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Vibrações – Análise de uma viga em balanço. Nadine Machado Ficher(1), Rafael Thibes(1), Raissa Hammes(1), Tonilson Rosendo(2). (1) Discente do Programa de Pós-Graduação em Engenharias da Universidade Federal do Pampa (2) Docente do Programa de Pós-Graduação em Engenharias da Univerdade Federeam do Pampa, responsável pela disciplina de Fundamentos da Análise Experimental de Estruturas. Resumo: As vibrações podem ser descritas como movimentos oscilatórios repetitivos das estruturas/corpos e às forças associadas a essa agitação, tais forças podem afetar a integridade estrutural através de fenômenos de ressonância. Para garantir a integridade das estruturas e evitar efeitos de ressonância as estruturas mais sujeitas a esse risco, existem os estudos de diversas técnicas de atenuação dos efeitos das vibrações que agem sobre as mesmas. A escolha desses sistemas depende da estrutura e da natureza das ações exteriores, entre outros fatores. Para fins de análise de sistemas vibracionais, uma viga em balanço foi sujeita a uma carga de impacto, de modo a avaliar experimentalmente a frequência do sistema e o coeficiente de amortecimento do mesmo, para isso a viga foi instrumentada com um “strain gage” como forma de obtenção dos dados necessário. Ainda para compreender melhor como funciona os efeitos de atenuação da frequência em uma estrutura, uma massa conhecida foi colocada em diferentes pontos da mesma, com isso percebeu-se que massa influenciou tanto na rigidez da viga, conforme se aproximando a massa do engaste, e por tanto quanto mais próximo da extremidade livre da viga maior era o coeficiente de amortecimento e menor a frequência que agia sobre a viga, além disso é possível perceber que a massa equivalente do sistema também tem influência sobre a atenuação da frequência. Palavras-chave: Vibrações, frequência, coeficiente de amortecimento. 1. Introdução A análise vibratória é destacada pelo início em instrumentos musicais, desde aquele momento vem sendo ampliada para as mais diversas áreas, tais como projetos de máquinas, automóveis, aeronaves, entre outros. A relevância desse estudo é explicada porque o nível excessivo de uma vibração em uma estrutura pode não apenas comprometer o seu funcionamento, mas também diminuir a vida útil do equipamento. No sistema físico das áreas de vibrações, tem sido amplamente desenvolvido no entendimento de fenômenos naturais, com a missão de evitar falhas e garantir a segurança. Desse modo, identificar os comportamentos de estruturas e equipamentos é essencial, de forma que as frequências das solicitações vibracionais não sejam idênticas as frequências naturais, evitando assim a possibilidade de uma falha, denominada ressonância. Por isso, o estudo das vibrações se tornou padrão para os sistemas de engenharia [1]. 1.1. Transformada Rápida de Fourier (FFT). Quando a vibração de um elemento é representada graficamente por amplitude no domínio do tempo a mesma nos permite tirar informações importantes sobre o sistema vibracional como tempo de amortecimento, atenuação da amplitude, coeficiente de amortecimento, dentre outros. Mas uma das informações mais importantes, só é obtida quando a curva da amplitude é plotada pelo domínio da frequência, nos revelando assim a frequência clara da oscilação. Para isso nos valemos da técnica da Transformada Rápida de Fourier (FFT), nos permite a conversão da amplitude pelo domínio do tempo para uma amplitude por domínio de frequência, como apresentado na Fig 1 [1]. Fig 1-Transformada Rápida de Fourier. Fonte: Notas de aula [2]. Em vista disso, este trabalho teve objetivo principal de analisar o sistema vibracional de uma viga em balanço, obtendo sua frequência natural e também analisando o efeito de uma massa de 100g no amortecimento do sistema vibracional, através da utilização de um extensômetro. 