Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA Tórax – Sistema Cardiovascular Profª. Ms. Júlia Carneiro Sistema Cardiovascular A função do coração é bombear sangue para os tecidos, suprindo-os com oxigênio e outros nutrientes. •Sístole = contração ventricular (Tum) •Diástole= relaxamento ventricular (Tá) ANATOMIA CARDÍACA ANATOMIA CARDÍACA • Câmaras cardíacas: • Ventrículos: ejetar sangue para as artérias • Átrios: receber o sangue proveniente das veias. • Músculo cardíaco: • Miocárdio, • Endocárdio, • Epicárdio. ANATOMIA CARDÍACA • Válvulas cardíacas: compostas de folhetos finos de tecido fibroso, que abrem e fecham em resposta ao fluxo sanguíneo. Não há válvulas entre veias e os átrios. • Atrioventriculares: • AD= tricúspide (3 folhetos). • AE= mitral ou bicúspide (2 folhetos) • Semilunares: (são compostas por três cúspides). • VD= pulmonar. • VE= aórtica. ANATOMIA CARDÍACA Válvula pulmo nar Válv ula trieús jjidt Válvula flõrtica Válvula mitral Í-ADAM . I 'iV.-í IVI-'.I! I '."M ANATOMIA CARDÍACA ■ui1-- u rifWüíftíirtto frr linens ihLM-j ssgusrtftj jt k Anr.'Hj ratoüfirtta fsQu orac I■!.>;:■ í. 1: r ■ — ■^V ÍVJ ;1 Afcd JH in . d Lvjiisc.d:-j nbroda-Mfir u. Fvi iíri oT T/W-aw útofOiMQ B Th^i-K LMI H U |'I rí ■■ ' u IJ l'; I .In' I ANATOMIA CARDÍACA Val vulj Vál vulajaíli ta Vál vula puUnorw Vál vula mitr al CiLení>Si& cif id válvulaFYlitfâl «AHAM. SISTEMA DE CONDUÇÃO ELÉTRICA Ramo ■ii-aqucrd ü RÍMIÜ difàllo Nódu osnusa NW ÍU W ftV Fflüce do Hle CICLO CARDÍACO HEMODINÂMICA CARDIACA • Débito cardíaco: é o volume de sangue bombeado pelo coração no período de 1 minuto • Normal: +- 5l/min • Varia com as necessidades metabólicas. Ex: no exercício físico o DC pode aumentar 4x (20l/min) • DC = VS X FC. • Volume sistólico: é a quantidade de sangue ejetada por cada batimento cardíaco EXAME FÍSICO CARDIOLÓGICO • ASPECTO GERAL: • Desconforto, nível de consciência, ansiedade e etc • Deve-se, tranqüilizar o paciente ansioso. • PRESSÃO ARTERIAL: • Normal são: < que 140 mmHg para a pressão sistólica e <que 90 mmHg para a pressão diastólica. • Hipertensão arterial e-ou diastólica • Hipotensão arterial e-ou diastólica EXAME FÍSICO CARDIOLÓGICO • PULSOS ARTERIAIS: são comumente palpáveis em pontos onde as artérias se aproximam da superfície da pele e ficam facilmente compressíveis contra os ossos ou musculatura firme. • Artéria temporal, carótida, braquial, radial, femoral, poplítea, pediosa e tibial posterior. • Por conveniência a artéria radial geralmente é preferida. • As pontas dos 2 ou 3 dedos devem comprimir (pressão leve) a artéria de encontro ao ponto distal do rádio determinando a freqüência (batidas por minuto - valores normais: 60 a 100), ritmo (regularidade das batidas) e volume (quantidade de sangue bombeado -pulso cheio, fraco). EXAME FÍSICO CARDIOLÓGICO São os achados mais importantes: •Cianose periférica (fluxo de sangue diminuído na periferia); •Palidez (anemia); •Tempo de enchimento capilar (fluxo sanguíneo periférico); •Edema; •Desidratação; EXAME FÍSICO CARDIOLÓGICO O baqueteamento dos dedos das mãos e dos pés implica hemoglobina reduzida cronicamente, como a que ocorre na cardiopatia e doenças pulmonares. •CABEÇA E PESCOÇO: • Verificar cianose dos lábios e lobos da orelha; • Pulsações e estase das veias jugulares. EXAME FÍSICO CARDIOLÓGICO• Caixa torácica: o tórax é sensivelmente simétrico, toda assimetria deve ser considerada patológica como retrações e abaulamentos; • Circulação colateral: normalmente não se visualiza a rede venosa torácica (circulação colateral visível pode indicar tumores, ou aneurisma de aorta); • Pulsações supra-esternais ou na fúrcula esternal: podem ser observadas em pessoas normais, dependem das pulsações (pulsações intensas caracteriza hipertensão arterial, aneurisma aórtico, hipertireoidismo); • Pulsações epigástricas: pode ser vista e palpadas em indivíduos normais, correspondendo à transmissão à parede abdominal das pulsações aórticas (pulsações epigástricas intensas - hipertrofia ventricular direita, estenose tricúspide). EXAME FÍSICO CARDIOLÓGICO• Palpação do Ponto de impulso máximo (íctus cordis): impulso normal discreto, localizado no ápice do coração, normalmente no 5° EIE na linha hemiclavicular, muitas vezes pode ser palpado e sentido como leve pulsação 1 a 2cm de diâmetro, a palma da mão deve ser usada para inicialmente para localizar o impulso apical, e as polpas dos dedos devem ser usadas para descrever o seu tamanho e qualidade, quando o impulso apical é amplo e vigoroso é