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Introdução as Ciências Sociais - Durkheim, Weber e Marx sociologia

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INTRODUÇÃO ÀS 
CIÊNCIAS SOCIAIS 
 
 
FUNDAMENTOS 
SOCIOANTROPOLÓGICOS DA 
SAÚDE 
Primeiros sociólogos: Émile Durkheim 
 Organizou e sistematizou os pressupostos teóricos e metodológicos da 
sociologia na segunda metade do século XIX – Empirismo positivista 
transformado em rigorosa postura empírica (verificação, mensuração e 
interpretação dos fatos). 
 
 Preocupava-se com as leis gerais que explicam a evolução das sociedades, 
com as particularidades da sociedade em que vivia, com os mecanismos 
de coesão dos pequenos grupos e à formação de sentimentos comuns 
resultantes da convivência social (relação entre geral e particular) 
 
 Dedicou-se a diversos temas: 
- Emergência do indivíduo à origem da ordem social; 
- Da moral ao estudo da religião; 
- Da vida econômica à análise da divisão social do trabalho. 
 
 
Primeiros sociólogos: Émile Durkheim 
 Utilizou a história, a etnografia (estudo descritivo das 
características antropológicas de um povo), estudo das 
leis, estatística e filosofia para fazer suas análises. 
 
 “As regras do método sociológico” (1895): 
- Herdeiro também do positivismo, dedicou-se a constituir 
o objeto da sociologia e as regras para desvendá-lo. 
- Procura delimitar a fronteira entre a sociologia e demais 
ciências conferindo objetividade e autonomia a ela. 
- Define o conceito de fatos sociais. 
Primeiros sociólogos: Émile Durkheim 
 Fatos sociais - Distinguem-se dos fatos orgânicos ou psicológicos por se 
impor ao indivíduo como uma poderosa força coercitiva e à qual ele deve se 
submeter (idioma, organização familiar, sentimento de nação). São suas 
características: 
 
 Coerção social – força impositiva da coletividade e sociedade sobre a 
vontade individual. 
- A força coercitiva dos fatos sociais se manifesta pelas sanções legais 
(prescritas pela sociedade sob a forma da lei que define a infração e a 
penalidade) ou espontâneas (resposta a condutas consideradas inadequadas 
por um grupo ou sociedade) a que o indivíduo está sujeito quando tenta se 
rebelar contra ela. 
- Um comportamento desviante em um grupo social não pode ser penalizado 
por lei, mas é possível uma punição espontânea pelo grupo (fere valores e 
princípios). 
- A educação adequa os indivíduos à sociedade - permite a internalização das 
regras sociais e as transforma em hábitos. 
Primeiros sociólogos: Émile Durkheim 
 Exterioridade – Fatos sociais existem e atuam 
independentemente da vontade ou adesão consciente dos 
indivíduos, sendo exteriores a eles. 
- As regras sociais, costumes e leis são prévias ao indivíduo de 
modo que somos coagidos a aceitar por meio de coerção. 
- Não há possibilidade de opinar ou escolher, sendo 
independente da vontade. 
 
Fatos sociais são ao mesmo tempo coercitivos e dotados de 
existência anterior às consciências individuais. 
Primeiros sociólogos: Émile Durkheim 
 Generalidade – Fatos sociais não se apresentam como fatos 
isolados, são dotados de generalidade, envolvem muitos 
indivíduos e grupos ao longo do tempo, repetem-se e difundem-
se, permitindo uma grande sondagem. 
 
