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COMPLEXO RESPIRATÓRIO FELINO PERITONITE INFECCIOSA FELINA (PIF) IMUNODEFICIÊNCIA FELINA (FIV) LEUCEMIA VIRAL FELINA (FELV) PANLEUCOPENIA DEFINIÇÃO Doença respiratória grave, contagiosa, frequente em locais com aglomeração de animais. Associação de doenças: rinotraqueíte viral felina + calicivirose felina (+ bordetella bronchseptica + chlamidophila felis) Infecção entérica onipresente, que pode evoluir para vasculite imunomediada altamente fatal, - lesões neurológicas Infecção viral sem cura, que debilita o sistema imune do animal e desencadeia outras manifestações clínicas por infecções secundárias - anemia arregenerativa e leucopenia Infecção viral que debilita o sistema imune do animal e permite infecções segundárias. Causa lesões oncogênicas, e supressão da medula óssea. Infecção onipresente, que pode levar à doença grave, contagiosa e fatal, principalmente em filhotes, onde o vírus tem tropismo por células de proliferação ativa. VÍRUS - Herpesvirus tipo 1 (FHV-1) Induz a doença mais grave, envelopado, poucas cepas, sensível no ambiente e a desinfetantes comuns - Calicivirus felino (CVF) Doença mais comum, não envelopado, muitas cepas, mais resistente mais ao ambiente e a desinfetantes comuns - Coronavirus felino (CoVF): RNA, dois sorotipos, várias cepas, replicação nos enterócitos, sobrevive um tempo em ambiente seco, sensível a desinfetantes comuns 1ª forma: leva à Enterite Coronaviral Felina (FECV) – diarreia autolimitante leve 2ª forma: leva à Peritonite Infecciosa Felina (PIFV) – sistêmica e autoimune/ imunomediada - Lentivírus/ retrovírus/ compartilha mtas características com outros vírus: integra seu provírus no DNA da célula, tem muitos subtipos; RNA, não sobrevive fora do hospedeiro, inativado por todos os desinfetantes - persistência vitalícia no hospedeiro - Oncornavírus/ Retrovirus gama, subtipo A: inativado com facilidade por desinfetantes comuns; RNA, integra seu provírus no DNA da célula, - persistência vitalícia no hospedeiro após infecção da medula óssea (que ocorre quando não há resposta imune adequada) - Parvovírus: onipresente, DNA, estável, sobrevive 1 ano em temperatura ambiente, fomites e matéria fecal, e menos em climas secos e quentes e sem matéria orgânica, sobrevive ao álcool 70% mas inativados por hipoclorito. TRANSMISSÃO Secreções nasais, oculares – CONTATO DIRETO COM SECREÇÕES - Mãe e filhotes - Fômites FECV: fezes, salivas e secreções respiratórias – CONTATO INDIRETO COM FOMITES CONTAMINADOS PIF: Não transmite Parenteral – saliva, soro e sangue: mordidas, lutas e transfusão de sangue Leite e sêmen - CONTATO DIRETO POR MORDIDAS Saliva, urina e fezes, mas também no plasma, leite, lágrimas, placenta, fômites – CONTATO DIRETO COM SALIVA EM MORDIDAS OU INDIRETO EM FOMITES CONTAMINADOS Orofaríngea, in utero. Presente em todas as secreções corpóreas – fomites, insetos... CONTATO DIRETO E INDIRETO COM QQER COISA CONTAMINADA EPIDEMIOLOGIA Periodo de incubação: FHV-1: 2 a 6 dias; CVF: 2 a 10 dias Estado de portador: FHV-1: 80% intermitente (o animal se torna clinicamente sadio em 2 a 3 semanas, e após estresse os sinais clínicos voltam – o animal clinicamente sadio não elimina o vírus) CVF: contínuo (pode ser que o animal pegue o vírus mais não fique doente – portador sadio eliminando o vírus – e pode ser que ele se cure ou que fique Recem nascidos e idosos correm maior risco. A aglomeração de animais contribui para a propagação da doença. Fatores genéticos contribuem. Pode haver doenças concomitantes. - 75 a 100% das raças puras e gatis tem FECV, e desses, 5 a 8% desenvolverão PIF - 30 a 50% dos gatos de apartamento tem FECV, e desses, 1,5 a 4% terão PIF Maior índice em machos e agressivos. Jovens desenvolvem sinais mais graves que animais mais velhos) Quanto mais jovem, maior a chance de desenvolver a doença persistente. Comum entre machos de 1 a 5 anos. A medida que eles crescem, desenvolvem resistência progressiva. - idade < 3 semanas: 90% se torna persistente - idade entre 3 semanas e 3 meses: 50 % persistentes - idade entre 3 e 9 meses, 30% persistente - idade > 1 ano de idade: 15% persistentes 90% dos filhotes morrem, adultos tem infecção branda ou subclínica Manifesta em gatos não vacinados, de rua, abrigos ou imunossuprimidos Animais que se recuperam continuam eliminando vírus na urina por até 1 ano Animais vacinados, expostos ou recuperados: imunidade solida e duradoura doente depois) (Pode haver infecção/eliminação persistente ou