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FICHAMENTO - A antropologia nos quadros das ciencias

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Fichamento: A Antropologia nos quadros das ciências sociais
REFERENCIA DO AUTOR: DAMATTA, Roberto. Relativizando: Uma Introdução à Antropologia Social. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.
DESTAQUE DAS PRINCIPAIS IDEIAS DO AUTOR:
1.Ciências Naturais e Ciências Sociais
“A matéria-prima da “ciência natural”, portanto, é todo o conjunto de fatos que se repetem e têm uma constância verdadeiramente sistêmica, já que podem ser vistos, isolados e, assim, reproduzidos dentro de condições de controle razoáveis, num laboratório. ”
“A matéria-prima das “ciências sociais”, assim, são eventos com determinações complicadas e que podem ocorrer em ambientes diferenciados tendo, por causa disso, a possibilidade de mudar seu significado de acordo com o ator, as relações existentes num dado momento e, ainda, com a sua posição numa cadeia de eventos anteriores e posteriores. ”
 “Os fatos que formam a matéria-prima das “ciências sociais” são, pois, fenômenos complexos, geralmente impossíveis de serem reproduzidos, embora possam ser observados... O problema não é o de somente reproduzir e observar o fenômeno, mas substancialmente o de como observá-lo”.
2.Uma diferença Crucial
É nessa possibilidade de dialogar com o nativo (informante) que permite ultrapassar o plano das conveniências preconceituosas interessadas em desmoralizar o “outro”.
A raiz das diferenças entre “ciências naturais” e “ciências sociais” fica localizada, portanto, no fato de que a natureza não pode faltar diretamente com o investigador; ao passo que cada sociedade humana conhecida é um espelho onde a nossa própria existência se reflete.
3.Antropologias e Antropologia
“Hoje o especialista em Antropologia biológica dedica-se á analise das diferenciações humanas utilizando esquemas estatísticos, dando muito mais atenção ao estudo das sociedades de primatas superiores, á especulação sobe a evolução biológica do homem em geral”.
“O arqueólogo trabalha por meio de especulações e deduções, numa base comparativa, balizando sistematicamente seus achados do passado com o conhecimento obtido pelo conhecimento contemporâneo de sociedades com aquele mesmo grau de complexidade social”.
“Antropologia Social, Cultural ou Etnologia... o estudo do Homem enquanto produtor e transformador da natureza. E muito mais que isso: a visão do Homem enquanto membro de uma sociedade e de um dado sistema de valores”.
“O homem, assim, é o único animal que fala de sua fala, que pensa o seu pensamento, que responde a sua própria resposta, que reflete seu próprio reflexo e que é capaz de se diferenciar mesmo quando está se adaptando a causas e estímulos comuns”.
4.Os Planos da Consciência Antropológica
“Em outras palavras, numa escala de um milhão de anos, apenas vejo mudanças no nível da estrutura anatômica e o surgimento de alguns instrumentos essenciais, como o fogo. Mas, no nível de milhares de anos, percebo o nascimento e o aperfeiçoamento de técnicas mais elaboradas como a domesticação de animais, o uso técnico do fogo, com a metalurgia, as diferentes técnicas de tecelagem e com elas algumas instituições sociais.”
5.O Biológico e o Social 
“Podemos, então, dizer que o biológico diz respeito ao interno, ao intrínseco, ao que não é controlado pela consciên- cia e pelas regras inventadas ou descobertas pela sociedade. O social, entretanto, é o oposto.”
“Como ponto básico podemos dizer que o social é tudo aquilo que independe da natureza interna ou externa. Ou seja, todos aqueles fatos que não podem ser razoavelmente resolvidos por estes fatores, sendo mais adequadamente tratados quando são estudados uns em relação aos outros”.
“esta minha visão do social como um plano capaz de formar-se a si próprio, tendo suas próprias regras e, por tudo isso, possuindo um dinamismo especial que é vantajoso para o observador interpretar e compreender nos termos de suas múltiplas determinações e ambiguidades”.
6.O Social e o Cultural
“Ter tradição significa, por tudo isso, mais do que viver ordenadamente certas regras plenamente estabelecidas. Significa, isso sim, vivenciar as regras de modo consciente (e responsável), colocando-as dentro de uma forma qualquer de temporalidade.”
“Daí também a distinção entre sociedade e cultura como dois segmentos importantes da realidade humana: o primeiro indicando conjuntos de ações padronizadas; o segundo expressando valores e ideologias que fazem parte da outra ponta da realidade social (a cultura). Uma se reflete na outra, uma e o espelho da outra, mas nunca uma pode reproduzir integralmente a outra”.
