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Trabalho 4

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA,TECNOLOGIA E
EDUCAÇÃO SUPERIOR
CAMPUS UNIVERSITARIO DE ALTA FLORESTA
CURSO DE AGRONOMIA
DISCIPLINA FITOPATOLOGIA
Kimberly Stahnke De Souza Pinto
Grupos de doenças de plantas.
Princípios da fisiologia do parasitismo:
Como os patógenos atacam as plantas e;
Como as plantas se defendem dos patógenos.
Princípios Gerais de Controle de doenças de plantas.
ALTA FLORESTA - MT
2017
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA,TECNOLOGIA E
EDUCAÇÃO SUPERIOR
CAMPUS UNIVERSITARIO DE ALTA FLORESTA
CURSO DE AGRONOMIA
DISCIPLINA FITOPATOLOGIA
Grupos de doenças de plantas.
Princípios da fisiologia do parasitismo: Como os patógenos atacam as plantas e; Como as plantas se defendem dos patógenos.
Princípios Gerais de Controle de doenças de plantas.
Trabalho apresentado na disciplina de Fitopatologia do curso de Agronomia para obtenção de nota sobre a orientação da Professora Ms Dilânea Lopes.
ALTA FLORESTA - MT
2017
CONCEITO DE DOENÇA:
“Processo dinâmico no qual hospedeiro e patógeno em íntima relação com o ambiente, se influenciam mutuamente do que resultam modificações morfológicas e fisiológicas”.
CLASSIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE PLANTAS
Segundo: 
causa - parasitárias (ou infecciosas) e não parasitárias (ou abióticas):
planta afetada - cultura ou grupos taxonômicos.
aspecto fisiológico - interferência nos processos vitais da planta.
PROCESSOS FISIOLÓGICOS VITAIS DE UMA PLANTA
Acúmulo de nutrientes em órgãos de armazenamento para o desenvolvimento de tecidos embrionários.
Desenvolvimento de tecidos jovens às custas dos nutrientes armazenados.
Absorção de água e elementos minerais a partir de um substrato.
Transporte de água e elementos minerais através do sistema vascular.
Fotossíntese.
Utilização, pela planta, das substâncias elaboradas através da fotossíntese.
PRINCIPAIS GRUPOS DE DOENÇAS DE PLANTAS PRINCÍPIOS VITAIS DE Mc NEW
Doenças que destroem os órgãos de armazenamento
Doenças que causam danos em plântulas DAMPING – OFF
Doenças que danificam as raízes PODRIDÕES RADICULARES
Doenças que atacam o sistema vascular DOENÇAS VASCULARES
Doenças que interferem com a fotossíntese DOENÇAS FOLIARES
Doenças que alteram o aproveitamento das substâncias fotossintetizadas.
PODRIDÕES DE ORGÃOS DE RESERVAS
(frutos, sementes, estacas, bulbos, tubérculos)
Interferência 
Preservação substâncias armazenadas:
Doenças pós-colheita, podridões em sementes, frutos, tubérculos, podridões moles em hortaliças, etc.
 Patógenos:
Fungos e bactérias.
Tipo de parasitismo:
Parasitas acidentais o Condições favoráveis: Temp. (25 – 30 °C), Umidade (70 -90 %)
Ação: enzimas, toxinas	decomposição e deterioração.
Penetração - ferimentos (podridões moles ou secas) 
Importância - comercialização, consumo, plantio
Podridão de sementes	Aspergillus spp.
Podridão azul dos citros	Penicillium italicum
Podridão verde citros	Penicillium digitatum
Podridão mole frutos	Rhizopus stolonifer
Podridão mole hortaliças Erwinia carotovora
Controle manuseio (colheita, transporte e armazenamento adequados) evitar danos por insetos e outros ferimentos descarte órgãos infectados desinfestação depósitos e vasilhames (CuS04) armazenamento e transporte em baixas temperatura e umidade lavagem em água clorada (hipoclorito de sódio)
DAMPING – OFF ou Tombamento
Interferência:
Formação de tecidos novos (germinação, desenvolvimento de seedlings).
