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Incentivo à pesquisa e desenvolvimento do senso crítico (1) (1)

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INTRODUÇÃO À PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DO SENSO CRÍTICO
Letícia Heinzen¹
Juliane Pereira dos Santos¹
Tainá Naiane Vicente¹
Silvana Catarine Bauer²
	
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo analisar quais atitudes que o sistema COC de Ensino e Educação (particular) e Escola Básica Bernardo Muller (publica) possuem para desenvolver o senso crítico dos seus alunos e incentivar à pesquisa. Vimos que o ato de pesquisar, sobre tudo, é defender uma ideia e questionar fatos já existente e ver o “novo”, conjuntamente, é essencial desenvolver isso nos jovens acadêmicos para poderem desenvolver a capacidade de questionar, analisar e solucionar tais problemas. Cada escola tem sua própria maneira de fazer com que o aluno desperte sua visão política, pessoal, acadêmica, social e profissional. O sistema COC de Ensino e Educação realiza em seu espaço um projeto com o material conhecido como “Amigável Mente” que tem o intuito de desenvolver recursos que beneficiam a vida social, profissional, acadêmica e pessoal dos jovens, trabalhando as habilidades e competências dos mesmos para desenvolver competências socioemocionais. A Escola Básica Bernardo Muller tem o objetivo de despertar o ato de refletir e questionar dos alunos através da participação deles nos Conselhos Escolares e na elaboração do PPP (Projeto Político Pedagógico) a mesma possui o projeto “ Grêmio Estudantil” que põe em prática a política dos jovens. Ambas buscam uma melhor educação para os jovens.
Palavras-chave: Senso crítico. Pesquisa. Educação de jovens.
1. INTRODUÇÃO
Nos dias atuais nota-se que as escolas que possuem em sua grade curricular o incentivo à pesquisa e o desenvolvimento do senso crítico têm maior participação dos alunos nas atividades internas e interesse nos estudos, sendo públicas ou privadas.
A ideia de desenvolver o senso crítico dos alunos e incentivar a pesquisa parte da visão de Paro (2016), que para transformar a realidade social é necessário transformar a realidade da educação e da organização no interior da escola. Infelizmente, não é algo acessível para todas as escolas no Brasil, pois há falta de infraestrutura nas escolas públicas devido às desigualdades sociais.
O artigo fora feito com o intuito de analisar estudos já realizados sobre o incentivo a pesquisa e o desenvolvimento do senso crítico dos alunos e comparar com a realidade, tanto escolas privadas como escolas públicas. Desta forma é possível demonstrar que se houvesse mais investimentos da parte dos governantes teríamos uma sociedade mais evoluída e consciente.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O ato de pesquisar, entre diversos significados, é defender uma ideia, buscando fundamentar seus argumentos em bibliografias e situações do mundo real, ou em livros. É também questionar sobre fatos já existentes e perceber o "novo", buscando novas informações e ligando os conhecimentos. 
As escolas brasileiras elaboram trabalhos voltados mais para a grade curricular e menos a questão educacional, dando pouca importância na qualidade. Como diz Demo (2001, p.77) "[...] na escola deve emergir o desafio da ciência, até porque, em nome da ciência todo ‘professor’ deve ser cientista". Sendo assim, a pesquisa deve ser apregoada em sala de aula, pois, além de uma grande aliada para a construção de conhecimento, é uma abertura para uma visão mais crítica do mundo. Ao abordar a pesquisa como princípio educativo Demo (2001, p. 10) afirma que a pesquisa instrui uma visão mais crítica: 
A pesquisa pode significar condição de consciência crítica e cabe como componente necessário de toda proposta emancipatória. para não ser mero objeto de pressão alheias, é mister encarar a realidade com espírito crítico, tornando-a palco de possível construção social alternativa. Aí, já não se trata de copiar a realidade, mas de reconstruí-la conforme os nossos interesses e esperanças. É preciso construir a necessidade de construir caminhos, não receitas que tendem a destruir o desafio da construção.
Demo deixa claro que é necessário abrir os olhos críticos dos alunos para que eles possam ter a capacidade de analisar, debater e criar sua própria visão frente a realidade, não apenas de reproduzir o que já se tem, mas de tornar o aluno um coautor e criador, com o intuito de evitar a alienação e singeleza diante a situações do dia a dia. 
Enquanto professores, há a necessidade de transformar a sala de aula em um espaço de construção de conhecimentos para a compreensão do mundo e também da sua própria realidade. Cabe ao professor, também, desenvolver atividades voltadas a pesquisa com intuito de desenvolver a aprendizagem e autonomia do educando, com questionamentos e busca de informações, elaborando atividades para a obtenção do senso crítico. 
A pesquisa torna a aprendizagem em algo criativo, pois remete o aluno ao teste, à dúvidas e desafios. Outra visão que deve ser enfatizada é de que a pesquisa não é uma cópia, mas sim, uma obtenção de conhecimento.
