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Angina, Dispneia, Palpação e Inspeção (CARDIO)

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MD 543
Angina pectoris, dispneia, inspeção e palpação do pericárdio
Como se caracteriza semiologicamente a dor torácica definida como angina pectoris?
Angina pectoris é muitas vezes sentida mais como desconforto do que como uma dor precordial. A intensidade está de leve a moderada. É uma dor em aperto, peso e, ocasionalmente, queimação; retroesternal ou em todo o peito, muitas vezes irradia para os ombros, cotovelos, braços, pescoço, abdômen superior e mandíbula.
Ocorre devido a isquemia miocárdica temporária, secundária à aterosclerose.
Quais são as características semiológicas da dispneia de origem cardíaca?
Sendo causada por estenose mitral ou falência ventricular esquerda, é resultada da congestão venocapilar pulmonar. O edema intersticial nas adjacências dos capilares pulmonares estimula receptores justacapilares que enviam impulso para os centros respiratórios do SNC, gerando sensação subjetiva de falta de ar.
Como se pode graduar a dispneia associada às doenças do coração?
- Dispneia de esforço
- Dispneia de decúbito
- Dispneia paroxística
- Dispneia periódica ou de Cheyne-Stokes 
Quais os dados semiológicos a ser observados à inspeção e à palpação do precórdio e suas variações mórbidas?
Átrio esquerdo: atrás e à direita do átrio direito.
Átrio direito: borda direita do coração
*átrios normalmente não podem ser identificados no exame físico.
Ventrículo Esquerdo: o ápice do coração (ictus) fica na ponta do ventrículo esquerdo e está em contato direto com o rebordo costal. É palpado no quarto ou quinto espaço intercostal, na linha hemiclavicular.
Pesquisa de abaulamentos
Deve-se fazer a investigação frontal (se postando na altura dos pés do paciente e olhando o precórdio) e tangencial (ficando do lado direito do paciente e olhando o precórdio.
Um abaulamento pode indicar deformidade na caixa torácica, aneurisma de aorta, cardiomegalias e, em crianças, más formações congênitas, principalmente no ventrículo direito (diferencia-se a má formação congênita da deformidade da caixa torácica pelo fato de naquela estar evidente pulsação no precórdio).
Análise do ictus cordis (choque de ponta)
O ictus fica invisível em pacientes obesos ou com enfisema pulmonar e em muitos pacientes idosos, pois nesses o pulmão fica na frente do coração devido ao aumento do diâmetro anteroposterior do tórax.
O deslocamento do ictus cordis indica dilatação ou hipertrofia no ventrículo esquerdo, como ocorre na estenose aórtica, insuficiência mitral, miocardiopatias e cardiopatia congênitas. Quando o paciente tem escoliose, tórax infundibuliforme ou diafragma elevado também ocorre deslocamento do ictus.
- Extensão do ictus: avaliada contando quantas polpas digitais são necessárias para cobri-lo (geralmente de uma a duas – 2 a 3cm). 3 ou mais polpas digitais são indicativos de hipertrofia no ventrículo esquerdo.
- Intensidade do ictus: palpa-se o paciente em decúbito dorsal e se sente o ictus com as superfícies palmares dos dedos. Caso não consiga, pode-se pedir para o paciente deitar em decúbito lateral esquerdo e expire todo o ar que conseguir, sem voltar a respirar por alguns segundos. Em mulheres, pode ser necessário afastar as mamas. O ictus é muito intenso na hipertrofia de miocárdio, mas também é intensificado naturalmente em pessoas magras e após realizar exercícios físicos.
- Ausência de ictus em pessoas saudáveis: pode ocorrer quando o paciente está deitado ou sentado. Deve-se posicionar o paciente em decúbito lateral esquerdo, pois o ictus é projetado para frente.
- Movimentação do ictus: primeiro, deve-se medir o ictus em decúbito dorsal e marcar. Depois, marcar onde ele estará nos decúbitos laterais. Espera-se um descolamento de 1-2cm. O não deslocamento indica sínfise pericárdica. 
Ritmo e frequência do coração: medidos melhor na ausculta. Na palpação, podemos ver o ritmo em galope. 
Retração sistólica apical: Na sístole, ao invés de ocorrer impulso, há retração do ictus. Isso é somado com elevação da região esternal e paraesternal esquerda (movimento em báscula) sugerindo hipertrofia do ventrículo esquerdo.
Levantamento em massa do precórdio: hipertrofia ventricular esquerda. A sístole move grande área.
Pulsações no epigástro: pulsação da aorta abdominal. Pode ocorrer na hipertrofia direita, na altura do apêndice xifoide. 
Pulsação na fúrcula: ocorre normalmente pela aorta. Fica muito intensa em casos de aneurisma, síndrome hipercinética ou aumento da pressão.
Frêmito cardiovascular: vibração produzida no coração ou nos vasos. É sinal indicativo dos sopros. Deve ser qualificado quando à localização, parte do ciclo cardíaco e intensidade (em cruzes)

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