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Terminologia Neoplasia = tumor?? aumento de volume observado numa parte qualquer do corpo Característica clínica = maligna e benigna Oncologia = parte da medicina que estuda os tumores crescimento do número de células Neoplasia! CÂNCER! 1. Tumor benigno Existência de uma "massa", que não condiz com a fisiologia do organismo e pode surgir em qualquer local do corpo Crescimento é controlado, com células que são normais ou apresentam apenas pequenas alterações, formando uma massa localizada, autolimitada e de crescimento vagaroso 2. Tumor maligno ou câncer Surge quando as células do tecido afetado têm um crescimento desordenado, que costuma ser agressivo, incontrolável e rápido. multiplicação das células de um câncer não segue o ciclo natural, não havendo morte no período correto, e persistindo mesmo após a retirada dos estímulos causadores. • Por ter um desenvolvimento mais autônomo, o câncer é capaz de invadir tecidos vizinhos e provocar metástases, além de serem mais difíceis de tratar. • O crescimento desordenado do câncer, é capaz de provocar efeitos em todo o organismo, causando diversos sintomas e, até, a morte. Dados mundiais 2,09 2,09 1,8 1,28 1,04 1,03 1,76 0,627 0,862 0,783 0 0,5 1 1,5 2 2,5 pulmão mama colorretal próstata câncer de pele não-melanoma estômago m ilh õ es d e ca so s Tipo Mortes 1-Auto-suficiência em sinais de crescimento 2- Insensibilidade para sinais inibidores do crescimento 3-Escape da apoptose 4-Capacidade ilimitada de replicar 5-Angiogênese sustentada 6- Invasão de tecidos e metástase Sinais do câncer Tratamentos Cirurgia: modalidade de tratamento mais antiga e que pode ser definitiva, principalmente quando o tumor está em estágio inicial e em condições favoráveis para sua retirada Radiação: uso das radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células anormais que formam um tumor Quimioterapia: tratamento que utiliza medicamentos potentes no combate ao câncer, com o objetivo de destruir, controlar ou inibir o crescimento das células tumorais Terapias-alvo: tratamento quimioterápico que tem um alvo molecular específico, que atua sobre um processo biologicamente importante, preferencialmente central na fisiopatologia do tumor Imunoterapia: tratamento que utiliza o sistema imune do próprio corpo do paciente para atacar o câncer ao invés de combatê-lo diretamente Imunoterapia Também conhecida por terapia biológica, é um tipo de tratamento que fortalece o sistema imune fazendo com que o corpo da própria pessoa tenha maior capacidade para combater vírus, bactérias e até mesmo o câncer e doenças autoimunes Dependendo do tipo de doença e do seu grau de desenvolvimento a imunoterapia pode funcionar de formas diferentes, que incluem: - Estimular o sistema imune para que combata a doença com mais intensidade, sendo mais eficiente; - Fornecer as proteínas que tornam o sistema imune mais eficaz para cada tipo de doença. ** Como a imunoterapia apenas estimula o sistema imunológico, não é capaz de tratar rapidamente os sintomas da doença e, por isso, o médico pode associar outros medicamentos, como anti-inflamatórios, corticoides ou analgésicos, para diminuir o desconforto. Manipulação terapêutica do Sistema Imune ou Terapêutica envolvendo células e moléculas do Sistema Imune Imunoterapia Os imunoterápicos foram considerados pela ASCO (American Society of Clinical Oncology) a mais importantes inovação no tratamento do câncer nas últimas décadas e isso se deve principalmente aos importantes resultados clínicos obtidos com esses medicamentos quando comparados com o tratamento padrão até então, a quimioterapia. Principais benefícios clínicos se devem não somente pela ausência dos efeitos adversos típicos da quimioterapia, com ao queda de cabelos e as náuseas e vômitos, mas principalmente pelo aumento da chamada sobrevida global, ou seja, o tempo adicional de vida que o paciente com câncer poderia obter ao se tratar com tais medicamentos Imunoterapia Tem como finalidade fazer com que o sistema imunológico do paciente reconheça de forma cada vez mais efetiva e duradoura o tumor como estranho e o elimine. A transformação malígna presente nos tumores modifica as células de modo que o nosso sistema imunológico consiga reconhecê-las como estranhas e dispare uma resposta imunológica contra as mesmas. O tumor, por sua vez, possui vários mecanismos de escape, que fazem com que suas células não sejam reconhecidas pelo sistema imune ou, muitas vezes, produz substâncias que o iniba, permitindo assim seu crescimento. Sistema imunológico: Resposta imune normal • Normalmente, o sistema imune reconhece o câncer e inicia uma resposta para eliminá-lo. O sistema é altamente adaptado no combate contra o câncer, alterando e expandindo o seu ataque baseado nas mudanças tumorais (incluindo mutações). 