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AULA_07_ADM I

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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Vice-Reitoria de Ensino de Graduação – VREGRAD 
 Divisão de Assuntos Pedagógicos – DAP 
	
	Código e Nome da Disciplina J589– DIREITO ADMINISTRATIVO I
	Créditos Teórico / Prático 4,0
	
	
	Curso DIREITO
	Centro CCJ
	Segundas e Quartas
19h00min – 20h40min
21h00min – 22h40min
 
	Professor: João Marcelo Rego Magalhães
	Aula 07
	UNIDADE II – A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA ORDEM JURÍDICO-CONSTITUCIONAL
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA ORDEM JURÍDICO CONSTITUCIONAL
Regras constitucionais relativas à Administração Pública
1. Regras constitucionais relativas à Administração Pública
1.3. Administração Direita e Indireta. 
Administração Direta é o conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas, aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, das atividades administrativas do Estado. No caso, a Administração Pública é, ao mesmo tempo, quem titulariza e quem executa a atividade. 
A Administração Direta compõe-se dos três poderes – Legislativo, Executivo e Judiciário – e de seus respectivos órgãos constitutivos. O conjunto formado pelos poderes e suas especializações é indissociável, constituindo uma única personalidade jurídica. Assim, não é correto dizer que será intentada ação contra o Ministério dos Transportes, o certo é intentar a ação contra a União; da mesma forma, não cabe acionar a Secretaria da Fazenda, mas sim o respectivo ente federativo.
A Administração Indireta é o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à respectiva Administração Direta, têm o objetivo de desempenhar as atividades administrativas de forma descentralizada. No caso, a Administração Pública titulariza a atividade, mas quem a executa é a pessoa administrativa vinculada. É muito importante termos em mente essa relação de vinculação entre o ente da Administração Indireta e sua respectiva Administração Direta, pois disto chaga-se a duas conclusões: a primeira é que a pessoa administrativa não fica desconexa da estrutura do Estado, estando ligada a alguma estrutura do Poder Executivo (que é o poder que tem a atividade administrativa como função típica) do respectivo ente federativo (União, estado ou município); a segunda é que a forma descentralizada de prestar o serviço confere à pessoa administrativa personalidade jurídica, o que lhe possibilita, dentre outras coisas, demandar (e ser demandada) em juízo.
As entidades da Administração Indireta são agrupadas em 4 categorias: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.
Autarquia é a pessoa jurídica de direito público, integrante da Administração Indireta, criada por lei para desempenhar funções que sejam típicas do Estado, o que as afasta das atividades de caráter puramente econômico. Alguns exemplos de autarquias: INSS, INCRA, IBAMA e Banco Central.
A reforma administrativa iniciada com as privatizações em meados da década de 1990 e continuada com a EC 19/98 introduziu no ordenamento jurídico brasileiro duas formas particulares de autarquia: as agências executivas e as agências reguladoras. As agências executivas (Lei nº 9.649/98) têm a função de exercer atividades tipicamente estatais de forma mais eficiente, e para tal missão, o Presidente da República qualifica certa autarquia como agência executiva, desde que esta tenha elaborado um plano estratégico e celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério. As agências reguladoras são as autarquias que têm a função de controlar os serviços públicos concedidos ao particular, e para isso, são dotadas de independência administrativa, autonomia financeira e poder normativo.
As autarquias são dotadas de diversas prerrogativas próprias da Administração Direta: imunidade tributária, impenhorabilidade e imprescritibilidade de seus bens, prescrição qüinqüenal, créditos sujeitos à execução fiscal e prazos processuais diferenciados.
Fundação é universalidade de bens a qual se atribui personalidade jurídica com a intenção de ser realizado um determinado objetivo social. A criação das fundações deve ser autorizada por lei. A natureza jurídica das fundações – se de direito público ou privado – tem causado discussões intermináveis na doutrina, alguns autores chegando até mesmo a afirmar que a fundação de direito público não passa de uma autarquia. Para solucionar tal problema, segundo o STF, devem ser observadas as prerrogativas elencadas em seu documento constitutivo. 
Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração indireta, criadas por autorização legal, constituída sob qualquer forma admitida em Direito, cujo capital seja formada unicamente por recursos de pessoa jurídica de direito público interno ou de pessoas de sua administração indireta. São exemplos de empresas públicas a Caixa Econômica Federal e os Correios. 
Sociedade de economia mista é a pessoa jurídica de direito privado, criada por autorização legal, constituída sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito à voto devem pertencer em sua maioria ao respectivo ente federativo ou pessoa de sua administração indireta, sobre remanescente de propriedade particular. São exemplos de sociedades de economia mista o Bando do Brasil e a Petrobrás.
As empresas públicas e as sociedades de economia mista são criadas para a prestação de serviços públicos ou para a exploração de atividade econômica. Normalmente, as empresas públicas são criadas para a prestação de serviços públicos de grande relevância, enquanto as sociedades de economia mista são criadas para a exploração de atividades econômicas, o que, contudo, não pode ser considerado uma regra.
As empresas públicas e as sociedades de economia mista que exploram atividades econômicas receberam um especial regramento constitucional. Assim dispõe o art. 173:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: 
I -... 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; 
IV - ... 
V - ...
§ 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
§ 3º - A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade.
§ 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
§ 5º - A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular.
Cabe salientar que as empresas públicas e as sociedades de economia mista – prestadoras de serviço público ou exploradoras de atividade econômica – possuem, de fato, um regime especial, com diversas exceções ao regime próprio das empresas tipicamente privadas (apesar do que dispõe expressamente o inciso II do § 1º acerca das exploradoras de atividade econômica).
Vejamos as principais derrogações do regime privatista, ou melhor dizendo, as hipóteses em que as empresas públicas e as sociedades de economia mistase orientam pelo regime de direito público, tal como a Administração Direta ou tal como uma autarquia:
	
Exceções ao regime jurídico próprio das empresas privadas
	
Empresas Públicas
	Sociedades de Economia Mista
	Criação autorizada por lei
	Admissão por concurso público (afastável em certas hipóteses no caso de exploradora de atividade econômica)
	Procedimento licitatório para as atividades-meio quando se tratar de exploradora de atividade econômica e procedimento licitatório para todas as atividades quando se tratar de prestadora de serviço público
	Não se sujeita à falência
	Os bens necessários à prestação de serviços públicos têm regime semelhante aos bens públicos em virtude do princípio da continuidade do serviço público
	Controle dos atos através de Ação Popular ou Mandado de Segurança
	Patrimônio pode ser protegido por Ação Civil Pública
	Proibição de acumulação de cargos
	Fiscalização feita pelo Congresso e pelo TCU 
	Rubrica na lei orçamentária anual
	Responsabilidade nos moldes do art. 37, § 6º da Constituição (quando se tratar de prestadora de serviço público)
No RE 407.099, de 06/08/2004, o STF asseverou que o art. 173 da CF não se aplica às empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviço público em regime de monopólio, aplicando-se-lhes o tratamento de Fazenda Pública. 
No RE 262.651, o STF decidiu que a responsabilidade das empresas públicas prestadoras de serviço se limita aos usuários do serviço.
Destaque-se ainda que as empresas públicas federais têm foro na Justiça Federal, conforme art. 109, I da CF. As sociedades de economia mista – mesmo as federais – litigam na Justiça comum estadual.
1.4. O capítulo constitucional sobre a Administração Pública – arts. 37 a 41. 
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