Patógenos:
Fungos e bactérias (habitantes do solo).
Tipo de parasitismo:
Parasitas facultativos (saprófitas de matéria orgânica).
 Condições favoráveis: alta umidade solo , tecidos tenros (colo) • são altamente polífagos (não apresentam especificidade hospedeira), formam estruturas de resistência (escleródios)
Importância-redução “stand”, necessidade de replantio, contratação de mão-de-obra. Exemplos:
Damping-off ou tombamento – ampla gama de espécies cultivadas ou silvestres em hospedeiros diversos
Pythium spp - (os mais importantes) Fusarium solani Rhizoctonia solani Sclerotium rolfsii Xanthomonas spp. Pseudomonas SP
Tratamento do solo – esterilização - (químico, físico – solarização do solo) visa a redução do potencial de inóculo.
Sementes sadias ou tratadas.
Práticas culturais – adubação racional, calagem,drenagem, profundidade de plantio, escolha da época de plantio, etc.
PODRIDÕES RADICULARES
Interferência:
Estabelecimento de raízes afetando a absorção de água e nutrientes.
Patógenos:
Fungos (habitantes do solo), nematóides.
Tipo de parasitismo:
Parasitas facultativos, habitantes do solo, mais afeitos ao saprofitismo:
 Apresentam maior especialização - preferência por raízes
Maior agressividade – capacidade de colonização de tecidos lignificados.
Importância - plantas anuais, perenes e são de difícil controle o Afetam o desenvolvimento e a produção; o Causam a morte de plantas; o sintomas reflexos (amarelecimento, murcha, seca)
Exemplos: • Podridões radiculares (causam murchas em reboleiras)
• Sclerotium rolfsii • Rhizoctonia solani
Tratamento do solo: esterilização (química ou física - solarização) Calagem, drenagem, aração profunda do solo; Adubação orgânica - favorecem o aumento da população de antagonistas Rotação de cultura (para aqueles que tem gama restrita de hospedeiros) Eliminação dos restos culturais, Uso de cultivares resistentes
DOENÇAS VASCULARES
Interferência
Na translocação de água e nutrientes. 4.2. Patógenos - fungos, bactérias (habitantes do solo)
Tipo de parasitismo:
Parasitas facultativos semelhante ao saprofitismo. # níveis especialização parasitária, maior especificidade hospedeira
Importância:
Reduzem a produção e longevidade das plantas (anuais e perenes), difícil controle.
Sub- grupos
Cancros:
Agentes de gomose, resinose
Causam destruição dos feixes vasculares, afetam caule (colo), hastes, destruição dos tecidos corticais – lenho, apres.menor grau de polifagismo.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Exemplos: apresentam maior especialização - (preferência por uma área específica)
• Apresentam formae specialis (f. sp.), e raças fisiológicas
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
• Variedades resistentes (atenção para a possibilidade de interação com nematóides)
• Rotação de culturas,
• Uso de sementes, mudas e material de propagação sadios ou tratados,
• Escolha de áreas não contaminadas.
• Calagem do solo.
• Aração profunda.
• Fumigação ou solarização do solo – quando viável.
• Cirurgia vegetal + quimioterapia
DOENÇAS FOLIARES
Interferência:
Fotossíntese
Patógenos:
Fungos e bactérias
Tipo de parasitismo:
Saprófitas facultativos (somente em tecidos do hospedeiro). - parasitas obrigatórios.
Características: alta especificidade hospedeira - afetam folhas, caule flores, frutos, inflorescências, ramos, etc.
Condições favoráveis: temperatura e umidade elevadas, penetração - direta ou por aberturas naturais.
Importância:
Afeta o desenvolvimento vegetativo, - redução da produção, queda de folhas, frutos, morte de ramos, etc.
