Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Desidratação 
 
- W. B. O’Shaughnessy (1831) - pacientes com cólera - 
a desidratação foi reconhecida com entidade mórbida. 
- Em pediatria a acusa mais comum é diarreia e 
vômitos, com maior risco em lactentes. 
 
- A desidratação é reconhecida com entidade 
morbidade, ou seja, ela pode matar indivíduos adultos 
ou crianças. 
- Cólera é uma gastroenterite que faz uma perda 
muito grande água e eletrólitos. Um indivíduo com 
cólera pode desidratar gravemente. 
- As crianças são mais vulneráveis as perdas hídricas, 
principalmente as crianças até dois anos de idade, 
porque quanto mais jovem a acriança maior a 
necessidade hídrica do paciente. O adulto precisa de 
muito menos água do que o bebê. Então a 
necessidade hídrica vai diminuindo com o passar dos 
anos. 
- O idoso também é vulnerável a desidratação. 
- Existem várias causas de desidratação, mas vai ser 
abordada apenas a desidratação por vomito e 
diarreia. 
- Uma criança desidratada vai ter uma fácie com olhar 
assustado, olhos encovados, há pregueamento da 
barriga. Isso traduz uma diminuição do turgor e da 
elasticidade. 
 
Turgor: é o grau de resistência da pele a deformações 
- Na criança desidratada após fazer a pinça, a pele 
leva mais tempo para retornar ou não se desfaz. 
Quando a prega não volta, é chamado de turgor 
pastoso. 
 
Elasticidade: é a capacidade da pele retornar a forma 
normal após ser realizado o movimento de prega 
cutânea. 
 
Etiologia 
 
I - Aporte reduzido: anorexia, coma, restrição hídrica. 
II - Aumento das perdas: 
 
Gastrointestinais: vômitos, diarréia, drenagem 
enterocutânea. 
 
Renais: diuréticos, insuficiência adrenal, insuficiência 
renal crônica, diabetes insípidus (central ou 
nefrogênico). 
Pele ou trato respiratório: calor, fibrose cística, 
queimaduras. 
 
- O nosso modelo de estudo será desidratação por 
perda gastrointestinal. 
 
I - Aporte reduzido: 
- Exemplo: uma pessoa no deserto; idoso 
comprometido que depende do cuidador para se 
manter hidratado; pacientes que usam diuréticos. 
 
II - Aumento das perdas: 
 
Insuficiência renal: existe uma fase que é 
anúrica e outra poliúrica. Nessa fase poliúrica 
que cursa com tubulopatia, muitas vezes o 
paciente urina muito por conta de um dano 
tubular. Na maioria das vezes esse paciente 
desidrata pela diurese excessiva. 
 
→ Bebê abaixo de 6 meses em amamentação 
exclusiva não precisa beber água, pois ele possui um 
mecanismo de autorregulação que em dias quentes 
ele irá mamar mais. Já em bebês que foram 
desmamados e fazem uso de mamadeira de leite de 
vaca (possui alto teor de Na+), a partir do terceiro mês 
fazem ingestão de água. 
 
Diabetes insipidus: é um distúrbio do AHD, que 
é o hormônio responsável pelo controle da 
diurese. Ele controla a reabsorção 
principalmente de água e Na+ no túbulo renal 
e com isso controla o volume urinário. 
- Se uma pessoa por algum motivo não produz 
ADH, ele não terá o controle da reabsorção de 
água e consequentemente vão urinar muito e 
desidratam por poliúria. A urina do paciente 
com diabetes insipidus é transparente. 
- A diabetes insipidus pode ser dividida em: 
- Diabetes insipidus central 
- Diabetes insipidus nefrogênica 
 
Diabetes insupidus central: em 
algumas situações de tumores 
cerebrais que comprometem a 
hipófise alterando a produção do 
hormônio. 
- Ex: crâniofaringioma; tumor da 
célula tronco. Esses pacientes 
conseguem controlar essa poliúria 
apenas com a ingestão excessiva de 
água. No pós-operatório quando retira 
o tumor, pode ser retirada também a 
hipófise e essa criança vai precisar 
repor todos os hormônios que 
dependem dela. 
Diabetes insipidus nefrogênico: O 
paciente produz ADH, mas o rim tem 
 
 
um problema no receptor e o ADH não 
age no rim. O ADH está normal, mas o 
rim tem uma resistência a ação do 
ADH. Exemplo: algumas síndromes e 
efeito colateral de alguns retrovirais. 
 
Queimaduras graves: pode haver desidratação 
pela pele nos casos de queimaduras graves. 
Nesses pacientes é necessário fazer uma 
grande reposição de líquido, porque ele 
perdeu a principal proteção do corpo, que é a 
pele. 
 
Fibrose cística: é a doença do beijo salgado. A 
pele da criança é salgada porque é uma 
doença congênita genética em que o paciente 
excreta muito Na+ pelo suor. É uma doença de 
enzimas pancreáticas. Esses paciente 
geralmente precisam de um volume maior de 
água no dia a dia. 
 
Patologia 
 
I - Volume: fezes diarreicas contém água, sódio, 
cloreto, bicarbonato e potássio. 
 
II - Compartimentos Corporais: 
 
- As perdas iniciais das secreções intestinais acarretam 
perda do LEC - compensação renal  [Na+] normal 
(130 a 150 mEq/l). 
 
Desidratação isotônica ou isonatrêmica (75 a 80% dos 
casos). 
- Perda proporcional de solutos e água. Não ocorrem 
alterações na tonicidade dos fluidos corporais, nem 
redistribuição entre os meios IC e EC. 
 
Desidratação hipotônica ou hiponatrêmica (10 a 12%) 
- Na+ inferior a 130 mEq/l. 
- Estado de hiponatremia: reposição apenas de água; 
comum em desnutridos. Diluição do intravascular que 
perde sua capacidade osmótica. Sinais precoces e 
graves de hipovolemia. Entrada de água para o IC. 
 
Desidratação hipertônica ou hipernatrêmica (5%) 
- Na+ superior a 150 mEq/l 
- Sobretudo quando vômitos + ausência total de 
ingestão e as perdas de água excedem as perdas de 
sódio. 
- Lactentes nos primeiros meses de vida, eutróficos, 
diabetes insípidus. Sódio IV alto  volemia é 
preservada  desidratação intracelular c/ 
manifestações neurológicas e risco de hemorragia 
cerebral. 
 
- Em um paciente desidratado devemos avaliar 
primeiramente quanto de líquido o paciente perdeu. 
Toda vez que o paciente desidrata por vomito e por 
diarreia, ele perde água e eletrólitos. 
 
Gastrointerute: na gastrointerite ele perde 
sódio, potássio, bicarbonato, cloreto e água 
nas fezes. 
- Para avaliar quanto ele perdeu em volume 
pesa-se o paciente no momento da consulta e 
compara com o peso da última pesagem (a 
mãe sempre sabe esse peso). 
- A diferença desses dois pesos será o volume 
perdido na desidratação. 
 
 Qual compartimento que foi comprometido? 
 
Sódio: sódio é um íon predominante no meio 
intravascular, mas também existe no meio 
intracelular. 
- O Na+ é muito importante na osmolaridade. 
- Nas fórmulas de osmalaridade o seu valor é 
multiplicado por dois. 
 
Hipertensão: na hipertensão Na+ retém água, 
isso aumenta a volemia e acaba sendo uma 
sobrecarga para o coração. 
 
- O nível de Na+ normal dentro do intervalo de 130 a 
150 mEq/L. 
- O ideal é que não esteja nem 130 e nem 150. Os 
extremos são sempre preocupantes. 
- 80% das desidratações cursam com o Na+ normal, 
então são consideradas desidratações isonatrêmicas 
ou isotônicas. Não há uma alteração de tonicidade de 
um meio para o outro. A perda que ocorre é isotônica, 
proporcional em todos os compartimentos. 
 
 
- Todos os eventos que cursam aumentando ou 
diminuindo a quantidade de Na+ é muito ruim para a 
homeostase. 
 
→ O cérebro é um órgão que não tolera bem as 
alterações dos níveis de Na+. 
 
