Buscar

Adoção de Crianças e Adolescentes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

ADOÇÃO 
 
A adoção de criança e de adolescente reger-se-á sempre de acordo com o disposto no ECA 
(artigos 39 a 52, do ECA), e trata-se de medida excepcional e irrevogável, à qual se deve 
recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na 
família natural ou extensa. 
A adoção depende sempre de sentença judicial, que possui natureza constitutiva. 
O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver 
sob a guarda ou tutela dos adotantes. 
A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, 
inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os 
impedimentos matrimoniais. É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus 
descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, 
observada a ordem de vocação hereditária. 
 
Quem pode adotar? 
a) pessoas maiores de 18 anos e que tenham 16 anos a mais que o adotando, exceto os 
ascendentes e os irmãos do adotando; 
b) casal, desde que comprove estabilidade familiar; 
c) divorciados ou separados judicialmente, desde que a criança ou o adolescente já 
estivesse sob o convívio do casal durante a sociedade conjugal, e desde que se estabeleça 
guarda e visitação mediante acordo, que pode ser unilateral ou compartilhada, comprovado 
vínculo de afinidade e afetividade com o não detentor da guarda; 
d) tutor/curador em relação ao tutelado/curatelado, desde que preste contas de sua 
administração e tenha saldado seu alcance. 
 
Requisitos da adoção: 
 deve oferecer reais vantagens para o adotando, por tratar-se de medida excepcional; 
 deve haver o consentimento dos pais ou do representante legal do adotando, ou 
destituição do poder familiar. Se os pais dão o seu consentimento, é feita no 
Cartório, diretamente, sem advogado, através de petição dos interessados, pois não 
há lide. Caso contrário, há o contraditório. Sendo impossível o consentimento, como 
no caso de pais desconhecidos ou destituídos do poder familiar, o Juiz o supre; 
 consentimento do adotando maior de 12 anos; 
 estágio de convivência: a adoção é precedida de estágio de convivência para fins de 
adaptação, pelo prazo que o Juiz fixar, dependendo das peculiaridades de cada caso. 
Isto se dá para verificar a adaptação da criança ou adolescente naquela família, e 
não dos adotantes. 
 
O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou 
guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a 
conveniência da constituição do vínculo. A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a 
dispensa da realização do estágio de convivência. Estas regras são provenientes de 
alterações promovidas pela lei 12010/09, que não mais permite a pura e simples dispensa 
do estágio de convivência em razão de tenra idade. Para os adotantes estrangeiros 
residentes ou domiciliados fora do Brasil, o estágio de convivência é obrigatório, e é 
cumprido em território nacional, pelo prazo de 30 dias. Cabe ressaltar que o estágio de 
convivência deve ser acompanhado pela equipe Inter profissional que apresentará relatório 
minucioso acerca da conveniência do deferimento da medida. 
 
Adoção Póstuma e Adoção Unilateral: 
Existem duas espécies de adoção previstas pelo ECA que possuem características peculiares 
que as afastam um pouco das regras gerais referentes a adoção. A primeira espécie 
consiste na chamada Adoção Póstuma, que se refere à possibilidade de deferimento da 
adoção ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso 
do procedimento, antes de prolatada a sentença. Neste caso, os efeitos da adoção 
retroagem à data do óbito. E a segunda denomina-se Adoção Unilateral na qual um dos 
cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantendo-se os vínculos de filiação entre o 
adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes. 
 
Sentença de deferimento da Adoção: 
A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença constitutiva, 
exceto na hipótese de Adoção Póstuma, caso em que terá força retroativa à data do óbito. 
Isto é assim para possibilitar a transmissão de direitos sucessórios ao adotando. 
A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles, a 
possibilidade de determinar a modificação do prenome. Caso a modificação de prenome seja 
requerida pelo adotante, isto não poderá configurar uma imposição ao adotado. Será 
obrigatória a sua oitiva, observado o disposto nos §§ 1o e 2o, do art. 28 do ECA. 
A sentença que defere a Adoção é irrevogável e nem mesmo a morte dos adotantes 
restabelece o poder familiar dos pais naturais. 
 
Conhecimento sobre a origem biológica: 
O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso 
irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após 
completar 18 (dezoito) anos. Tal acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido 
ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência 
jurídica e psicológica. 
 
Cadastro para fins de adoção: 
Caberá a autoridade judiciária manter, em cada comarca ou foro regional, um registro de 
crianças e adolescentes em condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas 
na adoção. 
Considerando a relevância da Adoção, a inscrição de postulantes à mesma deverá será 
precedida de um período de preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equipe técnica 
da Justiça da Infância e da Juventude e, sempre que possível e recomendável, esta 
preparação deverá propiciar o contato com crianças e adolescentes em acolhimento familiar 
ou institucional, em condições de serem adotados, sob a orientação, supervisão e avaliação 
da equipe técnica. 
O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta aos órgãos técnicos do juizado, 
ouvido o Ministério Público e somente será deferida a inscrição se o interessado satisfizer os 
requisitos legais. 
A lei prevê ainda a criação e a implementação de cadastros estaduais e nacional de crianças 
e adolescentes em condições de serem adotados e de pessoas ou casais habilitados à 
adoção, e também cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora do País, que 
somente serão consultados na inexistência de postulantes nacionais habilitados nos 
cadastros anteriormente mencionados. 
 
Atuação das autoridades: 
Para que se assegure a efetividade das normas previstas pelo ECA sobre a Adoção, a 
atuação das autoridades envolvidas no processo é fundamental. As autoridades estaduais e 
federais em matéria de adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca 
de informações e a cooperação mútua, para melhoria do sistema. 
A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição 
das crianças e adolescentes em condições de serem adotados que não tiveram colocação 
familiar na comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida sua 
habilitação à adoção nos cadastros estadual e nacional, sob pena de responsabilidade. 
A Autoridade Central Estadual deverá zelar pela manutenção e correta alimentação dos 
cadastros, com posterior comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira. 
A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos postulantes à adoção serão 
fiscalizadas pelo Ministério Público 
 
Adotante sem cadastro prévio: 
A adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente somente 
poderá ser deferida: 
- se tratar de pedido de adoção unilateral; 
- for formulada por parente com o qual a criançaou adolescente mantenha vínculos de 
afinidade e afetividade; 
- oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três) 
anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de 
laços de afinidade e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer 
das situações previstas nos arts. 237 ou 238 do ECA

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes