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14/08/2018 1 UNIRP – Centro Universitário de Rio Preto Prof. Dr. Walter Leonardo Siqueira Zaia ADESIVOS DENTINÁRIOS ADESIVOS DENTINÁRIOS • INTRODUÇÃO • HISTÓRICO – Buonocore 1955 • ADESÃO Força que mantém juntas duas substâncias ou substratos, com diferentes composições, desde que suas moléculas estejam em íntimo contato (distância máxima: 0,0007 µm). Reis A e Loguercio A, 2007. Fatores para o íntimo contato entre o adesivo e o substrato. Umedecimento/molhamento - Energia de superfície (substrato) - Tensão superficial (adesivo) Viscosidade - Ângulo de contato Rugosidade superficial - Área Foto: Reis A, et al 2007. 14/08/2018 2 Esmalte Composição: origem epitelial, – 97% de carbonato-hidroxiapatita (inorgânica) – 2% água – 1% substância orgânica (amelogeninas e enamelinas) Katchburian, Arana, 1999 Caracteristicas: - Tecido pororso , - Semipermeável - Pequenas moléculas: Ca10(PO4)6(OH2) Condicionamento ácido no esmalte Tratamento químico (tratado – 1000 h / não tratado – 8 h) Ação do ácido fosfórico - Altera o contorno superficial (10 µm), onde estão os cristais não reativos e a película adquirida. - Transforma o esmalte subjacente num tecido altamente poroso (20 µm) em locais específicos do prisma. Tipos vs. concentração dos ácidos vs. tempo de condicionamento. • Ácido fosfórico a 37%: • Ácido clorídrico: – Dissolução não seletiva • Ácido maleico a 10%: – Padrões menos retentivos Esmalte e ácido fosfórico Liberação de carbonato (CaOH2) Desprendi- mento de Ca e P 14/08/2018 3 Ácido Fosfórico • Acima de 50% – Dissolve pouco a apatita. – Formam produtos de reação de forma mais rápida. – Limitando sua penetração. • Abaixo de 30 % – Formação de pequena quantidade de fosfato dicálcio diidratado, que não é solúvel ém água. O ácido fosfórico entre concentração de 30% a 50 % levam a formação de grande quantidade de fosfato monocálcio monoidratado. Tipos vs. concentração dos ácidos vs. tempo de condicionamento. • Tempo: – 15 a 60 segundos sem modificações na resistência de união. Barkmeier et al., 1986. – Inicialmente na forma líquida. – Gel e semi-gel (dióxido de silício) ou (hidroxicelulose). Padrões de condicionamento. • Promove dissolução seletiva. - Padrões: tipo I, II e III. Tipo I Tipo II Foto: Reis A et al., 2007. Foto: Reis A et al., 2007. Silverstone et al., 1975 14/08/2018 4 Foto: Dra. Sandra Kiss Moura, Faculdade de Odontologia (USP). Tipo III Padrões de condicionamento. • Aspectos pelos diversos padrões de condicionamento: – Aspectos morfológicos regionais. – Camada aprismática tem menor porosidade. – Densidade do esmalte diminui na junção amelodentinária. – Esmalte fraturado ou desgastado. – Hipoplasia ou fluorose. Dificuldade de condicionamento do esmalte. • Fluorose • Esmalte aprismático (decíduo) • Paciente idosos Ten Cate, 1988. 14/08/2018 5 Adesivos Hidrofóbicos • Primeiros adesivos: composição – Bis-GMA (alto peso molecular) • Monômero diluente: TEGDMA 3:1 • Outros monômeros: UDMA Poulsen et al., 2001; Simonsen 2002. Compostos químicos dos adesivos Baratieri LN, et al., 2012. Compostos químicos dos adesivos Baratieri LN, et al., 2012. 14/08/2018 6 Adesivos Hidrofílicos - HEMA Técnica de condicionamento ácido do esmalte. • Isolamento • Profilaxia • Biselamento • Aplicação do gel ácido • Lavagem • Secagem • Aplicação do adesivo hidrofóbico • Fotoativação Foto: própria. Dentina • Composição: tecido mineralizado (conjuntiva) – 70 % de hidroxiapatita; – 20 % material orgânico; – 10 % água. Constituição: Túbulos dentinários (tamanho) Trajeto sinuoso Quantidade varia conforme a profundidade Marshall et al., 1997. Foto: Dr. Marcelo Gianini, Unicamp. 14/08/2018 7 Estrutura da Dentina • Túbulos dentinários de diversos diâmetros • Diferentes zonas de calcificação • Grande quantidade matéria orgânica • Permeabilidade dentinária • Presença de smear layer e plug Foto: Prof. Jorge Perdigão, University of Minessota, EUA. Varia de 1 a 5 mm Diferente: brocas A dentina como substrato adesivo. • É naturalmente heterogênea • sua morfologia determina variações em estrutura e fisiologia – Dentina peritubular (hipermineralizada) e intertubular (maior volume). • A eficácia de um sistema adesivo está diretamente relacionada a sua maior ou menor sensibilidade a essas variações. Classificação dos sistemas adesivos. • Grupos: – Adesivos convencionais Preconizam condicionamento ácido prévio . – Adesivos autocondicionantes. 14/08/2018 8 Técnica do condicionamento ácido prévio ou convencional • Camada híbrida = camada de dentina modificada = zona de interdifusão entre sistema adesivo/dentina/fibras colágenas. – É definida como uma camada (mistura) ácido resistente de adesivo e componentes da dentina, ao nível molecular. – Esta nova estrutura une a dentina ao sistema adesivo a qual está coberta pela resina composta. Nakabayashi, 1982. Dentina • Capacidade do ácido desmineralizar a dentina e contraposta pelo poder tampão do substrato. • Característica hipertônica – fluxo do fluido dentinário (JAD). • O ácido remove smear layer e conteúdo mineral da zona mais superficial. • Túbulos dentinários aumentados. • Aumento pressão intrapulpar. • Estrutura mais porosa, umida e rugosa. • Baixa energia de superfície (umidade) menos capacidade de interagir com monômeros resinosos. Rosales-Leal et al., 2001. Foto: Reis A et al., 2007. Esquema da dentina sendo condicionada. 14/08/2018 9 Dentina • Foram desenvolvidos monômeros hidrofílicos. • Aumenta interação fibrilas colágenas e monômeros hidrofílicos. • Assim a resina fluida hidrofóbica pode ser aplicada. • Surgiram os primers (compostos por solventes orgânicos). Os solventes deslocam o fluido e penetram nos microporos. Foto: Reis A et al., 2007. Esquema da dentina durante a aplicação do primer. Sistema adesivo • Ácido: prepara o substrato para adesão. • Primer: solução hidrofílica compatível com a dentina úmida. • Adesivo: parte hidrofóbica, compatível com a resina composta. 14/08/2018 10 Foto: Reis A et al., 2007. Esquema da dentina durante a aplicação do adesivo. Vista lateral da interface adesiva Foto: Prof. Dr. Carlos Francci, USP. Esquema da apresentação do sistema adesivo convencional. Sistema adesivo de 3 passos. Sistema adesivo de 2 passos. 14/08/2018 11 O papel da água na permeação dos adesivos • A umidade residual importante na permeação dos monômeros resinosos. • Colágeno (sustentado pela hidroxiapatita) – Agora passa a ser sustentado pela água. Foto: Reis A et al., 2007. Dentina desmineralizada mantida úmida. Dentina desmineralizada mantida seca. Foto: Prof. Dr. Masatoshi Nakajima, Japão. Foto: Prof. Dr. Masatoshi Nakajima, Japão. Lavagem e secagem do substrato dentinário. Fotos: Reis A et al., 2007. 14/08/2018 12 Condição ideal de umidade superficial para adesivo água/álcool. Condição ideal de umidade superficial para adesivo acetona. Foto: Reis A et al., 2007. Foto: Reis A et al., 2007. Passos clínicos para aplicação de sistema adesivo convencional em esmalte e dentina. 1 - Condicionamento ácido por 30 segundos. 2 – Lavagem por no mínimo 30 segundos. 3 – Secagem com jatos de ar. 4 – Umedecimento da dentina com água. 5 – Aplicação do sistema adesivo, tanto em esmalte quanto em dentina. 