulcerações, psíquicas. Geralmente perde-se de 40-
60% do peso inicial. 
Para melhorar a qualidade de vida a cirurgia plástica entra, para reduzir a flacidez cutânea e a 
lipodistrofia remanescente. Realiza-se um lifting corporal para correção de deformidades. A indicação é no 
mínimo 18 meses após a gastroplastia e após 6 meses de estabilização do peso, o melhor é se IMC < 30 
ou 40% de redução. Normalmente, a ordem das abordagens é abdominoplastia, depois mastoplastia, 
cruroplastia ou braquioplastia. Caso o paciente não chegue ao IMC desejado, pode ser feita uma 
paniculectomia higiênica, para facilitar as atividades diárias e melhora funcioal. 
è Cuidados Pré-operatórios: 
• avaliação nutricional: hábitos alimentares e suplementos. A reposição é: 
 - Cirurgia restritiva: ferro, cálcio, vit D e multivitamínico (100% do valor diário) 
 - Cirurgia disabsortiva: ferro, cálcio, vitaminas B1, B12, C, D, e multivitamínicos (200% 
do valor diário) 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 23	
• exames complementares: deve-se realizar hemograma completo, coagulograma, ureia, 
creatinina, glicemia de jejum, Na, K, EAS, beta-HCG (emagrecimento aumenta a fertilidade, 
as pacientes ficam grávidas). Importante fazer radiografia de tórax, ECG com risco cirúrgico, 
avaliação metabólico (zinco é importante para cicatrização, albumina também), USG da 
parede abdominal para investigar hérnias. 
• tratar lesões cutâneas, compensação do DM e HAS, estímulo às atividades físicas, reserva 
de sangue para autotransfusão (principalmente para abdômen), profilaxia para TVP/TEP 
(meia elástica, compressão pneumática, deambulação precoce e HNF ou HBPM). 
• interromper cigarro 6 semanas antes, parar AAS, ginko biloba, alho, ginseng, ticlopidina, 
clopidogrel, entre outros; acompanhamento e liberação pelo psiquiatra. 
≠ Contra-indicações: distúrbios endócrinos, eletrolíticos, anemia e patologias de risco. 
è Planejamento cirúrgico: mínimo de 6 meses entre os procedimentos 
è Cuidados Pós-operatórios: dieta branda inicial, cintas especiais, cateterismo vesical, ATB 
profilática (cefalosporina de 1ª geração), curativos diários, prevenção de TVP, deambulação 
precoce, proibido álcool e fumo, acompanhamento psicológico. 
è Complicações: maior índice nos obesos, cicatrizes muito grandes, correções pós-operatórias 
frequentes, sangramento maior e hematoma pelo maior calibre de seus vasos. 
 
- Abdominoplastia pós-bariátrica: há grande flacidez da parede abdominal, redundância de pele e 
subcutâneo; pode ter incisão mediana da gastroplastia e de cirurgias prévias, além de hérnia 
abdominal. Importante fazer fisioterapia respiratória pelo aumento da pressão intrabdominal, que 
elevará o diafragma – saco de areia sobre o abdômen 20’ por dia. 
 • Técnina clássica: trata apenas o excesso vertical anterior de pele e gordura; sobra na parte 
lateral e dorso 
 • Técnina em âncora: trata o excesso vertical e o circunferencial (cicatriz é um T invertido); 
não precisa de descolamento de pele já que é tudo flácido (logo há menor formação de seroma). 
Marcação em posição ortostática e pinçamento digital. Pode ser feita plicatura aponeurótica. Tira 
também a flacidez do dorso. 
 • Técninca Circunferencial (BELT): trata os excessos verticais anterior e posterior. A incisão 
anterior segue até a linha médiodorsal. Existe uma variação da BELT com a âncora. 
 
