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SISTEMAS ADESIVOS E ADESÃO ➢ Os sistemas adesivos vão promover a união entre o substrato e o material restaurador que será aplicado posteriormente, ou seja, um agente de união; ➢ Os sistemas adesivos autocondicionantes foram desenvolvidos para a proteção do complexo dentinho-pulpar, ou seja, sem a necessidade de condicionamento ácido prévio. Todavia, através das pesquisas conseguiu-se entender que não são totalmente eficientes na proteção do complexo dentinho-pulpar e não são necessariamente autocondicionantes, sendo necessário em algumas situações, o condicionamento prévio. ➢ Evolução dos sistemas adesivos: o No início eram sistemas adesivos hidrófobos, no qual o substrato dentário que não tem água na sua composição é o esmalte, sendo fabricados para serem utilizados apenas em esmalte; o Assim, foram desenvolvidos os sistemas adesivos hidrófilos para serem utilizados na técnica úmida, no qual se tem a presença de umidade no substrato dentinário. CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS ADESIVOS SISTEMAS ADESIVOS CONVENCIONAIS: ➢ 3 passos → ácido + primer + adesivo: o O primer é hidrófilo e o bond (adesivo) tem característica hidrofóbica. ➢ 2 passos → ácido + primer e bond AUTOCONDICIONANTES ➢ 2 passos → primer e monômeros com características ácidas (primer acídico) + adesivo: o Sistema com característica hidrófila. ➢ 1 passo → primer acídico e adesivo: o Dois frascos, no qual se tem a necessidade de homogeneizar os dois componentes dos frascos para levar a cavidade; o Maior a complexidade química. ➢ Quantos menos frascos e menos passos → mais simplificada a técnica e mais hidrofílico é o material. SISTEMAS ADESIVOS UNIVERSAIS (MULTIMODO) ➢ São modificações dos adesivos autocondicionantes tradicionais; ➢ Monômeros acídicos + primer + bond: o Apenas 1 frasco COMPOSIÇÃO BÁSICA DOS SISTEMAS ADESIVOS: ➢ Solventes: o Água, etanol, acetona, t-butanol; o Servem para solubilizar e auxiliar na evaporação da água. ➢ Monômeros: o Bis-GMA, TegDMA, BPDM, UDMA, HEMA, 4-META, 10-MDP, Fenil P e etc; o Função de permear a dentina desmineralizada juntamente com o solvente. Logo, esse sistema adesivo (solventes + monômeros) vão permear na região desmineralizada pelo ácido fosfórico para formar a camada híbrida. SISTEMAS ADESIVOS CONVENCIONAIS: ➢ Se unem ao esmalte e dentina através de uma união micromecânica (condicionamento ácido em dentina e esmalte, lavagem e secagem) e aplicação do sistema adesivo; SISTEMAS ADESIVOS AUTOCONDICIONANTES/UNIVERSAIS: ➢ Se unem ao esmalte e dentina através de uma união micromecânica e também de uma união química, porque existem alguns monômeros que tem afinidade pela hidroxiapatita, como o 10-MDP. OBS.: Se realizar a aplicação do ácido sobre o dente, qual estrutura é retirada do dente? Minerais, como a hidroxiapatita. Logo, pensa-se em uma situação contraditória, pois os sistemas adesivos autocondicionantes podem ter monômeros com afinidade pela hidroxiapatita, mas com a ação ácida retira tais minerais da composição do dente. SISTEMAS AUTOCONDICIONANTES FATORES QUE PODEM INTERFERIR NO CONDICIONAMENTO: 1- Acidez dos monômeros: ➢ Primer autocondicionante (2 passos): o Menos ácidos (pH 1,5 a 3,0) que o adesivo autocondicionante: o Sofre mais influência das características do substrato e modo de aplicação. ➢ Adesivo autocondicionante (1 passo): o Mais ácido (pH < 1,0 a 1,7) → maior capacidade de condicionamento; o Produz camada híbrida em esmalte e dentina similares aos sistemas adesivos convencionais. 2- Tipo de instrumento de corte, e espessura e compactação da smear layer: ➢ A smear layer produzida pelas pontas diamantadas apresentam uma espessura maior e mais compacta do que a produzida pelas brocas; ➢ Quanto maior a smear layer, maior a dificuldade de ação do sistema adesivo autocondicionante. ➢ OBS.: Smear layer → raspas de dentina, microrganismos, produtos da cárie. 