6 – Repetição dos passos 5 e 6 (fabricante). 7 – Foto ativação. Foto: própria. 14/08/2018 13 Variabilidade do Substrato Dentinário. • Maiores valores de adesãoem substrato dentinário superficial. • Diferenças de umidade, pressão intrapulpar e permeabilidade. • Quantidade de dentina intertubular. • Dentina afetada por cárie e esclerosada. Variação nos valores de resistência de união (One Step, Bisco). Adaptado por Uceda-Gomez et al.m 2003. Fostos: Prof. Dra. Margareth Coutinho, UFMS. Contaminação durante o procedimento de adesão. • Saliva ou sangue. • Contaminação após aplicação do primer. • Condicionamento esmalte e dentina. (O esmalte também permanece úmido, usar primer hidrofílico). 14/08/2018 14 Sistemas adesivos autocondicionantes. • Condicionamento ácido e posterior lavagem e secagem são eliminados. • O ácido foi incorporado ao primer. • Primer autocondicionante cria a própria via de acesso ao tecido mineralizado. • Smear layer não é dissolvida por completo. • Smear layer incorporada a interface de união (fina). • Comercializados em 2 modos: – Primer autocondicionante + adesivo) – Primer autocondicionante misturado ao adesivo. Foto: Reis A et al., 2007. Esquema da dentina após aplicação de um sistema adesivo autocondicionante. Sistemas adesivos autocondicionantes. • Piores resultados. (Van Meerbeek et al. 2003; Kenshima et al., 2005). • Monômeros acídicos são: – Derivados do ácido carboxílico (4-MET) ou monômeros fosfonados (Fenil-P; 10-MDP; PENTA). 14/08/2018 15 Composições básicas dos sistemas adesivos convencionais que preconizam o condicionamento ácido prévio e dos sistemas adesivos autocondicionantes. Reis A et al., 2007. Classificação do sistema adesivo autocondicionante. Classificação do sistema adesivo autocondicionante. • Leves: > (pH 2). • Moderados: (pH 1,1 < pH < 2). • Agressivos: (pH < 1). • Mais fracos mecanicamente. – Espessura da smear layer (0,9 e 2,6 µm) em função do instrumento rotatório . • Camada pode neutralizar o efeito do ácido. Kenshima et al., 2005 14/08/2018 16 Classificação do sistema adesivo autocondicionante. • Fortes: (pH < 1). • Intermediário-forte: (pH = 1,5). • Leves: (pH = 2). • Ultraleves: (pH > 2,5). Conceição et al., 2018 O papel da água nos sistemas adesivos autocondicionantes. • Possuem água em sua composição: • Função: – Ionizar monômeros acídicos, durante a desmineralização da smear layer e dentina subjacente. – Sistema adesivo autocondicionante de passo único maior quantidade de água, solventes e monômeros hidrofílicos. Esmalte condicionado com sistema adesivo convencional e autocondicionante. Sistema adesivo Convencional. Sistema adesivo Autocondicionante. Foto: Reis A et al., 2007 Foto: Reis A et al., 2007 14/08/2018 17 Passos clínicos durante a aplicação de sistema adesivo autocondicionante de dois frascos. • 1 – Aplicação do primer autocondicionante (10 a 20 segundos de forma ativa). • 2 – Secagem com jatos de ar 15 segundos. • 3 – Aplicação da segunda camada de primer/secagem. • 4 – Aplicação do adesivos (aguardar 20 segundos) • 5 – Aplicação jato de ar. • 6 – Fotoativação. Incompatibilidade de sistemas adesivos simplificados e resinas e agentes de cimentação de ativação química ou dupla. Foto: Prof. Dr. Franklin Tay, Hong Kong, China. - Resinas e cimentos resinosos quimicamente ativados – Aminas terceárias. - Sistemas adesivos convencionais de 2 passos. - Sistemas adesivos autocondicionante de passo único. - Sulfinato benzínico de sódio Após a aplicação do sistema adesivo sobre a dentina, a permeação de fluídos através da camada adesiva (bolhas). 