- A frequência de um determinado fato em uma sociedade 
indica sua importância e a necessidade de estudá-lo 
(estatística como ferramenta de objetividade e controle para o 
sociólogo). 
- A generalidade denota a natureza coletiva dos fatos sociais, 
observáveis ou morais. É o consenso social, a vontade coletiva. 
Primeiros sociólogos: Émile Durkheim 
 Distância e neutralidade: 
- Desenvolveu uma metodologia própria dos estudos sociológicos 
defendendo a distância e da neutralidade do cientista diante de seu objeto 
de estudo para uma ciência objetiva (influência positivista e cartesiana). 
- O cientista social deve apreender a realidade sem distorce-la (abdicar de 
valores e sentimentos pessoais) - A mobilização dificulta o conhecimento 
verdadeiro. 
- Fatos sociais devem ser encarados como “coisas”, exteriores ao sociólogo, 
e analisados através de instrumentos que permitem medir suas minúcias 
e regularidades (observação, descrição, comparação e estatística). 
- Propõe o exercício da dúvida metódica - Questionamento do cientista 
sobre a veracidade e objetividade dos fatos estudados, procurando anular 
a influência de seus desejos, interesses e preconceitos. 
Primeiros sociólogos: Émile Durkheim 
 Suicídio: 
- Um fato social por sua presença universal em todas as 
sociedades e por suas características exteriores e mensuráveis, 
independente das razões do suicídio. 
- Apesar de uma conduta individual interessa ao sociólogo pelo 
que tem em comum e coletivo e que escapa às consciências 
individuais dos envolvidos. 
- O suicídio depende de leis sociais e não da vontade dos 
sujeitos - a regularidade da variação das taxas de suicídio se 
relacionam com as alternâncias das condições históricas. 
Primeiros sociólogos: Émile Durkheim 
 Como todo organismo, a sociedade apresenta estados considerados “normais” 
(saudável) e “patológicos” (doentio). 
- Fato social normal Se encontra generalizado pela sociedade ou 
desempenha alguma função importante para sua adaptação ou evolução (Ex: 
crime é um fato social normal por ocorrer em qualquer sociedade e por integrar 
as pessoas em torno de um valor e reforçá-lo quando ocorre a punição). 
 Tem função social – justifica a existência de um 
determinado comportamento por sua contribuição na manutenção do todo no 
qual se insere. 
 Acontecimentos com uma incidência “normal” 
do ponto de vista estatístico (relacionado com uma postura metodológica e não 
de um julgamento ético). 
 A generalidade de um fato social 
(unanimidade) é a garantia de normalidade - representa o consenso social 
(coesão entre seus membros prevalecendo o interesse coletivo), a vontade 
coletiva ou o acordo de um grupo a respeito de uma questão. 
 
Primeiros sociólogos: Émile Durkheim 
 Consciência coletiva: 
- No interior de qualquer grupo ou sociedade, observa-se formas 
padronizadas de conduta e pensamento - Os fatos sociais têm 
existência própria e independem do pensamento e ação 
individual (consciência individual). 
- Está disseminada por toda a sociedade e revela o tipo psíquico 
da sociedade que se imporia aos indivíduos e perduraria 
através de gerações. 
- É a moral vigente na sociedade, aparecendo como um conjunto 
de regras fortes estabelecidas que atribuem valor e delimitam 
os atos individuais. 
Primeiros sociólogos: Émile Durkheim 
 Morfologia social: 
- Estudo comparativo dos sistemas estruturais de diferentes 
comunidades para classificar as espécies sociais (como na 
Biologia) - Comparação das sociedades. 
- Toda sociedade evoluiria de uma forma social mais simples 
(horda), constituída de um único segmento de indivíduos, e das 
combinações entre essas formas simples e igualitárias se 
originaram as sociedades mais complexas (clãs e tribos). 
- Diferencia as espécies sociais das fases históricas - As 
transformações históricas são efêmeras, enquanto a diversidade 
de espécies é mais constante. 
- Identificação de dois tipos de solidariedade provenientes da 
divisão social do trabalho: solidariedade mecânica e orgânica. 
Primeiros sociólogos: Émile Durkheim 
 Divisão social do trabalho – Organização da sociedade em 
diferentes funções exercidas pelos indivíduos ou grupos. Nas 
sociedades mais simples essa divisão era baseada no sexo e idade, 
nas mais complexas há uma gama de funções e atribuições 
diferenciadas. 
 