portador/eliminação intermitente) Animais com FECV podem eliminar vírus por meses a anos, intermitente ou continuamente, com ou sem sinais clínicos Se o animal tiver uma resposta imune Boa: FECV Intermediaria/ > im celular, < im humoral: PIF não efusiva Fraca ou inexistente/ < im celular, > im humoral: PIF efusiva PATOGENIA FHV-1: Lesões respiratórias, oculares (replicação viral na mucosa do septo nasal, turbinados, nasofaringe e tonsilas), cutâneas, reprodutivas - sem viremia CVF: Lesões orais, articulares, respiratórias e oculares Enterite (FECV): Dependendo da taxa de replicação do vírus – diarreia ; tonsilas, fígado, ceco, cólon, linfonodos mesentéricos (pode ter viremia em gatos saudáveis) Peritonite (PIF): resposta inflamatória e imunomediada do gato ao virus, infecta magrofagos, ceco, colon, LN, baço, fígado e SNC - Não efusiva: (não vai ter de fato uma peritonite, mas é a manifestação mais cronica), seca, infiltrados granulomatosos, piogranulomas, sem transudato, lesão perivascular com necrose, lesões oculares, irite, lesões neurológicas, lesões na medula espinhal. - Efusiva: úmida, fluidos proteicos torácicos e abdominais, lesões vasculares, pirexia, taquipineia, dispneia, palidez O vírus infecta tecidos linfoides, células T, B, macrófagos, cel. Dendríticas, timo, baço, linfonodos, medula óssea, pulmões, trato intestinal, cérebro e rins O animal promove uma resposta imune vigorosa, mas que não tem sucesso (podendo diminuir anda mais a imunidade, propiciando a instalação de infecções secundárias). Estágios clínicos 1. Fase aguda: 4 a 6 semanas depois da infecção, pode durar semanas, há estimulação dos linfonodos, febre, sinais de infecção, viremia, o vírus é eliminado do plasma, ficando apenas nas gl salivares. 2. Fase de portador assintomático: pode durar meses a anos, não há circulação viral, leucopenia (diminui neutrófilos e linfócitos), linfócitos reativos e diminui a contagem de Th CD4+ 3. Linfadenopatia persistente: pode durar de 6 meses a anos, linfadenopatia (o linfonodo fica reativo), anorexia e febre, mas pode passar desapercebido 4. Complexo relacionado à AIDS: pode durar de 6 meses a 2 anos, o animal fica doente: otites, estomatites, feridas, doenças dermatológicas, respiratórias, Se replica em medula óssea, gl salivares, epitélio respiratório... Estágios clínicos 1. De 2 a 12 dias, invade tecido linfoide local, contamina linfócitos e monócitos nas tonsilas e tecido linfoide farínge, se instala em linfócitos B e monócitos 2. De 2 a 12 dias, as cel infectadas caem na circulação 3. De 2 a 12 dias, chegam nos órgãos onde há amplificação viral dentro das células do timo, baço e TGI. 4. De 2 a 6 semanas, amplificação viral nos tecidos (a continuidade depende da resposta imune) 5. De 4 a 6 semanas, sai do sist. Linfoide e cai na circulação, disseminação e viremia, medula óssea (atrapalha a produção de leucócitos) 6. De 4 a 6 semanas, infecção epitelial Categorias da infecção: 1. Regressiva: viremia transitória, tem AC neutralizantes, eliminação viral e resistência, replicação no tecido linfoide local – animais imunocompetentes podem impedir a viremia. 2. Progressiva (imunidade especifica contra FELV insuficiente): viremia Se replica e infecta célulasque se multiplicam rapidamente/ maior atividade mitótica: tecidos linfoides, medula óssea, criptas da mucosa intestinal, timo, baço, miocárdio, SNC - sofrem necrose - imunossupressão - infecções bacterianas 2ª com a flora entérica - CID - retina e SNC de neonatos Estágios 1. Forma hiperaguda: De 3 a 5 meses de idade, leva à morte súbita, choque séptico, miocardite 1ª, sem vomito e diarréia 2. Forma aguda/ típica: mais frequente, febre, depressão, anorexia, perda de peso, vômito e diarreias fétidas graves, linfadenomegalia, desidratação, icterícia – se passar de 5 dias se recupera 3. Forma subaguda: em 75% dos gatos não vacinados e sadios, alto titulo de AC, panleucopenia não intestinais, renais, neoplásicas, anemia, linfopenia 5. AIDS: 10% dos animais, doença progressiva e fatal, linfomas, doenças neurológicas, anemia, leucopenia, azotemia, queda dos AC e todas as outras coisas do estagio 4. persistente (6 estágios), sem AC neutralizantes, disseminação epitelial e transmissão 3. Latente: viremia transitória, inativa mas não elimina, o pro- virus fica instalado na medula e linfonodos, linfomas, leucemias e citopenias 70% elimina, 20% viremia persistente, 10% infecção latente Sinais clínicos: - Neoplásicas/ doenças proliferativas (23%): linfomas, leucemias, fibrossarcoma - Não neoplásicas/ doenças degenerativas (77%): distúrbios hematológicos, imunossupressão, doenças imunomediadas, febre, esmatite, diarreias... intensa, recuperação de 1 a 3 dias 4. Forma subclínica: comum em adultos, leucopenia mediana, febre baixa, recuperação Em neonatos: danos permanentes, ataxia, incordenação motora, convulsões DIAGNÓSTICO Por swabs orofaríngeos, amostras conjuntivais, isolamento viral em cultura de células e PCR - Sorologia NÃO ** Diag. Diferencial para Clamidiose, Bordetelose, Esporotricose, Criptococose... Só vai ter mesmo certeza na necropsia!! Presuntivo Histopatológico (lesões granulomatosas), sorologia (linfopenia, hiperglobulinemia, titulação), ultrassonografias, análise das efusões (transp., palha, viscoso, espuma), hematológico (linfopenia, anemia arregenerativa em PIF não efusiva) ** Diag.. Diferencial para retrovírus, neoplasias, toxoplasmose... É fidedigno! Achados clínicos: linfadenopatia, estomatites, periodontites, síndromes neurológicas, cistites, uveite, conjuntivite, enterites, neoplasias, problemas cutâneos, coifecções... Achados laboratoriais: 1- Linfopenia e Neutropenia 2 e 3 - Normais ou leucopênicos 4 e 5 – Anemia, neutropenia, linfopenia, trombocitopenia, hiperproteinemia, azotemia No começo: sorologia depois de 30 dias; repetir em 30 dias se der negativo Fase 5: PCR Teste para AC (ELISA) em 60 dias – para estagio 2, 3 e 4 (1 e 5 podem não ter AC) Detecção do Ag p27 solúvel por ELISA (a partir do 2º estágio) - Negativo: não infectado ou estágio 1 - Positivo: infectado (est 2 a 4) – repetir em 4 a 8 semanas Os estágios 5 e 6 podem apresentar falsos negativos AC não ! Pelo histórico, sinais clínicos e hemograma (bem característico: panleucopenia proporcional à gravidade). Diag Diferencial: intoxicação, FELV, septicemia, corpo estranho linear VACINA Sim – Impede a FORMA GRAVE da doença Não disponível do brasil – pouco efeito NÃO TEM Sim Sim!!! TRATAMENTO - Desobstrução das vias aéreas (oxigenoterapia: oximetazolina 1 gota em narinas alternadas SID 5 a 7 dias + nebulização com 1 ml gentamicina e 4 ml soro BID 2 a 3 semanas) - Suporte nutricional (ringer’s lactato + estimulantes de apetite ciproeptadina 1-2 ml/gato 1 a 2x por dia, alimentos hipercalóricos [(30xpeso) + 70] Recovery + Clorexidine nas ulceras orais) - Tratar infecção 2ª (amoxiciclina 22 mg/kg VO BID) - Tratar ulceras de córnea (flap de 3ª pálpebra com cel tronco) - Antivirais e imunoestimuladores Não tem tratamento efetivo para PIF. Todos os gatos vão a óbito. O tratamento é somente imunossupressor e sintomático. Enterite (FECV): reposição de eletrólitos, dieta hipercalórica e probióticos, ômega 3, predinisolona 0,5 a 1 mg/dia Peritonite (PIF): reposição de eletrólitos, dieta hipercalórica e probióticos, ômega 3, prednisolona 4 mg/kg VO SID, Interferon Inespecífico: tratar os sintomas e doenças que vem junto Específico: quimioterapia antiviral (AZT 5 a 15 mg/mg VO BID), terapia imunomoduladora (Interferon), boas praticas de criação e cuidados de suporte Inespecífico: tratar os sintomas e doenças que vem junto Específico: terapia imunomoduladora (Interferon), boas praticas de criação e cuidados de suporte - não usar AZT pq é um imunossupressor da medula Sintomático: 1 -Restaurar balanço hídrico e eletrolítico (ringer’s lactato com suplementação de K, transfusões (16 ml sangue + 4ml antigoagulante) 2 – Minimizar perdas continuas e restaurar TGI (suspender agua e comida por 24h e reintroduzir aos poucos + protetor entérico) 3 – Prevenir infecções secundárias (antibióticos) 4 – Impedir anorexia (alimentos hipercalóricos + microaimentação enteral, contínua) PROGNÓSTICO Filhotes: favorável com tratamento Adultos: excelente com tratamento Portadores crônicos: reservado Para enterite: reservado Para peritonite:ruim O animal pode viver muitos anos com FIV se houver cuidados adequados – o animal não morre de FIV, mas de outras doenças. Não é bom se o vírus atingir a medula, muitas síndromes associadas, muitas mortes em filhotes. Filhotes: 90% morrem Adultos: bom Recuperados: ótimo PROFILAXIA Desaglomerar os animais, vacinas, testes antes de adotar, higiene Desaglomerar gatos, reduzir a contaminação fecal do ambiente, testes antes de adotar, minimizar estresse, higiene, Isolar o animal, testar filhotes, castrar, controle de parasitos, exames regulares, Isolar o animal, testar filhotes, castrar, controle de parasitos, exames regulares, Desinfecção, controle de parasitos, vacinas
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