Desidratação hiponatrêmica: Na+ está abaixo de 130 
mEq/L. 
- A principal causa de hiponatremia é a iatrogenia. 
Pode ser administrado inadequadamente no paciente 
uma reposição de liquido sem eletrólitos (Ex: soro 
glicosado). O meio intravascular sofre uma diluição. O 
paciente que antes tinha uma desidratação 
isonatrêmica, com essa diluição começa a ficar 
torporoso, pode convulsionar e/ou entra em coma. Se 
o Na+ diminui no meio intravascular, a tendência do 
liquido é sair do vaso e ir para o interior da célula. 
- A fisiopatologia da hiponatremia é o edema 
intracelular. 
- O sódio é um componente importante para mantera água dentro do vaso, quando a concentração de 
Na+ cai para menos que 130 mEq/L a água sai do 
vaso e vai para as células. 
 
O bebê desnutrido: tem o Na+ baixo. Normalmente 
tem o Na+ entre 126 e 128 mEq/L. Eles passam por 
um estágio crônico da desnutrição para chegar a 
esse valor, então eles conseguem conviver bem com 
essa dosagem. O problema é quando eles fazem 
diarréia, e o sódio cai de 126 mEq/L para 120 mEq/L 
gerando um quadro de desidratação hipotônica. 
 
- Em torno de 10 – 12% das desidratações serão 
hiponatremicas, pois ocorre uma diluição do meio 
intravascular e perda da capacidade osmótica. A 
entrada de água dentro da célula no SN pode levar a 
coma, convulsão, e até a morte. 
- As mulheres possuem uma tendência maior a 
apresentar hiponatremia, pois a mulher já possui um 
período que fica mais diluída, onde ocorre uma 
retenção hídrica devido ao metabolismo hormonal. 
 
Desidratação hipernatremica: Na+ está acima de 150 
mEq/L. 
- Se o sódio estiver muito alto, acima de 150mEq/L a 
água que fica localizada nos outros compartimentos 
vai ser atraída para o interior do vaso. Então na 
hipernatremia o meio mais desidratado vai ser o 
intracelular. 
- A principal causa de desidratação hipernatrêmica é a 
iatrogenia. Ex: a mãe pega o soro no posto de saúde e 
ao invés de diluir em 1L ela dilui dentro da mamadeira 
de 300ml. 
- Cerca de 5% são as desidratações hipernatremicas, 
que é o tipo mais grave, por que a desidratação do 
meio intracelular é muito grave no SN, e pode além de 
causar convulsões provocar um quadro de hemorragia 
cerebral. 
 
Desidratação isonatrêmica: Na+ entre 130 a 150 
mEq/L. 
 
→ O sistema nervoso é o órgão mais vulnerável as 
variações da quantidade de sódio. 
 
Gastroenterite: na desidratação por 
gastroenterite 80% dos casos são 
isonatremicos, pois há uma perda 
proporcional de solutos e água, não ocorrendo 
alteração na tonicidade dos fluidos corporais, 
nem uma distribuição de água entre os meios 
intracelular e intravascular. 
 
- Além do Na+ deve-se avaliar a quantidade de liquido 
perdida, qual o compartimento mais comprometido e 
se existe um distúrbio ácido-básico associado. 
- A principal base do corpo é o bicarbonato. 
- PH sanguíneo traduz o potencial de íons H+ no 
sangue. Normalmente o PH do sangue arterial é 7,40, 
porém o organismo tolera variações de 7,35 – 745, 
abaixo de7,35 ou acima de 7,45 ocorre repercussões 
no organismo, na função cardíaca, na homeostase. 
 
III - Metabolismo do Íon Hidrogênio / Ácido-Base: 
 
- Nas doenças diarreicas, ocorre acidose metabólica 
em virtude de vários fatores: 
 
1 - A água fecal é mais alcalina do que os líquidos 
corporais, isto é, contém mais bicarbonato 
(compensação renal). 
2 - A fermentação bacteriana, que produz íon 
hidrogênio, pode acarretar difusão retrógrada a partir 
da luz intestinal. 
3 - A inanição precoce (lactentes) leva à formação de 
corpos cetônicos por lipólise. 
4 - A redução da perfusão de tecidos por hipovolemia 
induz glicólise anaeróbica e produção de ácido láctico. 
5 - O mais importante mec.: a hipovolemia  redução 
da taxa de filtração glomerular (TGF), o rim não pode 
compensar a alteração através da excreção de ácido 
 acidemia. 
 
Atenção: desidratação por obstrução GI alta (estenose 
pilórica ou atresia duodenal), a perda de cloreto gera 
alcalose. 
 
 
 
Gastroenterite: na gastroenterite se existe a perda de 
Bicarbonato, perde base, e acumula ácido existe uma 
tendência a fazer uma acidose metabólica. 
- A acidose metabólica pode ocorrer por vários 
motivos, primeiramente está ocorrendo uma perda da 
principal base nas fezes, que é o bicarbonato. 
- Segundo: vai ocorrer uma produção mais elevada de 
H+, que se difunde através da luz intestinal. 
- Se existe desidratação, existe uma hipovolemia, e o 
primeiro mecanismo de compensação a ser ativado é 
o aumento da frequência cárdia, o paciente fica 
taquicárdico, pois tem o objetivo de manter a 
perfusão dos órgãos nobres, pois DC=Vs x FC, se o 
volume sistólico diminuiu a Frequência cardíaca 
aumenta para compensar. 
- Se existem uma hipovolemia, vai haver uma 
hipoperfusão tecidual, apesar do aumento da 
frequência cardíaca de maneira compensatória. Um 
exemplo é a pele, que vai ficar menos perfundida 
devido a hipovolemia. 
- Se existe uma hipovolemia e não chega sangue 
oxigenado para as trocas a produção de ATP não vai 
ser feita plenamente pelo metabolismo oxidativo, 
então vai haver um prejuízo do metabolismo 
oxidativo, pois o processo anaeróbio gera cerca de 2 a 
3 ATPs, enquanto o mecanismo aeróbio gera de 32 a 
34 ATPs. 
- Além disso, no metabolismo anaeróbio vai ocorrer a 
produção de ácido lático, mais outro fator que 
contribui com a acidose metabólica. 
- A hipovolemia vai provocar uma menor perfusão na 
maioria dos órgãos, inclusive o rim. A desidratação 
grave vai perfundir o rim de maneira inadequada, 
levando desde de uma diminuição até uma parada da 
diurese. 
- Uma hipoperfusão crônica pode provocar uma lesão 
renal, e culminar com uma Insuficiência renal 
secundária a essa hipovolemia. 
- O rim é muito importante para as trocas iônicas, pois 
realiza a troca de Na+ por H+, K+ por H+, 
reabsorvendo Bicarbonato em troca do cloreto. 
- Existe uma desidratação que não cursa com acidose, 
são os pacientes com obstrução do trato 
gastrointestinal. Nesses casos o paciente vai vomitar 
conteúdo gástrico, então vai perder muito HCl, o que 
provoca uma alcalose metabólica por 2 motivos: 
primeiro vai haver perda de H+ pelo vômito, e está 
havendo perda do íon cloreto, e a perda excessiva de 
cloreto leva auma maior reabsorção de bicarbonato. 
- Sempre que houver perda de conteúdo gástrico o 
distúrbio metabólico associado é a alcalose 
metabólica. 
- A diarreia provoca uma perda muito grande de 
bicarbonato. 
 
Sinais e Sintomas 
 
- Sede e boca seca - sintoma precoce 
- Perdas  5% do peso corporal  desidratação leve 
(1o grau). Indicação absoluta TRO. 
- Desidratação isotônica e hipotônica - sinais 
circulatórios. 
- Perda de 5% do peso corporal: taquicardia, 
reenchimento capilar prolongado, perda da 
elasticidade cutânea (lactentes), fontanela deprimida. 
 
Clínica 
 
- Todo paciente desidratado tem sede e boca seca. 
- Existem 3 tipos de desidratação : Leve, Moderada e 
Grave. 
 