 Solidariedade mecânica – Predominavanas sociedades pré-
capitalistas, em que os indivíduos se identificavam por meio da 
família, da tradição e dos costumes, permanecendo em geral 
independentes e autônomos em relação à divisão social do trabalho 
(consciência coletiva exerce o poder de coerção sobre os indivíduos). 
 
 Solidariedade orgânica – Típica das sociedades capitalistas, em 
que pela divisão do trabalho, os indivíduos se tornavam 
interdependentes, o que garantia a união social (consciência coletiva 
se afrouxa e cada qual tende a ser mais autônomo). 
 
Primeiros sociólogos: Max Weber 
 Sistematizador da sociologia na Alemanha, mostrou a fecundidade da análise 
histórica e da compreensão qualitativa dos processos históricos e sociais, além 
da descoberta da importância da subjetividade na ação e na pesquisa social. 
• França e Inglaterra - Primeiras escolas sociológicas, valorizavam a 
universalidade (influencia do colonialismo – integração das sociedades 
colonizadas à cultura europeia). 
• Alemanha - Interesse pela história como ciência da integração, da memória e 
do nacionalismo, tendo como consequência o direcionamento do pensamento 
alemão para o reconhecimento das diversidades da vida social (preocupação 
com o estudo da diferença cultural, característica de sua formação política e 
de seu desenvolvimento econômico, somada a herança puritana de 
interpretação de escrituras e livros sagrados). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A associação entre história, esforço interpretativo e facilidade em 
discernir diversidades caracterizou o pensamento alemão e influenciou 
muitos cientistas. 
Primeiros sociólogos: Max Weber 
 Idealismo: 
 – Escola filosófica alemã que teve destaque no processo de formação da 
intelectualidade germânica, caracterizada pela valorização da história. 
- Preconizou debates com os positivistas e os marxistas. 
- Wilhelm Hegel: 
 Preconizou que a razão é histórica, sendo a verdade construída no tempo. 
 O ser está em constante transformação e para se conhecer a verdade não 
se deve centrar no estático (existente), mas no que está por vir 
(movimento) anunciado nas contradições da realidade. 
 A história não é um acúmulo e justaposição de fatos acontecidos, mas 
resultado de um processo determinado pelas contradições. 
 Cada sociedade é particular e única, determinada pelo seu processo 
histórico; e os indivíduos têm um papel relevante pois sua ação interfere 
na realidade. 
Primeiros sociólogos: Max Weber 
 O contraste entre o positivismo durkheimiano e o idealismo alemão se 
expressa na forma como cada corrente encara a história: 
 
 Positivismo – A história é o processo universal de evolução da humanidade, 
cujos estágios o cientista pode perceber pelo método comparativo, capaz de 
aproximar sociedades humanas de todos os tempos e lugares. A história 
particular de cada sociedade se dilui na lei geral construída pelos positivistas. 
 
 Max Weber – A pesquisa histórica é essencial para a compreensão das 
sociedades, sendo a pesquisa a partir de documentos e interpretação das fontes 
um recurso entender as diferenças sociais (contradições sociais) que seriam de 
gênese e formação e não de estágios de evolução. 
 - O caráter particular e específico de cada formação social 
deve ser respeitado e o conhecimento histórico, como busca de evidências, é um 
poderoso instrumento para o cientista social. 
 - Combina duas abordagens: a histórica (respeita as 
particularidades de cada sociedade) e a sociológica (ressalta elementos mais 
gerais de cada fase do processo histórico). 
 
 
 
Primeiros sociólogos: Max Weber 
 Descartava em suas análises históricas todo determinismo e a 
ideia de uma sucessão necessária de estágios pelos quais 
passariam todas as sociedades. 
 
 Rejeitava princípios idealistas que avaliavam a vida social por 
meio de juízos de valor e não análise empírica. 
 
