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DIREITO ROMANO

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SUMÁRIO 
 
 1 INTRODUÇÃO: ................................................................................................... 3 
2 CONTRIBUIÇÃO ROMANA AO DESENVOLVIMENTO DO DIREITO: 4 
3 EVOLUÇÃO DO DIREITO ROMANO: ........................................................... 4 
3.1 PERÍODO ARCAICO: ........................................................................................ 4 
3.2 PERÍODO CLÁSSICO: ....................................................................................... 5 
3.3 PERÍODO PÓS-CLÁSSICO: .............................................................................. 5 
4 INFLUÊNCIAS DO DIREITO ROMANO ............................................................ 5 
5 A FUNDAÇÃO DA CIDADE E A POVOAÇÃO DO LÁCIO: OS 
 CONTRATOS DO UNIVERSO ETRUSCO: ......................................................... 5 
6 OS SETE REIS DE ROMA: MITOS E ANTIGAS TRADIÇÕES: ................. 6 
7 FAS – O DIREITO SAGRADO: .......................................................................... 6 
8 INSTITUIÇÕES POLÍTICAS DA REALEZA: ................................................. 7 
8.1 OS REIS ROMANOS DA ANTIGUIDADE: ...................................................... 8 
8.2 CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DA MONARQUIA ROMANA: ............... 8 
9 ORGANIZAÇÃO SOCIAL, FAMILIAR, RELIGIOSA E POLÍTICA 
 JUDICIÁRIA ÀS FONTES DO DIREITO: ........................................................... 9 
10 O DIREITO QUIRITÁRIO (IUS QUIRITIUM): ............................................. 10 
11 O DIREITO ROMANO DA REALEZA (753–510 A.C): ................................. 11 
12 O DIREITO ROMANO NA REPÚBLICA (510-27 A.C.): .............................. 12 
13 A LEI DAS DOZE TÁBUAS: ............................................................................. 12 
14 OUTRAS LEIS DO PERÍODO REPUBLICANO E A ATIVIDADE DOS 
 JURISCONSULTOS: ............................................................................................... 13 
15 O DIREITO ROMANO NO ALTO IMPÉRIO (27 A.C - 284): ...................... 14 
16 O DIREITO ROMANO NO BAIXO IMPÉRIO (284-565): ............................ 14 
17 CONCLUSÃO: ..................................................................................................... 16 
 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 17 
 
 
 
 
3 
 
 
1 INTRODUÇÃO: 
 
Esse trabalho tem como objetivo destacar a importância do Direito romano como 
ordenamento influenciador do Direito moderno. Para tanto, serão elencadas as peculiaridades 
desta civilização, bem como aspectos fundamentais de sua história e de sua constituição 
social. Será ainda discutida a evolução do ordenamento jurídico romano a partir da divisão 
proposta por Rodrigo Freitas Palma, em sua obra História do Direito (1915), que prevê uma 
trajetória de estudos baseada na seguinte classificação: A Realeza (753-510 a. C.); a 
República (510-27 a. C.); o Alto Império ou Principado (27 a. C. -284) e o Baixo Império ou 
Dominato (284-565). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
2 CONTRIBUIÇÃO ROMANA AO DESENVOLVIMENTO DO DIREITO: 
 
Os romanos desenvolveram com extrema competência e dedicação doutrinas teóricas, 
exemplo disso são os institutos jurídicos que ainda observamos. Países da América Latina e 
Europa, foram influenciados por seus preceitos, devido a isso, no mundo contemporâneo é 
justamente o sistema de Direito Romano-Germânico o mais usual. Mais de 1.1445 artigos do 
nosso Código Civil de 1916, segundo Moreira Alves, possui essencialmente, base 
romanística. 
Infelizmente, existe um extremo descaso ao estudo sobre a construção do Direito 
romano, principalmente nas faculdades de Direito do Brasil. Enquanto, em países como a 
Inglaterra, esta ciência é de suma importância. Vale destacar a colocação do professor Mário 
Curtis Giordani, que em outras palavras pontua que é essencial o ser humano ter o 
conhecimento de sua história e principalmente a da Civilização Ocidental, devendo 
compreender a cultura geral das civilizações e o estudo ainda que superficial do Direito 
Romano. 
 
