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AVALIAÇÃO E PRESCRIÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA (1)

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Prof. Esp. Bruno Lira 
 A metodologia do treinamento desportivo 
possui princípios específicos baseados nas ciências 
biológicas e pedagógicas. As diretrizes e regras que 
norteiam o treinamento, são chamadas de princípios 
do treinamento. 
 
 
Treinamento Desportivo 
Rendimento Performance 
DESENVOLVEIMENTO 
 Físico; 
Aspectos 
psicológicos; 
Técnico; 
Socialização; 
 Tático; 
 Prevenção e 
Reabilitação; 
Objetivos do Treinamento 
Para que serve os princípios do 
treinamento? 
OTIMIZAR 
Por onde começar? 
Princípios do 
Treinamento 
Desportivo Rendimento Performance 
RESULTADOS!! 
Princípio da Adaptação 
Baseia-se na permanente busca da homeostase pelo 
organismo. 
 
 
 
Estímulo Organismo Resposta 
Os estímulos adaptativos podem ser: 
 
• Débeis..........................sem consequências; 
• Médios..............................apenas excitam; 
• Fortes........................provocam adaptações; 
• Muito fortes.......................causam danos. 
 
 
 
 
 
 
 
(Dantas, 2011) 
 
Princípio da individualidade biológica 
GENÓTIPO FENÓTIPO 
Todo conjunto de genes 
herdados de seu pai e sua 
mãe contidos em cada 
célula. 
Todo conjunto de genes 
herdado de sua pai e sua 
mãe contidos em cada 
célula + as influencias do 
meio em que o individuo 
vive. 
Genótipo 
O que não pode ser mudado pelo exercício. 
Ex: altura max esperada. 
 
Fenótipo 
Características modificáveis. 
Ex: Consumo max de O2; Habilidades desportivas.. 
 
Princípio da Sobrecarga 
“Logo após a aplicação de uma carga de trabalho relativa, 
há uma recuperação do organismo, visando restabelecer a 
homeostase”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 (Dantas, 1995) 
 
CONTINUIDADE 
Princípio Volume x Intensidade 
Sobrecarga no volume: 
o Aumento do numero de repetições do movimento 
(gesto desportivo) 
o Aumento da duração do treinamento (numero de 
horas) 
o Aumento da carga horaria semanal de treino, etc. 
 
Sobrecarga na intensidade: 
o Crescente dificuldade dos movimentos realizados 
o Aumento da velocidade de execução 
o Diminuição do tempo de repouso, etc. 
 
 
Princípio da especificidade 
SOBRECARGA 
TREINAMENTO 
ADEQUADO 
NUTRIÇÃO 
ADEQUADA 
DESCANSO 
ADEQUADO 
Capacidades motoras físicas 
Potência cardiorrespiratória 
(aeróbia e anaeróbia) 
 
Potência aeróbia: capacidade orgânica para 
desenvolver atividade física sustentada por longos 
períodos de tempo com menor fadiga possível e 
recuperação rápida. A noção de aeróbia relaciona-se 
com o facto da maior parte da contribuição energética 
provir da via aeróbia (Foss & Keteyian, 2000). 
 
Potência anaeróbia: capacidade de gerar uma potência 
numa unidade de tempo independentemente da 
presença de oxigénio (Foss & Keteyian, 2000). 
 
Resistência 
 Extensão de tempo que um indivíduo consegue 
desempenhar um trabalho com determinada 
intensidade. O fator principal que limita e ao mesmo 
tempo afeta o desempenho é a fadiga. Pode ainda 
fazer-se referência a uma resistência geral (comum a 
todas as modalidades desportivas) e uma resistência 
específica (relacionada com o tipo de esforço 
requerido) onde estão associadas as manifestações de 
resistência de curta, média e longa duração. (Bompa, 
2002) 
Força (muscular) 
 Força muscular é a força que um músculo ou 
grupo muscular pode exercer contra uma resistência 
num esforço máximo. (Altug et. al, 1987) 
 
Tipos de força 
o Força Explosiva; 
o Força Máxima; 
o Força de Resistência. 
 
