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OCLUSÃO NORMAL NAS DENTIÇÕES DECÍDUA E MISTA

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OCLUSÃO NORMAL NAS DENTIÕES DECÍDUA E MISTA – RESUMO
Seguindo na odontogênese é importante ainda lembrar-se da estrutura do germe dentário e qual estrutura o mesmo irá originar. O órgão do esmalte irá formar o esmalte dentário, enquanto que a papila dentária origina a dentina e a polpa e o folículo dentário dá origem ao cemento e ao ligamento periodontal.
- Período pré-dentário:
nada mais é que um momento no qual ainda não existe nenhum dente na boca da criança, ou seja, é o intervalo compreendido entre o nascimento e o surgimento dos primeiros dentes na boca.
A boca da criança apresenta como características alguns roletes gengivais que são estruturas fibrosas, apresentam ainda uma mucosa bem densa, sendo assim, não há nenhum dente irrompido na boca com essas características. A mucosa é rosada e firmemente aderida, observa-se ainda alguns abaulamentos gengivais.
O arco superior na dentição decídua é apresentado no formato de ferradura.
O arco inferior tem um formato em U.
O arco superior se estende labial e bucalmente em relação ao inferior.
No neonatal é possível observar que o queixo está mais posterior em relação à maxila, durante o seu desenvolvimento aquele vem mais pra anterior, promovendo, assim, um equilíbrio entre maxila e mandíbula (é importante salientar que esse estágio não é indicativo de má oclusão, é um estado natural da criança). Outra característica importante do neonatal é que sua face apresenta-se 1/3 inferior diminuída.
Os dentes decíduos são importantes por que ajudam na preparação mecânica do alimento para posterior digestão, na manutenção dos espaços nos arcos dentários para os dentes posteriores, na atuação como guia para o estabelecimento da oclusão na dentição permanente, atuam também no desenvolvimento do crescimento dos maxilares (maxila e mandíbula) principalmente em altura e ajuda no desenvolvimento da fonação, facilitando a pronuncia de alguns fonemas, como, por exemplo, as letras T, F, V,S e Z.
	Sequência favorável de erupção dos dentes decíduos – em meses
	Dentes
	Mandíbula (Inferior)
	Maxila (Superior)
	Incisivo central
	7-8
	9-11
	Incisivo lateral
	12-14
	10-12
	Canino
	18-20
	18-20
	1° Molar
	14-16
	14-16
	2° Molar
	25-27
	26-28
O desenvolvimento da oclusão na dentição decídua é dividida em 3 fases:
A primeira fase se dá com a erupção dos incisivos superiores e inferiores decíduos.
A segunda fase se dá com a erupção dos primeiros molares superiores e inferiores. Nesta fase deixamos de observar uma sobremordida exagerada e passamos a notar uma mordida de topo; isso ocorre por que teve a erupção do primeiro molar decíduo na região posterior. Com a erupção desses dentes pode – se dizer que a criança ganha dimensão vertical; essa situação é descrita como PRIMEIRO GANHO DE DIMENSÃO VERTICAL OU PRIMEIRO LEVANTE DA MORDIDA.
A terceira fase se dá com a erupção dos caninos superiores e inferiores.
A quarta fase se dá com a erupção dos segundos molares superiores e inferiores.
Nesta fase iremos observar a formação de PLANOS TERMINAIS dos segundos molares na dentição decídua.
ESPAÇOS PRIMATAS estão presentes apenas na dentição decídua. E qual sua importância? Ajudar no alinhamento dos dentes na hora da troca da dentição.
A partir desses espaços, Baumee classificou os arcos dentários de duas formas, tipo I e tipo II.
O tipo I pode ser definido como arcos dentários que apresentam espaços na região anterior, além dos espaços primatas.
O tipo II é definido como sendo os arcos dentários que não apresentam espaços na região anterior, podendo ou não apresentar os espaços primatas.
DENTIÇÃO MISTA
O início dessa dentição se dá com a erupção do primeiro molar permanente e seu termino com a esfoliação do segundo molar decíduo e simultâneo as essas mudanças tem-se o crescimento dos ossos da face, associado a tudo isso, temos uma etapa que denominamos de FASE DE TRANSIÇÃO que nada mais é que a transição entre a dentição decídua e a dentição mista.
Os dentes permanentes classificados como sucessores, são representados pelos dentes Incisivos centrais e laterais, bem como pelos caninos e pré-molares, por sua vez, os dentes permanentes adicionais são representados pelos dentes molares.
Qual a diferença entre dentes sucessores e os dentes adicionais? A diferença é que os dentes permanentes sucessores se erupcionam pela esfoliação de algum dente decíduo; enquanto que os dentes permanentes adicionais erupcionam-se sem nenhum dente decíduo estar sendo esfoliado.