3 EVOLUÇÃO DO DIREITO ROMANO: 
 
O direito romano é o complexo de normas vigentes em Roma desde a sua fundação 
lendária, no século VIII a.C., até a codificação de Justiniano, no século VI d.C., ocorreram 
períodos em sua história como: A Realeza, A República o Alto Império ou Principado e o 
Baixo Império ou Dominato. Para melhor compreender esta evolução vamos delimitá-los a 
período arcaico, da fundação de Roma até o século II a.C.; período clássico, até o século III 
d.C.; e o período pós-clássico, até o século VI d.C. 
 
3.1 PERÍODO ARCAICO: 
Sua característica mais acentuada era o formalismo e a primitividade. Havia regras 
religiosas, guerras e punições para delitos mais graves. Com a evolução rumo ao cidadão com 
maior autonomia, codificou-se o direito arcaico vigente nas XII Tábuas, em 450 a.C. Possuía 
disposições extremamente cruéis. 
 
 
5 
 
 
3.2 PERÍODO CLÁSSICO: 
A transição para esse período ocorreu pela conquista romana de todo o Mediterrâneo, 
exigindo assim inovações no direito vigente. Levando a modificações práticas, aplicadas pelos 
magistrados e jurisconsultos, de forma a suprir lacunas na lei e até mesmo contrariá-las ou 
negá-las. 
 
3.3 PERÍODO PÓS-CLÁSSICO: 
Esse período, resume-se a uma codificação do legado jurídico clássico, sem grandes 
produções de cunho original além das constituições imperiais, acompanhando a decadência da 
civilização em quase todos os setores. 
 
4 INFLUÊNCIAS DO DIREITO ROMANO: 
 
O Direito romano é um conjunto de costumes de diversas origens indo-europeias. 
Dentre muitos povos que poderiam ser citados, é importante destacar os sabinos e etruscos. 
Suas contribuições foram desse ao campo do Direito Privado a um senso de administração 
municipal e conhecimento mercantil. Todavia, na época da fundação de Roma, a civilização 
vigorosamente floresceu na Mesopotâmia, onde desenvolvia-se a escrita cuneiforme (daí o 
emprego da expressão “direitos cuneiformes”). Vale ressaltar que existe uma suposta 
influência grega no processo legislativo romano, que ainda é muito questionada. Há também a 
cogitação de uma influência cristã, admitindo que está ocorreu principalmente no Direito de 
Família romano. 
 
5 A FUNDAÇÃO DA CIDADE E A POVOAÇÃO DO LÁCIO: OS 
CONTRATOS DO UNIVERSO ETRUSCO: 
 
Embora existam divergências acerca do processo de povoação da Itália, é sabido que 
esse território foi habitado por povos como os etruscos, sabinos, latinos, volscos, úmbrios e 
oscos, que viviam em estado de constante tensão entre si. Desses grupos, os mais conhecidos 
são os etruscos, seguidos pelos sabinos, dos quais, especula-se, teriam se originado os 
primeiros reis de Roma. A eles também se atribui a divisão de classes em patrícios, clientes e 
plebeus. Além disso, teriam criado as primeiras instituições jurídicas da região do Tibre. 
 