Redução da qualidade - (deformidades e manchas) maior ou menor segundo o nº folhas ou área foliar afetadas
Sub-Grupos:
Manchas foliares:
( deutero e ascomicetos) (tamanho, forma, cor variáveis)
	Mal de Sigatoka
	Paracercospora musae (Mycosphaerella musicola)
	Cercosporioses
	Cercospora spp.
	Mancha de alternaria
	Alternaria spp.
	Helmintosporiose
	Helminthosporium turcicum
Crestamentos :
( deutero e ascomicetos) (lesões necróticas pardo-avermelhadas a marrom)
	 Antracnose
	Colletotrichum gloeosporioides (Glomerella cingulata)
	Crest. Bacteriano
	Xanthomonas campestris pv. campestris
Míldios
( Oomycetos - Peronosporaceae) Parasitas obrigatórios.,ectoparasitas, haustórios, < especificidade parasitária - (formae specialis, raças fisiológicas).
Condições favoráveis: Temperatura (18 - 24°C), alta umidade relativa (> 85%). apresentam – maior agressiv e maior especificidade, alto grau de parasitismo.
	• Míldio da videira
	- Plasmopara viticola
Oídio:
( deutero, ascomicetos) (Míldio pulverulento ou cinza- formam eflorescências, branca ou cinza, nas folhas) Parasitas obrigatórios. ectoparasitas, formam haustórios, têm alta especificidade hospedeira, grande nº de raças fisiológicas.
Condições favoráveis - clima quente e seco
	•Oidio de videira
	- Uncinula necator
	
	
	
	
	
	
Ferrugens:
Parasitas obrigatórios; formam haustórios,
Alta especificidade hospedeira e grande nº de raças fisiológicas:
	Ferrugem da goiabeira -
	Puccinia psidii
Controle de doenças do Grupo V:
• Variedades resistentes, • Rotação de culturas ou genótipos
• Uso de multilinhas (quando existem várias raças fisiológicas)
• Eliminação dos restos culturais
• Poda de limpeza,
• Espaçamento adequado
• Erradicação de hospedeiros intermediários
• Controle químico:
Emprego de fungicidas - protetores, erradicantes ou terapêuticos.
Interferência:
Metabolismo substância elaboradas.
Patógenos:
Fungos, bactérias, nematóides, vírus, fitoplasmas. 6.3. Tipos de parasitismo:
• Mais elevado grau de especialização,maioria parasitas obrigatórios
• Não ocorre necrose/nem destruição alimento.
Importância:
 Desvio de substâncias elaboradas - (afetam produção, utilização)
CARVÕES
Fungos (basidiomycetos)
• parasitismo específico - segundo o hospedeiro afetado
• penetração – diferentes fases desenvolvimento hospedeiro, órgãos florais, tecidos meristemático.
Exemplo:
•Carvão do milho	- Ustilago maydis
Controle: • Variedades resistentes
• Fungicidas sistêmicos (seletivos – favorecem o aparecimento novas raças)
• Rotação de cultura ou de cultivares.
GALHAS:
(bactérias, fungos e nematóides) • penetração: aberturas naturais, ferimentos ou por ação mecânica.
• ação: induzem multiplicação das células (hipertrofias e hiperplasias).
Hérnia das crucíferas	- Plasmodiophora brassicae
Galha das coroas	- Agrobacterium tumefasciens
Meloidoginose	- Meloidogyne spp.
:
Controle: rotação de cultura, regulação do pH, mudas sadias, drenagem.
VIROSES E FITOPLASMAS:
Interfere na síntese proteínas/ translocação substancias elaboradas. , necrose do floema
Exemplos: • Amarelecimento letal coqueiro
• Superbrotamento (maçã)	FITOPLASMAS
• Mosaico anel mamoeiro	VÍRUS
• Viroses do feijoeiro • Viroses tomateiro
Controle:
• Variedades resistentes, controle de vetores, eliminação de hospedeiros alternativos, cultura de meristema; proteção cruzada.