2. Metodologia 1.1. Materiais Para realização desse experimento foram utilizados: Uma barra de aço maciça; Um sargento utilizado para fixação; Computador com software Catman; Um Spider para ligação em ¼ de ponte; Um peso-padrão de massa conhecida; Uma “strain gage”; Um rolo de fita adesiva; Um paquímetro digital. 1.2. Procedimentos De acordo com a Fig. 2 uma barra de aço maciça, com base de 9,59mm e uma altura de 9,70mm foi fixada a uma mesa por meio de um sargento, de modo a fica com um comprimento de 777mm em balanço. Para a realização do ensaio, um “strain gage” foi colado na viga em balanço, o mesmo foi conectado no Spider com uma ligação de ¼ de ponte. O software Catman foi programado com uma aquisição de dados de 4800Hz de frequência. Fig. 2-Esquema da viga em balanço usada no experimento vibracional A realização do experimento ocorreu em 4 partes distintas, onde a primeira parte consistiu em lançar um peso de massa desconhecida em um determinado local do vão da viga, como pode-se visualizar na Fig. 3 simulando assim a frequência natural do sistema. Fig. 3-Exemplificação da localização da carga aplicada Na segunda parte do experimento, uma massa de 100g foi presa na extremidade da viga em balanço, como ilustra o esquema da Fig. 4. O peso desconhecido novamente foi solto sobre a viga, sobre o mesmo ponto e a partir da mesma altura da primeira etapa. Fig. 4-Exemplificação da localização da carga aplicada e do posicionamento da massa na extremidade da viga Após o experimento ser realizado com a massa conhecida de 100g fixada na extremidade livre da viga, o mesmo foi reposicionado, dessa vez a uma distância de 353mm medida a partir da extremidade em balanço da mesma, como pode-se conferir na Fig. 5. Novamente o ensaio foi repetido, soltando o mesmo peso desconhecido, da altura e mesmo local dos procedimentos anteriores. Fig. 5- Exemplificação da localização da carga aplicada e do posicionamento da massa, na segunda ocasião Por fim, a massa conhecida novamente foi reposicionada, e no último caso a mesma ficou fixada próxima ao engaste da viga, conforme a Fig. 6, e então o ensaio foi repetido sobre as mesmas condições anteriores. Fig. 6- Exemplificação da localização da carga aplicada e do posicionamento da massa, na terceira ocasião As leituras dos dados do ensaio iniciaram sempre no momento em que o peso desconhecido era solto sobre a viga e encerrada quando as oscilações já não apresentavam significativa variação. 3. Análise dos Resultados Na Fig. 7 é possível visualizar o comportamento Amplitude x Domínio do tempo referente a viga em balanço do primeiro ensaio realizado (sem a massa de 100g). Após a plotagem da variação de amplitude pelo tempo, os mesmos dados foram novamente processados no excel, através da análise de dados (ferramenta do excel), foi possível a realização de uma FFT, de modo a obter a curva amplitude x domínio da Frequência (Hz), que se encontra na Fig. 8. Fig. 7- Gráfico da amplitude x domínio do tempo, sem massa acoplada ao sistema. Fig. 8- Gráfico da amplitude x domínio da frequência para a viga sem a massa acoplada Com a curva da amplitude x domínio da frequência é possível determinar a frequência, sendo 11,72 Hz nesse caso. Quando o peso de 100g foi acoplado a extremidade livre da viga apresentou o comportamento amplitude x tempo (s) ilustrado na Fig. 9. Para este caso a FFT gerou-se a curva amplitude x frequência (Hz) conforme a Fig. 10, de acordo com a mesma, a frequência encontrada para o sistema foi de 8,2 Hz. Fig. 9- Gráfico da amplitude x domínio do tempo, com a massa na extremidade Fig. 10- Gráfico da amplitude x domínio da frequência, para massa aplicada na extremidade. Quando a posição do peso de 100g passou a ser 353mm de distância da extremidade da viga, o comportamento amplitude x tempo (s) ficou como mostra a Fig. 11. Quando realizada a FFT a curva amplitude x frequência (Hz) encontrada Fig 12, sendo neste caso a frequência obtida de 10,54 Hz. Fig. 11- Gráfico da amplitude x domínio do tempo, com a massa acoplada à 350mm de