6 
 
 
 6 OS SETE REIS DE ROMA: MITOS E ANTIGAS TRADIÇÕES: 
 
A história de Roma é povoada por mitos, lendas e fábulas. Já que não se possui 
documentos legítimos de seus primeiros tempos, muito se fantasia a este respeito. Em busca 
de explicar a origem de seus habitantes primitivos, surgiu uma das mais famosas lendas, que 
narra a história dos irmãos Rômulo e Remo, os quais teriam se alimentados do seio de uma 
loba. De acordo com essa lenda, Rômulo, ao matar o irmão, torna-se o primeiro reida cidade. 
Especialistas no estudo desta civilização cogitam que, provavelmente, o herói romano, caso 
este tenha existido, teria sido um importante líder guerreiro local imortalizado pela memória 
coletiva. 
Acredita-se que Rômulo (753-715 a. C.), supostamente assassinado pelos senadores, 
tenha sido sucedido por um rei sabino, de nome Numa Pompílio (715-673 a. C.), um 
pacificador comprometido, sobretudo, com a religião. 
A expansão territorial de Roma se deve particularmente ao sucessor de Numa 
Pompílio, Tulo Hostílio (672-641 a. C.), comprometido com as guerras de conquista, postura 
repetida pelo monarca que lhe herda o trono, Anco Márcio (640-617 a. C.), ambos de origem 
sabina. 
O primeiro rei etrusco é Tarquínio Prisco (616-578 a.C.), que se dedicou à construção 
de grandes obras na cidade, como uma rede de saneamento com vistas à diminuição de 
enfermidades e também o Circo Máximo para a diversão da população. 
O penúltimo rei de Roma foi Sérvio Túlio (577-535 a.C.) que se destacou pela 
implementação de reformas sociais que beneficiaram a classe dos Plebeus, de modo a 
permitir-lhes a participação gradual na vida cívica do país. 
Em contrapartida, Tarquínio, o soberbo (534-510 a.C.) exerceu um reinado de terror 
que se eternizou na memória do povo romano. O modo como conduziu o governo despertou a 
revolta dos patrícios, que organizaram um golpe de Estado, obrigando o monarca a fugir de 
Roma. 
 
7 FAS – O DIREITO SAGRADO: 
 
Nos primeiros séculos de sua história, o Direito romano se marca por uma dimensão 
sagrada, ou seja, suas leis eram atribuídas às divindades. Paulatinamente, com a implantação 
da República e a reestruturação política das cidades, o direito passa por um processo de 
7 
 
 
laicização, que não se deu de modo pleno, já que o jus divinum permaneceu de modo 
implícito na construção das normas e de forma muito viva no imaginário jurídico dos 
cidadãos. 
 
8 INSTITUIÇÕES POLÍTICAS DA REALEZA: 
 
Trata-se do período histórico em que Roma foi governada pelos reis, compreendendo 
uma faixa de aproximadamente 250 anos, segundo os cálculos de VARRÃO, desde a 
fundação de Roma, em 753 a.C., até o desaparecimento do trono, com Tarquínio, o Soberbo, 
em 510 a.C. 
Roma era governada por reis escolhidos pela Assembleia Curial, formada por cidadãos 
em idade militar que detinham as seguintes tarefas: escolher os reis e elaborar e votar as leis. 
O poder da Assembleia Curial era limitado pelo Senado (ou “conselho de anciãos”), 
um órgão consultivo, que tinha o direito de aprovar ou vetar as leis elaboradas pelo rei. Nesse 
período o rei acumulou as funções executiva, judicial e religiosa, mas os poderes eram 
limitados na área legislativa. 
Tornava-se obrigatório admitir que o rei de Roma era de certa maneira a expressão de 
vontade das famílias reunidas em assembleias. 
O rei gozava de admiração, respeito e veneração de seus subordinados e deveria se 
portar como guardião de seus compatriotas. Uma das funções principais do monarca, além da 
garantir a estabilidade de seus protegidos englobava a propositura de leis, as quais por sua vez 
demandavam a aprovação nos comícios curiatos. 
A organização interna de Roma durante a Realeza foi resumida entre as funções 
políticas, judiciárias e religiosas. Portanto, durante a Realeza, o Poder Público em Roma era 
composto por três elementos: o Rei (rex), o Senado (senatus) e o Povo (populus romanus), 
este último constituído apenas por patrícios. Enquanto o rei, indicado por seu antecessor ou 
por um senador, era detentor de um poder absoluto, ou imperium, com atribuições políticas, 
militares e religiosas, sendo ao mesmo tempo chefe de governo e de Estado, o Senado era um 
órgão de assessoria do rei, com função predominantemente consultiva. Era, pois, o Senado 
detentor da auctoritas, sendo ouvido pelo rei nos grandes negócios do Estado. 
Cabe ainda destacar que apenas a monarquia não era hereditária e que sabinos e 
etruscos se alternavam à frente dessa instituição. 
8 
 
