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Cinomose Sinonímias: Moquillo, Doença de Carré, Canine Distemper Definição Doença infectocontagiosa causada por um vírus que acomete epitélios, sistema imune e sistema nervoso central. Podendo apresentar manifestações clínicas agudas, subclínicas e crônicas, caracterizada por diarreia, pneumonia, hiperqueratose de coxins e plano nasal, secreção ocular e alterações neurológicas. Alta taxa de mortalidade. Etiologia - É um vírus Morbillivirus, pertencente à família Paramyxoviridae, ordem Mononegavirales; - RNA vírus, fita simples; - Apresentam hemaglutinina que é responsável pela fixação do vírus na célula hospedeira e pelo tropismo celular, além de possuir mais variações antigênicas; - “primo” do vírus de Sarampo (humano); - Vírus envelopado; - Formação de sincícios (fusão das membranas celulares entre as células vizinhas); - Replicação intracitoplasmática; - Corpúsculos de inclusão (restos da multiplicação). Epidemiologia - Distribuição mundial; - Pantrópico (afeta vários sistemas); - Acomete vários animais; - Período de incubação: Agudo – 3 a 6 dias (trato respiratório e gastroentérico) Neurológico - 1 a 3 semanas (após período agudo); - Animais jovens (declínio da imunidade passiva – de mãe para filho); - Animais adultos (encefalite do cão velho: infecção crônica, lenta e progressiva); *Imunidade boa, porém curta: Anticorpos neutralizantes = suscetibilidade. - Pico de incidência da doença: pode ocorrer em qualquer época do ano, mas no outono/inverno há maior incidência; - Porta de entrada: via oronasal e transplacentária; - Reservatório: doentes e subclínicos, convalescentes; - Transmissão: principalmente aerossóis (excretados por todas secreções e excreções), pela baixa resistência do vírus no ambiente, o contato direto é o principal meio de infecção, e em casos de fêmeas em fase de viremia pode haver transmissão transplacentária; Resistência Vírus sensível a: - Éter e solventes lipídicos; - pH menor que 4,5; - Calor: 1h/ 55ºC e 30min/ 60ºC; - Ambiente (climas quentes): 1h/ 20ºC e 20min/30ºC em exsudatos; - Formol: a 0,5% em 4h; - Fenol: a 0,75% em 10min (4ºC); - Amônio quaternário: 0,3% em 10min; - Hipoclorito de sódio: 3% em 10min. Patogenia - É um vírus pantrópico (afeta vários sistemas), porém tem tropismo/receptores por timócitos, linfócitos ativados, macrófagos e células dendríticas. O vírus entra por via oronasal e entra em contato com trato respiratório superior, em 24h as partículas se replicam nos macrófagos e se disseminam pela via linfática local, para tonsilas, linfonodos bronquiais. Após 2 a 4 dias de pós-infecção, o número de partículas virais nesses tecidos aumenta, porém pouca quantidade de células mononucleadas é encontrada infectada em outros órgãos linfoides. Ocorrerá 1º VIREMIA. Células de defesa e a barreira hematoencefálica agirão como mecanismo de defesa. A ampla replicação viral no tecido linfoide induz o aumento na temperatura corporal (febre), ocorre leucopenia. No período de 4 a 6 dias ocorre replicação viral no sistema linfoide, medula óssea, timo, baço, linf. Mesentéricos, placas de Payer e sistema gastroentérico... Infecta também as demais células mononucleadas (glóbulos brancos). Ocorrerá a 2º VIREMIA. ... Há proliferação viral no epitélio e nos tecidos do SNC no período de 8 a 10 dias pós-infecção, após a 2º VIREMIA. Causando necrose neuronal, gliose, desmielinização, meningoencefalite não supurativa. Após a 2º VIREMIA, o vírus se disseminará para sistema nervoso e podendo seguir esses caminhos: SNC - Boa resposta; - Doença inaparente; - Baixa incidência de sinais neurológicos. - Multissistêmica grave; - Às vezes sem manifestação neurológica; - T.Respiratório, T. Gastrointestinal; - Morte Sem resposta Imunidade Adequada *Maioria - Doença leve, inaparente, c/ recuperação ; - 30 dias após: Sinais Nervosos Ou - Diarreia e vômito – doença neurológica Resposta pobre em anticorpos - Imunidade inadequada: invasão de todos os tecidos epiteliais; - Pico febril bifásico: início da leucopenia (+/- 4d) e na doença clínica instalada (+/-14d); *Encefalite do Cão Velho: vírus se “esconde” no sistema nervoso, tegumento, tecido uveal (olho) por muito tempo e então na possibilidade de um declínio da imunidade do animal infectado, esse vírus se reativa e volta afetando diretamente sistema nervoso e levando o animal a óbito, Sinais Clínicos - Febre - Tosse / pneumonia - Conjuntivite - Sinais neurológicos - Convulsão, paralisia de posteriores... - Mioclonia - Corrimento nasal - Hiperqueratose nasal / coxins - Distúrbios visuais - Vômito e diarreia - Linfopenia!!! - Lesões pustulares na pele Diagnóstico - Difícil cultivo – exigente Crescimento em macrófagos e fibroblastos, células de linhagem de rim felino (CRFK) e canino (CRCK), e VERO - Histopatologia Corpúsculos de inclusão intranucleares e intracitoplasmáticos acidofílicos e sincícios - Sorologia - RT-PCR Urina LCR Tratamento - Antibacterianos; - Hidratação; - Anticonvulsivantes; - Acupuntura e fisioterapia; ou - Eutanásia (alto custo p/ o tratamento e sequelas). Profilaxia - Ambiente Igual ao de Parvovirus - Vacinação Vírus do Sarampo (humano) pode ser utilizado para prevenir cinomose.
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