APRESENTAÇÃO DOS GUPOS DE DOENÇAS
 Em ordem crescente do grau de parasitismo
• G-1 – Mínimo parasitismo, maior capacidade destruição do hospedeiro. • G-6 – Máximo parasitismo, maior preservação hospedeiro.
Princípios Gerais de Controle de Doença
O controle de doenças de plantas é o mais importante objetivo prático da fitopatologia. Sem controle, doenças de plantas podem ocasionar enormes prejuízos, de conseqüências sociais catastróficas.
- Estima-se que mais de 30% da produção agrícola mundial são perdidos anualmente por problemas fitossanitários.
- Variedades de plantas continuadamente selecionadas para atender às exigências de produção, comércio e consumo aliam, muitas vezes, grande vulnerabilidade aos agentes fitopatogênicos.
- Técnicas culturais, como densidade de plantio, monocultura, adubação, mecanização, irrigação dentre outras necessárias para garantir a alta produtividade, freqüentemente favorecem a ocorrência de doenças.
Conceito de controle:
- “Prevenção dos prejuízos de uma doença” Whetzel et al., 1925 que foi complementado em 1929 “aceito como válido, para fins práticos, somente quando lucrativo”.
- Fawcetti & Lee (1926) afirmavam que “na prevenção e no tratamento de doenças deviam ser sempre considerados a eficiência dos métodos e o custo dos tratamentos, sendo que os métodos empregados deveriam custar menos que os prejuízos ocasionados”.
- Controle “Redução da incidência ou severidade da doença” (National Research Council, 1968). 
Os princípios de Whetzel
	
Whetzel et al (1925) e Whetzel (1929), num esforço de sistematização dos métodos de controle até então conhecidos, agrupou-os em quatro princípios biológicos gerais:
Exclusão:
Prevenção da entrada de um patógeno numa área ainda não infestada;
Medidas de controle baseada na exclusão
- A prevenção da entrada e estabelecimento de um patógeno em uma área isenta é feita através de medidas quarentenárias, consolidadas em legislações fitossanitárias promulgadas por órgãos governamentais nacionais e internacionais.
- A legislação fitossanitária brasileira data de 1934 e as medidas são executadas através de proibição, fiscalização e interceptação do trânsito de plantas ou produtos vegetais.
- São medidas de exclusão: proibir a entrada de produtos contaminados do exterior para o Brasil, proibir o trânsito de produtos contaminados dentro do Brasil, estabelecer um programa de produção de matrizes, uso de sementes e mudas sadias, tratamento da água de irrigação, ferramentas, sementes e mudas contaminadas.
- O efeito de todas as medidas de exclusão reflete-se epidemiologicamente na redução do inóculo inicial (x0) e, portanto no atraso do desenvolvimento da doença. 
Erradicação:
Eliminação do patógeno de uma área em que foi introduzido;
Medidas de controle baseada na erradicação.
- A erradicação, vista como eliminação completa de um patógeno de uma região, só é tecnicamente possível quando o patógeno tem restrito espectro de hospedeiro e baixa capacidade de disseminação.
- Medidas de erradicação em âmbito restrito: A eliminação de plantas ou partes vegetais doentes, eliminação de hospedeiros selvagens, aradura profunda do solo, eliminação de restos de culturas, desinfestação física e química do solo, tratamento de sementes e rotação de culturas.
- Do ponto de vista epidemiológico, a erradicação atua reduzindo o inóculo inicial (x0).
Proteção:
A interposição de uma barreira protetora entre as partes suscetíveis da planta e o inóculo do patógeno, antes de ocorrer a deposição;
Medidas de controle baseada na proteção
- A proteção, prevenção do contato direto do patógeno com o hospedeiro, é comumente obtida pela aplicação de fungicidas, bactericidas, nematicidas, visando diretamente os patógenos, ou de inseticidas, visando diretamente os vetores.