Potência 
 A capacidade do sistema neuromuscular para 
produzir a maior força possível no menor tempo 
possível (força x velocidade). (Clark et al., 2012) 
Flexibilidade 
 O grau de liberdade do movimento ou 
tecnicamente a amplitude do movimento de uma 
articulação ou de um grupo de articulações. Pode ser 
considerada como flexibilidade estática e flexibilidade 
dinâmica. 
Velocidade 
 Capacidade de mover o corpo numa 
determinada direção o mais rápido possível. (Clark et 
al., 2012) 
Coordenação 
 Capacidade de mover uma ou mais partes do corpo 
sob controlo de forma harmoniosa e eficiente. É uma 
habilidade complexa que exige não só um bom equilíbrio, 
mas também bons níveis de outros componentes da 
aptidão tais como força e agilidade. (Clark et al., 2012) 
Agilidade 
 Capacidade ou habilidade de acelerar, 
desacelerar, estabilizar e mudar de direção de forma 
rápida mantendo a postura correta. (Clark et al., 2012) 
Equilíbrio 
 Quando o corpo está equilibrado e estacionário, 
ou seja, nenhum movimento linear ou angular. (Clark 
et al., 2012) 
Equilíbrio dinâmico 
 A capacidade de mover e mudar de direção sob 
várias condições. (Clark et al., 2012) 
Precisão 
 Capacidade para executar corretamente um 
movimento técnico. Interferem diretamente na precisão os 
sistemas sensoriais, hábitos locomotores, técnica e aparelho 
muscular. (Golomazov, Shirva, 1996) 
Métodos de Treinamento 
Método Contínuo Método Intervalado 
Possui a característica de 
desenvolvimento de resistência 
aeróbia, pois utiliza grandes 
volumes de treino, baixa 
intensidade e ausência de 
intervalos. 
Compreende períodos 
destinados ao estímulo 
(exercício) e períodos 
destinados a recuperação. 
Dependendo da orientação 
de cada de treino, os sistemas 
de produção de energia e as 
capacidades físicas 
trabalhadas serão 
diferenciados. 
Metodologia aplicada na 
prescrição da Atividade 
física 
Conceitos 
Exercício Carga 
Série 
Intervalo de 
descanso 
Repetição 
1RM 
Tempo de 
repetição 
Frequência 
de treino 
Intensidade 
do treino 
Volume de 
treino 
Periodização 
 É o planejamento geral e detalhado do tempo 
disponível para o treinamento, de acordo com os objetivos 
intermediários e perfeitamente estabelecidos, respeitando-
se os princípios científicos do treinamento desportivo. 
 
Características 
(TUMER, 2011) 
Organização 
Clientes 
e 
Atletas 
Macrociclo 
Período 
Microciclo 
Fase 
Mesociclo 
Sessão 
MACROCICLO 
MESOCICLO 
MICROCICLO 
Periodização Linear X Ondulatória 
Linear: é o modelo mais tradicional. O volume começa alto 
e diminui com o aumento da intensidade, em ciclos de 4 a 
8 semanas. É a mais usada em academias de musculação, 
ótima para alunos iniciantes e intermediários. Começa-se 
com um maior número de repetições e, conforme elas vão 
diminuindo, aumenta-se a sobrecarga (peso). Também 
existe a Linear Reversa, menos usual, em que ocorre 
mudança no volume e intensidade em ordem reversa em 
comparação à linear comum. 
 
Ondulado: intensidade e volume variam diariamente ou 
semanalmente. É um trabalho misto para desenvolvimento 
simultâneo de várias capacidades (hipertrofia, resistência, 
força). Com isso, modificam-se os estímulos com maior 
frequência, dificultando a homeostase do organismo (o tal 
momento que a pessoa deixa de evoluir). É recomendada 
para alunos intermediários/avançados. Requer mais ajustes, 
cuidado, conhecimento e acompanhamento. Em função 
disso, é uma estratégia que se restringe principalmente nos 
treinamentos ao lado de um personal trainer. 
 
PERIODIZAÇÃO 
LINEAR 
Janeiro (3 séries 
de 10 repetições) 
Fevereiro (3 
séries de 8 
repetições)Março (3 séries 
de 6 repetições) 
PERIODIZAÇÃO 
ONDULATÓRIA 
1ª semana de 
Janeiro (3 séries 
de 10 repetições) 
2ª semana de 
Janeiro (3 séries 
de 8 repetições) 
3ª semana de 
Janeiro (3 séries 
de 6 repetições) 
Periodização simples 
(LOPES; MONTEIRO, 2009) 
Periodização dupla 
(LOPES; MONTEIRO, 2009) 
Periodização dupla 
(LOPES; MONTEIRO, 2009) 
Período preparatório 
 O período preparatório deve assegurar o 
desenvolvimento das capacidades funcionais do atleta. 
 
 
 GERAL: Alta ênfase nas capacidades predominantes ou 
gerais. 
 
 ESPECIAL: Alta ênfase nas capacidades determinantes ou 
específicas. 
Período preparatório GERAL 
 Neste período damos ênfase para a preparação 
física geral, sendo que as capacidades motoras 
servirão de alicerce para que o atleta consiga 
suportar altos volumes e intensidades de 
treinamento durante os períodos de treinamento 
seguintes. 
 
 A preparação técnico-tático fica em segundo plano. 
(LOPES; MONTEIRO, 2009) 
Período preparatório ESPECIAL 
 As capacidades físicas são desenvolvidas de acordo 
com as exigências específicas da modalidade. A 
ênfase é para as capacidades físicas determinantes 
da modalidade. 
 
 Neste momento será priorizado a intensidade e não 
o volume. 
 
 Aumento da ênfase para a preparação técnico-
tático. 
(LOPES; MONTEIRO, 2009) 
Período competitivo 
 Manutenção das adaptações ocorridas no período de 
preparação; 
 
 A carga de treinamento deve ter seu volume reduzido, 
mas com a manutenção da alta intensidade; 
(LOPES; MONTEIRO, 2009) 
Período transitório 
 O período transitório contribui para a recuperação 
completa do potencial de adaptação do organismo e serve 
como elo entre os macrociclos. 
 