Segundo Penido, em “As competências gerais no currículo” (2018). Fala sobre a importância do pensamento crítico, criativo e científico dos alunos: 
A competência 2, fala da capacidade dos alunos usarem o pensamento científico mas também a criticidade e a criatividade para investigar a realidade e, também, resolver problemas, criar soluções para os problemas do mundo. Essa competência também dialoga com todos os componentes curriculares, ela envolve por exemplo a habilidade de fazer perguntas [...]. Essa competência também tem que estar no currículo para desenvolver a habilidade de usar a lógica, usar a intuição, dedução para fazer investigações sobre a realidade. Especialmente quando os estudantes estiverem desenvolvendo processos de pesquisa, pesquisa de campo, estudos, experiências em laboratórios, é importante que os currículos prevejam as habilidades deles de formularem hipóteses, testarem essas hipóteses, chegarem a conclusões a partir de evidências também fazer a síntese das conclusões todas que eles tiram a partir de seus experimentos. Por fim, para experimentar toda essa parte da criatividade é fundamental que os currículos prevejam momentos em que eles vão desenvolver a capacidade de explorar ideias, de ter novas ideias, de criar soluções para problemas e de, obviamente, executar, botar todas essas ideias em prática. 
Nota-se que é importante incentivar os alunos à pesquisarem sobre tudo que os cerca e que isso ajuda no desenvolvimento, principalmente, do senso crítico. Desta forma, é possível avaliar a necessidade de estudos que busquem melhoras para o sistema educacional, e assim, melhorar a sociedade como um todo.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
	Para o desenvolvimento deste artigo fora utilizado como metodologia a observação e análise de dados entre duas escolas com o mesmo nível de ensino, foram a Escola de Educação Básica Bernardo Müller, que é uma escola pública e, a escola particular Sistema COC de Educação e Comunicação.
Expomos os projetos de cada uma delas, referente ao tema do trabalho, para melhor analisar suas diferenças e semelhanças. Tendo em vista que um dos maiores fatores que as diferenciam estão na parte de investimentos e administrativas, discorreremos apenas sobre quais são os projetos em vigor em ambos locais, que buscam o desenvolvimento do senso crítico e incentivo à pesquisa. Também falaremos de como os alunos reagem a esse tipo de aprendizagem e, quais efeitos esses projetos chegam a refletir na sociedade, e quais estão sendo os resultados atuais.
	É importante mencionar quais os motivos levaram as escolas a tal ato, e quais os resultados eram esperados. E é claro, se atualmente eles atingem as expectativas, ou reagiram de forma negativa.
	Como materiais para basearmos nossa pesquisa, utilizamos os livros referenciados acima, que destacam a importância do desenvolvimento do senso crítico e incentivo à pesquisa dos alunos. E como já mencionado, é necessário que as crianças se interessem por aprender, questionem tudo à sua volta, façam muitas perguntas e busquem as respostas.Assim que solicitado obtivemos respostas de ambas as escolas, tiraram nossas dúvidas e responderam às perguntas da maneira mais completa possível. Vamos seguir com o relato de ambas as escolas sobre seus projetos.
O Sistema COC de Ensino e Educação realiza nas suas dependências um projeto com o material chamado “Amigável Mente”, que é um conteúdo trabalhado na disciplina de Responsabilidade Social, que os alunos têm do 5° ao 6° ano, e na disciplina de Ciências Sociais do 5° ao 9° ano.
A instituição continuou dizendo: “São trabalhados habilidades e competências essenciais para a vida social, é um programa criado para desenvolver competências socioemocionais dos alunos, de forma a gerar impacto positivo na aprendizagem e facilitar a aquisição de habilidades essenciais para a vida social. Esse programa tem como objetivo desenvolver recursos que beneficiam a vida pessoal, acadêmica, social e profissional do jovem. Por meio de intervenções cuidadosamente construídas, o programa proporciona o desenvolvimento de habilidades sociais, ensina táticas de manejo das emoções, estimula a comunicação interpessoal saudável e incentiva o uso de estratégias para a tomada de decisão. Essas ações, juntas, promovem a metacognição e contribuem para preparar os jovens alunos para a vida dentro e fora da escola. É uma proposta alinhada à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e às diretrizes do CASEL (Collaborative for Academic Social and Emotional Learning, 2015). Alinhado a isso, trabalhamos com projetos de responsabilidade social. Este ano estaremos desenvolvendo o projeto de reciclagem de papel e teremos uma troca de informações com a APAE”.
Agora temos o relato da Escola de Educação Básica Bernardo Müller não nos deixou um relato direto, fora anotado de forma conclusiva a resposta da instituição pelo motivo de os questionamentos terem sidos feitos durante uma conversa informal. Assim sendo, segue uma breve conclusão da conversa.
“A escola de Educação Básica Bernardo Müller, busca desenvolver em seus alunos a capacidade de refletir e questionar através da participação dos educandos nos conselhos escolares e principalmente na elaboração do PPP (Projeto Político Pedagógico) da escola, definindo os direitos e deveres. Um projeto existente na escola é o ‘grêmio estudantil’, onde todos unem todo seu conhecimento e colaboração para colocar em prática suas políticas dentro da escola, criando iniciativas para projetos, melhorias, discussões, fazendo com que eles tenham a voz ativa, representando seus interesses. ”
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Ambas as escolas se preocupam com a formação dos alunos, e nelas possui a participação e interesse dos estudantes, é possível notar que os projetos têm suas similaridades, como a forma política dos educandos se posicionarem na sociedade, o lugar de fala e como podem demonstrar bons resultados para a sociedade.