- É o princípio de controle que mais onera o custo de produção.
- O efeito epidemiológico envolvido é a redução da taxa r (taxa de infecção) de desenvolvimento da doença.
Imunização:
O desenvolvimento de plantas resistentes ou imunes ou, ainda, desenvolvimento por meios naturais ou artificiais, de uma população de plantas imunes ou altamente resistentes, em uma área infestada com o patógeno.
Medidas de controle baseada na imunização
- Na ausência de ou vencidas as barreiras protetoras de controle utilizadas pelo homem, o patógeno enfrenta, por parte da planta hospedeira, resistência.
- É na exploração dessa característica, naturalmente presentes nas populações vegetais, que se fundamenta a imunização genética (variedades imunes, resistentes e tolerantes). A imunização química (imunização por meio de substâncias químicas). Ex: fungicidas sistêmicos. A imunização biológica ou pré-imunização ou proteção cruzada (imunização feita com a inoculação de estirpe fraca do patógeno na planta).
- O efeito epidemiológico das medidas de imunização é predominantemente a redução do inóculo inicial (x0) e da taxa r (taxa de infecção).
Com o tempo, a esses princípios foi acrescentado o da terapia.
Terapia:
Visa restabelecer a sanidade de uma planta com a qual o patógeno já estabelecera uma íntima relação parasítica.
Entretanto, o fator ambiente, um dos vértices do triângulo da doença, fora deixadode lado. Em vista disso, Marchionato (1949) sugere que medidas de controle baseadas em modificações do ambiente obedecem ao princípio da regulação.
Outras medidas de controle não satisfatoriamente ajustáveis aos princípios de Whetzel são aquelas referentes à escolha de área geográfica, local e época de plantio, profundidade de semeadura, precocidades das variedades que são atualmente agrupadas no princípio da evasão.
Medidas de controle baseada na terapia
- Uma vez a planta já doente, o último princípio de que se pode lançar mão é a terapia ou cura, isto é, recuperação de sua saúde mediante a eliminação do patógeno infectante ou propiciando condições favoráveis para a reação do hospedeiro.
- São exemplos de métodos terápicos uso de fungicidas sistêmicos e convencionais, com recuperação da planta doente, cirurgia de lesões em troncos de árvores (gomose nos citros), tratamento térmico de toletes de cana-de-açúcar. 
Evasão:
A prevenção da doença pelo plantio em épocas ou áreas quando ou onde o inóculo é ineficiente, raro ou ausente. Tática de fuga dirigida contra o patógeno e/ou contra o ambiente favorável ao desenvolvimento da doença.
Medidas de controle baseada na evasão:
Visam a prevenção da doença pela fuga em relação ao patógeno e/ou às condições ambientais mais favoráveis ao seu desenvolvimento. Na ausência de variedades imunes ou resistentes, a evasão é a primeira opção de controle de doenças de plantas
As principais medidas evasivas são: escolha de áreas geográficas, escolha do local de plantio dentro de uma área e modificação de práticas culturais.
- Ex: mamão no Estado de São Paulo foi praticamente dizimado pelo mosaico, porém em áreas geográficas isentas do patógeno como no Estado do Pará tem permitido o cultivo dessa fruta.
- A escolha de áreas geográficas para fugir do patógeno ou para fugir das condições climáticas predisponentes para a ocorrência de epidemias é um método muito utilizado.
Ex: na região nordeste a produção de frutas (uva, manga, melão) de qualidade é um sucesso.
- As medidas evasivas afetam os parâmetros epidemiológicos x0 (inóculo inicial), r (taxa de infecção) e/ou t (período de exposição da planta ao patógeno).