 No pós-operatório deve-se sentar na posição de Fowler (posição semisentada a 45º). São 
inúmeras complicações, quanto maior o IMC, mais complicações como hematoma, epidermólise, 
necrose de umbigo, cicatrizes desniveladas, hipertróficas, sofrimento do T, infecção, granulomas 
piogênicos, atelectasia pela restrição respiratória, TVP/TEP. 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 24	
 
- Braquioplastia (lifting do braço): correção do excesso de pele e gordura do braço, remodela o 
braço, pela mais lisa, contornos suaves e aparência tonificada. Na anatomia cirúrgica é importante o 
sulco braquial interno, que pode ser local de cicatriz, ou uma cicatriz axilar; normalmente é uma 
cicatriz longitudinal em todo o braço. Tomar cuidado com o nervo cutâneo interno do braço e 
linfáticos mais superficiais na região do cotovelo (pode dar linforreia, linfocele). A avaliação pré-
operatória considera a quantidade de pele, idade, grau de lipodistrofia e desejo do paciente; o 
planejamento cirúrgico abrange lipoaspiração, retirada de pele (ressecção). Os cuidados pós-
operatórios é o uso de cinta, fazer curativo, evitar que fique úmido; toda cicatriz fica avermelhada 
nos primeiros 6 meses, edemas e equimoses. A maioria das complicações são decorrentes da 
cicatriz, necrose de pele, linforreia, assimetria, entre outros. 
 
 
- Cruroplastia: corrige a flacidez da coxa; no pré-operatório deve-se considerar a tração dos lábios 
vaginais, além disso deve avaliar o grau de flacidez cutânea e de lipodistrofia. A cicatriz pode ser na 
virilha, longitudinal e geralmente se associa lipoaspiração. Casos difíceis envolvem diâmetro da coxa 
muito grande e cirurgia em dois tempos. As contra-indicações são história prévia de TVP/TEP, 
linfedema de MMII, diabetes descompensada e problemas psicológicos. Os cuidados pós-
operatórios são uso de cinta de lycra e meia elástica; evitar umidade e fontes de calor; evitar esforços 
físicos, MMII elevados e drenagem linfática manual. As complicações são linfocele na altura do 
joelho, linforreia, deiscência de suturas, seroma, epidermólise, entre outros. 
 
 
 
Aula Reconstrução Mamária 
Prof. Ana Claudia Roxo – 15/02/17 
 
 O câncer de mama é a maior causa de morte por câncer em mulheres em todo mundo. Com 
o diagnóstico precoce, aumentou o nível de incidência. Houve um aumento da taxa de cura, sendo uma 
sobrevida de 5 anos em 97% das mulheres se o diagnóstico for precoce. Além disso, pelo diagnóstico 
precoce, a conduta conservadora também aumentou. 
 O retalho do grande dorsal para reconstrução mamária se data de 1906, mas ainda é muito 
utilizado. O retalho de reto abdominal já foi mais utilizado no passado, principalmente na década de 1990, 
mas hoje em dia se prefere o grande dorsal. No Japão utiliza-se bastante o retalho do músculo glúteo, que 
envolve muito treinamento. É um tipo de retalho muito bom. 
è Objetivo da reconstrução mamária: 
- objetivos: a reconstrução deve ser imediata sempre que possível, a não ser casos muito 
avançados, com câncer ulcerado, idosa, sem expectativa de vida alta, baixa sobrevida. A 
reconstrução pode ser feita inclusive na mesma cirurgia. Como a detecção é mais precoce, 
nem sempre precisa de radioterapia, a não ser em algumas exceções. Esta é boa para o 
câncer, mas lesiona a pele, causa fibrose de pequenos vasos, prejudicando 
Luís	Felipe	OkidaMEDUERJ	2018					
	
	 25	
microvascularização. O objetivo da reconstrução mamária é deixar um aspecto mais natural, 
duradouro, simétrico e menor comprometimento de outros tecidos. A reconstrução deve 
causar menos danos do que a doença; se a área doadora for ficar muito defeituosa, deve-se 
repensar. 
 