 
Ao que tudo indica, a escolha do rei acontecia inicialmente no âmbito do comício 
curiato, não sendo possível afirmar se por eleição ou outro método que exigisse aclamação do 
candidato. Acredita-se na prerrogativa que a indicação do rei cabia na verdade, ao Senado 
Romano. 
Essa forma de Estado acabou se mostrando odiosa aos romanos especialmente após o 
governo de Tarquínio, o Soberbo. 
Nesse contexto, Roma teve sete reis: Rômulo, Numa Pompílio, Túlio Hostílio, Anco 
Márcio, Tarquínio Prisco, Sérvio Túlio e Tarquínio, o Soberbo. 
No ano de 509 a.C, uma revolta patrícia depôs o rei etrusco Tarquínio, o Soberbo, no 
mesmo instante de uma insurreição geral das cidades do Lácio contra a dominação etrusca. 
 
8.1 OS REIS ROMANOS DA ANTIGUIDADE: 
- 753 a. C. - 716 a. C. - Rômulo (fundador de Roma junto com o irmão Remo); 
- 716 a. C. - 674 a. C. - Numa Pompilio; 
- 674 a. C. - 642 a. C. - Túlio Hostilio; 
- 642 a. C. - 617 a. C. - Anco Marcio; 
- 617 a. C. - 579 a. C. - Lúcio Tarquinio Prisco; 
- 579 a. C. - 535 a. C. - Servio Tulio; 
- 535 a. C. - 509 a. C. - Tarquinio, o Soberbo. 
 
8.2 CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DA MONARQUIA ROMANA: 
- Escolha dos reis de acordo com suas virtudes; 
- Governo vitalício; 
- O rei era considerado pelo povo como uma espécie de mediador dos deuses. 
Portanto, possuía autoridade religiosa; 
- O rei também era o chefe judicial, possuindo poderes absolutos sobre as leis; 
- Na monarquia romana havia também a Assembleia e a Cúria, porém com poucos 
poderes políticos em comparação aos poderes reais; 
- O monarca possuía poderes militares e também de escolher cargos públicos. 
 
 
 