Medidas de controle baseadas na evasão visam a prevenção da doença pela fuga em relação ao patógeno e/ou às condições ambientais mais favoráveis ao seu desenvolvimento. Subentende o uso de uma planta suscetível numa situação em que o triângulo da doença não se configura adequadamente pela falta de coincidência, no tempo e/ou no espaço, dos três fatores que o compõem: tecido suscetível, patógeno agressivo/virulento e ambiente favorável. Na ausência de variedades imunes ou resistentes, a evasão é a primeira opção de controle de doenças de plantas, seja em grandes áreas, seja em canteiro de semeadura.
As principais medidas evasivas são: escolha de áreas geográficas, escolha do local de plantio dentro de uma área e modificação de práticas culturais. Tais medidas de controle levam em consideração a ausência ou presença do patógeno, a quantidade relativa do inóculo e as condições ambientais mais ou menos favoráveis; afetam, assim, os parâmetros epidemiológicos y0 (inoculo inicial), r (taxa de infecção) e/ou t (período de exposição das plantas à infecção). A escolha de áreas geográficas desfavoráveis ao desenvolvimento do mal das folhas da seringueira, causada por Microcyclus ulei, tem viabilizado a heveacultura no Centro-Sul do Brasil, em maciços florestais artificiais, compostos por plantas suscetíveis, sem necessidade de controle químico, uma vez que nessa região a doença não atinge níveis prejudiciais. Na Amazônia, tentativa semelhante, no passado, redundou em histórico fracasso, devido ao ambiente extremamente favorável à doença e à inviabilidade do controle químico.
 A escolha de áreas geográficas, seja para fugir de patógenos, seja para fugir de condições predisponentes à ocorrência de epidemias, é um método de controle ainda amplamente explorável num país extenso quanto o Brasil, que apresenta enormes variações climáticas regionais.
Medidas de controle baseada na regulação
- Medidas de controle baseadas no princípio de regulação permitem a atuação do homem no controle de doenças tanto abióticas como bióticas, pela possibilidade da alteração dos fatores ambientes envolvidos.
- São medidas de controle baseado na regulação: A correção de deficiências nutricionais, adubação equilibrada, para doenças de pós-colheita a frigorificação (frutas e hortaliças), desumidificação (sementes e cereais), culturas protegidas (plasticultura), controle da água de irrigação, subsolagem.
Controle Cultural
- Rotação de culturas
- Uso de material propagativo sadio
- Eliminação de plantas vivas doentes (roguing)
- Eliminação ou queima de restos de culturas
- Inundação de campos e pomares
- Incorporação de matéria orgânica no solo
- Preparo do solo (aração)
- Fertilização (nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio)
- Irrigação
- Densidade de plantio
- Época de plantio e colheita
- Enxertia e poda
- Barreira físicas
Controle Biológico
- Definição: é a redução da soma de inóculo ou das atividades determinantes da doença provocada por um patógeno, realizada por ou através de um ou mais antagonistas Cook & Baker (1983).
- Mecanismos da interação antagônica: antibiose, competição, parasitismo, predação e indução de defesa do hospedeiro.
- Antibiose: interação entre organismos na qual um ou mais metabólitos produzidos por um organismo têm efeito danoso sobre o outro.
- Competição: interação entre dois ou mais organismos empenhados na mesma ação ou substrato.
- Parasitismo: por alimento, oxigênio e espaço
- Predadores: obtêm seu alimento a partir dos patógenos e de várias outras fontes.
- Indução de defesa do hospedeiro inúmeros microrganismos podem induzir o hospedeiro a alterar seus mecanismos bioquímicos.
Controle Genético
- O emprego da resistência genética no controle de doenças vegetais é um dos maiores avanços tecnológicos da agricultura.
- Três etapas devem ser consideradas:
identificar a fonte de resistência ou seja o germoplasma que possua os genes de resistência procurados;
incorporar esses genes em cultivares comerciais (métodos de melhoramento);
após a obtenção de um cultivar resistente, traçar estratégias para que esta resistência seja durável.