3- Aplicação por agitação: ➢ Todos os sistemas adesivos devem ser aplicados por fricção; ➢ Dissolve as partículas de smear layer e facilita a infiltração dos monômeros no substrato adjacente; ➢ Não há remoção da smear layer no uso de sistema adesivo autocondicionante, logo a camada híbrida desses adesivos tem smear layer, só se consegue sua desorganização. 4- Capacidade de tamponamento do substrato. ➢ OBS.: o sistema adesivo autocondicionante em comparação aos sistemas adesivos convencionais são mais fracos (acidez) em relação a penetração na camada de smear layer para chegar até os substratos esmalte e dentina. ➢ Tamponamento de substrato é a anulação da ação acídica do autocondicionante: o Ação limitada de condicionamento sob o esmalte e a dentina, no qual depende do grau de mineralização dos dentes de acordo com cada paciente; o A capacidade de desmineralização do autocondicionante em esmalte é muito menor do que a capacidade de desmineralização do autocondicionante em dentina. ➢ 2 passos mais sensíveis ao substrato (adesão em esmalte menor que os sistemas convencionais): o Extensão do tempo de aplicação dos sistemas autocondicionantes (antes da fotopolimerização); o Utilizar o H3PO4 (ácido fosfórico) previamente → mais utilizado, principalmente no esmalte; o Remover camada superficial aprismática do esmalte com broca, não muito indicado, porque remove mais do remanescente dentário. ➢ PROVA: Se tenho que utilizar ácido fosfórico antes do autocondicionante, qual é a função autocondicionante desse sistema adesivo? Porque está tudo unido, o primer, bond e monômeros. o Vantagem: “não condicionar muito a dentina” → material limitado. ➢ Maior a qualidade adesiva quanto maior o tempo de aplicação, antes da fotopolimerização: o Relativa infiltração “mais profunda”, melhorando a formação da camada híbrida; o Mais tempo para evaporação de solvente; o Melhor polimerização de todo o conjunto sistema adesivo. SISTEMAS ADESIVOS UNIVERSAIS: ➢ São modificações dos adesivos autocondicionantes tradicionais; ➢ pH mais baixo; ➢ Monômeros funcionais acídicos; ➢ Monômeros funcionais (adesão química) ao substrato; ➢ Monômeros utilizados: a) Diretamente sobre D/E mineralizados; b) Sobre substrato (E e/ou D) condicionado previamente por ácido fosfórico somente em esmalte por 15 seg: sistemas adesivos de condicionamento/lavagem; c) Sobre outros substratos (metal, cerâmica, etc) ➢ Oferecem ao profissional a escolha de qual técnica usar; ➢ Ainda não há consenso pela literatura cientifica, poucos dados sobre longevidade clínica em longo prazo; ➢ São materiais com grande apelo mercadológico e não solucionam, necessariamente, os problemas das gerações de sistemas adesivos anteriores: umidade da dentina, nanoinfiltração, degradação hidrolítica, ausência de biocompatibilidade, etc. SISTEMAS CONVENCIONAIS: ➢ As margens em dentina se deterioram (microinfiltração, degradação hidrolítica) mais facilmente do que em esmalte, porque a dentina tem mais componentes orgânicos, ou seja, tem mais água, que promove um módulo de elasticidade grande que nenhum material restaurador consegue imitar; ➢ Removem a smear layer, no qual a camada híbrida é formada apenas por substrato e sistema adesivo. ESMALTE: ➢ Substância inorgânica → 97%; ➢ Substância orgânica e água: 3% ADESÃO AO ESMALTE: ➢ Preparo químico do esmalte: o Consiste na aplicação de ácidos sobre a área preparada mecanicamente com brocas/pontas diamantadas para o imbricamento micro-mecânico: o Condicionamento com ácido fosfórico 37%, 20 segundos (mínimo), que deve estar seco. Não pode ser um tempo muito superior, se não num ocorre uma lavagem adequada; ➢ Condicionamento ácido do esmalte: o Limpar a superfície; o Criar microporosidades através dadesmineralização seletiva dos prismas de esmalte; o Aumentar a energia livre de superfície, facilitando a posterior penetração dos monômeros do primer ou do primer + adesivo, dependendo do sistema adesivo e com posterior formação da camada híbrida. ➢ Lavagem do ácido: o Ideal = dobro do tempo do condicionamento; o Finalidade de remover os ácidos e os subprodutos da reação do ácido com o esmalte (espessantes: polímero e sílica coloidal). o OBS.: camada híbrida = esmalte + sistema adesivo; o Secar o esmalte com jato de ar, se tiver dentina ao redor não secar de forma agressiva para as fibrilas de colágeno não colabar. ➢ Adesivo polimerizado: o Penetração do adesivo nas irregularidades microscópicas da superfície do esmalte obtidas pelo condicionamento ácido: camada híbrida. ➢ Adesão ao esmalte: o Procedimento simples e de fácil execução; o Os resultados são uniformes devido à uniformidade do substrato. DENTINA: ➢ Qual o caminho para se conseguir uma adesão eficaz na dentina? ➢ Substância inorgânica: 70%; ➢ Substancia orgânica e água: 30%; ➢ Dentina normal; dentina esclerótica; dentina normal + esclerótica + exposição pulpar; e dentina normal + esclerótica e cariada → a adesão em cada um desses substratos é diferente; ➢ Morfologia: o Quanto mais próximo da polpa → maiores os túbulos dentinários e mais próximos eles estão → mais água: ▪ Quanto mais profundo o preparo cavitário, menos passível de se conseguir uma boa adesão nesse substrato. o Quanto mais afastado da polpa → menores os túbulos dentinários e mais afastados eles estão. ➢ Qualidade dentinária: o Dentina afetada por cárie → pior adesão; o Dentina esclerótica → pior adesão; o Para fugir dessa pior adesão, pode-se usar sob a dentina afetada por cárie e a dentina esclerótica o CIV, no qual apresenta melhor adesão sob esse tipo de dentina do que o sistema adesivo teria. o A adesão à dentina esclerótica é de 20 a 45% menor do que a encontrada na dentina normal (sistema convencional e autocondicionante): ▪ Ainda é incerto se isso ocorre pela hipermineralização da superfície da dentina, tornando-a ácido-resistente, ou pelos depósitos minerais nos túbulos; ▪ Os depósitos minerais nos túbulos podem interferir na penetração do ácido e na subsequente infiltração dos sistemas adesivos. o A menor dureza da dentina afetada por cárie (amolecida) se deve à menor quantidade de mineral (parcialmente desmineralizado), tornando-se mais porosa e susceptível ao condicionamento ácido: ▪ Esse tipo de dentina apresenta túbulos parcialmente obstruídos com cristais de apatita. ➢ Smear layer: o Camada formada durante a instrumentação da cavidade, constituída por restos de dentina, fragmentos metálicos e microrganismos que aderem à dentina subjacente. ➢ Condicionamento ácido da dentina: o Remover a smear layer; o Dissolver hidroxiapatita das dentinas peri e intertubular; o Expor fibrilas de colágeno. o Ácido fosfórico gel 30 a 40%: 15 seg no máximo (evitar desnaturação do colágeno): ▪ Lavar abundantemente pelo dobro do tempo de condicionamento; ▪ Não desidratar a dentina. ➢ Assim como no esmalte, a adesão à dentina ocorre pela infiltração do adesivo em porosidades criadas pela desmineralização superficial causada pela aplicação do ácido. Devido à composição da dentina, o ácido remove o mineral e deixa expostas as fibrilas de colágeno, os quais, junto com o adesivo, formarão a camada híbrida → cuidados especiais. AS FALHAS ADESIVAS OCORREM: ➢ No controle da umidade da dentina após o condicionamento ácido: o Quando se lava o ácido, elimina tanto os minerais do substrato quanto a smear layer. o Qual a umidade ideal da superfície da dentina para que se consiga aplicar o adesivo? ▪ A umidade da dentina desmineralizada tem que ser tal qual: • Nem tão seca que permita o colabalamento das fibrilas colágenas impedindo a infiltração dos monômeros do adesivo e não tão úmida que impeça o adequado contato do sistema adesivo com o substrato dentário após o condicionamento ácido e lavagem. o A umidade também depende do solvente presente no sistema adesivo que está sendo utilizado, porque se pode secar um pouco mais a dentina, sem deixar desidratar quando se usa um sistema adesivo que se tem água na sua composição. Ex.: single bond de 2 passos; o Se for utilizar o sistema de primer + bond que se tem acetona na sua composição, não se deve secar muito a dentina, mas também não se pode deixar uma lâmina de água; o Aspecto visual da