chamado de íctus ventricular, e quando palpado deve ser sentido somente em um espaço intercostal, se palpado em dois ou mais espaços intercostais adjacentes, pode-se diagnosticar aumento ventricular esquerdo, se forem vistas duas áreas claramente separadas e com movimentação paradoxal, deve-se suspeitar de aneurisma ventricular. PALPAÇÃO ICTUS CORDIS PALPAÇÃO DO CORAÇÃO • Os sopros, quando excepcionalmente altos, também podem ser palpados pela mão. Quando o são, diz-se que há um frêmito, quase sempre indicativo de uma patologia dentro do coração (os frêmitos também podem ser palpados sobre os vasos quando há obstrução substancial do fluxo de sangue, e eles ocorrerão sobre as artérias carótidas na presença de estreitamento (ou estenose) da válvula aórtica. AUSCULTA CARDÍACA Focos de ausculta: •Mitral: 5° EIE na linha hemiclavicular. •Tricúspide: 4° ou 5° EIE na linha esternal •Pulmonar: 2° EIE na linha esternal •Aórtica: 2° EID na linha esternal iW Bulhas Cardíacas • As bulhas cardíacas são vibrações de curta duração, que ocorrem a determinados intervalos do ciclo cardíaco, produzidas pelo impacto da corrente sangüínea nas diversas estruturas cardíacas e dos grandes vasos. Normalmente ocorrem 4 ruídos mas apenas 2 são normalmente audíveis. • A primeira bulha é nício da sístole ventricular. Apesar do principal componente do som ser valvar (fechamento da valva mitral e tricúspide), fazem parte da primeira bulha componentes atriais, musculares (contração muscular ventricular) e vasculares. A duração do som é de 0,10 a 0,12s, tempo muito curto para o ouvido humano distinguir os componentes do som. As vibrações mais importantes são respectivamente o fechamento da valva mitral, que ocorre primeiro, e da valva tricúspide, normalmente separadas por apenas 0,02 a 0,03s. Bulhas Cardíacas • A segunda bulha ocorre ao final da sístole ventricular, resultando das vibrações originárias do fechamento das valvas semilunares. A valva aórtica normalmente se fecha primeiro, seguida da valva pulmonar. No entanto a intensidade dos 2 componentes é dependente da pressão média aórtica e pulmonar. Assim o componente aórtico é mais bem audível auscultado em todos os focos, mas o pulmonar menos intenso é melhor audível no foco pulmonar e no 3° EIE. A separação entre os componentes A2 e P2 é variável com a respiração chegando a ser coincidentes no final da expiração separando-se de até 0,08s na inspiração com valor médio de 0,03 a 0,04s. Bulhas Cardíacas • O desdobramento anormal da 2° Bulha • A segunda bulha possui 2 componentes A2 e P2 de distância variável entre si com a respiração, chegando a ser coincidentes no final da expiração separando-se de até 0,08s na inspiração com valor médio de 0,03 a 0,04s. Este desdobramento chamado de fisiológico pode ser alterado pela presença de outros fatores que adiantem ou atrasem anormalmente um dos componentes da 2° bulha. Bulhas Cardíacas • O bloqueio de ramo direito produz um atraso na ativação da câmaradireita e portanto um prolongamento da sístole do VD. Por conseguinte ocorre um atraso no início da diástole no lado direito o que leva ao atraso do componente pulmonar da 2° bulha. Este componente normalmente já ocorre depois do componente aórtico, mas agora passa a ocorrer numa distância maior. O movimento respiratório, durante a inspiração, produz um atraso maior ainda. • A Insuficiência mitral severa também pode produzir desdobramento da 2° bulha nos mesmo moldes, no entanto a razão do fenômeno é o adiantamento do componente aórtico. • A estenose pulmonar congênita também é responsável por desdobramentos que são proporcionais ao gradiente pressórico na VSVD. Bulhas Cardíacas • A terceira bulha é resultante do fluxo sangüíneo que chega ao ventrículo durante a fase de enchimento rápido, sendo registrada no final desta fase no momento da desaceleração do fluxo e início da fase de enchimento lento. Na faixa da audição estetoscópica (120~500Hz) o som normal é muito pequeno sendo inaudível normalmente, mas registrável ao fonocardiograma. • A intensificação da 3° bulha pode resultar de condições extra-cardíacas que aumentam o fluxo sangüíneo para o ventrículo, como hipertireoidismo, anemia, gravidez, febre. Condições cardíacas que intensificam a 3° bulha são a insuficiência valvar mitral, a CIV e nas cardiomegalias que ocorrem na insuficiência cardíaca. Bulhas Cardíacas • A quarta bulha é um som de baixa amplitude (menor até que a 3° bulha), sendo também portanto, normalmente inaudível.Ocorre pela vibração da parede