 Controle Físico
- Nesta modalidade de controle são usados vários agentes físicos para reduzir o inóculo ou o desenvolvimento da doença. Os principais são a temperatura, a radiação, a ventilação e a luz.
- Termoterapia uso de água quente para tratamento de partes (bulbos) de plantas antes do plantio. 
- Tratamento térmico do solo por vapor, por solarização
- Refrigeração
- Radiação
 Controle Químico
- O controle químico de doenças de plantas é feito através de vários tipos de produtos comumente denominados agroquímicos, incluindo fertilizantes e pesticidas.
- Os pesticidas incluem: inseticidas, acaricidas, fungicidas, bactericidas, nematicidas e herbicidas.
- Os fungicidas podem ser: erradicantes ou de contacto, protetores ou residuais e curativos.
- Os erradicantes ou de contacto: atuam diretamente sobre o patógeno, na fonte de inóculo.
- Os produtos erradicantes são os fumigantes do solo, produtos voláteis, altamente tóxicos para todas as formas de vida, por isso são chamados de biocidas. Como são voláteis necessitam de cobertura para aumentar a exposição dos patógenos. Usados para fungos, insetos, nematóides e plantas daninhas. 
Produtos representativos do grupo: formol, brometo de metila, cloropicrina, dazomet, metam sodium, quintozene (Pentacloranitrobenzeno (PCNB)), etridiazol.
Os protetores ou residuais: são aplicados nas partes suscetíveis do hospedeiro e formam uma camada superficial protetora antes da deposição do inóculo. Fungicidas não-sistêmicos aplicados em ramos, folhagens, sementes, flores e frutos são típicos deste grupo.
- Modo de ação inibem os processos enzimáticos na membrana e no protoplasmadas células.
Controle biológico
O biocontrole de doenças radiculares é a área mais desenvolvida de biocontrole de doenças de plantas, com exemplos clássicos como o controle de A. tumefaciens, agente da galha em coroa em diversas culturas, por Agrobacterium radiobacter. A introdução de microrganismos adaptados ao micro habitat do patógeno é um dos aspectos mais relevantes para o sucesso de um programa de controle biológico de doenças de plantas. Neste contexto, diversos microrganismos são isolados, selecionados e utilizados como agentes biocontroladores de doenças. Muitos fungos e bactérias têm sido testados no controle de doenças radiculares, alguns com sucesso comprovado, e muitos outros com grande potencial de uso.
Neste caso, tem-se descrito como potenciais agentes de biocontrole: Trichoderma sp., Gliocladium virens, Talaromyces flavus, Pythium oligandrum, Coniothyrium minitans, Sporidesmium sclerotivorum, Peniophora gigantea, Penicillium spp., Bacillus subtilis, Pseudomonas putida, Pseudomonas fluorescens, Agrobacterium radiobacter e Pasteuria penetrans. Alguns desses microrganismos apresentam especialização, parasitando um determinado microrganismo patogênico, enquanto outros são capazes de inibir uma variada gama de patógenos (Melo, 1998).
Mecanismos de biocontrole:
Os mecanismos de biocontrole são as interações antagônicas através das
quais os antagonistas ativamente expressam oposição aos patógenos e
reduzem a ocorrência das doenças. Na maioria dos casos, os antagonistas são
empregados com sucesso, como agentes de biocontrole sem, no entanto,
haver o conhecimento dos mecanismos de ação envolvidos, os quais são de
fundamental importância, quando se deseja empregar métodos racionais de
melhoramento genético e aumentar a vantagem competitiva no ambiente
(Melo, 1996). Os principais mecanismos que podem atuar no controle
biológico de doenças são classificados em: produção de ácido cianídrico
(HCN), antibióticos, bacteriocinas, competição por substrato, parasitismo,
indução de resistência e proteção cruzada.
