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Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 1/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 Mecânica dos Sólidos 02: Conteúdo Programático: 1. Introdução à mecânica; 2. Tração, Compressão e Cisalhamento; 3. Flexão; 4. Cisalhamento em vigas; 5. Torção. Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 2/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 Mecânica dos Sólidos 02: Conteúdo Programático: 1. Introdução à mecânica; 2. Tração, Compressão e Cisalhamento; 3. Flexão; 4. Cisalhamento em vigas; 5. Torção. Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 3/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Os conceitos de tensão e deformação são definições fundamentais da mecânica; ● A definição de tensão e deformação pode ser apresentada de forma elementar a partir da análise de uma barra prismática sujeita a forças axiais de tração ou compressão. 2.1. Introdução: Nota 1: Barra prismática é um elemento estrutural de eixo reto com seção transversal constante ao longo do seu comprimento; Nota 2: Força axial é uma carga aplicada ao longo do eixo da barra. Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 4/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 L P P L+∆L A P A P'=P σ 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Para discutir o conceito de tensão, analisa-se o efeito de uma força axial P (tração) aplicada a uma barra prismática em equilíbrio com seção transversal A (seção perpendicular ao eixo da barra). Neste contexto, têm-se: - O comprimento inicial L da barra aumenta ∆L; - Admitindo que a barra seja seccionada, observa-se que a ação entre as partes seccionadas é dada por uma força distribuída continuamente sobre toda a seção transversal; - A intensidade da força por unidade de área é denominada tensão σ; 2.2. Tensão normal e deformação normal: Nota: Nesta análise o peso da barra é desconsiderado. Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 5/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: - Assumindo que σ é distribuída uniformemente sobre a seção transversal, obtém-se a resultante da tensão P’, é dada por P’=σ∙A; - A partir do equilíbrio da barra, tem-se que P’=P, logo a tensão pode ser dada por: 2.2. Tensão normal e deformação normal: L P P L+∆L A P A P'=P σ A P =σ Nota: A análise é válida para forças de tração e compressão, logo, têm-se tensões de tração e compressão. onde A é a área da seção transversal. ● Visto que as tensões atuam em uma direção perpendicular ao plano de corte, são denominadas de tensões normais. Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 6/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 P P A P P A 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● A unidade de tensão é uma unidade de força por área (N/m2=Pa, N/mm2=MPa, etc). ● Convenção de sinal: 2.2. Tensão normal e deformação normal: Tração: (+) Compressão: (-) Nota 1: A relação σ=P/A é válida somente se a tensão for distribuída uniformemente sobre a seção transversal; Nota 2: A distribuição uniforme é verificada se a linha de ação da força axial P atuar no centróide da seção transversal; Nota 3: A condição de tensão uniforme não é válida próximo ao ponto de aplicação da carga, pois nesta região há concentrações de tensões. Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 7/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● O conceito de deformação também será discutido avaliando-se o efeito de uma força axial (tração) atuando em uma barra prismática; ● Conforme observado anteriormente, o comprimento inicial L da barra aumenta ∆L; ● O alongamento ∆L é proveniente do estiramento cumulativo do material da barra ao longo do seu volume; ● A razão ∆L/L é chamada de deformação ε ou alongamento por unidade de comprimento. Desta forma, a deformação é dada por: 2.2. Tensão normal e deformação normal: L L∆ =ε L P P L+∆L Nota: A análise é valida para forças de tração e compressão. Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 8/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● A deformação ε é denominada de deformação normal, pois está associada à tensão normal; ● A deformação normal é uma quantidade adimensional (sem unidade); ● Convenção de sinal: 2.2. Tensão normal e deformação normal: Nota: Na prática, as unidades originais de ∆L e L podem acompanhar o valor da deformação ε (por exemplo: mm/mm, mm/m, μm/m, etc.). Alternativamente, as deformações também podem ser expressas em porcentagem (por exemplo: % e ‰). Tração: (+) Compressão: (-) Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 9/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● As equações de tensão normal e deformação normal são válidas para qualquer magnitude de carga e para qualquer material, uma vez que as definições de tensão e deformação foram baseadas em considerações estáticas e geométricas; ● Linha de ação para uma distribuição de tensão uniforme: 2.2. Tensão normal e deformação normal: P P σ=P/A x y x y x1 y1 P1 A dA Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 10/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 x y x y x1 y1 P1 A dA 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Linha de ação para uma distribuição de tensão uniforme: - Momento devido à força P: 2.2. Tensão normal e deformação normal: 1yPm P,x ⋅= 1xPm P,y ⋅−= - Momento devido à tensão σ: ∫ ⋅⋅= A ,x dAym σσ ∫ ⋅⋅−= A ,y dAxm σσ - Visto que σ=P/A, têm-se mx,P=mx,σ e my,P=my,σ, logo: A dAy y A ∫ ⋅ =1 A dAx x A ∫ ⋅ =1 Nota: A distribuição uniforme é verificada se a linha de ação da força axial P atuar no centróide da seção transversal. Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 11/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 P d1 d2 L 2.3. Exemplo 1: Aplicação didática ● Dada a barra comprimida apresentada na figura, determinar a tensão normal σ e a deformação normal ε do trecho vazado da barra. Sabe-se que P=240 kN, L=1000 mm, d2=127 mm, d1=90 mm e ∆L=0,55 mm (∆L corresponde ao trecho vazado). (a) Cálculo da tensão normal σ: ⇒ ⋅ ⋅ == 3 3 103066 10240 ,A Pσ MPa,05938=σ ( ) ⋅= −⋅= 23 2 1 2 2 103066 4 mm,A ddA :Sendo π (b) Cálculo da deformação normal ε: ⇒= ∆ = 1000 550, L Lε 41055 −⋅= ,ε Nota: A deformação também poderia ser apresentada como: ε=5,5∙10-4 mm/mm ou ε=0,55 ‰. Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 12/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 1 1,02 1,04 1,06 1,08 1,1 1,121,14 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 P L d d 2.4. Exemplo 2: Aplicação didática ● Dada a haste apresentada na figura, analisar a influência do peso próprio da haste W (W=γhaste∙Volumehaste) no cálculo da tensão normal máxima σmax. Adotar: L=40 m, d=8 mm, P=1,5 kN e γhaste=77 kN/m3. (a) σmax sem considerar o peso da haste: ⇒== A P max 1σσ (b) σmax considerando o peso da haste: ⇒+== A W A P max 2σσ ⇒ ⋅ ⋅ = 21 4 d P π σ ⇒⋅+ ⋅ ⋅ = L d P hasteγπ σ 22 4 MPa,8291 =σ MPa,9322 =σ )m(L 12 σσ / Nota: σmax acontece na extremidade superior da haste. Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 13/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 P1 q2 d1 d2 2.5. Exemplo 3: Aplicação didática ● A barra composta é solicitada pela carga concentrada P1 e pela carga uniformemente distribuída q2 como mostra a figura. Desta forma, determinar: (a) A tensão normal σ1 na barra de menor diâmetro d1 e (b) O valor da resultante da carga q2 para que σ2=σ1, sendo σ2 a tensão normal na barra de maior diâmetro d2. Dado: P1=7 kN, d1=30 mm, d2=60 mm. (a) Tensão normal σ1: ⇒ ⋅ ⋅ == 2 1 1 1 1 1 4 d P A P π σ MPa,90391 =σ (b) Resultante da carga q2 sendo σ2=σ1. ⇒−⋅=⇒⋅=⇒== 121221 2 12 PAPAPA P T T σσσσ ⇒− ⋅ ⋅= 1 2 2 12 4 PdP πσ kNP 212 = Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 14/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 L h1 h2 q F h3 A B C 2.6. Exemplo 4: Aplicação didática ● Apresentada a estrutura da figura, determinar a tensão na barra BC σBC. Dado: F=200 kN, L=3660 mm, h1=460 mm, h2=1524 mm, h3=2575 mm e b=150 mm. b b Seção da barra BC (a) Cálculo do ângulo α: h2 F h3 RBC RBC,x RBC,yα (b) Cálculo da componente RBC,x: ( ) ⇒−= L hhtg 13α °≈ 30α ⇒⋅=⇒=∑ 3 20 h hFRM x,BCA kN,R x,BC 369118= Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 15/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 L h1 h2 q F h3 A B C 2.6. Exemplo 4: Aplicação didática (b) Cálculo da força RBC: b b Seção da barra BC h2 F h3 RBC RBC,x RBC,yα ( )⇒⋅= αcosRR BCx,BC kN,RBC 711136= (c) Tensão na barra BC: ⇒= BC BC BC A Rσ MPa,BC 0766=σ = 2bA :Sendo BC Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 16/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 b L L h W2.7. Exemplo 5: Aplicação didática ● Apresentada a situação mostrada na figura, determinar a tensão σ nos cabos inclinados (diâmetro d). Dado: L=3,0 m, h=18 cm, b=1,8 m, d=12,5 mm e γlaje=24 kN/m3. W P P PP α (a) Peso da laje W: ⇒⋅⋅=⋅= hLVW lajelajelaje 2γγ kN,W 8838= (b) Cálculo do ângulo α: ( ) ⇒ ⋅ ⋅ = b Ltg 2 2α °= 68449,α Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 17/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 b L L h W2.7. Exemplo 5: Aplicação didática (c) Cálculo da força P: W P P PP α ( ) ⇒⋅ = αcos WP 4 kN,P 02315= (d) Tensão no cabo: ⇒= A Pσ = ⋅ = 2 2 718122 4 mm,dA :Sendo π