 Reconhecia que as informações obtidas por estudos históricos 
e análise de documentos são dados esparsos que podem ser 
interpretados pelo cientista social, resultando em uma 
compreensão lógica de acontecimentos – Emprestava um 
caráter geral à elucidação da vida social através da indução e 
da análise empírica. 
Primeiros sociólogos: Max Weber 
 Método compreensivo: 
- Diferente do modo explicativo (das ciências naturais) que busca a 
causa dos fenômenos, a compreensão (das ciências humanas) não 
busca determinar as causas imediatas, mas compreender os 
processos da ação humana e dela extrair seu sentido. 
- Seu objeto de investigação é a ação social, conduta humana dotada 
de sentido (com uma justificativa subjetivamente elaborada). 
 
 Ação social: 
- Designa toda ação humana que é influenciada pela consciência da 
situação na qual se realiza e pela existência das ações e reações dos 
outros agentes sociais que estão envolvidos. 
- O motivo individual e subjetivo é também social (leva-se em conta 
a resposta do outro). 
- É possível decompor a ação social em diferentes etapas 
desvendando suas conexões. 
 
Primeiros sociólogos: Max Weber 
 Tipos de ação social de acordo com a motivação: 
- Ação tradicional orientada pelo costume, tradição ou hábitos 
familiares. 
- Ação afetiva resultante das pulsões e paixões. 
- Ação racional guiada por um valor de ordem ética, estética ou 
religiosa. 
 
 O motivo da ação social permite desvendar o seu sentido, pode ser 
expresso pelo agente ou estar implícito em sua atitude ou comportamento 
Cabe ao cientista compreender o sentido das diferentes ações sociais e 
prever suas consequências 
 Não há oposição entre indivíduo e sociedade (na sociologia positivista a 
ordem social é uma força exterior), sendo as normas sociais concretizadas 
quando se manifestam em cada indivíduo. 
 
 
Primeiros sociólogos: Max Weber 
 Normas sociais: 
- A vida social resulta em grande parte da integração de dois mecanismos de 
funcionamento – as normas (restrições e coerções) e os valores sociais (o 
objetivo da ação social). 
- São mecanismos que asseguram a regularidade da vida social e a existência de 
suas instituições, além de certa reciprocidade nas ações individuais. 
 
 Ao identificar a motivação de uma ação social, são desvendadas diferentes 
instâncias da vida social, política, econômica ou religiosa. 
 Uma ação, mesmo que individual, envolve a ação de outros sendo a teia de 
ações interdependentes a característica da vida social. 
 Pela frequência de uma ação social o cientista pode conceber as tendências 
gerais que levam indivíduos de uma sociedade a agir de determinado modo. 
 Para que se estabeleça uma relação social é preciso que o sentido seja 
compartilhado. 
Primeiros sociólogos: Max Weber 
 As crenças do cientista devem estimular sua análise (sem 
comprometer o estudo da realidade) e aceita a parcialidade 
da explicação científica – não exige neutralidade e não 
considera o objetivo da sociologia a transformação social 
(pensamento de Durkheim). 
 Não valoriza a análise quantitativa dos fenômenos sociais - 
O método de interpretação científica e compreensão dos 
fatos garantem a cientificidades das análises. 
 Os acontecimentos tem diversas determinações que se 
combinam e se complementam – Causas econômicas, 
políticas ou religiosas estão na raiz do comportamento 
social, sem nenhuma primazia de uma sobre a outra. 
Primeiros sociólogos: Max Weber 
 Tipo ideal: 
- Construção teórica e abstrata elaborada através de estudo sistemático das 
diversas manifestações particulares de um fenômeno, no qual acentua o que 
parece característico ou fundante - Sintetizao que é essencial na diversidade 
das manifestações da vida social permitindo identificar exemplares em 
diferentes tempos e lugares. 
- Nenhum dos exemplos representará de modo perfeito e acabado o tipo ideal, 
mas manterá com ele uma grande semelhança e afinidade, permitindo 
comparações e percepções de semelhança e diferenças. 
- É um instrumento de análise científica, numa construção do pensamento que 
permite conceituar fenômenos e formações sociais e identificar na realidade 
observada suas manifestações e compará-las. 
- Reúne características gerais que definem a forma como dado fenômeno se 
manifesta, embora não precise estar presentes em sua totalidade nem da 
mesma forma. 
- Não tem relação com as espécies sociais de Durkheim que pretendiam ser 
exemplos de sociedades observadas em diferentes graus de complexidade 
(Continuum evolutivo). 
Primeiros sociólogos: Max Weber 
 Racionalidade: 
- Uma das características predominantes do capitalismo industrial – 
busca constante por determinados fins cuja trajetória não estivesse 
marcada pelas tradições nem pelos costumes. 
- Ao se impor sobre os valores éticos e religiosos mais profundos 
determina as relações sociais promovendo o “desencantamento do 
mundo”. 
 Dominação: 
- Aspecto da vida social moderna cujas estruturas estão relacionadas ao 
uso de força (dominação coercitiva) e a legitimidade das leis 
(dominação diretiva). 
- É a possibilidade uma pessoa encontrar outra disposta a obedecer a 
uma ideia ou a uma situação, podendo esta submissão ser justificada 
por uma motivação que a legitima. 
- Na sociedade moderna o Estado é a estrutura mais importante por 
deter as instituições racionais de dominação, o monopólio da violência. 
 