è Avaliar: tentar fazer uma simetria com a mama contralateral; a melhor técnica é a que apresenta 
adequação com a terapia adjuvante (conciliar com a radioterapia, por exemplo), entre outros 
fatores. 
 
+ Reconstrução Imediata: 
è Vantagens da reconstrução mamária imediata: diminui um tempo cirúrgico, gera menor fibrose 
na área receptora, ausência de estigma que é mastectomizada, maior facilidade de 
modelamento pela menor fibrose. Na microcirugia pode-se aumentar a vascularização daquele 
retalho; se já há uma área com fibrose isso torna-se mais difícil, então o “supercharge” 
(potencializar a vascularização) é bom o quão mais imediato for. 
è Desvantagens: maior índice de insatisfação (entra com a mama e sai com um retalho); tem o 
prejuízo da radioterapia (pode distorcer o retalho entre outros aspectos negativos já 
comentados); as complicações da reconstrução pode retardar o tratamento adjuvante, como a 
radioterapia. 
*Radioterapia: se for uma com um aparelho de má qualidade (alguns de cobalto são ruins) 
tornam a área de pele com aspecto ruim. 
 
+ Reconstrução tardia: 
è Apresenta melhor aceitação do resultado, a radioterapia não afeta o retalho; há fibrose, há 
estigma da mastectomia, maior déficit de tecido na área do plastrão mamário, maior dificuldade 
de modelagem. 
 
+ Técnicas Cirúrgicas: 
 • Reconstrução com tecido autólogo: retalhos locais/regionais, grande dorsal, TRAM, retalhos de 
perfurantes 
 • Implantes com grande dorsal 
 • Implante: com estágio único ou com expansor (elástico mais tenso e por dentro é vazio, tendo 
uma válvula por fora; coloca-se o expansor vazio e depois de implantado injeta-se salina pela válvula – 60 
– 100 mL; com a fase de cicatrização de ferida depois continua a injetar; o objetivo é expandir o tecido, 
tornando a mama antes sem muito tecido agora propícia a receber um implante) 
 ≠ Implante: precisa de uma boa cobertura para se manter no organismo, como glândula e 
músculo. Se for colocado sob a pele ele será extruído (infecção ou tecido não conseguiu aguentar a 
pressão), sendo assim, necessita-se de uma cobertura, normalmente o músculo. Como raramente se faz 
mastectomia com a retirada do músculo, o implante então é colocado debaixo do músculo, e dependendo 
bota-se o expansor antes para expandir os tecidos – a cada semana ( até o paciente sentir dor ou até atingir 
determinada porcentagem do implante). Com o expansor a pele consegue distender até 16 vezes. Nos 
casos em que a paciente será submetida à radioterapia, a cobertura do implante por tedico muscular 
diminui a chance de contratura muscular. Então, caso a paciente vá passar por radioterapia, evita-se a 
colocação de implante, mas se este for necessário, uma alternativa é associar a colocação do implante com 
o retalho ou tentar colocar o implante submuscular, para diminuir a chance de contratura capsular. 
 