Leve: a perda é de até 5%. 
Moderada: perda de 5 a 10% 
Grave: a perda é maior que 10% 
 
- Na desidratação de primeiro grau vai haver pouco 
sinal circulatório, pode até estar taquicárdico, mas 
não vai ter pulso fino, não tem sinais clínicos muito 
evidentes. 
- A medida que esses sinais clínicos ultrapassam os 5% 
vai haver uma repercussão hemodinâmica, como 
taquicardia, enchimento capilar prolongado(lento), 
perda da elasticidade cutânea, e a fontanela 
diminuída. 
 
Avaliação 
 
Pontos da Análise clínica: 
1 - Volume 
2 - Compartimento corporal/osmolalidade. 
3 - Íon hidrogênio/ácido-base. 
4 - Íon intracelular 
5 - Calcemia 
 
Medida clínica/laboratorial: 
1 - Peso corporal, uréia 
2 - Sódio sérico 
3 - Gasometria arterial:pH HCO3, PaCo2, BE . 
4 - Não disponível. 
5 - Cálcio total/ionizado 
 
- No paciente desidratado vai ser analisado o volume e 
o peso, vai pesar e comprar esse peso com o ultimo 
peso do paciente para poder estimar quanto de líquido 
foi perdido. 
- O Na+ só vai ser dosado se o doente possui um 
quadro neurológico muito grave. Paciente que está 
desidratado e convulsionando precisa ter uma 
 
 
dosagem do Na+ do sangue, para poder saber se é 
uma desidratação hipo ou hipernatremica. 
 
Na hipernatremia: bebês aparentemente saudáveis e 
mãe com histórico de soro administrado de forma 
inadequada. 
Na hiponatremia: Para ser definida precisa da 
dosagem de Na+ 
Na isonatremica: o paciente não chega 
convulsionando, nem com quadro neurológico focal.- O distúrbio acido-basico vai ser definido a partir da 
gasometria. NÃO se colhe uma gasometria arterial de 
imediato, pois pela clínica podemos saber que existe 
algum grau de acidose, mas a hidratação do paciente 
corrige uma parte da acidose, então primeiro trata o 
paciente, e depois vai fazer a gasometria desse 
paciente. 
- O Ca²+ é muito importante na desidratação 
hipernatremica. 
 
Tratamento da Desidratação Leve a 
Leve/Moderada 
 
- Quando não há choque clínico (reenchimento capilar 
 2.9 segundos) - TRO/OMS. Desidratação 2o grau > 
ou igual a 7% de perdas - EV. 
 
- Vômitos não são contra-indicação (5% são 
incoercíveis). 
- Os vômitos cederão com a melhora da hidratação. 
- Colher, xícara, copo, conta-gotas (mamadeira). 
- Solução inicial: 90 mEq/l (Ministério da Saude ) a 
75mEq/l (WHO). 
- Solução de manutenção: 40 a 50 mEq/l. 
- TRO - responsável (mãe)- persistência e paciência. 
- Realimentação. 
 
- A terapia de reidratação oral é obrigatória em todos 
os casos de desidratação de primeiro grau (até 5% de 
perda), e na desidratação de segundo grau é feita 
quando existem perdas de até 7%. Perda maior ou 
igual a 7% não vai ser feita a TRO, pois o paciente com 
perda maior que 7% já tem repercussão 
hemodinâmica, já possui taquicardia, já possui pulso 
fino e extremidades frias, então precisa de uma 
medida mais rápida. 
- 95% dos vômitos cessam após a TRO, o MS 
recomenda para não serem usados medicamentos 
antieméticos (controlam o vômito), pois esses 
medicamentos provocam sonolência, que impede a 
realização da TRO e também confunde, pois não vai 
haver certeza se a sonolência está sendo provocada 
pelo medicamento ou pela desidratação. 
- Se o bebê mama somente peito não vai ser dado o 
soro oral na mamadeira, deve ser dado de colher ou 
de copinho. 
- A solução fornecida pelo ministério da saúde é uma 
solução de 90mEq/L de Na+ 
- A OMS recomenda uma solução com menor teor de 
Na+, uma quantidade de 75mEq/L 
- O soro fisiológico é uma solução de NaCl a 0,9%, que 
contém aproximadamente 150mEq/L 
- A osmolaridade é o dobro da equivalência, então a 
osmolaridade do soro fisiológico é de 300mosm/L que 
é muito próximo da osmolaridade plasmática, que 
varia de 280 a 305mosm/L, então o soro fisiológico é 
isotônico em relação ao plasma, por isso pode ser 
usado em qualquer tecido e não vai alterar esse 
tecido, pois se assemelha ao plasma, não exercendo 
uma osmolaridade maior ou menor. 
- Uma solução de NaCl a 0,9% significa que existem 
0,9g em 100ml 
- A mãe precisa estar presente e ajudar na 
rehidratação oral. 
- A realimentação não pode demorar muito, pois o 
jejum prolongado provoca lipólise, que resulta na 
formação de corpos cetônicos que causam uma 
acidose metabólica. Pode dar uma pausa de 1h e já 
volta com o peito, por que além de hidratar, o peito 
vai manter o TRO. 
- A orientação é que a mãe administre o soro 
aproximadamente na mesma quantidade que é 
perdido pela evacuação. 
 
Terapia de Reidratação Oral (TRO) com 
Sais de Reidratação Oral (SRO) 
 
 Postos de 
Saúde 
BRASIL 
(1975) 
WHO 
(OMS) 
2002 
Pedialyte 
60 ® 
Pedyalite 
45 ® 
Sódio (Na+) 90 mEq/L 75 
mEq/L 
60 mEq/L 45 mEq/L 
Cloreto (Cl-) 80 mEq/L 65 
mEq/L 
50 mEq/L 35 mEq/L 
Potássio (K+) 20 mEq/L 20 
mEq/L 
20 mEq/L 20 mEq/L 
Base – Citrato 10 mEq/L 10 
mEq/L 
30 mEq/L 30 mEq/L 
Glicose 111 
mEq/L 
75 
mMol/L 
60 
mMol/L 
126 
mMol/L 
Zinco 6 
mg/100ml 
 
Osmolaridade 311 
mOsm/L 
245 
mOsm/L 
 
 
TRO – Terapia de Reidratação Oral 
 
- Dissolver 1 envelope de SRO em 1 litro de água 
filtrada e fervida (ver a apresentação disponível) 
 
 
- Oferecer a solução “ad libitum”. 15 a 30 ml cada 10 
a 15 minutos durante cerca de 4 horas. 
- Reavaliação de hora/hora nas primeiras 2 horas, 
através de parâmetros clínicos e pesagem. 
- Aleitamento materno mantido. 
- Criança em aleitamento artificial ou dieta livre: 
pausa de 4 horas e então iniciar a alimentação láctea 
em pequenas quantidades ou dieta habitual para as 
crianças maiores. 
 
- Vai ser administrado de 15 a 30 ml a cada 10-15min 
durante cerca de 4hrs 
- Ao começar a diarreia usar o soro oral, manter a 
alimentação normal 
- Nunca suspender a amamentação 
 
Após 4 horas: 
- A criança ainda está desidratada, mas aceita bem o 
soro: manter o esquema e iniciar a dieta. 
- A criança mantém-se desidratada, apresenta 
vômitos e recusa o soro: não iniciar alimentação e 
passar a administrar o soro por gastróclise. 
 
- Se o paciente foi reidratado, aceitou peito faz a 
orientação a mãe para que cada vez que o bebê 
evacue ela dê o soro oral, e retornar no outro dia. 
- Se o bebê continuar desidratado, mesmo que esteja 
aceitando bem o soro não deve ser liberado, deve 
aguardar mais tempo. 
- O paciente pode estar desidratado e ter vômito ou 
não aceitar o soro. Se não aceita o soro o melhor é 
uma hidratação venosa, se não for possível deve ser 
feita a gastróclise. 
 
Gastróclise: a gastróclise deve ser suspensa na 
presença de vômitos, falta de ganho ponderal após 2 
horas, piora do sensório ou sintomas neurológicos. 
 