Primeiros sociólogos: Max Weber 
 Formas de dominação conforme a motivação: 
- Dominação tradicional É o poder que decorre das 
tradições (gerontocracia e patriarcalismo). 
- Dominação carismática Decorre da personalidade de 
um líder e de sua capacidade de mobilizar pessoas, seja 
por suas qualidades pessoais, ideias ou mecanismos 
como propagandas ou apresentações públicas (profetas e 
políticos). 
- Dominação legal O poder das instituições modernas – 
impessoal e garantido por lei -, aquele que goza uma 
autoridade de acordo com seu cargo em uma hierarquia. 
Primeiros sociólogos: Max Weber 
 Ética protestante e o espírito do capitalismo: 
- Estuda a relação entre a racionalidade e crença religiosa 
tendo como objeto o protestantismo e o comportamento 
capitalista ocidental – Expões as relações entre religião e 
sociedade e desvenda particularidades do capitalismo. 
- A partir da frequência da proeminência de adeptos do 
protestantismo, procurou estabelecer conexões entre a 
doutrina protestante e seus efeitos no comportamento dos 
indivíduos e no desenvolvimento do capitalismo – os 
valores do protestantismo atuavam sobre os indivíduos. 
- Mostra a formação de uma nova mentalidade, costumes e 
hábitos propícios ao capitalismo oposta a atitude 
contemplativa do catolicismo (oração, sacrifício e 
renúncia da vida prática). 
 
 
Primeiros sociólogos: Karl Marx 
 Com o objetivo de entender o sistema capitalista e 
modificá-lo escreveu sobre filosofia, economia e 
sociologia. 
 Pretendia não apenas contribuir para o desenvolvimento 
da ciência, mas propor uma ampla transformação 
política, econômica e social. 
 Sua obra destinava-se a qualquer pessoa, não apenas 
cientistas, e suas formulações adquiriram dimensões de 
ideal revolucionário e ação política efetiva. 
 O pensamento marxista foi sintetizador de diferentes 
preocupações filosóficas, políticas e científicas de sua 
época. 
Primeiros sociólogos: Karl Marx 
 Influências : 
- Pensamento hegeliano - A história é um processo coeso que 
envolve diversas instâncias da sociedade e cuja dinâmica se dava 
por oposições entre forças antagônicas (tese e antítese) gerando a 
síntese que fecha o movimento dialético da história. 
 - Os agentes sociais não são os únicos 
responsáveis pelos acontecimentos. 
 
- Socialistas franceses e ingleses (séc. XIX) - Influenciados por 
Rousseau que atribuiu a origem das desigualdades sociais ao 
advento da propriedade privada 
 - Tinham propostas de 
transformação social implantando uma ordem social justa e igualitária 
sem individualismo, competição e propriedade privada. 
 