 - Tecido autólogo: apresenta similaridade com o paciente, se o paciente engordar este engordará 
também; sensação mais próxima do natural, ganho do contorno corporal e possibilidade de ganho 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 26	
progressivos na forma. É uma cirurgia de maior complexidade, maior morbidade, maiores custos a curto 
prazo, cicatrizes adicionais (em áreas doadoras) e o retorno social é mais demorado do que os implantes. 
 ≠ TRAM: retirada do retalho abdominal; não é uma cirurgia de abdominoplastia, ficando a 
cicatriz não tão boa como esta, tendo desvantagens importantes. É importante orientar isso ao paciente 
sobre o TRAM, que mimetiza uma abdominoplastia, mas não é. 
 - Implantes: maior facilidade técnica, possibilidade de troca do implante, menor custo a curto prazo, 
entre outros. O implante pode gerar contratura capsular; forma-se uma película ao redor do implante, 
gerando um endurecimento do implante. Tal endurecimento apresenta quatro graus: grau I (paciente 
normalmente), grau II e III, grau IV (mama mais dura e mais alta, incomoda o paciente; o tratamento é a 
troca do implante). Uma teoria para tal ocorrência é por conta de um biofilme por uma microcontaminação, 
causando inflamação e aumento a borda do implante. Pode haver uma contratura somente unilateral. Não 
evolui para câncer. Uma paciente que é submetida a radioterapia tem maior chance de contratura capsular; 
não se manda paciente com implante para fazer radioterapia, mas sim com expansor. Os implantes geram 
mais revisões, maior custo a longo prazo e assimetria com o ganho ponderal (o implante não engorda 
conforme a pessoa engorda). 
 
è Escolha da técnica: ... 
 
è Desafio da reconstrução mamária: cobertura cutânea e muscular, o tamanho da lesão, anatomia 
do paciente, estágio ao diagnóstico, e radioterapia adjuvante (extensão da lesão) 
 
+ Técnicas de tecido autólogo: 
• Retalho Locais: utilizado para mamas pequenas (segmentectomias); em associação com implantes; menor 
tempo cirúrgico, sendo preferido em pacientes idosas ou outras comorbidades. 
 - Exemplo: retalho torácico lateral (Holmstrom) 
 
*Exemplo retalho local toracoepigástrico 
 
• TRAM – retalho transverso do reto abdominal 
 - Indicações: 
 O reto abdominal é a maior anastomose muscular do corpo, recebendo nutrição da artéria 
epigástrica superior e inferior, sendo suprível por apenas uma delas caso outra seja ocluída. Por ser um 
músculo longo, tendo duas vascularizações, estas não são tão constantes por ser um músculo muito grande. 
Para o retalho leva-se a área inferior (infraumbilical) para a região mamária, levando músculo e outros 
tecidos, já que os vasos estão dentro dos músculos. Muito utilizada na década de 80. O abdômen é muito 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 27	
dinâmico, sendo uma área de muito estresse, e com o TRAM parte do abdômen fica sem músculo. Assim, 
principalmente em paciente gordas, meia-idade, com abdômen hipotrófico, a paciente normalmente fica 
com abaulamento mesmo com a colocação de tela. Além da tela, pode-se fechar primariamente a fáscia 
muscular, evitando o abaulamento. Portanto, caiu um pouco em desuso. Portanto, o ideal seria levar só a 
artéria com pele e subcutâneo e não levar músculo, só que necessita de microcirurgia, não sendo a 
realidade brasileira, somente em centros especializados do EUA, Europa e Japão. 
O paciente ideal é com excedente de tecido abdominal, recusa de implantes; trata-se de uma 
terapia de resgate; pode ser feito na mastectomia radical já que não se pode utilizar expansor, somente 
TRAM ou grande dorsal. Pacientes com mama contralateral de grande volume se beneficiam de TRAM, 
porque tal resultado simétrico é difícil de obter com o expansor. O “skin sparing” ou mastectomia 
poupadora de pele é uma cirurgia em que tira toda a mama e o mamilo, deixando só o envelope mamário 
(pele), e então bota-se o TRAM, ficando um ótimo resultado. 
Os fatores de risco para o TRAM são patologias microvasculares, como tabagismo, além disso 
obesidade, alterações microvasculares, e presença de cicatrizes abdominais, como cicatriz de Kocher (andar 
superior de abdômen, com risco de lesão de a. Epigástrica superior, e se lesioná-la, como retira a inferior, 
o abdômen pode ficar isquemiado). 
 *Incisão de Kocher: subcostal direita para realização de colecistectomia aberta. 
As contra-indicações para o TRAM são pacientes psiquiátricos, pacientesmagra (sem abdômen 
doador), pacientes mórbidas (mais área para vascularizar, com maior risco de micronecrose), fumantes 
pesados e pacientes idosas. 
As perfurantes periumbilicais são muito importantes para a cirurgia, são necessárias para o retalho. 
Por isso corta-se o músculo mais alto, perto do umbigo, diferente da abdominoplastia. Por isso que a cicatriz 
do TRAM pode ficar alta, para aproveitar o plexo umbilical. 
≠ TRAM monopediculado (apenas um reto abdominal): gera menor prejuízo da parede abdominal. 
É indicado para mulheres com mamas contralaterais de pequeno a médio volume, e pacientes sem risco 
microvascular. Coloca-se uma tela no local da retirada do músculo. 
 *Classificação de Hartrampf: divide as áreas do retalho de acordo com a vascularização. Não 
será cobrado em prova. 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 28	
 