- Na gastróclise, passe-se uma sonda nasogastrica, 
que tem vários orifícios que vão estar alocados no 
estômago, e vai ser conectado ao soro oral, que vai 
ser gotejado no estomago. Para esse procedimento a 
criança não pode estar muito grave, tem que estar 
acordada, reagindo e com os reflexos de tosse 
presentes. 
- O orifício mais distal deve ficar no esterno, e a partir 
dele deve ir até a orelha do paciente, e da orelha a 
narina, para garantir que chegou no estomago. Se a 
criança vomitar, não deve fazer a gastróclise, é melhor 
fazer um acesso venoso. 
→ Falta de ganho ponderal em 2hrs, o ideal é fazer 
um acesso para hidratação venosa. 
 
Manutenção: TRO deve ser mantida enquanto 
perdurar a diarréia, administrada “ad libitum” após 
cada evacuação líquida ou semilíquida. 
 
Contra-indicações: 
1 - Alterações do estado de consciência-coma 
2 - Íleo paralítico 
3 - Infecção grave 
4 - Desidratação 3º grau ou 2º grau > 7% 
5 - Sinais de irritação peritoneal 
 
- Doente com uma infecção grave 
- Desidratação de terceiro ou de segundo grau maior 
que 7% 
- Abdômen distendido e doloroso com íleo paralítico(é 
o abdômen onde não se ausculta peristalse) 
- Alteração do estado de consciência: o paciente 
precisa interagir e reagir a introdução da sonda, para 
evitar que haja broncoaspiração. 
 
Preocupações 
 
Antieméticos: são depressores do SNC podem 
dificultar a administração TRO. 
- Remédio para vômito não é indicado 
 
Antiespasmódicos: contra-indicados - proliferação 
bacteriana. 
- Antiplasmótico (atroveram, buscopam) não deve ser 
administrado, poiis se diminuir a peristalse piora a 
toxemia do paciente 
 
Adstringentes: efeito cosmético, espoliação de sódio e 
potássio. 
- Não usar Adstringente: é um remédio que ajuda a 
moldar as fezes 
 
Antipirético: podem produzir prostração e sonolência, 
dificultando administração do soro 
- Não administrar antitérmico, pois deixa a criança 
sonolenta e prostrada, ao invés disso dar um banho 
para reduzir a febre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manifestações Clínicas conforme o Grau de 
Desidratação 
 
 1º grau ou 
leve (Int)ª 
2º grau ou 
moderada 
(Int + IV) 
3º grau, choque 
hipovolêmico (Int + 
IV + IC) 
Perda de 
peso 
Até 5% Até 10% Acima de 10% 
Perda de 
líquido 
< 50 ml/Kg 
Estimativa 
50 – 100 
ml/Kg 
Estimativa 
> 100 
ml/Kg 
Estimativa 
Tipo de 
choque 
 Compensado Descompensado 
Turgor 
cutâneo 
Diminuído Pastoso Prega persistente 
Mucosas Levemente 
secas 
Secas Ressecadas 
Cor da pele Palidez 
leve 
Palidez 
intensa 
Pele 
mosqueada/cianose 
Olhos Levemente 
encovadosEncovados Severamente 
encovados 
Fontanela Normal Deprimida Muito deprimida 
Diurese Diminuida Oligúria Oligoanúria 
Frequência 
cardíaca 
Normal Aumentada Taquicardia ou 
bradicardia 
Pressão 
arterial 
Normal Discreta 
diminuição 
Hipotensão 
Pulsos Normal Discreta 
diminuição 
Débeis 
Sensório Normal Alterado Deprimido 
pH 7,40 – 7,35 7,30 – 6,92 7,10 – 6,80 
 
Int: espaço intersticial 
IV: espaço intravascular 
IC: espaço intracelular 
 
- A partir de 5 a 10 % já é 2°grau, então já tem algum 
tipo de choque, de hipoperfusão tecidual. O choque é 
quando há um desequilíbrio entre a oferta e o 
consumo de oxigênio. Os sintomas são mais 
acentuados, com olho encorvado, palidez, turgor 
pastoso, fontanela deprimida, diminuição da diurese e 
repercussão hemodinâmica e acidose metabólica 
considerável, mas sem hipotensão. A queda da 
pressão é tardia, e só ocorre depois que todos os 
mecanismos compensatórios forem esgotados. 
- Acima de 10% é um paciente com choque grave, com 
acidose muito grave, PH menor que 7,20, repercussão 
hemodinâmica grave com risco de parada cardíaca, 
vai haver hipotensão, pele fria e com extremidades 
cianosadas, devido uma alteração na perfusão, e não 
chega sangue nas extremidades. Pele mosqueada 
(redilhada/manchada). 
 
Choque cardiogênico: falha da bomba. 
Choque hemorrágico: trauma em órgãos 
Choque por desidratação. 
 
 
Hidratação Venosa 
 
1- Avaliação do quadro clínico: 
 
1.1 - Sinais de espoliação do líquido intersticial: 
- Perda de peso 
- Depressão de fontanela 
- Olhos encovados 
- Diminuição da elasticidade cutânea, do turgor e do 
tônus muscular 
 
- Pacientes desidratados que já apresentam clínicas 
são os de 2°grau com perda maior ou igual a 7% e os 
pacientes de 3° grau. 
 
 
- Nesses casos o paciente já apresenta taquicardia, o 
pulso fraco, já apresenta sinais de compensação 
hemodinâmica, o coração já tenta compensar a 
hipovolemia. 
- Os pacientes nesse estágio já possuem sinais francos 
de desidratação, com alta irritabilidade, sonolência, 
diminuição do turgor, não retornando a pele ao 
estado de origem após a prega. Possui o abdômen 
escavado, boca seca e choro sem lágrima. 
 
1.2 - Sinais de espoliação do líquido vascular: 
 
- Alterações do estado geral: inquietude, ansiedade, 
prostração, palidez. 
- Extremidades frias e cianóticas. 
- Pulso fraco e rápido (taquicardia). 
- Diminuição da área cardíaca. 
- Oligúria ou anúria. 
 
- Nesse paciente vai haver alteração tanto no meio 
intracelular quanto intersticial. 
 
 
- Se existe uma hipovolemia, os tecidos não estão 
sendo perfundidos adequadamente, então a primeira 
reação do corpo é fazer uma taquicardia, pois o 
coração vai tentar manter a perfusão tecidual 
adequada, então é uma taquicardia compensatória a 
diminuição do volume sistólico. 
- Vai ocorrer o aumento da frequência cardíaca, 
extremidades frias, devido a baixa perfusão periférica, 
o pulso é rápido e fino, devido a baixa volemia. Essa 
diminuição do volume provoca efeitos nos rins, pois 
chega pouco sangue no rim, então vai diminuir a 
filtração glomerular renal. 
 
Estimativa de Déficit na Desidratação Aguda 
Tempo de Reenchimento Capilar 
(segundos) 
Perda de Volume 
(ml/Kg) 
<2 0 
2-2,9 50-90 
3-3,5 90-110 
3,5-4,0 110-120 
>4 150+ 
 
Classificação: 
 
Leve não responsiva à TRO: perda de 5% peso. 
Moderada: perda até 10% peso corporal. 
Grave: perda 10% peso corporal. 
 
2. Determinação do tipo de desidratação: 
 
Desidratação Hipomatrêmica 
 
Hidratação Venosa 
 
2.1 - Isotônica: sódio plasmático entre 130 - 150 
mEq/l. 
- Redução do LEC, sem mudanças na pressão oncótica 
e no LIC. 
 
Existem 2 aspectos importantes que devem 
ser considerados no cálculo de desidratação 
venosa: 
Volume total perdido(VTP): volume de líquido 
que o paciente perdeu, vai ser calculado a 
partir do peso atual do paciente em relação ao 
peso da última consulta. 
Necessidade hídrica diária (NHD): quantidade 
de líquido que o paciente necessita 
independente da desidratação. 
 