14/08/2018 18 Sistemas adesivos autocondicionante • MDP Potencializado: extra resistência adesiva e longevidade clínica. • Aspecto incolor. • Ácido seletivo em esmalte ou condicionamento total. • É indicado como primer de metais e cerâmicas. Contém nanopartículas de sílica. • É compatível com cimentos duais, auto ou fotopolimerizáveis. • Tem a combinação de primer e bond no mesmo frasco, simplificando as etapas clínicas. Possui solvente à base de etanol. Autocondicionante Ativador sistema adesivo Sistemas adesivos com carga. Apresentam vantagens: – Partícula nanométricas, penetram nos espaços interfibrilares, aumentando propriedades mecânicas. – Aumento da viscosidade, forma camada adesiva mais espessa. Camada elástica, resiliente. Convencional 14/08/2018 19 Sistemas adesivos com diferentes fotoiniciadores. Apresentam vantagens: - A sigla APS (Advanced Polymerization System) indica a incorporação do exclusivo sistema de polimerização desenvolvido pela FGM, que consiste em uma combinação de diferentes fotoiniciadores que interagem entre si e permitem amplificar a capacidade de polimerização advinda da luz emitida pelos aparelhos fotopolimerizadores Convencional Sistemas adesivos à base de ionômero de vidro. • Apresentam na forma de pó e líquido. – Pó: vidro de alumino-flúor-silicato. – Líquido: ácido polialcenóico. – -Aplica-se o ácido polialcenóico seguido de lavagem por 10-20 segundos. • Embricamento mecânico (hibridização de algumas fibras colágenas). • Adesão química (grupos carboxílicos do ácido polialcenóico e o cálcio da hidroxiapatita). Inoue et al., 2001. Qual a composição do sistema adesivo ionomérico? Vitrebond Universal (3M) Copolímero do Vitrebond™(copolímero do ácido polialcenóico modificado por metacrilato) – Propicia mais consistência a performance de união à dentina sob variados níveis de umidade MDP monômero – Monômero que propicia propriedades autocondicionantes – Alta resistência de união ao esmalte – Alta resistência à zircônia, alumina e metais – Alta estabilidade hidrolítica: nenhuma refrigeração Silano Permite a união química à superfícies cerâmicas sem usar um silano separadamente *MDP - 10-metacriloiloxidecil diidrogeno fosfato 14/08/2018 20 Indicações dos sitemas adesivos. - Restabelecer forma, cor e tamanho dos dentes - Fixação de restaurações indiretas - Selar faces oclusais - Colagem de braquetes e bandas ortodônticas - Colagem de Fragmentos - Reforçar raízes frágeis - Desensibilizar dentina exposta - Amálgama adesivo • Zaia WLS, Figueiredo JLG, Alves J, Satake A. Avaliação da resistência de união dos sistemas adesivos na dentina sadia e afetada por cárie em dentes humanos. Rev Dental Press Estét. 2014 jan-mar;11(1). • Brazilian Research in Pediatric Dentistry and Integrated Clinic 2015, 15(1):387-398 1 • Bond Strenght of Zirconia Submitted to Different Surface Treatments • Walter Leonardo Siqueira Zaia, José Luiz Guimarães de Figueiredo, Ludmila Miranda Leite, Alessandra Satake, Igor Studart Medeiros 14/08/2018 21 O grande desafio! • Melhorar a impregnação do adesivo em dentina desmineralizada e mineralizada. • Melhorar a resistência do polímero formado pelos sistemas adesivos. • Melhorar a resistência das fibrilas colágenas à degradação enzimática. • Metaloproteinases e atividade cisteína catepsina. Considerações Finais Sucesso.... Leia a Bula Referências Bibliográficas • Reis A, Loguercio AD. Materiais restauradores diretos - dos fundamentos à aplicação clínica. São Paulo: Santos Ed., 2007. Cap. 6, 181-213. • Van Noort R. Introdução ao Materiais Dentários. São Paulo: Elsevier Ed., 2010 . Cap 2.5, 143-60.
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