9 
 
 
9 ORGANIZAÇÃO SOCIAL, FAMILIAR, RELIGIOSA E POLÍTICA 
JUDICIÁRIA ÀS FONTES DO DIREITO: 
 
Haviam quatro classes distintas de habitantes na Roma antiga: os patrícios, os clientes, 
os escravos e os plebeus. 
Os patrícios eram homens livres, e descendentes deles, fundadores da cidade, que 
eram compilados em clãs familiares patriarcais (sistema social que os homens adultos 
detinham o poder primário e predominavam nas funções liderísticas, tanto política, quanto 
moral, privilégio social e controle das propriedades) denominados gentes, os quais formavam 
a classe que detinha o poder e era privilegiada (FIUZA, 2014). 
 Já os clientes, que eram de diversas origens, sendo em sua grande maioria escravos 
alforriados ou estrangeiros, eram os que submetiam-se ao patriarcado patrício, ao poder do 
chefe de família do clã, entregando a eles seus patrimônios em troca de proteção dos mesmos 
(FIUZA, 2014). 
Os escravos eram conhecidos como a mão-de-obra responsabilizada por relativamente 
universalidade da economia romana da época da realeza. Os mesmos viviam sob as ordens 
dos seus senhores, ou paters. E, por fim, os plebeus, os quais não faziam parte das gentes, 
eram os de posicionamentos mais inferiores, porém sempre sob a proteção do seu rei 
(CRETELLA JÚNIOR, 2010). 
A plebe, até o reinado de Sérvio Túlio, não fazia parte da organização política de 
Roma, não sendo pólo da mesma. Postamente, com as transmutações estabelecidas por este 
rei, é que os plebeus tornaram-se polo ativo, adquirindo cidadania, podendo fazer parte dos 
comícios centuriatos, pagando impostos e prestando serviços militares (RAMOS, 2013). 
Como uma sucinta sociedade com seu governo particular, a família patrícia era 
conduzida e chefiada pelo pai. Exercendo este as funções de nível mais contempladoras, 
sendo os demais participantes desta pequena sociedade, submissos aos poderes dele. 
A submissão relativizada, para Magalhães(2015, p. 1), dava-se latu sensu, eis que o 
pater, pai, detinha dentro do seu clã próprio poderes ilimitados, até mesmo decisões de juiz, as 
quais não tinha nenhuma autoridade que pudesse fazer tal reforma. 
Desta forma, o pai era comparado a um “deus”, sendo este responsável e protetor de 
todos os demais. Caso o pater viesse a falecer, o cargo era sobreposto e atribuído ao seu filho 
primogênito, se não o existisse, era adotado um. Sendo que, não se deixava ocorrer vacância 
em seu lugar, tendo em vista a pena de não ser contínuo o culto familiar, esvaindo-se tal clã. 
10 
 
 
O nome do pater antepassado era perpetuado, por seus gens (o conceito de gens refere-
se ao conjunto de pessoas da linha do sexo masculino que provém de um antepassado 
comum), com o mesmo resguardo de seu culto familiar, sendo transmitido de geração em 
geração. 
Para o desenvolvimento das regras comercial de Roma, fia-se que essa organização 
familiar tratou-se de objeção, uma vez que, decorrente da indústria doméstica, eram 
prosperadas relações não jurídicas e contábeis entre pater e filhos, sendo todas as decisões 
dessas relações, conforme supracitado anteriormente, estando sob a aprovação e 
arbitrariedade do detentor do poder maior do clã, em suma, do poder patriarcal. 
Destaca-se que a sociedade Romana no período da realeza (743 a.c a 510 a.c) foi 
acamada pela sedimentariedade social, encontrando-se distintamente o rei, o Senado e o povo, 
como detentores do poder público, deixando claro e específico a parcela de cada em suas 
linhas de particularidades. Não resta dúvidas que o fato mais marcante do período foi a 
prerrogativa da cidadania à plebe, pelo então rei Sérvio Túlio, qual as tirou de posição de 
inferioridade tornando-as pólo ativo no direito de criação das leis. 
Este momento histórico abriu precedentes de suma importância para o direito, sendo 
essencialmente basilado em costumes e leis. Os quais estavam intimamente correlacionados à 
religião, sendo que a sociedade acreditava piamente que os deuses dominavam os indivíduos. 
Todavia, as leis neste período versavam apenas em fatos corriqueiros específicos que 
ocorriam com os indivíduos da população. 
 
10 O DIREITO QUIRITÁRIO (IUS QUIRITIUM): 
 
É de fundamental importância, antes de compreender o conceito Direito Quiritário, a 
compreensão do que vem a ser Ius Civile, conceito este que se atrela ao primeiro. Para 
Rodrigo Freitas Palma, o Ius Civile, em seus primórdios, resumia-se ao Direito Quiritário, que 
excluía as demais classes sociais, se resumindo em um próprio Direito patrício, 
essencialmente excludente. 
 Segundo a obra introdutória ao Direito romano de Thomas Marky, a primeira forma 
de propriedade romana, já formalmente conceitual e abstrata, o denominado dominium ex iure 
quiritiu, exigia, para sua configuração, o atendimento de alguns requisitos legais: 
Pressupõe, naturalmente, que seu titular seja cidadão romano. Outro pressuposto é que 
a coisa, sobre o que recaía a propriedade quiritária, possa ser objeto dela. Então nesta 
11 
 