técnica úmida é muito subjetivo e a adesão úmida é sensível a técnica; o Pode-se utilizar como artificio para secar a superfície da dentina o papel absorvente, assim não se permite que ocorra um colabalamento das fibrilas de colágeno quando na aplicação do jato de ar; o Os sistemas adesivos convencionais requerem umidade de superfície após o condicionamento ácido: ▪ Devido a presença de água na composição de alguns sistemas adesivos, a umidade de superfície deve se manipulada de acordo com o tipo de adesivo empregado; ▪ A água mantém o espaço entre as fibrilas de colágeno, assim como era quando existia o mineral; ▪ Dentina desmineralizada contrai 65% em volume quando desidratada. o RESUMO: na lavagem do ácido é removido da superfície dentinária os minerais e a smear layer, no qual o espaço que antes era ocupado entre as fibrilas de colágeno pelo mineral, passa a ser ocupado pela água. Caso ocorra uma secagem abundante da dentina, vai ocorrer o colabamento dessas fibrilas de colágeno, no qual vai impedir a penetração dos monômeros do sistema adesivo e a formação da camada híbrida. o Como devo secar a superfície da dentina? ▪ A secagem com papel absorvente permite melhor controle da umidade ideal para cada tipo de adesivo. o O que fazer se a dentina for desidratada? ▪ Reumidecer a dentina com água, aguardar 3min e depois secar com papel absorvente. o A água no interior da dentina desmineralizada é necessária para adesão úmida, mas deve ser removida antes da polimerização dos sistemas adesivos, no qual é removida (por desidratação química) pelos próprios solventes presentes no sistema adesivo. ➢ Aspectos clínicos: o Sistemas adesivos convencionais: ▪ Pode-se secar um pouco mais a dentina quando do uso de sistemas adesivos com água, exatamente pela água presente; o Sistemas adesivos autocondicionantes/universais (água): ▪ Controle da umidade? Não precisa ter tanta atenção para a umidade da dentina, porque esse sistema adesivo que ao mesmo tempo autocondiciona e desmineraliza a dentina também infiltra na smear layer ao mesmo tempo. Logo, a formação da camada híbrida é concomitantemente a desmineralização da dentina e a infiltração dos monômeros. Não se pode aplicar sob uma lâmina de água; ▪ Dentina seca (não ressecada); ▪ Esmalte e dentina mineralizada não sofrem alteração dimensional. ➢ Na aplicação do primer ou do adesivo: o O instrumento de aplicação e a quantidade de sistema adesivo devem ser compatíveis com a cavidade: ▪ Tamanho do microbrush; ▪ Viscosidade do material; ▪ Número de camadas aplicadas e a quantidade de adesivo → depende do material, do solvente e da cavidade; ▪ Geometria da cavidade: domínio de técnica, experiência e conhecimento cientifico do operador. o A técnica de aplicação depende do tipo de solvente: ▪ Sistemas adesivos à base de água devem ser aplicados com leve agitação (forma ativa) para auxiliar na evaporação da água, enquanto que adesivos anidros devem ser aplicados passivamente, porque se não dificulta a infiltração dos monômeros na dentina desmineralizada; ▪ Quanto mais fácil evapora o solvente, como a acetona e quanto mais difícil evapora o solvente, como a água, se tem dificuldade no espalhamentodo sistema adesivo na cavidade. ➢ Na evaporação do solvente: o Volatização dos solventes: ▪ Inclusive os sistemas autocondicionantes, os monômeros devem penetrar onde existia a água anteriormente; ▪ Esperar para polimerizar o adesivo; ▪ Tempo mínimo de espera: 15-20seg; ▪ Auxílio para evaporação: jato de ar a mais ou menos 10-20cm. ▪ Resíduos de solvente/água na camada híbrida gera porosidades na interface, comprometendo a adequada polimerização dos monômeros resinosos, causando uma: • Adesão pobre, não propicia adequada conversão de monômeros em polímeros, sensibilidade pós-operatória e camada mais susceptível à degradação marginal; ▪ Após a aplicação do sistema adesivo e volatização do solvente, deve-se observar a presença de brilho superficial sobre todas as paredes cavitárias.
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