 
Primeiros sociólogos: Karl Marx 
 Leitura crítica do pensamento clássico dos economistas ingleses 
(Adam Smith e David Ricardo) que resultou no desenvolvimento 
de conceitos importantes como: alienação, classes sociais, valor, 
mercadoria, trabalho, mais-valia e modo de produção. 
 
 Foi interlocutor de Friedrich Engels, cofundador do socialismo 
científico (comunismo) – doutrina que demonstrava pela 
análise científica e dialética da realidade social que as 
contradições históricas do capitalismo levariam à sua superação 
por um regime igualitário e democrático que seria sua antítese 
ou seu aprofundamento na barbárie social. 
 
 Dialética Contraposição de forças de oposição em dado 
momento histórico, cujo confronto provoca a transformação 
social. 
 
Primeiros sociólogos: Karl Marx 
 Materialismo histórico: 
- Metodologia para explicar o desenvolvimento histórico da sociedade humana 
desde sua origem. 
- Toda e qualquer transformação social tem origem nas bases materiais da vida 
social (infraestrutura). 
 As condições naturais e históricas da atividade produtiva (estrutura da 
sociedade) reflete o modo de produção (forma de organização para a 
produção social de bens) e engloba dois fatores fundamentais: 
 Forças produtivas – Constituem as condições materiais de toda produção 
(matéria prima, ferramentas, homem – principal elemento faz a ligação entre 
as forças). A cada forma de organização das forças produtivas corresponde 
uma determinada forma de relação de produção. 
 Relações de produção - Formas pelas quais os homens se organizam para 
executar a atividade produtiva (como são utilizados os elementos do processo 
de trabalho). Podem ser cooperativistas (mutirão), escravistas, servis ou 
capitalistas. 
Primeiros sociólogos: Karl Marx 
 As relações de produção são as mais importantes entre as relações 
sociais existentes - Modelos de família, leis, religião, ideias políticas, 
valores sociais estão relacionados aos modos de produção. 
 
 As mudanças nos modos de produção ao longo da história estão 
relacionadas às lutas de classes (contradição entre o desenvolvimento 
das forças produtivas e a apropriação dos produtos gerados). 
 
 O estudo do modo de produção é fundamental para saber como se 
organiza e funciona uma sociedade. 
 
 
 
desigualdade 
de 
propriedade 
contradições 
processo 
revolucionário 
derrocada 
modo de 
produção 
ascensão 
modo de 
procução 
Primeiros sociólogos: Karl Marx 
 Alienação: 
- Conceito desenvolvido a partir da pesquisa sobre a origem e 
desenvolvimento do capitalismo e sua relação com a história das nação 
através do materialismo histórico. 
 Rosseau – Sentido de privação, falta ou exclusão 
 Hegel e Feuerbach – Sentido de desumanização e injustiça (sentido 
absorvido por Marx). 
 
 Considera que a indústria, a propriedade privada e o assalariamento 
alienam ou separam o operário dos “meios de produção” e do fruto do seu 
trabalho (propriedade do empresário capitalista) – Operário alienado à 
natureza onde vive, a si mesmo e aos demais seres humanos. 
 
 Homem alienado pela ideia de Estado como órgão político imparcial, 
representante e diretor da sociedade (liberalismo) –Na sociedade de 
classes o Estado representa apenas a classe dominante e age conforme os 
interesses desse segmento social. 
Primeiros sociólogos: Karl Marx 
 Classes Sociais: 
 
- Conceito fundamental do marxismo. 
- Liberdade e a justiça (direitos inalienáveis e naturais pelo liberalismo) 
não resistem às desigualdades sociais promovidas pelas relações de 
produção - divisão em proprietários e não proprietários dos meios de 
produção. 
 
 Proletários – Trabalhadores que não possuem meios de produção e 
vendem a força de trabalho em troca de salário. 
 Burgueses – Donos dos meios de produção sob a forma legal da 
propriedade privada, se apropriam do produto do trabalho dos operários em 
troca do salário. 
 