Necessidades Hídricas diárias: 
 
Lactentes: 1 mês a 1 ano de idade: 120 ml/kg/dia. 
Lactentes: 1 ano a 2 anos: 100 ml/kg/dia. 
Pré-escolares: 2 a 6 anos: 80 ml/kg/dia. 
Escolares: 6 a 10 (11 anos): 60 ml/kg/dia. 
Adolescentes:  10 (11 anos): 50 ml/kg/dia. 
 
- Quanto menor a criança, maior a necessidade de 
líquido por KG. 
- A partir de 10 anos a necessidade hídrica diária se 
equipara ao adulto, a partir dessa idade vai ser levado 
em consideração a superfície corporal. 
- A partir desses valores é possível constatar que as 
crianças são mais sensíveis as variação hídricas do que 
os adultos, pois elas necessitam de mais águas para 
ficar “bem”. 
- Os idosos também passam a ser mais sensíveis as 
perdas hídricas, pois vão perdendo os mecanismos de 
autoregulação hídrica. 
- A faixa mais vulnerável é acima de 1 mês de vida até 
2 anos. 
 
Volume Total de Perdas (VTP): 
 
Desidratação leve: 1 a 5% do peso corporal (PC). 
Desidratação moderada: 5 a 10% do PC. 
Desidratação grave: 10 a 15% do PC. 
 
- Lembrando que a reposição venosa só é feita nos 
pacientes desidratados > ou = a 7% 
- Quanto mais desidratado, maior vai ser a reposição 
desse paciente, por isso é importante rever esse 
paciente frequentemente, pois durante a reposição 
venosa o paciente pode vomitar, pode ter evacuado 
varias vezes, e com isso não recuperar a hidratação 
com o esquema que foi feito. Se isso ocorrer vai ter 
que pesar o paciente outra vez e começar tudo de 
novo. 
 
- Quantidades de líquido perdido, possíveis perdas 
posteriores, manutenção volumétrica. 
- Independente do esquema utilizado é fundamental a 
reavaliação a intervalos curtos. 
→ Quanto maior for a depleção de volume, mais 
agressiva e rápida deve ser a reposição volumétrica. 
 
Hidratação venosa na desidratação aguda possui 2 
fase: 
 
- A reidratação é constituída, basicamente, por duas 
fases: 
 
1 - Fase de expansão 
2 - Fase de Manutenção 
 
Fase de Expansão 
- Mais rápida e agressiva, oscilando de 20 a 30 
minutos, visa à restauração do líquido intravascular. 
 
 
- Conforme o grau de desidratação (segundo grau ou 
terceiro grau/choque) utiliza-se velocidades de 
infusão diferentes, porém a solução preconizada é 
preferencialmente soro fisiológico (NaCl a 0.9%) ou 
solução de Ringer lactato (cristalóides). 
 
Fase de expansão na desidratação de segundo grau: 
20 ml/kg/em 30 minutos 
 
- A fase de expansão é a fase que é realizada de forma 
rápida no paciente, para melhorar a volemia e o pulso, 
e diminuir a taquicardia, pois procura reestabelecer a 
volemia, e melhorar a perfusão renal do paciente. Vai 
expandir o volume intravascular. 
- O ideal para a fase de expansão é utilizar uma 
solução que é isotônica ao plasma, que é o soro 
fisiológico. 
- A fase de expansão vai ser de acordo com o tipo e 
com o grau de desidratação do paciente 
- Outras soluções também podem ser utilizadas nessa 
fase de expansão, como o Ringer lactato. 
- O ringer lactato tem menos Na+ do que o soro 
fisiológico, possui em torno de 140mEq/l, tem ainda 
K+ e lactato que vai ser convertido em bicarbonato. 
Porém não é adequado em todas as situações, já soro 
fisiológico é utilizado em todas as situações. 
- Se for uma desidratação de 2°grau vai ser feito 20 
ml/Kg em 30 min. 
- Se o paciente chega na emergência com 7 KG, e a 15 
dias atrás ele pesava 8KG, o peso utilizado para o 
cálculo da fase de expansão é 8KG, pois os cálculos 
devem ser feitos no peso hidratado, o peso 
desidratado é utilizado apenas para avaliar quanto de 
água foi perdido. Nesse caso o paciente perdeu 1 
Kg, que equivale a 1L, então vai ser dado 20 ml por Kg, 
nos primeiros 30 min deve ser dado 160ml de líquido 
ao paciente. 
 
Fase de expansãona desidratação de terceiro grau 
(choque) 
- 20 ml/kg a cada 20min 
- 25 a 30% do SF infundido permanecem dentro do 
espaço intravascular, o restante se distribui no espaço 
intersticial. 
 
- Se for um paciente de 3° grau, mais grave, com sinais 
de choque mais evidentes, vai ser feito 20ml/Kg em 20 
min. 
- Do volume reposto, apenas 30% fica no plasma, 
dentro do vaso, o resto do volume acaba se difundindo 
nos outros espaços, por isso vai ter a fase de expansão 
e depois a fase de manutenção. 
 
Soro Fisiológico 0,9% 
- O soro fisiológico é o que mais fica no plasma, por 
que é isotônico em relação ao plasma. Por isso que o 
paciente em Reidratação venosa sempre tem um 
pouco de edema, por que uma parte desse líquido vai 
extravasar. 
- Na desidratação isotônica a perda de líquido é 
proporcional, em todas as áreas do corpo. 
NaCl a 0,9% vai possuir 150mEq/L, então 1ml tem 
0,15mEq 
 
Cloreto de Sódio 20% 
- Existe ainda uma ampola de NaCl a 20%, então é 
mais que 20 vezes mais concentrado que o soro 
fisiológico. Nessa ampola 1ml tem 3,4mEq. 
 
Glicose 5% 
- Soro Glicosado a 5% também vai ser utilizado na 
hidratação venosa. Tem 5g de glicose a cada 100 ml. 
- O soro fisiológico é o NaCl a 0,9%, e é denominado 
fisiológico por ser isotônico em relação ao plasma, por 
isso é uma solução ideal, pois sendo isotônico vai ter 
uma permanência maior no plasma. 
- Na fase de expansão usa-se soro fisiológico, na fase 
de manutenção vai ser utilizado o soro glicosado a 5% 
associado ao soro fisiológico. 
 
Orientações Práticas 
 
- Preparo das Soluções para Reidratação parentral: 
- Solução 2:1 - 2 partes de SG 5% e 1 parte de SF(NaCl 
0.9%) 
- Recomenda-se a utilização de SG 5% e NaCl a 20%: 
- SF = 150 mEq/l = 300 mOsm/l (154mEq/l= 
308mOsm/l) 
- Solução 1:1 = 75 mEq/l = 150 mOsm/l 
- Solução 1:2 = 50 mEq/l = 100 mOsm/l 
- Solução 1:3 = 37.5 mEq/l = 75 mOsm/l 
- Solução 1:4 = 30 mEq/l = 60 mOsm/l 
 
- Na desidratação isotônica ou isonatremica vai ser 
utilizada uma solução de 1:2. Uma solução 1:2 quer 
dizer que determinado volume foi divido por 3, nesse 
caso como se fosse 1 parte de soro fisiológico para 2 
partes de soro glicosado. Por exemplo, num volume de 
300ml, numa solução de 1:2 pega 3 divide por 3, então 
vai colocar 100ml de soro fisiológico e 200 ml de soro 
glicosado. Se fosse uma solução 1:1, vai pegar 300, 
dividir por 2, então vai colocar 150 ml de soro 
fisiológico e 150 ml de soro glicosado. 
- Na solução 1:1, vai pegar o valor de 150mEq e dividir 
por 2, pois vai ser diluído o soro fisiológico pela 
metade. Essa solução não vai ter mais 150mEq/L por 
que ela foi diluída no soro glicosado. Essa solução vai 
ter uma equivalência de 75mEq, e uma osmolaridade 
de 150mOsm/l 
 