 Descanso ativo ou passivo. 
 
 Em geral são 2a 4 semanas. 
(LOPES; MONTEIRO, 2009) 
Organização 
(TUMER, A., 2011) 
 O mesociclo constitui geralmente 2 a 7 microciclos 
(semanas). Uma das funções fundamentais do mesociclo 
é fornecer um caráter contínuo de progressão de carga. 
 
 Os mesociclos são períodos discretos de treinamento, 
cada um incorpora um período intensivo e um período 
de recuperação. 
 
Mesociclos de treinamento 
(LOPES; MONTEIRO, 2009) 
 Organização do Mesociclo 
(TUMER, A., 2011) 
Microciclo de Treinamento 
 O microciclo é a estrutura que organiza e assegura a 
coerência das cargas ao longo da semana. 
 
 Possui geralmente 5 a 14 dias de treino (geralmente 
corresponde a uma semana). 
(LOPES; MONTEIRO, 2009) 
Organização do Microciclo 
(TUMER, A., 2011) 
Na prática... 
Objetivo do Aluno 
 Nome: Lourival 
 
 OBJETIVO: 
 Cliente: Estética, “crescer” e “definir” sem data 
específica 
 
 Programa: Aumentar a massa muscular e reduzir o 
tecido adiposo (melhorar a composição corporal). 
 
 Irreal: Não tem. 
Classificação do Cliente 
 Treinamento de Força: Ativo 1 
 
 Treinamento de Endurance: Inativo 
 
 Treinamento de Flexibilidade: Sedentário 
Histórico de Treinamento 
 Treinamento de Força (Ativo 1): 
 
 Atualmente realiza 4 treinos na semana (A, B). 
 
 Treina continuamente a dois anos. 
 
 Conhece a maioria dos exercícios da musculação. 
 
 Volume: aproximadamente 12 exercícios. 
 
 Intensidade: tem experiência de treinamentos 
variandos de 2 a 30RM. 
Histórico de Treinamento 
 Treinamento de Endurance (Inativo): 
 
 Inativo a 4 meses 
 
Meio: costumava treinar esteira e bike na academia. 
 
Duração: aproximadamente 3 treinos de 30 minutos (90 
minutos na semana) 
 
Intensidade: Não sabe dizer, porém, o reportou que não 
consegue manter uma conversa durante o treino. 
Histórico de Treinamento 
 Treinamento de Flexibilidade (Sedentário): 
 
 Segundo o cliente realiza “um ou outro 
alongamento antes do treino com 20 segundos de 
duração e pouco ou nenhum desconforto” 
Periodização 
 “A periodização representa uma estratégia 
ótima para a organização dos programas de 
treinamento. A estratégia de periodização selecionada 
deve ser baseada no nível de condicionamento do 
atleta e no período competitivo” 
(TUMER, A., 2011) 
TREINAMENTO DE FORÇA 
FLEXIBILIDADE 
ENDURENCE - CARDIOVASCULAR 
TESTES E AVALIAÇÕES 
Como periodizar? 
Avaliação Física; 
Testes respiratórios; 
Composição corporal; 
Coleta de dados; 
Avaliação postural; 
Anamnese; 
Priorizar o objetivo do 
aluno; 
Testes neuromotores; 
Respeitar as 
características do aluno; 
Respeitar o tempo 
necessário de repouso. 
Não saltar as etapas do 
treinamento; 
Respeitar todos os 
princípios do 
treinamento; 
Referências 
DANTAS, E. H. M.; GODOY, E.S.; ARAUJO, C.A.S.; OLIVEIRA, A.L.B.; 
AZEVEDO, R.C.; TUBINO, M.J.G.; GOMES, A.C. Adequabilidade dos 
principais Modelos de periodização do Treinamento esportivo. Rev. 
Bras. Ciênc. Esporte, v. 33, nº. 2, p. 483-494, 2011. Disponível em: 
http://www.scielo.br/pdf/rbce/v33n2/14.pdf. Acesso em: 28 Maio. 
2015. 
 
GOMES, A. C. Treinamento Desportivo: estruturação e periodização. 
1ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. 
 
MATOS, F.O.; SAMULSKI, D.M.; LIMA, J.R.P.; PRADO, L.S. Cargas 
elevadas de treinamento alteram funções cognitivas em jogadores de 
futebol. Rev Bras Med Esporte. v.20, nº 5, 2014. 
FLECK, S. SIMÃO, R. Força. Princípios metodológicos para o 
treinamento. São Paulo: Phorte, 2008. 
 
ROHLFS, I.C.P.M.; ROTTA, T.M.; LUFT, C.B.; ANDRADE, A.; KREBS, R.J.; 
CARVALHO, T. A Escala de Humor de Brunel (Brums): Instrumento 
para Detecção Precoce da Síndrome do Excesso de Treinamento. Rev 
Bras Med Esporte. v.14, nº 3, 2008. 
 
MUITO OBRIGADO!

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