 
condição todas as coisas corpóreas, in commercio, exceto os terrenos provinciais. Terceiro 
pressuposto é que a coisa tenha sido adquirida, pelo seu titular, por meio reconhecido pelo Ius 
Civile. Tais meios eram: 1º) os modos de aquisição originários; 2º) o usucapião; 3º) para as 
res mancipi, a simples traditio(...)1. 
 Entendia-se que o Ius Civile era rígido e complicado demais para o desenvolvimento 
dos negócios, pois o comércio, exigia menos formalidade, como a transmissão da propriedade 
pela simples tradição (res mancipi). 
 A propriedade quiritária exigia a concorrência de três requisitos: fundo romano, 
proprietário romano e a aquisição de acordo com o Direito civil. 
 
11 O DIREITO ROMANO DA REALEZA (753–510 A.C): 
 
O Direito romano primitivo ou arcaico abrange toda a época da realeza e uma parte do 
período republicano. De acordo com várias teses os etruscos teria sido o povo que fundou 
Roma, após subjugar os povos locais substituindo a pecuária pastoril pelo desenvolvimento da 
agricultura; deram a primeira organização política para Roma no período da Realeza. 
 Surgem algumas instituições político-jurídicas ainda muito vinculadas à existência de 
um Estado Teocrático. O rei assume o cargo tendo por atribuições ao mesmo tempo chefe 
político, jurídico, religioso e militar, ou seja, o rei era o único magistrado, vitalício e 
irresponsável. 
Existiam também alguns cargos auxiliares ao rei, assessores militares; encarregados da 
custódia da cidade; funções judiciárias; magistrados encarregados do julgamento do 
assassínio voluntário de um pater famílias pelo seu filho e nas funções religiosas. 
 O Conselho do Rei era o Senado, este ficava subordinado ao rei e por ele era 
convocado, quando surgia necessidade consultiva e não deliberativa. É importante salientar 
que o Direito era essencialmente costumeiro. Autores como Pompônio admitiam: “No 
começo a nossa nação vivia sem leis e sem direito certo, tudo se regendo pelo arbítrio dos 
reis.” 
 Surge-se então um conceito de direito de propriedade onde os mortos se tornariam 
posse do solo, ninguém tem o direito de privá-los da terra que ocupam, as mais severas leis 
proibiam destruir ou deslocar os túmulos que ali estavam. Essa porção de terra tornou-se 
 
1MARKY, Thomas. Op. Cit. 
12 
 
 
objeto de propriedade perpétua de cada família. O solo onde repousam os mortos converte-se 
em propriedade inalienável e imprescritível. 
 Se as instituições jurídicas derivam da descendência sabina, a preocupação em 
garantir o mínimo de estabilidade social se deve aos etruscos, portanto as “leia régias” teriam 
surgido dos últimos, elas existem devido as iniciativas e ao apurado senso de organização do 
rei etrusco Sérvio Túlio. Ele tinha o intuito de evitar rebeliões entre plebeus e, logo percebeu 
que a probabilidade de elas acontecerem em regiões denominadas “periferias” era maior. 
 O período da Realeza veio a se encerrar com a queda de Tarquínio, o soberbo. 
 
12 O DIREITO ROMANO NA REPÚBLICA (510-27 A.C.): 
 
Pode-se dizer que a República surgiu no Direito Romano, no ano de 510 a.C., em 
decorrência da derrocada do rei Tarquínio, mais conhecido como “o Soberbo”, resultante de 
uma revolução chefiada por patrícios e militares. A partir deste momento, buscava-se 
implantar um sistema político que melhor se adequaria à sociedade. 
Roma então elege cônsules, eleitos em número de dois, no qual tinham por objetivo 
governar durante 1 ano, alternadamente 1 mês cada. Os eleitos tinham poder de veto em caso 
de discordância do seu oponente. Isso fez com que a população participasse ativamente, 
fazendo com que as funções dos cônsules se dividissem, formando novos cargos como o de 
pretor (onde o magistrado que se encarregava da aplicação da justiça), os juízes (designados 
por esses pretores) e o jurisconsulto (quem tinha conhecimento das leis). O Senado também 
começa a ter participação ativa, onde antes só tinha função consultiva. 
Nesse mesmo período surge a Lei das Doze Tábuas. A população passa a ser 
constituída por patrícios e plebeus, no qual possuíam poder de voto. Porém, vale ressaltar que 
somente a elite teria acesso ao estudo das leis e os plebeus viviam sob os desmandos dos 
patrícios. 
 