- Estabeleceram uma relação de desigualdade entre os homens e relações 
de antagonismo e exploração derivadas de interesses inconciliáveis entre 
as classes – As divergências e antagonismos entre grupos estão 
subjacentes a toda relação social nos diversos níveis da sociedade. 
Primeiros sociólogos: Karl Marx 
- São também complementares e interdependentes (uma em 
função da outra). 
- A oposição será superada na medida que a classe trabalhadora 
derrubar o capitalismo (sociedade sem classes). 
- As diferenças entre classes sociais expressam também uma 
diferença de existência material – Uma classe social partilha 
situações de classe comum (valores, comportamentos, regras 
de convivência e interesses). 
- Diferenças econômicas e sociais são seguidas de desigualdade 
na distribuição de poder – Classes economicamente 
dominantes se apropriam do Estado e legitimam seus 
interesses sob a forma de leis e planos econômicos e políticos. 
Primeiros sociólogos: Karl Marx 
 Origem do Capitalismo: 
- As desigualdades sociais resultam da concentração de 
riquezas na Europa, entre poucos indivíduos com a 
possibilidade de acumular bens e lucros entre o século 
XIII e XVIII. 
- A Revolução Industrial acelerou o processo de alienação 
do trabalhador dos meios e dos produtos do seu trabalho 
– trabalho artesanal substituído por oficinas organizadas 
por comerciantes ricos que tinham aos meios de 
produção. 
- Formação de uma nova classe social – A classe operária. 
 
Primeiros sociólogos: Karl Marx 
 O capitalismo transformou o trabalho em mercadoria, sendo a força de 
trabalho a única capaz de criar valor – Trabalho como a verdadeira fonte de 
riqueza das sociedades. 
 
 Tempo de trabalho socialmente necessário à produção - Ao valor da 
mercadoria era incorporado várias habilidade profissionais exigidas e 
tempo necessário para produzi-la. 
 
 Mais-valia: 
- O valor excedente produzido pelo operário (além do valor do seu salário) é 
o lucro do capitalista. 
- Pode-se obter mais-valia aumentando a jornada de trabalho (mais-valia 
absoluta), melhorando a tecnologia de produção (aumento da 
produtividade), mecanização (a qualidade do produto depende menos do 
trabalhador). 
- Força de trabalho com menos valor e maior capacidade de produção 
aumentada pelas máquinas (mais-valia relativa). 
Primeiros sociólogos: Karl Marx 
 Cada sociedade representava uma totalidade – Um conjunto único e 
integrado das diversas formas de organização humanas na suas mais 
diversas instâncias. 
 Apesar de sua perspectiva histórica extraiu conclusões de caráter geral 
e aplicáveis a formas sociais diferentes. 
 Ideias com caráter militante – voltadas para ação prática e para práxis 
revolucionária (passou a ser identificado com todo movimento de 
combate a desigualdade). 
 Objetividade científica como consciência crítica: 
- A ciência, assim como a ação política, só pode ser verdadeira e não 
ideológica se refletir uma situação de classe e uma visão crítica da 
realidade. 
- Objetividade não é questão de método, mas de como o pensamento 
científico se insere no contexto das relações de produção e na história. 
Primeiros sociólogos: Karl Marx 
 A sociedade é constituída de relações de conflito e é de sua 
dinâmica que surge a mudança social – Luta, contradição, 
revolução e exploração não são disfunções sociais mas 
aspectos constitutivos de momentos históricos. 
 
 Contribuições da teoria marxista à sociologia: 
- Abordagem do conflito; 
- Dinâmica histórica; 
- Relação entre consciência e realidade; 
- Correta inserção do homem e de sua práxis no contexto social; 
- Deslocamento do geral para o particular, das leis 
macrossociais para suas manifestações históricas, do 
movimento estrutural da sociedade para a ação humana 
individual e coletiva.

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