Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EHEC: Escherichia coli enterohemorrágica Microbiologia das Toxinfecções Alimentares Aluna: Isabela Araújo Justino 1 roteiro Taxonomia mecanismos de virulência epidemiologia Método clássico para pesquisa do micro-organismo discussão do artigo taxonomia E. coli: Pertence à famíla Enterobacteriaceae 1,1 a 1,5 µm Bastonete gram-negativo Flagelado Anaeróbio facultativo Crescimento ótimo em condições aeróbicas a 37° C Parte da flora normal taxonomia O grupo de E. coli diarreiogênicas é composto por 6 diferentes patótipos: EPEC: E. coli enteropatogênica ETEC: E. coli enterotoxigênica EAEC: E. coli enteroagregativa STEC: E. coli produtora de toxina Shiga ou VTEC: E. coli produtora de verocitotoxina, incluindo EHEC: E. coli enterohemorrágica Patótipo: grupo de cepas de uma única espécie que causam doença comum usando fatores de virulência comuns ehec Primeiros surtos: patógeno associado ao consumo de carne bovina e laticínios em países desenvolvidos como Estados Unidos, Japão e Inglaterra. O principal sorotipo isolado na maioria dos surtos foi o o157:H7 Hoje em dia, segundo o fda, infecções por EHEC são principalmente causadas por alimentos ou água contaminados carne mal cozida, leite cru , sanduíches frios , água , suco de maçã não pasteurizado, brotos e legumes Dose infecciosa estimada em 10 - 100 células sintomas EHEC causa diarreia sanguinolenta, cOLITE HEMORRÁGICA e pode evoluir, em casos mais graves, para SÍNDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA Falência renal aguda, anemia e trombocitopenia Fatores de virulência Toxinas shiga: Os genes que as codificam (stxgenes) estão localizados em genomas de profagos, que por meio de ciclo lisogênico transformam a bactéria em produtora de toxina divididas em dois grupos antigênicos Stx1: Neutralizável por anti-soro da citotoxina de S. dysenteriae 1, consideradas idênticas Stx2: neutralizável apenas por anti-stx2 Inibe a síntese de proteínas: remove resíduo de adenina da fração 28S da subunidade 60S do ribossomo eucariótico inibe tradução Genes para Stx2 já foram encontrados em cromossomos 7 Outros Fatores de viruência Associados diretamente com adesão Localizados em uma ilha de patogenicidade denominada Locus of Enterocyte Effacement (LEE), cujos genes codificam os elementos responsáveis pela lesão intestinal A/E (Attaching and Effacing) Degeneração das microvilosidades intestinais, montagem de pedestais constituídos de actina Outros fatores de virulência estão localizados em uma ilha de patogenicidade 8 Outros Fatores de virulência Fímbria Sistema de secreção do tipo III Tir: receptor para intimina e ligação e mobilização de fragmentos de actina Intimina: proteína de membrana externa Lesão A/E EPIDEMIOLOGIA 1˚ Caso Relatado EUA-1982 (hambúrguer): surtos epidêmicos de infecções intestinais, várias mortes, principalmente em crianças. Aprovada pelo presidente Bill Clinton lei que autoriza a esterilização por irradiação gama de toda carne bovina comercializada Depois do surto nos Estados Unidos, surgiram outros no Canadá, Japão, Inglaterra e Alemanha. Na Argentina, Chile e Uruguai as infecções por EHEC são relativamente frequentes http://www.usp.br/agen/rede389.htm epidemiologia 2011 Europa: 1.816 casos de infecção por E. coli, com 18 mortes – de acordo com o escritório regional da Organização Mundial Da Saúde (OMS) Alemanha: 17 óbitos, concentra 95% das infecções, com 1.213 casos Restante dos casos: Áustria, Dinamarca, França, Holanda, Noruega, Espanha, Suíça, Reino Unido, Estados Unidos e República Checa – além da Suécia, 1 morte epidemiologia Japão - 2010 a 2013: Dados nacionais de vigilância de infecções: 1035 casos; 66 surtos causados por um único serogrupo; 22 foram O157; 35 surtos foram causados por cepas produtoras de Stx1; 63% crianças menores de 6 anos Washington – 2015: Viagem escolar, 60 casos (25 confirmados), 11 pacientes hospitalizados desses 6 desenvolveram síndrome hemolítico urêmica KANAYAMA et al., 2015 CURRAN et al., 2015 1: comida e contato direto/indireto 2: gados expostos, assoprador de folhas e depois evento de crianças, comida servida: comida e contato 12 epidemiologia América do Sul: Uruguai, Chile e Argentina apresentam incidências relativamente altas, devido aos hábitos alimentares e à alta prevalência de STEC em bovinos e em carne bovina SHU, doença endêmica CALDORIN et al., 2013 Método clássico para a pesquisa do microrganismo Refrigerar amostras após recebimento, não congelar. Analisar rapidamente. Preparar homogenado (25g de alimento em 225 mL de PBS). Realizar diluições decimais e plaquear diretamente em ágar MacConkey para produzir colônias isoladas. Após incubação das placas durante 20 h a 35 ° C, realizar pesquisa para genes de virulência Assepticamente pesar 25 g de amostra em 225 ml de caldo BHI. Misturar, incubar durante 10 min à temperatura ambiente com agitação periódica, permitir que a amostra assente. Decantar em recipiente estéril e incubar durante 3 h a 35 ° C para recuperar as células injuriadas. Transferir o conteúdo para 225 mL de caldo TP e incubar 20 h a 44,0 ± 0,2 ° C. Após a incubação, estriar em L-EMB e MacConkey. Incubar