 
≠ TRAM bipediculado: levam-se duas porções do reto abdominal. Produz grande dano à parede 
abdominal, devendo ser evitado. Pacientes com mama contralateral de grande volume é uma indicação, ou 
nos casos de mastectomia bilateral. Uma opção seria retalhos microcirúrgicos (anastomosa a artéria 
epigástrica inferior profunda com a artéria axilar ou toracodorsal). É um tipo de retalho muito difícil de ser 
feito, porque o paciente tem muita lesão abdominal. 
 ≥ Retalho microcirúrgico: leva somente gordura e pele com a artéria nutrindo, não se leva 
músculo. 
- Complicações do TRAM: perda parcial do retalho (desbridamento, corticoterapia, hematócrito > 
30%) ou necrose da área doadora, principalmente quando se usa a área 3 (?) da classificação de Hartrampf.. 
A necrose deve ser retirada e depois suturam-se as bordas. Pode ocorrer necrose da área doadora, mais é 
mais raro. Outra complicação é necrose gordurosa (monopediculado) ou liponecrose, que ocorre com 
implantes de zonas III e IV de Hartrampf; quanto maior o volume de gordura maior a possibilidade, e a 
maior incidência é em fumantes e obesos, sendo que a radioterapia pode gerar liponecrose também. Outra 
complicação é o abaulamento da parede abdominal, por falha de fechamento da fáscia na linha arqueada 
e denervação dos oblíquos adjacentes. 
≠ TRAM microcirúrgico (livre): maior tempo cirúrgico e monitorização, como ver a glicemia do 
retalho; 10% sofre falência, há menos liponecrose, há mais liberdade de posicionamento, melhor definição 
do sulco submamário, menor morbidade abdominal e maior volume de retalho. Existe um retalho de TRAM 
microciúrgico que leva microvasos, que só é feito em Taiwan. 
 
• Retalho de perfurantes: utiliza-se ramo perfurante da epigástrica inferior. Deve-se realizar um doppler ou 
angio-RNM para procurar a perfurante. 
 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 29	
• Retalho de Grande Dorsal: envolve a necessidade de implante. Desse modo, nesse retalho é importante 
tanto a quantidade de pele quanto quantidade de músculo, porque este cobrirá o implante, o qual não 
está presente do TRAM. O suprimento do retalho é a a. toracodorsal. Alguns problemas nesse retalho são 
assimetrias pelo ganho ponderal e contratura capsular, por conta do implante. Uma complicação rara é a 
escápula alada. Como o grande dorsal é um músculo fino, seu retalho não é indicado nos casos de 
reconstrução de mamas volumosas, bem como para ptoses significativas. Além disso, a presença de 
toracotomia prévia (lateral) indica que o músculo já foi seccionado anteriormente, o que pode ter 
comprometido sua vascularização, então tal condição é uma contraindicação para o uso do retalho grande 
dorsal. 
 
