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Diacronia e Sincronia
Diacronia
 Caráter dos fenômenos linguísticos considerados do ponto de vista da sua evolução no tempo, por oposição a sincronia. Diacronia e sincronia são conceitos operatórios tirados da linguística estrutural. A linguística atribui à estrutura da linguagem um caráter diacrônico e sincrônico. 
 Todas as línguas estão em contínua evolução e, se a maior parte de nós - sujeitos falantes - mal damos conta disso, é porque a evolução linguística é demasiado lenta para a nossa curta vida. Ferdinand de Saussure foi o primeiro a descobrir que, nas línguas, se distinguiam dois aspetos diferentes que de certo modo se completam e mutuamente se explicam: o funcionamento e a mudança. Quando observa a(s) língua(s), o linguista pode tomar duas atitudes: ou estuda o funcionamento da(s) língua(s) num dado momento histórico ou então as alterações que a(s) língua(s) sofre(m) através dos tempos. À primeira perspectiva damos o nome de sincronia e à segunda de diacronia. A linguística sincrónica (também chamada estática ou descritiva) temcomo objeto "a descrição de um estado de língua num dado ponto sobre o eixo do tempo, em função da sua estrutura própria e sem qualquerreferência à sua evolução"  Também pode descrever um determinado sistema linguístico, como asvariedades locais e sociais de uma determinada língua. Abrange, portanto, a dialetologia (incluindo a dialetologia social) e a estilística. 
A linguagem diacrónica, também denominada dinâmica ou histórica, temcomo objeto o estudo das alterações sofridas por um determinadosistema linguístico duma época para outra. 
Na linguagem histórica, a diacronia representa a evolução de certos elementos, de fatos singulares; a sincronia encontra-se nos fatos simultâneos, coexistentes, relativos a uma determinada época. Diacronia e sincronia encontram a sua plena significação nas noções de tempo histórico, de tipo sociocultural, tal como deduziu Braudel. O historiador considera todos os problemas humanos "porque a sincronia - o que coexiste, simultaneamente, num dado momento de tempo - implica, para ser compreendida e explicada, a diacronia - e reciprocamente." 
Diacronia e sincronia são momentos dialéticos presentes em todo o tempo histórico; presentes, necessariamente, em toda a investigação.
Um estudo diacrônico da língua incide nas mudanças que a língua apresenta ao longo do tempo. Assim:
apresenta a evolução que as palavras sofrem através do tempo, analisando as transformações ocorridas até à palavra atual;
apresenta características dinâmicas e históricas, remontando à origem das palavras;
ao incidir sobre o processo evolutivo da língua, caracteriza-se como o estudo da sucessão de diversas diacronias, possibilitando comparações.
Sincronia
Um estudo sincrônico da língua incide nas características que a língua apresenta durante um dado período do tempo. Assim:
é momentâneo, não sendo estudada a evolução da língua no tempo, mas apenas um momento específico inserido nesse processo evolutivo;
apresenta características estáticas e descritivas, referindo o estado da língua naquele momento específico;
estuda apenas as variações da língua que coexistem numa determinada época, como variações regionais, sociais e situacionais;
analisa a língua como um conjunto fechado que apresenta regularidade e homogeneidade própria de uma determinada época.
Saussure cria as definições de sincronia e diacronia.
	
É diacrônico tudo o que:
-Designa uma fase de evolução
-Tem duração no tempo
-É dinâmico
	