7. Digressão: A fabula das três raças, ou o problema do racismo á Brasileira
“O que parece ter ocorrido no caso brasileiro foi uma junção ideológica básica entre um sistema hierarquizado real, concreto e historicamente dado e a sua legitimação ideológica num plano muito profundo”.
“Um deles, caracterizado pelo projeto reacionário de manter o status quo, libertando o escravo juridicamente, mas deixando-o sem condições de libertar- se social e cientificamente; o outro é muito diferente: trata- se de perceber como o racismo foi uma motivação poderosa para investigar a realidade brasileira”.
“Em nosso sistema, portanto, o branco está sempre unido e em cima, enquanto que o negro e o índio formam as duas pernas da nossa sociedade, estando sempre embaixo e sendo sistematicamente abrangidos (ou emoldurados) pelo branco”.
 “Por que, colocando tudo em termos de raças e nunca discutindo suas relações, reificamos um esquema onde o biológico se confunde com o social e o cultural, permitindo assim realizar uma permanente miopia em relação á nossa possibilidade de autoconhecimento. Num mundo social determinado por motivações biológicas, desconhecidas de nossas consciências, pouco ou quase nada há para se fazer em termos de libertação e esperança de dias melhores”.
RESUMO:
No texto de Roberto Damatta, ele mostra a antropologia no campo das ciências, onde faz comparações com as ciências naturais e as ciências sociais. Ele diz que as ciências naturais são sistêmicas, já que podem ser vistos e testados em ambientes diferentes são eventos que “presumivelmente têm causas simples e são facilmente isoláveis”, ao contrário das ciências sociais que estudam fenômenos complexos, pois não é fácil isolar causas e motivações exclusivas.
Damatta destaca também como diferença entre as duas ciências, a proximidade do pesquisador sobre o seu objeto de estudo, pois o pesquisador e o objeto de estudo compartilham o mesmo universo, tendo que observar a partir dos seus interesses e motivações “O problema não é o de somente reproduzir e observar o fenômeno, mas substancialmente o de como observa-lo”.
Após elucidar as diferenças entre as duas ciências ele cita as ramificações da Antropologia, são elas: a antropologia biológica que visa estudar a evolução do homem como espécie, a antropologia geral que que está conectado a Arqueologia e visa estudar o homem ao decorrer dos tempos, através de dos vestígios materiais deixados por ele e a antropologia social, cultural que busca entender a visão do homem dentro de uma sociedade.
O autor também fala sobre o social e o cultural onde explica que a cultura faz parte da sociedade o tornando única e essa é passada de geração em geração, a cultura pode existir sem sociedade por meio de vestígios materiais deixados por ela, mesmo a sociedade e a cultura fazendo parte uma da outra não se pode existir sociedade sem cultura pois é a cultura que que a individualiza e a mantem coesa.
Por fim Damatta fala sobre o Racismo á brasileira, onde faz comparações com o credo racista norte-americano onde lá “ou você é índio ou negro ou não é”, enquanto que no Brasil as etnias se misturam, mas sem deixar que o branco perca seu lugar no topo da pirâmide. As doutrinas raciais brasileiras se iniciam mesmo antes da Proclamação da República e a Abolição da Escravatura, onde a real intenção da elite quando libertou os escravos seria “manter o status quo, libertando os escravos juridicamente, mas deixando-o sem condições de libertar-se social e cientificamente”.Foi criado então a fabula das três raças, onde o branco se encontra no topo do triangulo e o negro e o índio nas partes inferiores, mas em comparação aos americanos onde lá a segregação de raças e muito visível e mesmo que o negro ou índio tenha poder econômico alto não se mistura com o branco, enquanto que no Brasil se o negro ou índio tem poder econômico surge uma espécie de branqueamento na sociedade. Através dessa hierarquização no brasil cria-se uma sociedade hipócrita, pois até aqueles que são diferentes tendem a viver numa ideologia de diferenças, e a antropologia entra nessa situação quando começa a estudar as raças separadamente e não as relações que existem entre elas.
ANALISE CRITICA
O texto de Roberto Damatta busca explicar uma introdução da Antropologia dentro das ciências o que traz ao leitor um entendimento maior sobre a antropologia, destaco também sobre o texto as comparações que o autor faz sobre o papel do antropólogo em estudar as sociedades, pois sempre tras em suas pesquisas a realidade do objeto de estudo e a realidade do pesquisador, isso faz com que reflitamos sobre os estudos feitos de diversas sociedades ao decorrer dos tempos. Essa comparação entre o papel do antropólogo e seu estudo é trazida em relação ao Brasil, quando o autor cita a Fabula das três raças e como a antropologia começa a estudar as raças separadamente e não as suas relações.
É necessário entendermos esses estudos, e como o ponto de vista e opiniões interferem na interpretação das sociedades.

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