 
- Na solução 1:2 vai pegar o volume e divide em 3 
parte, e a equivalência dessa solução vai ser dividida 
por 3, então vai ser 50mEq/l, exercendo uma 
osmolaridade de 100mOsm/l. 
- Na solução 1:4 vai pegar o volume e dividir por 5, 
uma parte do volume vai ser do soro fisiológico e 4 
partes vai ser do soro glicosado. A equivalência dessa 
substancia vai ser 30mEq/l, que exerce uma 
osmolaridade de 60mOsm/L 
 - Exemplo: 500 ml de uma solução 1:1, vai pegar o 
500 e dividir por 2, então vai ter 250 ml de soro 
fisiológico e 250 ml de soro glicosado. 
- Na prática, porém, não se faz como no exemplo 
acima, não se faz as soluções com soro fisiológico, pois 
iria ter que manipular volume de 2 soros diferentes e 
colocar isso num terceiro recipiente. O manuseio de 
soluções seria muito maior e iria gerar um desperdício 
enorme. 
- Para calcular essas soluções vai pegar o todo o 
volume que se quer obter em soro glicosado, e vai ser 
retirado da ampola concentrada de NaCl o 
correspondente em Na+ que estaria presente na 
solução se fosse utilizado o soro fisiológico. 
- Nessa ampola, vai puxar a quantidade de volume na 
seringa, e vai adicionar no recipiente do soro 
glicosado. Dá para fazer esse processo de forma 
estéril, aspira a quantidade do NaCl que seria usado, 
que será um volume muito menor, pois a 
concentração de sódio na ampola é muito maior. 
 
Caso Clínico 
 
- Bebê do sexo masculino, 9 meses de idade chega ao 
Pronto Socorro(PS) , prostrado, mucosas secas, turgor 
pastoso, elasticidade muito diminuída, enchimento 
capilar lentificado ( >3.0 segundos), com cianose de 
extremidades, pulsos débeis. Taquipnéica com 
respiração do tipo Kussmaul. A mãe refere vômitos e 
diarréia líquida cerca de 8 a 10 episódios/dia há mais 
de 24 horas. Não sabe informar sobre diurese. A mãe 
refere que o peso da criança na consulta mensal foi de 
9Kg (P° 54) e comprimento de 72cm (P° 50) . No PS 
pesou 8 Kg. A dosagem de sódio sérico foi 140 mEq/l. 
A resolução do caso está em uma folha a parte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desidratação Isotônica 
 
Fase de Manutenção 
 
Duração Volume a 
repor 
Solução Adição de KCl 
10% 
 
1º (6h) 
¼ das NHD + 
2/3 do VTP 
2:1 (50 mEq/L = 
100 mOsm/L) 
Aguardar 
diurese 
 
2º (6h) 
¼ das NHD + 
1/3 do VTP 
2:1 (50mEq/L = 
100 mOsm/L) 
20 mEq/L 
3º (6h) ¼ das NHD 4:1 (30 mEq/L = 60 
mOsm/L) 
30 mEq/L a 40 
mEq/L 
4º (6h) ¼ das NHD 4:1 (30 mEq/L = 60 
mOsm/L) 
30 mEq/L a 40 
mEq/L 
 
Reposição do K+ 
 
- Após repor 2/3 do volume perdido mais ¼ da 
necessidade hídrica diária já vai ter feito a fase de 
expansão e reposto a maior parte da perda hídrica, 
então depois disso espera-se que o paciente tenha 
urinado no final da primeira etapa. Após o paciente 
ter urinado é importante que seja feita uma reposição 
de potássio no paciente. 
- O K+ é um íon muito perdido na diarreia, por isso 
deve ser reposto. O potássio não é reposto na primeira 
etapa por que ele é essencialmente um íon do meio 
intracelular, e o Na+ é um íon essencialmente do meio 
extracelular. 
- Bomba de Na+/K+ ATPase: é o principal mecanismo 
responsável por manter o Na+ no meio extracelular e 
o K+ no meio intracelular. Essa bomba vai ter 3 sítios 
para o Na+ e 2 sítios para o K+, então ela retira 3 íons 
sódio de dentro da célula e ao mesmo tempo joga 
para dentro da célula 2 íons potássio. Esse processo 
ocorre contra o gradiente de concentração, então 
para ocorrer esse transporte é preciso um gasto 
energético, esse processo depende do metabolismo 
oxidativo, do gasto de ATP. 
- No caso clínico o paciente pode desenvolver uma 
acidose metabólica. Isso ocorrer por que o paciente 
desidratado vai estar hipoperfundindo os tecidos, e 
com isso o metabolismo predominante vai ser o 
metabolismo não oxidativo, que gera muito menos 
ATP do que o metabolismo oxidativo, respectivamente 
2 a 3 ATPs contra 32 a 33 ATPs. Além disso o 
metabolismo não oxidativo vai gerar ácido lático. 
- Devido a essa menor produção de ATP, todos os 
sistemas que dependem de ATP ficam inibidos, então 
a bomba de Na+/K+ fica comprometida. Por isso que 
qualquer paciente em acidose metabólica na dosagem 
o potássio tende a alto, mesmo estando numa 
quantidade menor, vai ter uma hipopotassemia real, 
por que vai ocorrer um aumento na quantidade de K+ 
no meio extracelular, pois ele não está sendo 
transportado adequadamente para dentro da célula. 
 
 
Pacientes em acidose metabólica não recebem 
reposição de K+, tem que esperar o paciente hidratar, 
melhorar da acidose e restaurar a perfusão renal para 
poder fazer a reposição de K+. 
- O rim é muito importante na manutenção dos íons, 
pois está relacionado com as trocas iônicas, realiza a 
troca de K+ com H+, trocando Na+ com K+ por 
mecanismo ativo. 
- Após repor os 2/3 das perdas e se o paciente 
respondeu a hidratação ele tem que urinar ao final da 
1°Etapa. Se o paciente urinou é sinal que o rim está 
sendo perfundido, que a acidose está melhor, pois a 
hidratação de certa forma atua do tratamento da 
acidose. A medida quemelhora a volemia do paciente 
a acidose é revertida. Após a 1° fase da manutenção o 
paciente deve estar hidratado e se ele tiver urinado vai 
ser reposto o K+. 
- O K+ tem que ser reposto por que gastroenterite 
provoca perda de potássio, diarreia provoca perda de 
K+ pelas fezes. 
- Se o paciente não urinar, mas estiver hidratado, se o 
pulso estiver melhor, se tiver chorando com lágrima, 
vai esperar ele urinar para repor o potássio na 3° ou 4° 
etapa. 
 
Orientações Práticas 
 
- Cálculo do ritmo de gotejamento: 
 
no de gts/min = volume a administrar 
 tempo (em h) x 3 
 
- 1gt = 3 microgts 
- 1ml = 20 gts 
- 1ml de NaCl a 0.9% contém 0.15 mEq (0.3 mOsm) 
- 1ml de NaCl a 20% contém 3.4 mEq (6.8 mOsm) 
- 1ml de KCl a 10% contém 1.34 mEq (2.68 mOsm) 
 
 
Cálculo da terceira e quarta etapa do caso clínico da 
ultima aula 
 
- Depois de repor todo o volume perdido o paciente 
deve estar com o K+ diminuído, por que ele perdeu 
muito potássio na diarreia, e como o paciente já 
urinou a acidose vai estar melhor, por que se urinou, 
já restaurou a perfusão renal e a acidose vai ter sido 
minimizada. 
- Na gastroenterite o melhor tratamento para a 
acidose é a hidratação do paciente, não se dá 
bicarbonato aos pacientes nesses casos. 
- O nível de potássio sérico vai definir se a reposição 
de potássio vai ser de 30 ou 40 mEq/L na terceira e 
quarta etapa, já na segunda etapa a reposição vai ser 
de 20mEq/L 
 
Relação do potássio com a acidose ? 
- Na 2° etapa é sempre 20mq/L a reposição de 
potássio, por que ainda não foi corrigido o volume 
total perdido, e ainda existe um grau de acidose, 
ainda não está totalmente corrigido o volume total 
perdido, então o valor do potássio administrado deve 
ser menor. 
- Na 3° e 4° etapa a dosagem do potássio sérico já vai 
ser real, pois enquanto está na acidose o valor do 
potássio é mascarado pela acidose. 
 