MPa,421122=σ Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 18/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2.8. Exemplo 6: Aplicação didática ● Apresentada a estrutura da figura, determinar a tensão σ e a deformação ε (sabendo que ∆L=5 mm) no cabo inclinado (diâmetro d). Dado: P=15 kN, L1=4 m, L2=2 m, H=2 m e d=10 mm. L1 L2 h P L1 L2 P α F Fy Fx (a) Cálculo do ângulo α: ( ) ⇒= 1L Htg α °= 56526,α (b) Componente vertical do cabo Fy: ( ) ⇒ +⋅ = 1 21 L LLPFy kN,Fy 522= (c) Força no cabo F: ( ) ⇒= αsen F F y kN,F 31250= Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 19/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2.8. Exemplo 6: Aplicação didática (d) Tensão no cabo σ: L1 L2 h P L1 L2 P α F Fy Fx ⇒= A Fσ = ⋅ = 2 2 5478 4 mm,dA :Sendo π MPa640=σ (e) Deformação no cabo ε: ⇒ + ∆ = ∆ = 22 1 HL L L Lε 3101181 −⋅= ,ε ou ‰,1181=ε Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 20/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Equipamentos: 2.9. Diagramas tensão-deformação: Máquina de teste Tração Nota: Os procedimentos para a realização dos testes são estabelecidos por normas. Compressão Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 21/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Diagrama σ-ε típico do aço estrutural: 2.9. Diagramas tensão-deformação: Nota: -Trecho OA: Relação σ-ε linear e proporcional (σp= limite de proporcionalidade); -Trecho AB: Relação σ-ε deixa de ser proporcional (deformação aumenta mais que a tensão); -Trecho BC: Inicia o escoamento do material (deformação aumenta e a tensão permanece praticamente inalterada, comportamento perfeitamente plástico – σy= tensão de escoamento); -Trecho CD: Trecho de recuperação (alteração na estrutura cristalina do material), a tensão aumenta (aumento na resistência do material) com o aumento da deformação (σu= tensão última). ε σ A B C D E E' Fa se lin ea r Es co am en to En du rec im en to Es tric çã o σp σy σu O Ensaio de tração sem escala. Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 22/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Diagrama σ-ε típico do aço estrutural: 2.9. Diagramas tensão-deformação: Nota 1: - Trecho DE: Trecho onde a estricção fica mais pronunciada (próximo ao ponto D) e ocorre a ruptura da barra (a tensão é calculada com a área da barra íntegra); - Trecho DE’: Tensão calculada com a área da barra reduzida. Nota 2: A estricção influencia pouco as tensões que se desenvolvem até o ponto C; ε σ A B C D E E' Fa se lin ea r Es co am en to En du rec im en to Es tric çã o σp σy σu O Ensaio de tração sem escala. Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 23/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Exemplos de diagramas σ-ε: 2.9. Diagramas tensão-deformação: a) Aço estrutural (tração) b) Liga de alumínio (tração) c) Concreto (compressão) d) Concreto (tração) ε σ ε σ ε σ ε σ Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 24/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Método da equivalência: - Este método é aplicado quando o material não apresenta o ponto de escoamento bem definido e sofre grandes deformações; - O método consiste em traçar, a partir deuma deformação equivalente εe, uma linha de referência paralela ao trecho linear do diagrama σ-ε real do material; - A tensão de escoamento equivalente σy é dada pela interseção da linha de referência com o diagrama σ-ε real do material. 2.9. Diagramas tensão-deformação: ε σ σy εe Liga de alumínio (tração) Nota 1: Na prática εe≈2‰; Nota 2: Deve-se sempre consultar um documento normativo a respeito da metodologia de avaliar a tensão de escoamento de um material que não apresenta o ponto de escoamento bem definido. Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 25/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 ε σ ε σ 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Material dúctil e material frágil: - Material dúctil: São materiais que sofrem grandes deformações permanentes (deformações plásticas) antes da fratura (Ex.: Aço estrutural, alumínio, cobre, etc.); - Material frágil: São materiais que apresentam pouco ou nenhum escoamento antes da fratura (Ex.: Concreto, ferro fundido, vidro, etc.). 2.9. Diagramas tensão-deformação: Material dúctil Material frágil Nota: O material dúctil, diferentemente do frágil, é capaz de absorver grande capacidade de energia antes de fraturar. Além disto, a observação de grandes deformações em um material dúctil é um alerta da aproximação da fratura. Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 26/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Diagrama σ-ε em compressão: - De um modo geral, os diagramas σ-ε à tração e à compressão são diferentes; - Nos materiais dúcteis os diagramas σ-ε à tração e à compressão são aproximados até o limite de proporcionalidade. Após o escoamento verificam-se as divergências, visto que à tração pode haver a estricção e à compressão pode haver o abaulamento das faces laterais; - Na compressão, ver diagrama, o corpo de prova oferece resistência ao encurtamento no trecho final de carregamento, resultando em curvas σ-ε bastante escarpada. 2.9. Diagramas tensão-deformação: ε σ Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 27/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 ε σ A O ca rg a de sc ar ga Elástico Plástico ε σ A O B Deformação residual Recuperação elástica C D E 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Elasticidade: Propriedade de um material de retornar à dimensão original quando descarregado. Salienta-se que o material não precisa apresentar comportamento linear para ser elástico. 2.10. Elasticidade, plasticidade e fluência: Nota: - Trecho OA: Trecho elástico; - Ponto B: Momento em que ocorre o descarregamento; - Trecho BC: Trajetória do descarregamento, que é paralela ao trecho linear do diagrama σ-ε; - Ponto C: Valor da deformação residual ou deformação permanente (trecho OC), neste momento o comprimento da barra é superior ao comprimento inicial; - Trecho OD: Corresponde à deformação total durante o carregamento OB. Ensaio de tração Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 28/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 ε σ A O ca rg a de sc ar ga Elástico Plástico ε σ A O B Deformação residual Recuperação elástica C D E 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Elasticidade: 2.10. Elasticidade, plasticidade e fluência: Nota: - Trecho CD: Deformação recuperada elasticamente (a barra retorna parcialmente ao seu comprimento inicial, o material é denominado parcialmente elástico); - Trecho OC: Deformação residual (o alongamento residual é denominado assentamento permanente); - Ponto E: Representa o limite elástico do material (transição entre o comportamento elástico e parcialmente elástico; - Alguns materiais, maioria dos metais, apresentam o limite de proporcionalidade próximo, ou ligeiramente inferior, ao limite elástico. Na prática essas grandezas são representadas por um único valor numérico. Ensaio de tração Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 29/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Plasticidade: Propriedades do material pela qual ele sofre deformações inelásticas além da deformação no limite elástico. ● Ciclo Carga-Descarga-Recarga: 2.10. Elasticidade, plasticidade e fluência: ε σ A O ca rg a de sc ar ga Elástico Plástico ε σ A O ε σ A O B C EE - No regime elástico não há alteração significativa no comportamento do material; - No regime plástico a estrutura interna do material é alterada e o seu comportamento muda. Regime elástico Regime plástico Ensaio de tração Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 30/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 ε σ A O E ε σ A O B C E 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Ciclo Carga-Descarga-Recarga: 2.10. Elasticidade, plasticidade e fluência: Regime elástico Regime plástico Nota: - No regime plástico há deformações permanentes; - Trecho CB: Representa o segundo ciclo de carga (recarga). Este trecho inicia no ponto C e termina no ponto B, ponto de descarga no primeiro ciclo de carga; - Após o ponto B o material segue novamente o diagrama σ-ε original até a fratura da barra; - É possível analisar a recarga como um novo diagrama σ-ε. Ensaio de tração Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 31/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 ε σ O BEA ε σ O σ B C EA 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Ciclo Carga-Descarga-Recarga: 2.10. Elasticidade, plasticidade e fluência: Nota: - No ciclo de recarga o material apresenta comportamento elástico linear com inclinação igual ao trecho elástico linear do ciclo único; - No ciclo de recarga o limite de proporcionalidade (ponto B) é representado por uma tensão maior que o limite elástico do ciclo único (ponto E); - Na prática, o estiramento de materiais como o aço e o alumínio até o regime inelástico ou plástico reflete em alteração nas propriedades do material. Verifica-se que a região elástica é maior, que os limites de proporcionalidade e elasticidade são aumentados e que a ductilidade é reduzida (trecho de escoamento menor). Ciclo único Ciclo de recarga Ensaio de tração Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 32/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 t ∆L O t0 ∆L0 P ∆ L 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Fluência: Um material quando sujeito a cargas ou tensões constantes por longos períodos de tempo apresentam deformações permanentes adicionais. Este fenômeno é denominado fluência. 