13 A LEI DAS DOZE TÁBUAS: 
 
Os plebeus, em decorrência do descaso que sofriam, ameaçavam constantemente 
abandonar as cidades. Em resposta a essas ameaças, os patrícios se justificavam evocando 
como pretexto “costumes imemoriais”. No ano de 494 a.C., a plebe começa a ter participação, 
13 
 
 
tendo direito de se representaratravés dos chamados “tribunos da plebe”, onde eles teriam 
direitos de se opor às decisões dos senadores e cônsules. 
Acreditava-se ainda que a forma de acabar com as constantes crises, seria a elaboração 
de leis que concedesse direitos em favor da plebe negligenciada. Foram então criadas, dez 
varões (decênviros), em tábuas de marfim que foram colocadas em praça pública para o 
conhecimento de todos. Aos descênviros fora concedida a liberdade de correção e 
interpretação dessas leis, sem que houvesse a interferência dos magistrados. Entretanto, ainda 
faltavam algumas coisas nessas leis, e foi assim que, no ano seguinte, foram adicionadas mais 
duas tábuas. Sendo assim, no ano de 451 a.C. foram finalizados os trabalhos que levaram o 
nome “Lei das Doze Tábuas.” 
Curiosidade: A Lei das Doze Tábuas originais foram escritas no ano 387 a.C. em 
bronze. Entretanto elas foram saqueadas e destruídas pelo fogo enquanto estavam no edifício 
do fórum romano, onde eram expostas. Como as leis estão tão impregnadas na mente da 
população, não foi difícil reconstituí-las. 
 
14 OUTRAS LEIS DO PERÍODO REPUBLICANO E A ATIVIDADE DOS 
JURISCONSULTOS: 
 
Outros fatos importantes também marcaram esse período, como a Lei da Canuleia, que 
permitia o casamento entre plebeus e patrícios e a aprovação de um conjunto de leis chamados 
“licínias”, que incluíam a plebe no programa de divisão e utilização das terras que foram 
objeto de conquista e que também fizeram com que eles tivessem representatividade. A Lei 
Ogúlnia reconhecia uma série de direitos religiosos que antes eram negados. E, a Lei 
Hortênsia delimitou a derradeira conquista da plebe. 
O Direito Romano estava bem desenvolvido nessa época. As leis emitiam pareceres 
jurídicos sobre as questões práticas a ele apresentadas, instruía as pessoas a agir de forma 
correta e orientava leigos na realização de negócios jurídicos. 
Mário Cutis Giordani apresenta 4 razoes fundamentando o motivo de estabelecer uma 
igualdade entre os plebeus e os patrícios: 
• Havia necessidade de se manter uma igualdade entre os patrícios e os plebeus, até que, 
novamente, uma aristocracia fosse instaurada. 
• Participação ativa da plebe 
• Havia uma necessidade de se juntar as classes para que juntos vencessem as greves 
militares. 
14 
 
 
• Grande redução da população patrícia, resultado das guerras 
Mesmo com o projeto de expansão e a redução das crises internas devido à concessão 
de direitos a plebe, Roma ainda não se encontrava rigorosamente na vanguarda do domínio do 
mundo conhecido. Muitas guerras ainda predominavam e havia uma grande concorrência 
mercantil com as terras situadas no Norte da África, o que acabou por dar início às Guerras 
Púnicas. 
 