 
 
+ Técnicas com expansor e implantes: 
 
• Expansor com implantes: gera menor morbidade, sendo por isso que se usa mais do que o retalho, e 
também pelo diagnóstico precoce. Normalmente se expande um pouco mais do que o volume da prótese 
para que depois a pele em excesso gere uma ptose mamária e se assemelhe mais à mama contralateral. 
Caso a paciente não precise de terapia adjuvante, pode-se colocar a prótese envolta por uma tela para não 
ocorrer extrusão. O expansor com implante demanda mais de um tempo cirúrgico, pode ocorrer contratura 
capsular e assimetria. 
 
Referência Bibliográfica: 
 • Tratado de Cirurgia de Sabiston; 18ª edição - 2010 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 30	
Aula Mamoplastia 
 
Prof. Fernando Serra – 17/02/17 
 
 A mama adulta situa-se entre a 2 e 6ª costela no eixo vertical, entre o bordo externo do esterno e a 
linha médio-clavicular no eixo horizontal, propagando-se para a axila através do prolongamento axilar de 
Spence. A mama é constituída por pele, tecido subcutâneo e tecido mamário (parênquima e estroma). 
Importante equilibrar o continente e o conteúdo. Quanto mais velha a mulher, a glândula é substituída por 
gordura, tornando-se caída. A glândula atua na sustentação. 
 A mama tem umas fáscia superficial e outra profunda, conectadas pelo ligamento suspensor de 
Cooper. A drenagem da mama vai para a axila e 3% para a cadeia mamária interna e subpeitoral; por isso 
deve-se analisar a mama e relaxar esta para palpar linfonodos subpeitorais. A vascularização da mama é 
importante por conta das necroses areolopapilares; este é a primeira estrutura a necrosar quando a 
vascularização da mama está deficiente. As duas fontes principais de vascularização são as artérias torácica 
interna (ou mamária interna - 60%) e torácica lateral (ou mamária externa - 30%), além de ramos da 
toracoacromial, intercostais, subescapular e toracodorsal (10%). A artéria mamária interna é a maior 
anastomose vascular do corpo humano. 
 
 
 
Os principais músculos que se associam com a mama são os peitorais, serrátil anterior, reto abdominal e 
grande dorsal. A inervação da mama envolve: 
 - região superior: nervos supraclaviculares (C3 e C4) 
 - região medial e inferior: ramo cutâneo anterior dos nervos intercostais (2º ao 6º) 
 - região lateral e aréola: ramos cutâneos laterais (3º ao 6º) 
 A inervação primária do mamilo se dá do ramo cutâneo lateral T4. 
 É obrigatória a avaliação por imagem de todas as mamas antes de qualquer mamoplastia. 
 
 
 
è Mamoplastia de Aumento: 
O implante de acesso pelo umbigo é um implante de soro, não sendo muito mais utilizado. A 
mamoplastia de aumento apresenta forma cônica, CAP no vértice da mama. As indicações são: não há 
Luís	Felipe	Okida																																																																																																																																				MEDUERJ	2018					
	
	 31	
nenhuma razão médica estrita para o aumento da mama em pacientes hígidas. Mesmo assim, pode ser 
feita quando o tamanho da mama inadequado, como hipomastia, desenvolvimento anormal ou 
involução do tecido glandular com excesso de pele. Além disso, assimetrias, síndrome de Poland – 
sindactilia, amastia, atelia, assimetria da mama, sendo o sinal patognomônico a ausência da porção 
esternocostal do músculo peitoral maior - e causa psicológica (baixa auto-estima, inibição sexual e 
conflito com a imagem). 
 
*Sd. de Poland – mais comum em homens 
 
As contra-indicações são transtornos psiquiátricos (transtorno dismórfico corporal), dificuldades de 
tolerar possíveis complicações, pacientes com objetivos e expectativas inadequadas. 
Os implantes mamários são corpos estranhos, não se integram ao organismo e não são considerados 
definitivos. Atualmente não se precisa mais trocar o implante em 10 anos, mas deve voltar para revisão 
com frequência.

Continue navegando