Desidratação Hipomatrêmica 
 
Hidratação Venosa 
 
2.2 - Hipotônica: sódio plasmático: abaixo de 130 
mEq/l. 
- Maior perda de eletrólitos que de água. 
- Diminuição do sódio no LEC. 
- Entrada de água para o IC. 
- Clinicamente a criança apresenta sinais nítidos de 
espoliação do líquido vascular, com colapso vascular 
periférico e anúria nos casos graves. Ausência de 
sede, mucosas úmidas e sinais neurológicos como 
letargia e convulsão. 
 
- O Na+ está menor que 130mE1/L. Se o Na+ está 
baixo no vaso, a água tende a sair do vaso para a 
célula. Vai existir uma hipovolemia muito mais grave, 
pois quando o Na+ está baixo existe uma tendência da 
água sair do vaso e ir para o interior da célula. Existe 
uma diferença de tonicidade entre os 
compartimentos, e devido a essa diferença, o meio 
intra vascular vai ser o mais comprometido. 
- Na desidratação hipotônica a hipoperfusão vai ser 
muito mais grave e muito mais precoce, pois o Na+ 
está baixo e a água sai do vaso para o interior da 
célula. 
- No sistema nervoso essa entrada de água dentro da 
célula pode levar a um edema cerebral agudo. 
- Tirando o paciente desnutrido a maior causa de 
desidratação hipotônica é a iatrogenia, utilização de 
uma solução hipotônica, colocar um soro glicosado 
sem eletrólitos, diluindo o meio intravascular levando 
a uma hiponatremia aguda. 
 
Desidratação Hipotônica 
 
Fase expansão 
- SF ou RL 20 ml/kg/ em 20 a 30 minutos dependendo 
do grau de desidratação. 
 
 
 
- A fase de expansão é igual a todas, pois o objetivo da 
fase de expansão é tirar o paciente do choque, da 
situação de morte iminente e expandir o meio 
intravascular, a solução indicada é o soro fisiológico, 
pois é isotônico em relação ao plasma, e vai 
permanecer por mais tempo no vaso. 
- A necessidade hídrica diária vai ser reposta 
igualmente nas 4 etapas, vai ser reposta ao longo de 
24hrs. 
 
Fase de manutenção: 
- Primeiras 6 horas: solução salina 0.45% (solução 1:1) 
- 75mEq/l (150 mOsm/l). 
- Após as 6 horas iniciar esquema para desidratação 
isotônica (de acordo com dosagem de sódio 
plasmático). 
 
Duração Volume a 
repor 
Solução Adição de KCl 
10% 
 
1º (6h) 
¼ das NHD + 
2/3 do VTP 
1:1 (75 mEq/L = 
150 mOsm/L) 
Aguardar 
diurese 
 
2º (6h) 
¼ das NHD + 
1/3 do VTP 
2:1 (50mEq/L = 
100 mOsm/L) 
20 mEq/L 
3º (6h) ¼ das NHD 4:1 (30 mEq/L = 60 
mOsm/L) 
30 mEq/L a 40 
mEq/L 
4º (6h) ¼ das NHD 4:1 (30 mEq/L = 60 
mOsm/L) 
30 mEq/L a 40 
mEq/L 
 
- A necessidade hídrica diária vai ser reposta 
igualmente nas 4 etapas, vai ser reposta ao longo de 
24hrs. 
- O volume total perdido vai ser reposto 2/3 na 
1°etapa e 1/3 na 2° etapa. Na desidratação hipotônica 
o Na+ está abaixo de 130mEq/L, então vai ser 
utilizado uma solução mais concentrada em Na+, ao 
invés de utilizar a solução 1:2 vai utilizar a solução 1:1, 
então é como se fosse utilizado metade do volume em 
soro fisiológico e metade do volume em soro 
glicosado, então a equivalência dessa solução vai ser 
de 75mEq/L. 
- Na 2° etapa a solução uttilizada é 1:2, vai entrar o 
potássio se o paciente tiver urinado na concentração 
20mEq/L, vai colocar ¼ da necessidade hídrica diária e 
1/3 do VTP. 
- Depois disso vai ser feita a dosagem de potássio para 
saber se na terceira e quarta etapa vai ser utilizado 30 
ou 40 mEq/L de K+. 
 
Desidratação Hipotônica 
 
- Os distúrbios de sódio devem ser corrigidos 
lentamente (10 a 12 mEq/L em 24 hs). Atenção para o 
risco de correção rápida e conseqüente mielinólise 
pontina. 
 
→ Hiponatremia crônica ou aguda sintomática ou 
assintomática é um distúrbio eletrolítico do sódio que 
requer outra abordagem específica diferente da 
desidratação hipotônica. 
 
- Não existe necessidade de corrigir o Na+ 
rapidamente, pois variações rápidas de Na+ pode ser 
danosas aos paciente. A célula nervosa é muito 
vulnerável as oscilações de Na+. Não se deve corrigir 
mais de 10 a 12mEq/L em 24 hrs. A correção de um 
valor maior que esse pode provocar uma lesão 
neurológica chamada Mielinólise pontina, distensão 
da célula nervosa que leva a quadriplegia, coma e 
morte. 
 
DESIDRATAÇÃO HIPERNATRÊMICA 
 
Hidratação Venosa 
 
2.3. Hipertônica: sódio plasmático acima de 150 
mEq/l. 
- Maior perda de água que de eletrólitos; 
- Saída de água do IC ( desidratação intracelular); 
- Maior concentração de sais no LEC. 
- Geralmente a criança é de baixa idade, apresenta 
sede intensa e poucos sinais de desidratação. Sinais 
neurológicos como letargia, irritabilidde e convulsões, 
hipertonia muscular. História evidencia oferta 
excessiva de sódio em relação à água. 
 
- O Na+ nesse caso vai ser maior que 150mEq/L, então 
o Na+ está alto no interior do vaso, então a água vai 
passar para o meio intravascular. O meio mais 
desidratado vai ser o intracelular, o vaso perde água, 
só que demora mais para entrar em choque, a 
hipovolemia vai progredir muito lentamente. 
- Corresponde a 5% das desidratações, e a principal 
causa é a iatrogenia, principalmente devido o soro 
oral ser dado de forma inadequada, uma diluição 
inadequada do soro. 
- É a mais grave das desidratações, pois o cérebro vai 
ser muito comprometido. 
- Os bebês são os mais acometidos, da faixa de 1 mês 
até 2 anos, pois se um indivíduo adulto tomar um soro 
inadequado vai ter o reflexo de sede devido ao 
osmorreceptor e ativar o centro da sede e o paciente 
vai beber água, já uma criança não pode fazer isso, 
depende da mãe, pois eles não tem acesso a água, e 
se a mãe não entender que o bebê está com sede vai 
continuar dando o soro, aumentando ainda mais o 
Na+. 
 
 
 
 
 
Desidratação Hipernatrêmica 
 
- Abordaremos os casos de hipernatremia associados 
à desidratação (hipovolemia) que em crianças está 
associado frequentemente `a perda de líquidos 
hipotônicos: 
 - Gastroenterites (bebês alimentados com LV). 
 - Ingestãoexcessiva de cloreto de sódio (diluição 
errada de SRO). 
 
- Outra causa para a desidratação hipernatremica é os 
distúrbios do ADH, pois o ADH faz a reabsorção da 
água a nível renal, se a pessoa não produzir ADH por 
qualquer motivo, não vai haver atuação do ADH, e o 
paciente vai urinar uma grande quantidade de água. 
- Os pacientes com desidratação hipertônica 
geralmente são bebês alimentados com leite de vaca, 
pois já possuem cronicamente mais Na+ que bebês 
com leite materno, já que o leite humano tem muito 
menos Na+ que o leite de vaca. 
 
- Hipernatremia pode estar relacionada a outros 
distúrbios agudos ou crônicos hipovolêmicos, 
normovolêmicos ou hipovolêmicos que exigem 
abordagem específica. 
 
→ A sede é o mecanismo defesa sensível e efetivo 
contra hipernatremia. Portanto um paciente com 
hipernatremica sempre tem uma razão para ter uma 
ingestão de água reduzida. 
 