1. Liberação de antígenos pelo tumor Em situações normais, o sistema imune reconhece o câncer e ativa uma resposta contra ele 2. Ativação dos linfócitos T pelas células apresentadoras de antígenos (APCs) contendo células do tumor 3. Proliferação, migração e ataque ao tumor pelos linfócitos T, que o reconhecem através dos antígenos de superfície apresentados anteriormente pelas APCs Supressão da imunidade induzida pelo tumor Os tumores inativam a resposta imune de diferentes maneiras Inativação dos linfócitos T Inibição da proliferação dos linfócitos T • O câncer pode esquivar-se do sistema imune ao diminuir a proliferação dos linfócitos T e ao promover a inativação dos mesmos. Imunoterapia contra os tumores Diferentes estratégias: 1. Produção de anticorpos dirigidos contra antígenos tumorais 2. Vacinação 3. Inibidores de checkpoint 1. IMUNOTERAPIA BASEADA EM ANTICORPOS Representam a mais promissora classe de novos fármacos em desenvolvimento contra o câncer na atualidade, com cerca de 20 tipos disponíveis no mercado e mais de 150 sendo utilizados em ensaios clínicos Anticorpos: proteínas com duas regiões distintas capazes de fixar antígenos, células e complemento região variável ou dotada de complementaridade ao antígeno constante e responsável pela ligação a proteínas séricas como o complemento ou a células Os anticorpos por si só normalmente não conseguem destruir uma célula mas ao se ligarem a ela podem ativar diferentes mecanismos imunológicos capazes de bloquear o crescimento ou mesmo promoverem a sua morte 1. IMUNOTERAPIA BASEADA EM ANTICORPOS Os anticorpos livres ou não conjugados podem ser utilizados como moléculas efetoras e exercer citotoxicidade principalmente por dois mecanismos: a) citotoxicidade dependente de complemento 1. Ligação especifica da região Fab ao antígeno presente na superfície da célula tumoral 2. Produz uma modificação conformacional na região Fc do anticorpo capaz de fixar e ativar o complemento 3. Complexo de Ataque a Membrana (CAM) produz poros sobre a superfície celular e provoca sua morte 1. IMUNOTERAPIA BASEADA EM ANTICORPOS Os anticorpos livres ou não conjugados podem ser utilizados como moléculas efetoras e exercer citotoxicidade principalmente por dois mecanismos: b) citotoxicidade celular dependente de anticorpo Anticorpo se liga ao antígeno tumoral fazendo a ponte entre a célula tumoral e células imunocompetentes, recrutadas, como os Linfócitos T citotóxicos (LT/CD8+) que produzem a sua morte 1. IMUNOTERAPIA BASEADA EM ANTICORPOS Os anticorpos ao se ligarem aos seus alvos específicos podem ser também usados como moduladores agonistas ou antagonistasde vias de sinalização celular estabilização, diminuição ou mesmo inibição da proliferação celular ou indução da sua morte ou apoptose. Os mAbs anti-tumorais são ainda capazes de bloquear moléculas associadas a adesão celular impedindo a formação de metástases Vantagem: Possuem uma vida media prolongada no soro molécula se mantem por um longo período circulante nos fluidos corporais, podendo interagir de maneira mais efetiva com o seu alvo Limitação: reconhecimento dos mAbs pelo sistema imune gerando a produção de anticorpos humanos anti-murinos mAbs quiméricos (75% RC human, 25% RV murina) mAbs completamente humanos (DNA recombinante) 1.1 Anticorpos livres Rituximab: primeiro anticorpo monoclonal aprovado pelo FDA - mAb quimérico anti-CD20 IgG1, com a região Fc humana e a região de ligação ao antigeno (Fab) murina - específico para o antígeno de superfície CD20 presente em neoplasias linfoides de células B como a leucemia linfoide crônica e linfomas não-Hodgkin (NHL) de células B, resistentes a quimioterapia convencional Herceptin (trastuzumab): contra HER2 (receptor 2 do fator de crescimento epidermico humano) - utilizado para tratar pacientes com câncer de mama 1.2 Anticorpos conjugados/ Radioimunoterapia Usar anticorpos antitumorais para transportar substancias toxicas seletivamente ate as células tumorais Radioimunoterapia (RAIT): administração sistêmica de um elemento radiativo (radioisotopo) especialmente radionuclideos que possuem emissao de partículas alfa ou beta, conjugado a um mab dirigido seletivamente contra antígenos tumorais - Sucesso para tumores hematologicos (linfomas nao-hodgkin) - Pouca eficácia no tratamento de tumores sólidos longa permanência do anticorpo radiomarcado pode aumentar a acumulação de radioatividade no tumor pelos diversos mecanismos pelos quais o anticorpo pode extravasar e interagir com as células tumorais maior causa de citotoxicidade inespecífica às células hematopoiéticas, uma vez que a citotoxicidade da medula óssea esta diretamente relacionada ao tempo da radioatividade no sangue 1.2 Anticorpos conjugados/ Radioimunoterapia Um grande numero de novos mAbs conjugados a radionuclideos estão sendo testados em ensaios clínicos de fase I e fase II dirigidos contra antigenos tumorais de diferentes tecidos e órgãos como Linfomas de Celulas T, tumores sólidos como câncer colorretal, câncer de ovário, prostata, pâncreas, pulmão entre outro. 