O Sistema COC de Educação e Comunicação apresenta excelentes números referente a quantidade de alunos que participam de seus projetos citados acima, pelo motivo da obrigatoriedade da disciplina, o instituto tem uma faixa de 96% de aproveitamento em sala. As baixas ocorrem por causa de estudantes desinteressados nas aulas, e desistentes, entre outras particularidades. Também fora relatado, em que os estudantes têm mostrado resultados positivos na maioria das avaliações a respeito do tema. Os jovens também demonstram grande interesse para desenvolver o senso crítico, ajudar a melhorar a sociedade e fazer pesquisas, estimulando assim seus interesses pelo mundo e adversidades.
Já a escola de Ensino Básico Bernardo Muller, tem números reativamente bons para apresentar, pois se tratando de uma escola pública, onde não é obrigatório a participação dos jovens nas atividades. Os jovens que participam dos projetos da escola, acabam incentivando e inspirando outros colegas a participarem dos projetos oferecidos pela mesma. Como exemplo temos a formação do grêmio estudantil, onde os concorrentes ao grêmio acabam por mobilizar a escola toda, com votações e campanhas, também na hora de cobrar a as promessas, os alunos podem falar diretamente com os estudantes que foram eleitos ao grêmio estudantil. Porém, quando não há a mobilização dos jovens, dificilmente a escola consegue fazer com que todos se interessem e participem de projetos como esse, um dos principais motivos é a não obrigatoriedade. Assim, a escola consegue incentivar seus alunos a ser bons cidadãos e tornar a sociedade melhor e mais consciente.
É possível questionar que, se tornar o aprendizado dos estudantes algo obrigatório, ao invés de deixar que eles se interessem por vontade própria por pesquisas e políticas sociais, acaba por diminuir o interesse dos mesmos e assim evita que seja refletido de forma positiva na sociedade. E também existe a possibilidade de que não haja interação dos alunos no grêmio estudantil se não forem vistos nenhuma vantagem no meio escolar.
5. CONCLUSÃO
Este trabalho fez uma comparação entre à Escola Básica Bernardo Muller e o sistema COC de Ensino e Educação com o intuito de observar o que ambas fazem para desenvolver o senso crítico e a introduzir a pesquisa no ambiente escolar, comparando uma escola pública a uma escola particular. Sendo assim, foi apresentado um projeto de cada escola que tem com o objetivo desenvolver o senso crítico dos seus alunos e introduzir a pesquisa, visando melhoramento da vida acadêmica e profissional.
Com base nas pesquisas de Penido (2018), Paro (2016) e Demo (2016), fora possível realizar e discorrer sobre a importância das escolas no meio social e, sobre a importância de que os alunos se interessem por pesquisas e tenham seu senso crítico desenvolvido, para poder ter como resultado, a longo prazo, adultos inteligentes e saibam lidar com as situações mais adversas no dia a dia.
Em nenhum dos casos há perfeição na execução dos projetos, porém as coisas boas que, de certa forma, eles geram para a sociedade, como: pessoas independentes, com curiosidade pelas coisas do mundo, pessoas sensatas e com senso crítico. Não se pode negar que a escola e seus projetos que voltam para o incentivo à pesquisa e desenvolvimento do senso crítico, são muito importantes, indiferente de serem públicas ou privadas, se houver investimento de tempo e financeiro, é possível construir uma sociedade, de modo geral, evoluída e integrada.
Ambas as escolas prezam pela boa formação de seus alunos, dando a eles o direito de mostrar seus interesses e ter participação. Deste modo, apesar das escolas públicas possuírem carência de infraestrutura, tendo um esforço dos membros que as compõem, muitos projetos podem ser desenvolvidos para uma melhor educação. 
Assim sendo, podemos concluir que existe sim uma grande importância dos assuntos abordados, e que é ainda mais importante que eles sejam discutidos diariamente, para desenvolver novas formas de aprender, questionar e evoluir. E que sem à pesquisa e o senso crítico, apenas aumentaríamos o número de pessoas alienadas e desinteressadas na nossa sociedade. Além do mais, é necessário mais investimento governamental nessas áreas, proporcionando aos alunos melhores chances de se integrarem à sociedade como cidadãos pensantes e críticos, visando um mundo melhor para todos.
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REFERÊNCIAS
DEMO, Pedro. Pesquisa: Princípio científico e educativo.12. ed. São Paulo: Cortez. 2016.
PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2016.
PENIDO, Ana. As competências gerais do currículo. Youtube, 28 maio. 2018. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=z2SdQRs6SEM&list=PLiOKxVOLLQHxsv941zmg3Vo6Swgh2VKFw&index=2>. Acesso em: 2 maio. 2019.
1 Nome dos acadêmicos
2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Licenciaturas MAD0678 – Prática do Módulo I 03/06/2019

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