distância da extremidade em balanço Fig 12- Gráfico da amplitude x domínio da frequência, com a massa acoplada à 350mm de distância da extremidade em balanço Na Fig. 13 é possível visualizar o comportamento amplitude x tempo (s) para o último esquema estudado, com a massa posicionada próxima ao engaste. Enquanto na Fig. 14 é encontra-se a curva gerada pela FFT para este caso, que permite concluir que a frequência dessa vez foi de 11,71Hz. Fig. 13- Gráfico da amplitude x domínio do tempo, para a massa acoplada próxima ao engaste. Fig. 14- Gráfico da amplitude x domínio da frequência, para a massa aplicada próxima ao engaste. A partir de cada um dos gráficos de amplitude x frequência (Hz), foi possível encontrar as frequências em ambas as situações estudadas. Bem como, a partir do gráfico amplitude x tempo (s) permitiu definir o coeficiente de amortecimento para cada caso. Traçando um gráfico apenas com os pontos máximos de cada curva de amplitude x tempo (s), conseguiu-se aproximar os pontos de uma reta, e assim foi possível definir o coeficiente angular (a) que descreve o comportamento do amortecimento do sistema vibracional. Sabendo o coeficiente angular de cada caso, e podendo aproximar o valor da massa do sistema, uma vez que sabemos as medidas da estrutura utilizada, bem como o seu material, foi possível através da que define o coeficiente angular (Equação 1) determinar o coeficiente de amortecimento de cada um dos sistemas utilizados. 𝑎 = −𝑏 2 𝑚 (1) Na Tabela 1 é possível comparar os resultados encontrados para casa um dos esquemas estudados, bem como a frequência para cada configuração em Hz e em rad/s, sendo a relação utilizada para converter Hz para rad/s é definida na Equação 2. Além disso os valores encontrados para o coeficiente de amortecimento encontram-se na mesma. 𝜔𝑛 = 2ᴨ𝑓𝑛 (2) Tabela 1: Frequência natural em Hz e em rad/s e coeficiente de amortecimento Configuração do Ensaio f (Hz) wn (rad/s) Coeficiente de amortecimento (Kg/s) Sem peso 11,72 65,41 15,78 Extremidade 8,2 51,52 26,95 Central 10,54 66,22 19,30 Engaste 11,71 73,58 18,68 A partir da Tabela 1, foi possível observar que as frequências para as configurações sem peso e com o peso perto do engaste, chegaram a resultados são quase idênticos. Nota-se também que quando o peso foi acoplado na extremidade da viga em balanço obteve-se a menor frequência entre os as configurações de ensaio que foram avaliadas. Em relação ao coeficiente de amortecimento, os resultados obtidos estão de acordo com a frequência encontrada para a mesma configuração. Onde as maiores frequências (sem peso e com peso perto do engaste) apresentaram os menores valores para o coeficiente de amortecimento, assim como a configuração de ensaio com a massa acoplada na extremidade apresentou a menor frequência e o maior coeficiente de amortecimento (26,95kg/s). 5. Conclusões Observando os resultados encontrados, percebe-se que quando mais se aproximava a massa acoplada do engaste, maior os resultados encontrados para a frequência, assim como o coeficiente de amortecimento diminui, na mesma ordem. Esse efeito gerado pela mudança na localização da massa está associado ao aumento da rigidez da viga em balanço a medida que a massa se aproxima do engaste, podendo-se dizer quanto mais rígida a estrutura analisada, mais alta a frequência que age sobre ela. No que diz respeito a pequena diferença entre a viga em balanço ensaiada sem a massa acoplada, para a viga com a massa perto do engaste, pode-se concluir que o que rege essa diferença é a influência da “adição” da massa de 100g no sistema como um todo, que faz com que a frequência seja atenuada, mesmo que minimamente, no caso da viga com a massa acoplada ao engaste. 6. Referências [1] S. RAO, Vibrações mecânicas. Quarta edição (2008). [2] T. Rosendo, FFT, Notas de Aula – slide 8- Fundamentos da Análise Experimental de Estruturas - Universidade Federal do Pampa.
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