Em resumo, erupção dentária é o processo que se dá desde a sua formação até o contato com seu antagonista.
Em outro momento da história a doutora Carmem Nolla desenvolveu um trabalho no qual se estudava a calcificação dos dentes através de radiografias. Essa classificação é importante por que é a partir dela que vamos decidir se vamos colocar um mantenedor de espaço na criança ou não.
Desses estágios alguns são mais importantes e que devemos saber eles pro resto da vida, que são os estágios 2, 6, 8 e 9. O estágio 2 é caracterizado pela calcificação inicial, no estágio 6 é observado a completa formação da coroa – é nesse estágio que temos o início dos movimentos eruptivos, no estágio 8 temos a formação de 2/3 das raízes estão completas – neste estágio vamos observar a erupção dos dentes na cavidade bucal, ou seja, nota-se uma perfuração da crista alveolar e o estágio 9 é caracterizado pela raiz quase completa, momento no qual é observado a perfuração da mucosa gengival.
Seguindo a classificação de NOLLA, temos uma sequência favorável para o crescimento dos dentes em mandíbula e em maxila.
A principal diferença é que na mandíbula os caninos erupcionam-se antes dos pré-molares, enquanto, que na maxila os caninos erupcionam-se após os pré-molares.
Já a sequência desfavorável em mandíbula e maxila se dá pela erupção irregular de alguns dentes:
Na MAXILA: quando o 2º molar superior permanente erupcionar antes do canino, ou antes, do pré-molar, iremos observar uma diminuição do perímetro do arco e aí o canino pode se encontrar em uma posição irregular (aspecto de “vampiro”) ou bloqueada (intraósseo).
MANDÍBULA: se o 2º molar permanente erupcionar antes do 2º pré-molar ou se o canino erupcionar depois do 2º pré-molar, iremos perceber também uma diminuição do arco, sendo que o canino ou pré-molar poderá ser encontrado de forma irregular ou bloqueado.
Ainda sobre a erupção dentária, existem alguns fatores que regulam e afetam o seu desenvolvimento. Esses fatores podem ser divididos em gerais e locais.
Os fatores gerais estão relacionados com as alterações sistêmicas, bem como com algumas síndromes (síndrome de trissomia do cromossomo 21), displasia cleidocraniana (retardo, dentes supranumerários, ausência de clavícula), hipopituitarismo, hipotireoidismo, raquitismo e hipertireoidismo.
Já os fatores locais, estão relacionados com a cavidade oral e podem ser representados por distúrbios mecânicos, anquilose, pulpotomia, lesões periapicais, densidade óssea, espessura e quantidade de mucosa.
Dentre esses fatores alguns aceleram e outros retardam, a saber:
- Fatores que aceleram: pulpotomia, lesões periapicais. 
- Já os fatores que retardam são: síndrome da trissomia do cromossomo 21, displasia cleidocraniana, anquilose e quantidade de mucosa.
FASE DO PATINHO FEIO
Os incisivos superiores apresentam algumas características peculiares, a saber: inclinação axial labial exagerada, inclinação axial distal, presença de diastemas e sobremordida exagerada.
“Na fase de patinho feio os dentes estão em leque, apresentam diastema. A medida que os caninos vão erupcionando, a medida que eles vão descendo, vão exercendo uma pressão (principalmente nos laterais), vão abrindo o leque e o diastema vai aumentando, no momento que ele passa da junção amelodentinária dos laterais, essa inclinação vai começar a verticalizar e o diastema começa a se fechar. Consequentemente toda a inclinação incorreta se autocorrige com a erupção dos caninos permanentes.”
LEEWAY SPACE
é a diferença entreo somatório dos diâmetros mésio-distais dos dentes decíduos (caninos, primeiro e segundo molares) e dos dentes permanentes sucessores (caninos, primeiro e segundo pré-molares).
Na troca da dentição, observa-se a presença de espaços que ao longo da erupção dos demais dentes proporciona a chave de oclusão.
A chave de oclusão ideal permanente acontece quando a ponta de cúspide mesiovestibular do primeiro molar superior ocluir no sulco central entre as cúspides mesiovestibular e distovestibular do primeiro molar inferior.
A curva de Spee se dá no sentido antero-posterior e apresenta como função ajudar no corte dos incisivos.
A curva de Wilson é uma curva de compensação para ajudar nos esforços mastigatórios, essa curva se dá no sentido transverso.
Durante a dentição mista observamos algumas oscilações, como, por exemplo, durante a erupção do primeiro molar permanente temos uma diminuição da sobremordida, caracterizando, assim, o 2º levante da dimensão vertical. Durante a idade compreendida entre os 9 e 12 anos de idade, observamos a fase do patinho feio, essa é diminuída com a erupção dos primeiros pré-molares. Aos 12 anos de idade com a erupção do 2º molar permanente observamos o 3º levante da dimensão vertical.

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