É sincrônico tudo o que:
-Designa um estado de língua
-É momentâneo
-É estático
-Constitui um conjunto fechado
e homogêneo de regularidades
Para Saussure, os aspectos sincrônico e diacrônico da língua são perspectivas totalmente distintas.
O aspecto sincrônico é o de maior importância, e constitui a verdadeira e única realidade da massa falante.
Em relação à variação diacrônica, vale a pena conferir um fragmento do texto “Antigamente”, de Drummond:
Antigamente Carlos Drummond de Andrade
“Antigamente as moças chamavam-se “mademoiselles” e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhe pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia.
As pessoas, quando corriam, antigamente, era para tirar o pai da forca, e não caíam de cavalo magro. Algumas jogavam verde para colher maduro, e sabiam com quantos paus se faz uma canoa. O que não impedia que, nesse entremente, esse ou aquele embarcasse em canoa furada. 
3. TIPOLOGIA DE METALASMOS
Os metaplasmos são alterações (queda, acréscimo ou modificações de fonemas) por que as palavras passam em nossa evolução, no nosso caso do latim para o português. Essas alterações são apenas fonéticas, já que as palavras conservam seu significado mantendo o mesmo campo semântico. Os metaplasmos podem ser assim distribuídos:
3.1. Metaplasmos por acréscimo:
3.1.1. Prótese: é o acréscimo de um fonema no início de uma palavra, ex: statua > estátua.
3.1.2. Epêntese: é o acréscimo de um fonema dentro de uma palavra, ex: stella > estrela
3.1.3. Epítese: é o acréscimo de um fonema no final de uma palavra. É mais raro, ex: ante > antes.
3.2. Metaplasmos por supressão:
3.2.1. Aférese: é a supressão de um fonema no início da palavra, ex: apothecam > apotheca > apoteca > abodega > bodega.
3.2.2. Síncope: é a supressão de um fonema dentro da palavra, ex: malu > mau.
3.2.3. Apócope: consiste na supressão de um fonema no final da palavra, ex: mare > mar.
3.2.3. Crase: é a junção de dois fonemas vocálicos iguais, ex: dolore > dolor > door > dor.
3.2.4. Haplologia: é a supressão de uma sílaba dentro de um vocábulo onde existe outra igual ou semelhante, ex: medidiale > mediale > medial.
3.2.5. Sinalefa: acontece quando da junção de dois sons vocálicos de dois diferentes vocábulos, sendo que um termina por vogal átona e o outro por vogal átona. A vogal inicial sempre sofre queda, ex: de + intro > dentro.
3.3. Metaplasmos por transposição:
3.3.1 Por transposição de acento:
3.3.1.1. Hiperbibasmo: mudança de lugar do acento.
3.3.1.1.1. Diástole: é a mudança de lugar do acento para frente. O acento avança para a sílaba seguinte, ex: gémitu > gemido, íntegru > íntegro > inteiro.
3.3.1.1.2. Sístole: é o recuo do acento para a sílaba anterior, ex: erámus > éramos, idólu > ídolo
3.3.2 Por transposição de fonemas:
3.3.2.1. Metátese: o fonema muda de lugar na mesma sílaba, ex: semper > sempre.
3.3.2.2. Hipértese: o fonema muda de lugar de uma sílaba para outra, ex: capio > caibo, rabiam > rabia > ravia > raiva.
3.4. Metaplasmos por transformação:
3.4.1. Assimilação: consiste na transformação de um fonema em outro igual ou semelhante a outro fonema existente na palavra. Um fonema “influência” outro para torná-lo igual ou parecido consigo, ex: persona > pessoa (O “s” influenciou o “r” de tal maneira que este se transformou em “s”. Temos então, assimilador = s; assimilado = r), auro > ouro (por influência do “u”, o fonema vocálico “a” transforma-se em “o”)
3.4.2. Dissimilação: é a diferenciação de dois fonemas iguais ou semelhantes de modo que o fonema dissimilado desapareça ou se torne diferente do fonema dissimilador, ex: cribrum > cribro > cribo > crivo, memorare > membrar > lembrar.
3.4.3. Sonorização: é a transformação de um som surdo em um som sonoro. ex: totum > toto > todo, aqua > água
3.4.5. Palatização: é a transformação de qualquer fonema ou grupo de fonemas em um som palatal, ex: vinea > vinha, juliu > julho, invidiam > invidia > invedia > inveja.
3.4.6. Ditongação: é a transformação de um monotongo em um ditongo, ex: basium > basio > bajo > baijo > beijo.
3.4.7. Monotongação : é a transformação de um ditongo em um monotongo, ex: eiclesiam > eiclesia > eicresia > eigreja > igreja
3.4.8. Oclusão: é a transformação de um hiato em um ditongo, ex: malum > malo> mao > mau, pae > pai.
3.4.9. Nasalização: é a transformação de um fonema oral em um fonema nasal. Ex: mihi > mim, nec > nem.
3.4.10. Desnasalização: é a transformação de um fonema nasal em um fonema oral ex: bona > bõa > boa, ventanam > ventana > ventãa > ventã > venta.
3.4.11. Sibilação: é a transformação de fonemas, ou grupos de fonemas não sibilantes em sibilantes (sibilantes: /f/, /v/, /s/, /z/), ex: cribrum > cribro > cribo > crivo, lancea > lança
3.4.12. Consonantização: é o processo de transformação de vogais em consoantes. Acontece, principalmente, com o i > j e com u > v, ex: uitam > uita > uida > vida
3.4.13. Vocalização: é o processo de transformação de uma consoante em uma vogal, ex: octo > oito, regnum > regnu > regno > reino.
3.4.14. Metafonia: é a mudança de timbre de uma vogal por influência de outra, ex: debitam > debita > debida > devida > dívida.

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