durante 20 h a 35 ° C. Adicionalmente identificação bioquímica Método clássico para a pesquisa do microrganismo Água de peptona com piruvato: reagentes antimicrobianos que inibem o crescimento da flora normal e competidores e permite o crescimento de células O157:H7 viáveis Propiciou a recuperação de patógenos de difíceis matrizes como mix de saladas e brotos PCR Real-Time específica para os genes Stx1, Stx2 e o polimorfismo de um único nucleotídeo no gene uidA que serve como um marcador de identificação Anteriormente: amostras colocadas em caldo de enriquecimento para ehec (eeb) e plaqueadas em tcsmac , isolar colônias não fermentadoras de sorbitol que eram identificadas fenotipicamente, serológicamente e testadas para toxina de Shiga usando PCR Hoje: screening de amostras de alimentos enriquecidas (pcr real-time) para estabelecer a presença presuntiva de E. coli O157:H7 em 24 horas. Método superior ao anterior na recuperação das bactérias (SmartCycler II ou LightCycler®), 15 Método clássico para a pesquisa do microrganismo Amostras positivas em pcr real-time: confirmação em ágar diferencial determinar a incapacidade de fermentar sorbitol, identificar o isolado como E. coli e o tipo sorológico O157:H7 Aconselhável testar os isolados novamente por PCR para os genes Stx1 e Stx2 para confirmar seu potencial toxigênico artigo ESTUDO DE CASO-CONTROLE: Objetivo: associar alimento ao surto Indivíduos separados de acordo com idade e bairro Entrevistas: consumo de frutas, vegetais crus e brotos durante 14 dias antes e após inicio dos sintomas ou antes da data da entrevista para indivíduos controle Estudo não definiu única fonte de infecção 3 ESTUDOS CONDUZIDOS PARALELAMENTE: 26 indivíduos possivelmente contaminados e 81 indivíduos controle Brotos: única variável significativa Carne picada crua, leite e outros produtos lácteos, não foram significativamente associados com a doença Os resultados, ainda que preliminares, foram comunicados entre os grupos de investigação e da Força Tarefa EHEC (Escherichia coli enterohemorrágica) no Instituto Federal de Defesa do Consumidor e da Segurança Alimentar em Berlim. Se os resultados foram julgados de ter validade adequado, que foram comunicados tão cedo quanto possível para o público 18 ESTUDO EM RESTAURANTE suspeito: Descoberta de portadores da doença que haviam frequentado o restaurante k no período do surto Identificação dos clientes e do que haviam comido Descartados: saudáveis depois de visitar restaurante, indivíduos que tiveram diarreia que não sanguinolenta, ou que não tiveram confirmação laboratorial de E. coli O104, início da doença após 14 dias depois de visitar restauranteNúmero de doentes: n de pratos principais servidos contendo brotos X taxa de ataque entre comedores de broto Para doenças que coloquem em risco uma população por um período limitado, a incidência recebe a denominação taxa de ataque Identificadas 177 pessoas. Dessas, 168 foram entrevistadas e 152 avaliadas. 31 indivíduos tinham uma doença compatível com o estudo 8 desenvolveram SHU Os pacientes que haviam ingerido couve foram significativamente mais propensos a ficarem doentes Nenhuma das 37 pessoas que não ingeriram brotos relataram sintomas gastrointestinais ESTUDO COMBINADO DE RASTREAMENTO: ANTERIOR E POSTERIOR AO OCORRIDO Autoridades de segurança alimentar: Investigações: tomates, pepinos, saladas de folhas e outros vegetais comidos crus incluindo molhos Avaliação de canais de distribuição de alimentos Alimentos suspeitos: recolhidos e, após enriquecimento testados por meio de imunoensaio para toxina Shiga e PCR para genes do profago e para marcadores genéticos de O104 Fazendeiro produzia mais de 18 tipos de brotos 5/15 funcionários que haviam consumido alimentos produzidos no local apresentaram diarreia causada pela E. coli O104 Esse produtor estava ligado ao caso do restaurante K e a mais 26 distribuidores Mistura de brotos recolhida: imunoensaio positivo Stx, rastreamento levou ao produtor A conclusão Embora faltem evidências moleculares definitivas, o argumento de que os brotos foram responsáveis pelo surto se baseia em cinco fatores Nos estudos epidemiológicos a couve estava implicada O estudo do restaurante mostrou que 100% dos casos de doença se deram pelo consumo de brotos Nenhum outro ingrediente alimentar consumido no restaurante K foi associado com o risco de doença Os casos estavam ligados ao produtor e seus canais de distribuição Vários funcionários do produtor que consumiam brotos tornaram-se sintomaticamente doentes no período do surto referências KANAYAMA, Atsuhiro et al. Enterohemorrhagic Escherichia coli outbreaks related to childcare facilities in Japan, 2010–2013. BMC infectious diseases, v. 15, n. 1, p. 1, 2015. CURRAN, Kathryn et al. Notes from the Field: Outbreak of Escherichia coli O157: H7 Infections Associated with Dairy Education Event Attendance—Whatcom County, Washington, 2015. http://portalsaude.saude.gov.br/ CALDORIN, Marielle et al. Occurrence of Shiga toxin-producing Escherichia coli (STEC) in Brazil and its public health importance. BEPA. Boletim Epidemiológico Paulista (Online), v. 10, n. 110, p. 4-20, 2013. Obrigada
Compartilhar