15 O DIREITO ROMANO NO ALTO IMPÉRIO (27 A.C - 284): 
 
O período chamado de Alto Império ou Principado se estende desde o reinado de 
Otavio em 27 a.C, até 284 d.C. o qual foi uma época marcada pela consolidação e apogeu do 
poder romano. Na fase inicial do império, tanto o Imperador como o senado conjugaram 
esforços para governar o país, apesar de a figura do primeiro ter a sua autoridade máxima e o 
seu poder ser partilhado com o outro. 
Por ser uma fase com caráter de transição, numerosas são as fontes de direito romano. 
Sendo elas, as fontes da República (costumes, leis, editos dos magistrados, senatusconsultos), 
e também as constituições imperiais e as respostas dos jurisconsultos que são uma espécie de 
consultoria senatorial, era feito através de um parecer, a pedido do príncipe, passam a ter 
força de lei. Além disso, os costumes continuam desempenhando um papel importante como 
fonte do direito, eis que o povo romano é extremamente conservador. Quanto às leis, 
adquirem maior a importância as leges rogatae e as leges datae, que perdem relevância nessa 
época. 
 
16 O DIREITO ROMANO NO BAIXO IMPÉRIO (284-565): 
 
Justiniano (482-565) marcou profundamente o que se denominou Baixo Império 
romano com a construção de um grande legado no campo jurídico. Ele ordenou que se 
constituísse a maior consolidação de leis que o mundo ocidental já havia conhecido – Corpus 
Juris Civilis. 
A expressão Corpus Juris Civilis não foi lançada por Justiniano, mas pode ser 
creditada ao estudioso do Direito romano Denis Godefrroy, a que atribuiu a compilação de 
quatro livros, Institutas, Pandectas ou Digesta, Codex e Novellae feitos por uma comissão de 
juristas dirigidos por Triboniano. Essa comissão foi designada para compilar o Direito do 
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período clássico romano feito pelos jurisconsultos antigos do período clássico (Digesta e 
Pandectas). Queriam também compilar as constituições imperiais (Codex) e criar o material 
didático acessível ao Direito romano para o estudante de Direito (Institutas). A recolha das 
constituições promulgadas pelo imperador após a promulgação do Codex (Novellae). Esse 
trabalho de sistematização do Direito romano foi a mando do imperador Justiniano. Se hoje 
conhecemos o direito romano grande parte é graças ao resgate dessas compilações, 
principalmente das Institutas2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2GILISSEN, John. Introdução histórica ao Direito. Lisboa: Calouste Gulbenkian 1979, p. 92. 
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17 CONCLUSÃO: 
Conclui-se assim, que o Império Romano teve início com a fundação de Roma e que 
sua compreensão se realiza por meio de sua evolução histórica, demarcada por períodos, onde 
ocorreu inúmeros marcos para a sociedade, como a constante evolução política, social, 
econômica e a afirmação da lei escrita. Observou-se o desenvolvimento de sua base jurídica e 
sua grande influência no ocidente, constatando-se que mesmo tendo passado por adaptações, 
ainda na contemporaneidade o sistema romano-germânico (baseado no Direito Romano) é o 
sistema jurídico mais disseminado no mundo. Sendo assim, é inegável sua importância para o 
legado da humanidade. 
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 REFERÊNCIAS 
PALMA, Rodrigo Freitas. História Do Direito. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. cap. XII. 
INTRODUÇÃO histórica ao Direito Romano. A Medium Corporation. Disponível em: 
<https://medium.com>. Acesso em: 3 mai. 2019. 
WOLKMER, Antônio Carlos. Fundamentos de História do Direito. 7. ed. Belo Horizonte: 
Del Rey, 2012. 
O DIREITO Romano e suas fases: principais eventos, organização social, política, judiciária e 
fontes do direito. Âmbito Jurídico. Disponível em: <http://www.ambito-
juridico.com.br>. Acesso em: 7 mai. 2019. 
 
DIREITO Romano: Aspectos mais importantes durante a Realeza, a República e o 
Império. Direito Net. Disponível em: <https://www.direitonet.com.br >. Acesso em: 7 mai. 
2019.

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