2.10. Elasticidade, plasticidade e fluência: ● Exemplo 1 de Fluência: Nota: Apesar de verificar-se o fenômeno da fluência à temperatura ambiente, usualmente a influência da fluência é mais notória em elevadas temperaturas (motores, caldeiras, etc.). Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 33/63 Disciplina: Mecânicados Sólidos 02 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Exemplo 2 de Fluência: O fenômeno da relaxação é uma manifestação da fluência. A relaxação caracteriza-se pela perda de tensão ao longo do tempo sob uma deformação constante. 2.10. Elasticidade, plasticidade e fluência: t σ O t0 σ0 Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 34/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 ε σ E 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Material elástico linear: Corresponde aos materiais que se comportam elasticamente e exibem uma relação linear entre a tensão σ e a deformação ε. 2.11. Elasticidade linear, Lei de Hooke e coeficiente de Poisson: Nota: O comportamento elástico linear é importante na engenharia, pois nos projetos de estruturas e máquinas são evitadas as deformações permanentes devido ao escoamento. ● Lei de Hooke: Expressa a relação linear entre a tensão σ e a deformação ε. A referida relação é dada por: εσ ⋅= E onde E é a constante de proporcionalidade definida por módulo de elasticidade ou módulo de Young. Nota: A unidade de E é a mesma de σ (N/m2=Pa, N/mm2=MPa, etc). Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 35/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 P P ε (-) ε' (+) P P ε (+) ε' (-) 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Coeficiente de Poisson ν: Quando uma barra é solicitada axialmente a deformação axial ε é acompanhada de uma deformação lateral ε’ normal à direção da carga aplicada. ● Em qualquer ponto da barra a deformação lateral ε’ é proporcional à deformação axial ε no mesmo ponto se o material é linearmente elástico. 2.11. Elasticidade linear, Lei de Hooke e coeficiente de Poisson: Tração: (+) Compressão: (-) Nota 1: O valor de ν é influenciado pelo nível de deformação imposto à barra. Por exemplo, para o aço estrutural no regime elástico linear ν≈0,3 e no escoamento do material ν≈0,5; Nota 2: O coeficiente de Poisson é constante apenas no regime elástico linear. No regime não linear o coeficiente do Poisson é chamado de coeficiente/razão de contração. Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 36/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 P P ε (-) ε' (+) P P ε (+) ε' (-) 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● A razão entre as deformações ε’ e ε é uma propriedade do material conhecida como coeficiente ou razão de Poisson ν. Sendo assim, ν é dado por: 2.11. Elasticidade linear, Lei de Hooke e coeficiente de Poisson: Tração: (+) Compressão: (-) Nota: A equação ν=ε’/ε é aplicável apenas a uma barra sob tensão uniaxial. Para outros estados de tensão aplicam-se abordagens diferentes para avaliar a influência de ν. ε εν ' axial Deformação lateral Deformação −=−= Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 37/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Para que a deformação lateral ε’ seja proporcional (regime elástico linear) à deformação axial ε em qualquer ponto ao longo do eixo da barra é necessário admitir, além das condições anteriores, as seguintes considerações: - Material homogêneo: Este tipo de material caracteriza-se por apresentar a mesma composição em todo o volume da barra; - Material isotrópico. 2.11. Elasticidade linear, Lei de Hooke e coeficiente de Poisson: Nota: - Material isotrópico: Este tipo de material caracteriza-se por apresentar as mesmas propriedades elásticas em todas as direções em análise; - Material anisotrópico ou aelotrópico: Este tipo de material caracteriza-se por apresentar diferentes propriedades elásticas nas diferentes direções em análise; - Material ortotrópico: Este tipo de material caracteriza-se por apresentar diferentes propriedades elásticas em direções perpendiculares. Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 38/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 P L ∆L d 2.12. Exemplo 7: Aplicação didática ● Apresentada a estrutura da figura, determinar: (a) O módulo de elasticidade E e (b) o coeficiente de Poisson ν. Sabe-se que P=3,5 kN, L=15 m, d=3 mm, ∆L=37,1 mm e ∆d=0,0022 mm. (a) Módulo de elasticidade E: ⇒⋅= εσ E ⋅= ∆ = = ⋅ ⋅ == −3 2 104732 1494954 , L L MPa, d P A P :Sendo ε π σ ⇒= ε σE GPa,E 195200= Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 39/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2.12. Exemplo 7: Aplicação didática (b) coeficiente de Poisson ν: ⇒−= ε εν ' ⋅−= ∆ = −4103337, d d' :Sendo ε 2960,=ν P L ∆L d Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 40/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 d1 d2 2.13. Exemplo 8: Aplicação didática ● Apresentada a estrutura da figura, determinar o valor da carga P para que d1=d2. Dados: d2=70 mm, d1=68 mm, E=3000 MPa e ν=0,4. (a) Carga P para que d1=d2: =∆⇒−=∆ mmdddd :Sendo 21121 ⇒ ∆ =⇒ ∆ =⇒ ∆ = 1 1 d d' 'L 'L' L L εεε 0290,' =ε (a.1) Deformação lateral ε’: Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 41/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 d1 d2 2.13. Exemplo 8: Aplicação didática (a.2) Carga P: ⇒−= ε εν ' ⇒⋅−= ενε' ( ) = ⋅=⇒=⇒⋅= A/P AE/PE/E :Sendo σ εσεεσ ⇒ ⋅ ⋅ −= AE P' νε ν ε AE'P ⋅⋅−= kN,P 106801−= ( ) ⋅ = 4 2 1dA :Sendo π Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 42/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2.14. Exemplo 9: Aplicação didática ● Apresentada a estrutura da figura, determinar: (a) O encurtamento ∆L do tubo, (b) A deformação lateral ε’, (c) O aumento nos diâmetros externo ∆d2 e interno ∆d1 e (d) O aumento da espessura ∆t. Dado: P=625 kN, L=1220 mm, d2=150 mm, d1=115 mm, E=207 GPa e ν=0,3. (a) Encurtamento ∆L: P d1 d2 L ⇒ ∆ = L Lε ⇒⋅=∆ LL ε ( ) = ⋅=⇒=⇒⋅= A/P AE/PE/E :Sendo σ εσεεσ AE LPL ⋅ ⋅ =∆ mm,L 5060−=∆ ( ) ⋅= −⋅= 23 2 1 2 2 102857 4 mm,A ddA :Sendo π Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 43/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2.14. Exemplo 9: Aplicação didática (b) Deformação lateral ε’: P d1 d2 L ⇒−= ε εν ' ⇒⋅−= ενε' ( ) = ⋅=⇒=⇒⋅= A/P AE/PE/E :Sendo σ εσεεσ AE P' ⋅ ⋅ −= νε 4102431 −⋅= ,'ε Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 44/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2.14. Exemplo 9: Aplicação didática (c) Aumento nos diâmetros externo ∆d2 e interno ∆d1: P d1 d2 L 'L 'L' L L ∆ =⇒ ∆ = εε ⇒⋅=∆ 'L''L ε 22 d'd ⋅=∆ ε mm,d 01902 =∆ ⇒⋅=∆ 11 d'd ε mm,d 01401 =∆ Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: BernardoMoraes Neto 45/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2.14. Exemplo 9: Aplicação didática (d) Aumento da espessura ∆t : P d1 d2 L 'L 'L' L L ∆ =⇒ ∆ = εε ⇒⋅=∆ 'L''L ε t't ⋅=∆ ε mm,t 3101762 −⋅=∆ − = 2 12 ddt :Sendo Nota:O valor de ∆t poderia ser estabelecido em função de ∆d2 e ∆d1. 2 12 ddt ∆−∆=∆ Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 46/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2.15. Exemplo 10: Aplicação didática ● Dada a situação apresentada na figura, determinar a inclinação da diagonal αf após a aplicação da tensão σ (inclinação inicial αi=b/L). Sabe-se que o material tem módulo de elasticidade E e coeficiente de Poisson ν. (a) inclinação da diagonal αf após a aplicação da tensão σ: ⇒ ∆ = L Lε ⋅= εσ E :Sendo ⇒ ∆ ⋅= L LEσ E LL ⋅+=∆ σ L b αi σσ Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 47/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 L b αi σσ 2.15. Exemplo 10: Aplicação didática (a) inclinação da diagonal αf após a aplicação da tensão σ: ⇒ ∆ = b b'ε −= εεν /' :Sendo ⇒ ∆ =⋅− b bεν = E/ :Sendo σε ⇒ ∆ =⋅− b b E σν E bb ⋅⋅−=∆ σν ⇒ ∆+ ∆− = LL bb fα + ⋅− ⋅= σ σνα E E L b f Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 48/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 P A P V A V 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● O conceito de tensão normal apresenta que σ é dada pela razão P/A, sendo P a força que atua perpendicularmente à área da seção transversal A. Semelhantemente, conceitua-se tensão de cisalhamento τ como a tensão que atua tangencialmente à área da seção transversal A. 2.16. Tensão e deformação de cisalhamento: A V med =τ Sendo V a força de cisalhamento que atua paralelamente à seção A, que é denominada área de corte ou área cortante. ● Não é fácil determinar a distribuição da tensão de cisalhamento τ na seção A. Entretanto, se for admitida uma distribuição uniforme tem-se o conceito de tensão de cisalhamento média τmed, que é dada por: Nota: A unidade de τ é uma unidade de força por área (N/m2=Pa, N/mm2=MPa, etc). Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 49/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Exemplo de tensão de cisalhamento média τmed: 2.16. Tensão e deformação de cisalhamento: ⇒= A V medτ 2 4 d P med ⋅ ⋅ = π τ ⋅ = 4 2dA :Sendo π Nota 1: Neste exemplo diz-se que o parafuso está sujeito à cisalhamento simples; Nota 2: Neste exemplo não foi considerado o efeito da protensão do parafuso (aperto do parafuso), ou seja, não está sendo considerado o atrito entre os elementos conectados, o qual reduz os esforços no parafuso. n m P m n n mV=P Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 50/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 PP m n p q n q m p V=P/2 V=P/2 nm τmed 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Exemplo de tensão de cisalhamento média τmed: 2.16. Tensão e deformação de cisalhamento: ⇒= A V medτ 2 2 d P med ⋅ ⋅ = π τ ⋅ = 4 2dA :Sendo π Nota 1: Neste exemplo diz-se que o parafuso está sujeito à cisalhamento duplo; Nota 2: Neste exemplo não foi considerado o efeito da protensão do parafuso (aperto do parafuso), ou seja, não está sendo considerado o atrito entre os elementos conectados, o qual reduz os esforços no parafuso. Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 51/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 τ2 τ1 τ3 τ4 a b c 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Análise da tensão de cisalhamento média em um elemento: Para que o elemento esteja em equilíbrio é necessário verificar ∑Fx=0, ∑Fy=0 e ∑M=0. Sendo assim, têm-se: 2.16. Tensão e deformação de cisalhamento: ⇒=∑ 0xF 21 ττ = ⇒=∑ 0yF 43 ττ = ⇒=∑ 0M 41 ττ = ou 32 ττ = Nota 1: Tensões de cisalhamento em faces opostas e paralelas são iguais em magnitude e opostas em direção (τ1=τ2 e τ3=τ4); Nota 2: Tensões de cisalhamento em faces adjacentes e perpendiculares são iguais em magnitude e com as direções apresentadas na figura do elemento (τ1=τ4 e τ2=τ3). Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 52/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Deformação de cisalhamento γ: Para visualizar a deformação proveniente de uma tensão de cisalhamento, apresenta-se o elemento indeformado e deformado. 2.16. Tensão e deformação de cisalhamento: Nota: - A tensão de cisalhamento τ não provoca alteração nas dimensões da face do elemento, ou seja, o elemento não apresenta deformação normal ε (alongamento/encurtamento); - A tensão de cisalhamento τ distorce o elemento, ou seja, os ângulos inicialmente retos entre as faces distorcem de π/2-γ e π/2+γ; - A distorção γ também é denominada deformação de cisalhamento; - O elemento apresentado representa um estado de tensão chamado cisalhamento puro (sem tensão normal). τ1 τ1 τ2 τ2 γ/2 γ/2 π/2-γ π/2+γ Elemento indeformado Elemento deformado Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 53/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 γ/2 γ/2 π/2-γ π/2+γ τ1 τ1 τ2 τ2 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Convenção de sinal para a tensão e para a deformação de cisalhamento: O elemento apresentado representa a convenção positiva. 2.16. Tensão e deformação de cisalhamento: Convenção positiva Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 54/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 γ τ G T T z yx 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● Lei de Hooke em cisalhamento: Expressa a relação linear entre a tensão τ e a deformação γ. A referida relação é dada por: 2.16. Tensão e deformação de cisalhamento: γτ ⋅= G onde G é a constante de proporcionalidade definida por módulo de elasticidade para cisalhamento ou transversal. Nota 1: As propriedades dos materiais sob cisalhamento são determinadas experimentalmente a partir do ensaio de cisalhamento direto ou de torção (estado de cisalhamento puro). Nota 2: A unidade de G é a mesma de τ (N/m2=Pa, N/mm2=MPa, etc). Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 55/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2. Tração, Compressão e Cisalhamento: ● As grandezas G, E e ν são dependentes, conforme segue: 2.16. Tensão e deformação de cisalhamento: ( )ν+⋅ = 12 EG Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 56/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2.17. Exemplo 11: Aplicação didática ● Dada a estrutura da figura, determinar: (a) A tensão de cisalhamento no pino τpino e (b) A tensão de cisalhamentono parafuso τparafuso. Dado: dpino=18 mm, dparafuso=12 mm, P=54 kN e α=40 o. (a) Tensão de cisalhamento no pino τpino: ( ) ( ) ⇒⋅ ⋅ == 2 24 pino pino d /P A V π τ P dp in o dparafuso α MPa,pino 103106=τ (b) Tensão de cisalhamento no parafuso τparafuso: ( ) ( ) ⇒⋅⋅ ⋅⋅ == 24 4 parafuso parafuso d cosP A V π ατ MPa,parafuso 4491=τ Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 57/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2.18. Exemplo 12: Aplicação didática ● Apresentado o sistema