ventricular ao fluxo proveniente da sístole atrial. Normalmente de curta duração (max. 0,08s). O principal exemplo é o paciente portador de doença isquêmica miocáraica ou de hipertrofia ventricular. AUSCULTA DO CORAÇÃO • Identificação das bulhas: Primeira bulha (Bi): melhor audível no ápice do coração (área mitral e tricúspide) e indica o começo da sístole (TUM). Segunda bulha (B2): melhor audível sobre a base do coração (área aórtica e área pulmonar) e indica o começo da diástole (TÀ). • Sons anormais: Terceira bulha (B3): vem logo após a B2 (TUM-TA- TÁ) conhecida como galope ventricular quando a freqüência cardíaca está elevada. Quarta bulha (B4): a B4 precede B1 (TATUM -TA) conhecida como galope pré sistólico ou atrial quando também associado a uma taquicardia. • Pode ser ouvido outros ruídos tais como sopros, criados pelo fluxo de sangue ao redor de uma obstrução ou refluindo através de uma válvula insuficiente. Pode ser ouvido (B3): em infarto do miocárdio, ou insuficiência do ventrículo esquerdo. COMPLICAÇÕES CARDÍACAS • Arritmia • Edema agudo de pulmão • Insuficiência cardíaca • Choque cardiogênica • Episódios tromboembólicos • Ruptura miocárdica • Parada cardíaca A assistência médica e de enfermagem visam: prevenção das complicações e identificação precoce dos sinais e sintomas de complicações. COMPLICAÇÕES CARDÍACAS • Arritmias: são distúrbios do batimento do coração que podem ser por alteração da freqüência, do ritmo, ou de ambos. As arritmias são distúrbios do sistema de condução e da estrutura do coração, e podem ser identificadas através do ECG. COMPLICAÇÕES CARDÍACAS • Edema agudo de pulmão: consiste no acúmulo anormal de líquidos nos pulmões, seja nos espaços intersticiais, seja nos alvéolos. Representa o estágio final da congestão pulmonar, na qual o líquido extravasa através das paredes capilares e invade as vias aéreas, dando origem a dispnéia severa. A congestão pulmonar ocorre quando o leito vascular pulmonar recebe mais sangue do ventrículo direito do que o ventrículo esquerdo pode acomodar e expelir. A maioria dos pacientes com edema agudo de pulmão tem cardiopatia. Edema pulmonar de origem não cardíaca: tem ampla variedade de causas Ex: inalantes tóxicos, superdosagem de drogas, etc. COMPLICAÇÕES CARDÍACAS • Insuficiência cardíaca: muitas vezes chamada ICC é a incapacidade do coração de bombear sangue o suficiente para preencher as necessidades que os tecidos tem de oxigênio e outros nutrientes. • Choque cardiogênico: ou falência da bomba, o músculo cardíaco perde seu poder de contração, e o resultado é uma acentuada redução no débito cardíaco, com perfusão inadequada nos órgãos vitais (coração, cérebro e rins). O choque cardiogênico mais comumente visto como uma complicação do infarto do miocárdio, também pode ocorrer na embolia pulmonar em anestesia geral e epidural. Sinais clássicos do choque cardiogênico: - queda da pressão sanguínea, pulso rápido e fraco, hipóxia cerebral manifestada por confusão e agitação e débito urinário baixo. COMPLICAÇÕES CARDÍACAS • Episódios tromboembólicos: a mobilidade diminuída do paciente e o distúrbio na circulação contribuem para o desenvolvimento de trombose intracardíaca e intravascular. À medida que o paciente aumenta suas atividades, um trombo pode soltar-se (um trombo solto é chamado de êmbolo) e pode ser levado para o cérebro, rins, intestinos ou pulmões. • Ruptura miocárdica: A ruptura cardíaca, embora muito rara, pode ocorrer em infartos. O coração pode romper seu septo interventricular, necessitando reconstituição cirúrgica de urgência ou romper sua parede livre, levando á morte imediata na maioria dos casos. COMPLICAÇÕES CARDÍACAS • Parada cardíaca: consiste na cessação inesperada e repentina dos batimentos do coração e da circulação eficaz. Pode ocorrer a parada de toda a ação do coração ou pode ocorrer tremulações dissincronizadas do miocárdio (fibrilação ventricular). Há uma imediata perda de consciência e uma ausência de pulsos e bulhas cardíacas audíveis. Em 45 segundos inicia-se a dilatação das pupilas, podem ou não ocorrer convulsões. Há um intervalo de aproximadamente 4 minutos entre a cessação de circulação e o surgimento de lesão cerebral irreversível. O intervalo varia com a idade do paciente. Durante esse período, o diagnóstico de parada deve ser feito e a circulação deve ser restaurada. O sinal mais confiável de parada é a ausência do pulso carotídeo, não se deve perder muito tempo verificando pressão arterial ou auscultando o coração.
Compartilhar