2. Vacinação Vacinas envolvem uma imunização ativa: o paciente recebe injeções de antígenos, geralmente junto com outra molécula auxiliar, para que se inicie uma resposta imune Trabalham de forma similar àquelas dadas para impedir infecções tais como a catapora ou o sarampo provocam o sistema imunitário para atacar células cancerosas As vacinas de câncer são medicamentos pertencentes a uma classe de substâncias conhecidas como modificadores de respostas biológicas estimulação ou restauração da habilidade do sistema imune de lutar contra infecções e doenças O uso das vacinas contra o câncer requer: - utilização de antígenos alvo apropriados - otimização da interação entre o peptídeo antigênico, as células apresentadoras de antígeno (APCs) e as células T - bloqueio simultâneo de mecanismos regulatórios negativos que impedem efeitos imunoterapêuticos Dois tipos de vacinas contra o câncer: as preventivas/profiláticas e terapêuticas Tipos de vacinas a) vacinas imunoprofiláticas Alvo: agentes infecciosos que causam ou contribuem para o desenvolvimento do câncer Têm sido desenvolvidas a partir de abordagens já comprovadas, envolvendo a indução de anticorpos neutralizantes pela administração de organismos mortos ou atenuados, ou de proteínas recombinantes da parede das células ou de capsídeos b) vacinas terapêuticas estimulam o sistema imune a lutar contra as células cancerosas considerando-as como estranhas. Várias vacinas estão sob estudo, como as que apresentam antígenos associados a tumor, células autólogas ou alogênicas, vetores virais, DNA, células dendríticas, dentre outras 2. Vacinação GVAX vacina composta de células tumorais autólogas (do próprio indivíduo a ser tratado) geneticamente modificadas para secretar a citocina GM-CSF (fator de estimulação de colônias de granulócitos e macrófagos) e irradiadas para evitar que se proliferem descontroladamente no organismo Provenge (sipuleucel-t): única vacina aprovada para tratar o câncer. É usado no tratamento do câncer de próstata avançado que não responde a hormonioterapia - As células do sistema imunológico são coletadas do sangue do paciente e enviadas para laboratório, onde após um processo químico são transformadas em células dendríticas. - Também são expostas a proteína fosfatase ácida prostática, que produz uma resposta imunológica contra as células do câncer de próstata. - As células dendríticas modificadas são infundidas no paciente por infusão intravenosa essas células ajudam outras células do sistema imunológico a atacar o câncer de próstata - Aumenta da sobrevida dos pacientes em vários meses - Efeitos colaterais: febre, calafrios, fadiga, dor nas costas e articulações, náusea e dor de cabeça. Alguns homens podem apresentar problemas respiratórios e aumento da pressão arterial. “A GVAX foi testada em um modelo tumoral em camundongos, no qual as células de melanoma são injetadas na veia da cauda. O tumor se instala no pulmão e causa a morte do animal em cerca de 28 dias. Com a GVAX [aplicada após a doença ter sido induzida], foi possível reverter o quadro e aumentar a expectativa de vida nos animais desafiados” (Fase III) 3. Inibidores de checkpoint Células cancerígenas, utilizam pontos de controle para impedir o ataque do sistema imunológico - pontos de checagem ou checkpoints “desligam” o linfócito T (LT) quando este se liga a uma célula (tumoral) - Inibição dos check-points! apresentação de pedaços do tumor (antígenos) aos linfócitos T para destruição de células cancerosas Após alguns dias as células T são inativadas pelo próprio sistema imune CTLA-4 inativa o segundo sinal e inativa o linfócito T 3. Inibidores de checkpoint Pembrolizumab Nivolumab Quais são os efeitos secundários? Os efeitos secundários estão relacionados com o excesso (aumento) de atividade do sistema imunitário, em vez da supressão (diminuição) do sistema imunitário como a quimioterapia. Os efeitos secundários da imunoterapia dependem do tipo de terapêutica (inibição de pontos de controlo ou outra) e do paciente individual. Não se sabe ao certo se a terapêutica altera permanentemente o sistema imunitário, mas o tratamento continua a influenciar o seu sistema imunitário mesmo depois de deixar de o receber. Em alguns casos, as pessoas que recebem essa terapêutica não apresentam qualquer melhoria na sua doença cancerígena senão 6 meses após pararem a terapêutica e, de igual modo, algumas pessoas podem desenvolver efeitos secundários meses depois de receberem a terapêutica IO. Tolerabilidade de terapias oncológicas Mudança de paradigma: avaliação de sobrevida e não mais de resposta clínica
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