da figura, determinar: (a) A tensão normal no pino σ e (b) A tensão de cisalhamento média τ na placa. Dado: P=124 kN, d=19 mm e t=6,35 mm (a) Tensão normal no pino σ: ⇒ ⋅ ⋅ == 2 4 d P A P π σ MPa,345437=σ P d t Pino Placa (b) Tensão de cisalhamento média τ na placa: ⇒ ⋅⋅ == td P A V π τ MPa,148327=τ Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 58/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2.18. Exemplo 12: Aplicação didática ● Apresentado o sistema da figura, determinar: (a) A tensão normal no pino σ e (b) A tensão de cisalhamento média τ na placa. Dado: P=124 kN, d=19 mm e t=6,35 mm (a) Tensão normal no pino σ: ⇒ ⋅ ⋅ == 2 4 d P A P π σ MPa,345437=σ P d t Pino Placa (b) Tensão de cisalhamento média τ na placa: ⇒ ⋅⋅ == td P A V π τ MPa,148327=τ Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 59/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2.19. Exemplo 13: Aplicação didática ● Dado o aparelho de apoio (borracha+aço) da figura, determinar o deslocamento horizontal d do aparelho quando o mesmo está sujeita a uma força cortante V. São conhecidas as dimensões do aparelho a-b-h e o módulo de elasticidade transversal da borracha G. (a) Tensão de cisalhamento τ: ⇒= A Vτ a hb V V d γ a h(b) Distorção γ: ⇒⋅= γτ G ba V ⋅ =τ G τγ = Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 60/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2.19. Exemplo 13: Aplicação didática (c) Deslocamento d: ( ) ⇒⋅=⇒== hd h dtg γγγ a hb V V d γ a h Gba hVd ⋅⋅ ⋅ = Nota 1: Admitiu-se tg(γ)=γ porque d é um valor muito pequeno; Nota 2: O resultado apresentado é uma abordagem simplificada do problema, porém apresenta resultados relativamente precisos para a>>h. Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 61/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2.20. Exemplo 14: Aplicação didática ● Apresentada a viga da figura, determinar a tensão de cisalhamento no pino do apoio 1 (diâmetro dpino=8 mm). Sabe-se que P=10 kN. (a) Reação R1 no apoio 1: ⇒ ⋅ ⋅=⋅⇒=∑ 3 2 3 0 12 LPLRM L/3 2⋅L/3 Pdpino Apoio 1 Apoio 2 dp in o Apoio 1 (Vista frontal) PR ⋅=⋅ 21 (b) Tensão de cisalhamento no pino do apoio 1: ( ) ( ) ⇒⋅ ⋅ =⇒= 2 1 24 pinod /R A V π ττ MPa,944198=τ Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 62/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2.21. Exemplo 15: Aplicação didática ● Apresentada a ligação da figura (todas as placas apresentam espessura t), determinar a maior tensão de cisalhamento no parafuso τparafuso (diâmetro d). Dados: P1=3 kN, P2=1,8 kN, P3=2,4 kN, t=5 mm e d=6 mm. (a) A maior tensão de cisalhamento no parafuso τparafuso: ⇒= A V parafusoτ d P1 P1 P2 P2 P3 t ( ) ( ) ⇒⋅ ⋅−⋅ = 4/d 5,0PP2 2 31 parafuso π τ MPa,parafuso 66263=τ Universidade Federal do Pará - UFPA Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Civil Prof.: Bernardo Moraes Neto 63/63 Disciplina: Mecânica dos Sólidos 02 2.22. Exemplo 16: Aplicação didática ● Apresentada a alavanca mostrada na figura, determinar a tensão de cisalhamento na chaveta (admitir que a tensão de contato entre a alavanca e a chaveta é uniformemente distribuída em b/2). Para o problema são conhecidos os valores de P, L, b, d e c. (a) Força de cisalhamento na chaveta: ( ) ⇒=∑ 0eixo do CentroM c Eixo Alavanca Chaveta L P d b b/2b/2 (a) Tensão de cisalhamento na chaveta: ⇒= A Vτ ⋅= cbA :Sendo ⇒ +⋅=⋅ 42 bdVLP bd LPV +⋅ ⋅⋅ = 2 4 ( )bdcb LP +⋅⋅⋅ ⋅⋅ = 2 4τ Número do slide 1 Número do slide 2 Número do slide 3 Número do slide 4 Número do slide 5 Número do slide 6 Número do slide 7 Número do slide 8 Número do slide 9 Número do slide 10 Número do slide 11 Número do slide 12 Número do slide 13 Número do slide 14 Número do slide 15 Número do slide 16 Número do slide 17 Número do slide 18 Número do slide 19 Número do slide 20 Número do slide 21 Número do slide 22 Número do slide 23 Número do slide 24 Número do slide 25 Número do slide 26 Número do slide 27 Número do slide 28 Número do slide 29 Número do slide 30 Número do slide 31 Número do slide 32 Número do slide 33 Número do slide 34 Número do slide 35 Número do slide 36 Número do slide 37 Número do slide 38 Número do slide 39 Número do slide 40 Número do slide 41 Número do slide 42 Número do slide 43 Número do slide 44 Número do slide 45 Número do slide 46 Número do slide 47 Número do slide 48 Número do slide 49 Número do slide 50 Número do slide 51 Número do slide 52 Número do slide 53 Número do slide 54 Número do slide 55 Número do slide 56 Número do slide 57 Número do slide 58 Número do slide 59 Número do slide 60 Número do slide 61 Número do slide 62 Número do slide 63
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