Controle físico
Os métodos físicos, que incluem várias formas de energia física para o controle de patógenos radiculares. Contudo, novas técnicas surgem em razão de novas descobertas científicas e avanços tecnológicos. O tratamento térmico com vapor foi um dos primeiros a ser adotado e, posteriormente, a solarização foi desenvolvida, onde temperaturas mais amenas são atingidas, causando alterações menos drásticas nas comunidades do solo. Recentemente, até a utilização de microondas tem sido testada na desinfestação de solos (Ghini & Bettiol, 2001).
Apesar de ter sido desenvolvido há mais de um século, o uso de vapor para a desinfestação de solo está restrito a pequenas áreas devido ao custo dos equipamentos necessários para sua aplicação. Dessa forma, o vapor tem sido praticado em estufas, canteiros para produção de mudas ou campos de culturas altamente rendosas. O solo é coberto por uma lona plástica e o vapor a 80-100ºC, produzido por uma caldeira, é injetado, promovendo o controle de patógenos, plantas daninhas e pragas, por meio da elevação da temperatura do solo. A vantagem do uso de vapor consiste no fato de não se tratar de um método químico, com ausência de resíduos, embora as altas temperaturas muitas vezes aumentem o teor de manganês a níveis fitotóxicos (Ghini & Bettiol, 2001).
A técnica da solarização consiste na utilização da energia solar para a desinfestação do solo, por meio da cobertura com um filme plástico transparente, antes do plantio. A solarização pode ser utilizada, tanto em condições de campo, quanto em extensas áreas, como em cultivo protegido, e deve ser realizada preferencialmente durante o período de maior incidência de radiação solar. Após a cobertura do solo, as camadas superficiais apresentam temperaturas superiores às do solo descoberto, sendo que o aquecimento é menor quanto maior for a profundidade. A inativação térmica de diversos patógenos apresenta, de modo geral, uma relação inversa entre tempo de exposição e temperatura, de forma que quanto menor a temperatura, um tempo maior de exposição é necessário para inativar as estruturas e vice-versa (Viana & Souza, 1997). Por esse motivo, o filme plástico deve ser mantido por um período de tempo suficiente para que haja a inativação das estruturas localizadas nas camadas mais profundas do solo.
Outra aplicação prática do calor é a termoterapia. Seu sucesso reside no fato de que o patógeno é eliminado por tratamentos em determinadas relações tempo-temperatura que produzem poucos efeitos deletérios no material vegetal. Nesse caso, quanto maior for a diferença entre a sensibilidade térmica do hospedeiro e do patógeno, maiores serão as chances de sucesso da termoterapia. Vários fatores podem afetar a sensibilidade térmica, como o teor de umidade do material vegetal; a dormência; a idade e o vigor, especialmente das sementes; a condição das camadas externas do material a ser tratado; as condições de temperatura durante o desenvolvimento da planta; o tamanho do material e a suscetibilidade varietal (Baker, 1962). Assim, devido ao efeito de diversas variáveis, a relação tempo-temperatura não pode ser reduzida a uma fórmula geral aplicável a todos os casos. O mecanismo de ação da temperatura, tanto no controle de patógenos quanto na injúria do hospedeiro é complexo, sendo que um ou vários fatores podem estar envolvidos, como desnaturação de proteínas, liberação de lipídeos, destruição de hormônios, asfixia de tecidos, destruição de reservas e injúria metabólica com ou sem acúmulo de intermediários tóxicos.
Cada alternativa disponível apresenta vantagens e desvantagens, sendo que os problemas têm que ser analisados caso a caso para a escolha do melhor método a ser aplicado. Porém, a integração de diferentes métodos parece ser a estratégia mais atraente, visto que pode resultar em um controle mais eficiente e duradouro.
REFERENCIAS
http://www.agrolink.com.br/agricultura
https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br
http://www.diadecampo.com.br/
http://www.grupocultivar.com.br/
http://www.revistacampoenegocios.com.br
KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A. (Ed.). Manual de Fitopatologia; doenças das plantas cultivadas; 4ª ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 2005.

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