- Estado de desidratação com uma concentração 
sérica de sódio superior a 150 mEq/l. 
- A velocidade da progressão é um determinante 
importante. 
- Manifestações clínicas importantes sugerem perda 
de 10 % do peso corporal. 
 
Fisiopatologia 
 
1) Desidratação intracelular: o volume celular diminui 
e o espaço intersticial e o volume plasmático 
aumentam. A desidratação ocorre por perdas 
primárias (diarréia) ou por perdas urinárias induzidas 
pela hipernatremia. 
 
2) No SNC: a difusão de sódio e cloreto intracelulares 
para dentro do componente extracelular do SNC é 
lenta e ocorre difusamente fazendo com que todo o 
cérebro diminua de volume. Os capilares e vênulas se 
dilatam e podem se romper. 
 
- Se o Na+ intravascular está aumentado a água de 
dentro da célula tende a sair para o interior do vaso. 
No SN vai ocorrer uma redução do volume celular, e 
com isso vai ocorrer um encolhimento da massa 
celular, e ao mesmo tempo os capilares e as vênulas 
vão estar dilatados. 
0 Esse aumento de líquido dentro no vaso aumenta a 
força de tracionamento do líquido sobre esse vaso, 
favorecendo a ruptura do mesmo e provocando 
hemorragias intracerebrais que podem ser pequenas e 
puntiformes ou volumosas, ocupando o espaço 
intraventricular e subaracnoideo. 
 
3) Osmóis idiogênicos: quando a hipernatremia é 
persistente as células nervosas produzem novos 
solutos protéicos de elevado peso molecular (taurina, 
mio-inositol), que têm a função de manter o volume 
celular constante e equilibrado. Durante o tratamento 
da hipernatremia, esses osmóis diminuem 
lentamente, justificando a correção lenta desse 
distúrbio. 
 
4) Alterações metabólicas associadas: hiperglicemia 
(supressão da liberação de insulina pelo pâncreas) e 
hipocalcemia (mecanismo pouco esclarecido). 
O sistema nervoso, as células nervosas passam a 
produzir solutos proteicos de alto peso molecular que 
são os Osmóis idiogênicos, como a taurina e o 
mioinositol. A célula faz isso numa tentativa de 
manter a água dentro das células, tentando 
restabelecer a hidratação intracelular. 
Na hipernatremia a compensação fisiopatológica para 
a desidratação do meio intracelular é a produção dos 
Osmóis idiogênicos, com função de tentar atrair a 
água do sangue para o meio intracelular, porém são 
lentos na produção e na eliminação. 
 
Patologia 
 
1) Hipernatremia aguda: perdas intracelulares 
significativas e contínuas  há uma verdadeira 
tração mecânica sobre os vasos podendo causar 
danos ao endotélio vascular  hemorragias 
petequiais, hemorragia mais extensas subaracnóidea, 
subdural e parenquimatosa, além de trombose venosa 
e dos seios cerebrais. 
 
2) A hemorragia não é vista fora de SNC. Desidratação 
celular na medula renal  necrose tubular renal com 
oligúria ou anúria. 
 
Achados Clínicos 
 
1 - Anamnese 
a) Doença diarréica do lactente ( 6 meses): história 
de vômitos precoces e/ou redução da ingestão 
hídrica; hipertermia, taquipnéia; uso inadequado de 
TRO. 
 
 
b) Diabetes insipidus, nefrogênico ou central: poliúria 
(urina incolor). 
c) Maus tratos infantis: não oferta água ou oferta de 
sal. 
 
2 - Exame físico 
 
a) Devido à preservação relativa do volume 
plasmático, as manifestações cardiovasculares são 
pouco expressivas exceto por taquicardia. 
b) Débito urinário mantido exceto nos casos de 
choque. 
c) Turgor cutâneo pastoso e espesso (massa de pão). 
d) Taquipnéia, fraqueza muscular, sede intensa, choro 
fraco. 
e) SN: hipernatremia aguda  desidratação cerebral 
aguda. 
 
Sistema Nervoso 
- Letargia, sonolência, hiperreflexia reflexos 
tendinosos profundos, rigidez de nuca leve. 
- Fasciculações, coma e convulsões nos casos 
mais graves (perdas superiores a 10 % do peso 
corporal). 
 
- Os pacientes possuem hiperreflexia, com os 
reflexos tendinosos exacerbados, são 
hipertônicos e possuem uma certa rigidez de 
nuca, Podem ter fasciculações, convulsão, 
tremores, abalos. 
 
3. Avaliação Laboratorial 
- Elevação da concentração sérica de Na e Cl (Na  150 
mEq/l) 
- Hiperglicemia (30 a 50% dos casos) 
- Hipocalcemia (20% dos casos) 
 
- É comum ter hiperglicemia associada a 
hipernatremia, o mecanismo é pela supressão da 
liberação de insulina. Não é recomendado tratar com 
insulina, a medida que o Na+ vai normalizando, a 
glicemia vai retornando ao normal. 
- É frequente também os distúrbios de cálcio, a 
hipocalcemia. 
 
Desidratação Hipertônica 
 
Fase expansão (choque): 
- SF ou RL 20 ml/kg/ em 20 a 30 minutos dependendo 
do grau de desidratação. 
 
- O choque da desidratação hipernatremica é tratado 
igual aos outros tipos, com soro fisiológico, 20 ml/ kg 
em 20min, se for do 3°grau ou 20ml/kg em 30min se 
for do 2°grau 
Fase de manutenção: 
- Etapas de 6 horas: Solução 1:4 = 30 mEq/l = 60 
mOsm/l 
 
- Nos casos graves com sintomas neurológicos 
evidentes esta fase deve ser mais lenta durando até 
48 horas 
 
→ A hipernatremia aguda sintomática e a 
hipernatremia crônica requerem abordagem 
específica (cálculo de água livre a ser reposta). 
 
Duração Volume a 
repor 
Solução Adição de KCl 
10% 
1º (6h) ¼ das NHD + ¼ 
do VTP 
4:1 (30 mEq/L = 60 
mOsm/L) 
Aguardar 
diurese 
2º (6h) ¼ das NHD + ¼ 
do VTP 
4:1 20 mEq/L 
3º (6h) ¼ das NHD + ¼ 
do VTP 
4:1 30 mEq/L a 40 
mEq/L 
4º (6h) ¼ das NHD + ¼ 
do VTP 
4:1 30 mEq/L a 40 
mEq/L 
 
- As perdas de água nesse tipo de desidratação vão ter 
uma reposição diferentes dos outros tipos de 
desidratações. 
- Devido a presença dos osmóis vai repor as perdas 
igualmente nas 4 etapas, para evitar que haja uma 
entrada muito rápido do volume no meio intracelular, 
pois um grande volume varia com que entrasse muito 
líquido na célula, provocando um efeito oposto, 
levando a um edema cerebral. 
- A reposição das perdas nos casos de desidratação 
hipertônica vai ser lenta, o VTP vai ter a reposição 
lenta, igual a necessidade hídrica diária, ¼ em cada 
fase. Precisa ser reposto de forma diferente devido a 
presença dos osmóis, que vai atrair a água para 
dentro da célula, se for colocado um volume muito 
grande, vai entrar muita água dentro da célula, 
levando a um edema cerebral. 
- Todas as etapas da reidratação serão iguais, ¼ da 
necessidade hídrica diária e ¼ do volume total 
perdido, dessa forma não haverá uma entrada aguda 
de água na célula. 
- Devido a preservação relativa do volume plasmático 
as manifestações cardiovasculares são menos 
expressivas, mas isso não impede que o paciente 
evolua para choque, vai depender do grau de 
desidratação que ele possui. 
- O turgor da desidratação hipernatremica é o turgor 
massa de pão, com consistência amolecida. 
No teste da semana que vem vai ter o valor do Na, 
mas na prova de múltipla escolha não vai ter o valor, 
no teste é só saber e estudar que vai conseguir 
resolver, por que vai ter que pensar um pouquinho... 
(ou seja, vou fuder com vocêsnas duas provas); Zina 
Maria Almeida.

Mais conteúdos dessa disciplina