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Máquinas Elétricas I Daniel Luis Cosmo FAESA - Engenharia Elétrica 26 de Março de 2019 Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Importância dos transformadores Idealmente, um transformador converte um nível de tensão CA em outro nível de tensão sem afetar a potência elétrica real fornecida. A invenção do transformador e o desenvolvimento simultâneo de estações geradoras de energia CA eliminaram para sempre as restrições de alcance e de capacidade dos sistemas de energia elétrica. Em um sistema moderno de energia elétrica, a energia é gerada com tensões de 12 a 25 kV. Os transformadores elevam a tensão a um nível entre 110 kV e aproximadamente 1.000 kV para realizar a transmissão a longa distância com perdas muito baixas. Então, os transformadores abaixam a tensão para a faixa de 12 a 34,5 kV para fazer a distribuição local e finalmente permitir que a energia elétrica seja usada de forma segura em lares, escritórios e fábricas com tensões tão baixas quanto 127 V. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Importância dos transformadores Idealmente, um transformador converte um nível de tensão CA em outro nível de tensão sem afetar a potência elétrica real fornecida. A invenção do transformador e o desenvolvimento simultâneo de estações geradoras de energia CA eliminaram para sempre as restrições de alcance e de capacidade dos sistemas de energia elétrica. Em um sistema moderno de energia elétrica, a energia é gerada com tensões de 12 a 25 kV. Os transformadores elevam a tensão a um nível entre 110 kV e aproximadamente 1.000 kV para realizar a transmissão a longa distância com perdas muito baixas. Então, os transformadores abaixam a tensão para a faixa de 12 a 34,5 kV para fazer a distribuição local e finalmente permitir que a energia elétrica seja usada de forma segura em lares, escritórios e fábricas com tensões tão baixas quanto 127 V. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Importância dos transformadores Idealmente, um transformador converte um nível de tensão CA em outro nível de tensão sem afetar a potência elétrica real fornecida. A invenção do transformador e o desenvolvimento simultâneo de estações geradoras de energia CA eliminaram para sempre as restrições de alcance e de capacidade dos sistemas de energia elétrica. Em um sistema moderno de energia elétrica, a energia é gerada com tensões de 12 a 25 kV. Os transformadores elevam a tensão a um nível entre 110 kV e aproximadamente 1.000 kV para realizar a transmissão a longa distância com perdas muito baixas. Então, os transformadores abaixam a tensão para a faixa de 12 a 34,5 kV para fazer a distribuição local e finalmente permitir que a energia elétrica seja usada de forma segura em lares, escritórios e fábricas com tensões tão baixas quanto 127 V. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Primeiro transformador prático criado Transformador desenvolvido por Willian Stanley em 1885. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Tipos e construção de transformadores Núcleo envolvido Núcleo envolvente Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I O transformador ideal Um transformador ideal é um dispositivo sem perdas com um enrolamento de entrada e um enrolamento de saída. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Relação de espiras Relação de espiras: α = Np Ns Relação entre as grandezas fasoriais: Vp Vs = α Ip Is = 1 α O ângulo de fase da tensão e corrente permanece o mesmo entre o primário e o secundário. Logo, o transformador ideal não altera o fator de potência da carga. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Relação de espiras Relação de espiras: α = Np Ns Relação entre as grandezas fasoriais: Vp Vs = α Ip Is = 1 α O ângulo de fase da tensão e corrente permanece o mesmo entre o primário e o secundário. Logo, o transformador ideal não altera o fator de potência da carga. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Relação de espiras Relação de espiras: α = Np Ns Relação entre as grandezas fasoriais: Vp Vs = α Ip Is = 1 α O ângulo de fase da tensão e corrente permanece o mesmo entre o primário e o secundário. Logo, o transformador ideal não altera o fator de potência da carga. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Potência em um transformador ideal Potência ativa: Pentrada = VpIpcos(θ) = VsIscos(θ) = Psaida Potência reativa: Qentrada = VpIpsen(θ) = VsIssen(θ) = Qsaida Potência aparente: Sentrada = VpIp = VsIs = Ssaida Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Potência em um transformador ideal Potência ativa: Pentrada = VpIpcos(θ) = VsIscos(θ) = Psaida Potência reativa: Qentrada = VpIpsen(θ) = VsIssen(θ) = Qsaida Potência aparente: Sentrada = VpIp = VsIs = Ssaida Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Potência em um transformador ideal Potência ativa: Pentrada = VpIpcos(θ) = VsIscos(θ) = Psaida Potência reativa: Qentrada = VpIpsen(θ) = VsIssen(θ) = Qsaida Potência aparente: Sentrada = VpIp = VsIs = Ssaida Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Transformação de impedância em um transformador Uma carga ligada ao secundário do transformador possui impedância: ZL = Vs Is Essa mesma carga, vista do primário do transformador possui impedância: Z ′ L = α 2ZL Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Análise dos circuitos que contêm transformadores ideais Se um circuito contiver um transformador ideal, o modo mais simples de analisar o circuito em relação a suas tensões e correntes será substituir a parte do circuito de um dos lados do transformador por um circuito equivalente que tenha as mesmas características de terminais. Depois que um lado foi substituído pelo circuito equivalente, o novo circuito (sem a presença do transformador) pode ser resolvido em relação a suas tensões e correntes. Na parte do circuito que não foi substituída, as soluções obtidas serão os valores corretos de tensão e corrente do circuito original. A seguir, a relação de espiras do transformador poderá ser usada para determinar as tensões e correntes no outro lado do transformador. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Exemplo Um sistema de potência monofásico consiste em um gerador de 480 V e 60 Hz alimentando uma carga Zcarga = 4 + j3Ω por meio de uma linha de transmissão de impedância Zlinha = 0, 18 + j0, 24Ω. Responda às seguintes perguntas sobre esse sistema. (a) Se o sistema de potência for exatamente como o recém descrito, qual será a tensão sobre a carga? Quais serão as perdas na linha de transmissão? (b) Suponha que um transformador elevador de tensão 1:10 seja colocado na extremidade da linha de transmissão que está junto ao gerador. Um outro transformador abaixador 10:1 é colocado na extremidade da linha de transmissão que está junto à carga. Agora, qual será a tensão sobre a carga? Quais serão as perdas na linha de transmissão? Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Exemplo Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Exemplo Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Exemplo Considere um sistema de potência simples consistindo em uma fonte ideal de tensão, um transformador elevador ideal, uma linha de transmissão, um transformador abaixador ideal e uma carga. A tensão da fonte é VG = 480∠0oV . A impedância da linha de transmissão é Zlinha Zlinha = 4 + j3Ω e a impedância da carga é Zcarga = 30 + j40Ω. (a) Assuma que os transformadores não estão presentes no circuito. Qual é a tensão da carga e a potência dissipada na linha de transmissão? (b) Assuma que o transformador 1 é um transformador elevador 1:5 e que o transformador 2 é um transformador abaixador 5:1. Qual é a tensão da carga e a potência dissipada na linha de transmissão? Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I O circuito equivalente de um transformadorreal Para modelar um transformador real, precisamos levar em conta quatro itens: Perdas no cobre (I2R) Perdas por histerese e correntes parasitas Fluxo de dispersão Corrente de magnetização Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Modelagem do transformador As perdas no cobre ocorrem nos enrolamentos primário e secundário do transformador. Elas são modeladas colocando uma resistência RP no circuito primário do transformador e um resistência RS no circuito secundário. O fluxo de dispersão gera tensões induzidas no primário e secundário. Essas tensões são dadas por: eDP = LP diP dt eDS = LS diS dt Logo, o fluxo de dispersão será modelado por um indutor no primário (LP ) e um indutor no secundário (LS). Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Modelagem do transformador As perdas no cobre ocorrem nos enrolamentos primário e secundário do transformador. Elas são modeladas colocando uma resistência RP no circuito primário do transformador e um resistência RS no circuito secundário. O fluxo de dispersão gera tensões induzidas no primário e secundário. Essas tensões são dadas por: eDP = LP diP dt eDS = LS diS dt Logo, o fluxo de dispersão será modelado por um indutor no primário (LP ) e um indutor no secundário (LS). Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Modelagem do transformador A corrente de magnetização é uma corrente proporcional a tensão aplicada no enrolamento e é defasada de 90 graus em relação a tensão, de modo que ela pode ser modelada por uma indutância (XM ) em paralelo no primário. A corrente de perdas no núcleo é proporcional a tensão aplicada no enrolamento e está em fase com a tensão, de modo que ela pode ser modelada por uma resistência (RC) em paralelo no primário. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Modelagem do transformador A corrente de magnetização é uma corrente proporcional a tensão aplicada no enrolamento e é defasada de 90 graus em relação a tensão, de modo que ela pode ser modelada por uma indutância (XM ) em paralelo no primário. A corrente de perdas no núcleo é proporcional a tensão aplicada no enrolamento e está em fase com a tensão, de modo que ela pode ser modelada por uma resistência (RC) em paralelo no primário. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Modelo real do transformador Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Modelo real do transformador com impedâncias refletidas Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Modelo real simplificado do transformador com impedâncias refletidas Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Exemplo Um transformador de 20 KVA e tensão de 8000/480 V possui os seguintes parâmetros: a) Ache o circuito equivalente do transformador referido ao lado de alta tensão. b) Assuma que o transformador alimente uma carga com 480 V e fator de potência de 0,8 indutivo. Calcule a tensão de entrada. (Use o modelo simplificado do transformador) c) Qual é a eficiência do transformador nas condições da letra b)? Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Sistema de medições por unidade O sistema de medições por unidade representa todos os valores de interesse em relação a valores base, definidos previamente. Tais valores transformados são denoimnados "por unidade". Vantagens do sistema por unidades: As conversões de valores entre primário e secundário de transformadores são executadas automaticamente. Valores de reatância e resistência de transformadores e demais máquinas elétricas normalmente se encontram dentro da mesma faixa de valores. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I No sistema por unidades, cada grandeza elétrica é medida como uma fração decimal de algum nível que serve de base: Normalmente, em sistemas monofásicos, os valores de base para tensão e potência são escolhidos com base nos valores nominais do maior equipamento do sistema, e os valores de corrente e impedância de base são calculados. Ibase = Sbase Vbase Zbase = V 2base Sbase As grandezas de base, com exceção da potência, mudam conforme passam por um transformador, de acordo com sua relação de espiras. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Exemplo: A imagem do próximo slide mostra um sistema de potência que contém um gerador de 480 V ligado a um transformador elevador ideal 1:10, uma linha de transmissão, um transformador abaixador ideal 20:1 e uma carga. A impedância da linha de transmissão é 20 + j60Ω e a impedância da carga é 10∠30◦Ω. Os valores de base escolhidos para esse sistema são 480 V e 10 kVA no gerador. a) Encontre a tensão, a corrente, a impedância e a potência aparente, todos de base, em cada ponto do sistema de potência. b) Converta esse sistema para seu circuito equivalente por unidade. c) Encontre a potência fornecida à carga nesse sistema. d) Encontre a potência perdida na linha de transmissão. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Ensaio a vazio do transformador No ensaio a vazio ou de circuito aberto, um enrolamento do transformador é deixado em circuito aberto e o outro enrolamento é conectado à tensão nominal plena de linha. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Ensaio a vazio do transformador Os elementos em série RP e XP são pequenos demais, em comparação com RC e XM , para causar uma queda de tensão significativa, de modo que essencialmente toda a tensão de entrada sofre queda no ramo de excitação. As medidas são feitas no lado de baixa tensão, para não termos que lidar com tensões muito altas. A partir das informações lidas, é possível calcular a magnitude e o ângulo da impedância de excitação. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Ensaio a vazio do transformador Os elementos em série RP e XP são pequenos demais, em comparação com RC e XM , para causar uma queda de tensão significativa, de modo que essencialmente toda a tensão de entrada sofre queda no ramo de excitação. As medidas são feitas no lado de baixa tensão, para não termos que lidar com tensões muito altas. A partir das informações lidas, é possível calcular a magnitude e o ângulo da impedância de excitação. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Ensaio a vazio do transformador Admitância do ramo de excitação: YE = GC − jBM = 1 RC − j 1 XM Módulo da admitância: ‖YE‖ = Ivz Vvz Ângulo da admitância: θ = −arccos Pvz VvzIvz Com o valor da admitância, podemos achar a resistência RC e a reatância XM Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Ensaio a vazio do transformador Admitância do ramo de excitação: YE = GC − jBM = 1 RC − j 1 XM Módulo da admitância: ‖YE‖ = Ivz Vvz Ângulo da admitância: θ = −arccos Pvz VvzIvz Com o valor da admitância, podemos achar a resistência RC e a reatância XM Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Ensaio a vazio do transformador Admitância do ramo de excitação: YE = GC − jBM = 1 RC − j 1 XM Módulo da admitância: ‖YE‖ = Ivz Vvz Ângulo da admitância: θ = −arccos Pvz VvzIvz Com o valor da admitância, podemos achar a resistência RC e a reatância XM Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Ensaio a vazio do transformador Admitância do ramo de excitação: YE = GC − jBM = 1 RC − j 1 XM Módulo da admitância: ‖YE‖ = Ivz Vvz Ângulo da admitância: θ = −arccos Pvz VvzIvz Com o valor da admitância, podemos achar a resistência RC e a reatância XM Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Ensaio de curto circuito No ensaio de curto-circuito, os terminais de baixa tensão do transformador são colocados em curto-circuito e os terminais de alta tensão são ligados a uma fonte de tensão variável. A tensão é aumentada até que a corrente nominal circule nos enrolamentos de alta tensão. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Ensaio de curto circuito Durante o ensaio de curto-circuito,a tensão de entrada é tão baixa que uma corrente desprezível circulará no ramo de excitação. Se a corrente de excitação for ignorada, toda a queda de tensão no transformador poderá ser atribuída aos elementos em série do circuito. Módulo das impedâncias em série: ‖Zse‖ = Vcc Icc Ângulo das impedâncias em série: θ = arccos Pcc VccIcc Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Ensaio de curto circuito Durante o ensaio de curto-circuito, a tensão de entrada é tão baixa que uma corrente desprezível circulará no ramo de excitação. Se a corrente de excitação for ignorada, toda a queda de tensão no transformador poderá ser atribuída aos elementos em série do circuito. Módulo das impedâncias em série: ‖Zse‖ = Vcc Icc Ângulo das impedâncias em série: θ = arccos Pcc VccIcc Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Ensaio de curto circuito Durante o ensaio de curto-circuito, a tensão de entrada é tão baixa que uma corrente desprezível circulará no ramo de excitação. Se a corrente de excitação for ignorada, toda a queda de tensão no transformador poderá ser atribuída aos elementos em série do circuito. Módulo das impedâncias em série: ‖Zse‖ = Vcc Icc Ângulo das impedâncias em série: θ = arccos Pcc VccIcc Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Ensaio de curto circuito Com a impedância em série calculada, podemos descobrir os valores das resistências e reatâncias em série: Zse = Req + jXeq = (Rp + α 2Rs) = j(Xp + α 2Xeq) Infelizmente, não conseguimos desmembrar as impedâncias do primário e secundário neste ensaio, porém tal separação não é necessária para se obter resultados satisfatórios em problemas reais. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Ensaio de curto circuito Com a impedância em série calculada, podemos descobrir os valores das resistências e reatâncias em série: Zse = Req + jXeq = (Rp + α 2Rs) = j(Xp + α 2Xeq) Infelizmente, não conseguimos desmembrar as impedâncias do primário e secundário neste ensaio, porém tal separação não é necessária para se obter resultados satisfatórios em problemas reais. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Resultado dos ensaios Observe que o ensaio a vazio é realizado usualmente no lado de baixa tensão do transformador e o ensaio de curto-circuito é usualmente efetuado no lado de alta tensão do transformador, de modo que usualmente os valores de RC e XM são encontrados sendo referidos ao lado de baixa tensão e os valores de Req e Xeq são usualmente encontrados sendo referidos ao lado de alta tensão. Todos os elementos devem ser referidos ao mesmo lado (alta ou baixa tensão) para obter o circuito equivalente final. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Resultado dos ensaios Observe que o ensaio a vazio é realizado usualmente no lado de baixa tensão do transformador e o ensaio de curto-circuito é usualmente efetuado no lado de alta tensão do transformador, de modo que usualmente os valores de RC e XM são encontrados sendo referidos ao lado de baixa tensão e os valores de Req e Xeq são usualmente encontrados sendo referidos ao lado de alta tensão. Todos os elementos devem ser referidos ao mesmo lado (alta ou baixa tensão) para obter o circuito equivalente final. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Exemplo As impedâncias do circuito equivalente de um transformador de 20 kVA, 8.000/240 V e 60 Hz devem ser determinadas. O ensaio a vazio foi efetuado no lado secundário do transformador (para reduzir a tensão máxima a ser medida) e o ensaio de curto-circuito foi realizado no lado primário do transformador (para reduzir a corrente máxima a ser medida). Os seguintes dados foram obtidos: Encontre as impedâncias do circuito equivalente aproximado, referido ao lado do primário, e faça um desenho esquemático desse circuito. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Regulação de tensão e eficiência Regulação de tensão a plena carga é uma grandeza que compara a tensão de saída do transformador a vazio (vz) com a tensão de saída a plena carga (pc). RT = VS,vz − VS,pc VS,pc × 100% Podemos calcular a regulação de tensão com o auxílio do diagrama fasorial do transformador. O diagrama fasorial é montado a partir da LKT na malha do transformador. V ′ P = VS + ZeqIS A tensão VS está no ângulo zero. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Regulação de tensão e eficiência Regulação de tensão a plena carga é uma grandeza que compara a tensão de saída do transformador a vazio (vz) com a tensão de saída a plena carga (pc). RT = VS,vz − VS,pc VS,pc × 100% Podemos calcular a regulação de tensão com o auxílio do diagrama fasorial do transformador. O diagrama fasorial é montado a partir da LKT na malha do transformador. V ′ P = VS + ZeqIS A tensão VS está no ângulo zero. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Regulação de tensão e eficiência Figura: Diagramas fasoriais com a corrente atrasada, em fase e adiantada em relação a tensão. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Regulação de tensão e eficiência A eficiência de um transformador é dada pela equação: η = Psaida Pentrada × 100% = Psaida Psaida + Pperdas × 100% Existem três tipos de perdas presentes no transformador Perdas no cobre (I2R). Essas perdas são representadas pela resistência em série no circuito equivalente. Perdas por histerese, que estão incluídas no resistor RC . Perdas por corrente parasita, que também estão incluídas no resistor RC . Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Regulação de tensão e eficiência A eficiência de um transformador é dada pela equação: η = Psaida Pentrada × 100% = Psaida Psaida + Pperdas × 100% Existem três tipos de perdas presentes no transformador Perdas no cobre (I2R). Essas perdas são representadas pela resistência em série no circuito equivalente. Perdas por histerese, que estão incluídas no resistor RC . Perdas por corrente parasita, que também estão incluídas no resistor RC . Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Regulação de tensão e eficiência Para calcular a eficiência de um transformador, que está operando com uma dada carga, usamos a equação abaixo. η = VSIS cos θ Pcobre + Pnucleo + VSIS cos θ aonde Pcobre = I 2 SReq Pnucleo = ( VP α )2 1 RC Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Regulação de tensão e eficiência Exemplo - Um transformador de 15 kVA e 2300/230 V deve ser testado para determinar os componentes do ramo de excitação, as impedâncias em série e a sua regulação de tensão. Os seguintes dados foram obtidos durante os ensaios com o transformador: (a) Encontre o circuito equivalente desse transformador referido ao lado de alta tensão. (b) Encontre o circuito equivalente desse transformador referido ao lado de baixa tensão. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Regulação de tensão e eficiência (c) Calcule a regulação de tensão a plena carga para o fator de potência de 0,8 atrasado, o fator de potência 1,0 e o fator de potência 0,8 adiantado. Use a equação exata para VP. (d) Faça o diagrama fasorial da regulação de tensão a plena carga, para o fator de potência de 0,8 atrasado, o fator de potência 1,0 e o fator de potência 0,8 adiantado. (e) Qual é a eficiência do transformador a plena carga para um fator de potência 0,8 atrasado? Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Regulação de tensão e eficiência Figura: Gráfico da regulação de tensão do exercício anterior, a medida em que a carga aumenta. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Autotransformadores O autotransformador é um transformador que possui suas bobinas conectadas eletricamente. Ele é ideal para pequenas transformações de tensão. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Autotransformadores O lado de alta tensão possui uma tensão igual a soma das tensões daespiras comum e em série. As relações de espira no autotransformador são dadas por: VB VA = Nc Nc +Nse IB IA = Nc +Nse Nc Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Autotransformadores No autotransformador, nem toda a potência que se desloca do primário para o secundário passa através dos enrolamentos. Como resultado, se as ligações de um transformador convencional forem refeitas na forma de autotransformador, ele poderá trabalhar com potência muito maior do que com sua potência nominal original. Portanto, a razão entre a potência aparente no primário e secundário do autotransformador e a potência aparente que realmente passa através de seus enrolamentos é SAuto SNormal = NSE +NC NSE Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Autotransformadores No autotransformador, nem toda a potência que se desloca do primário para o secundário passa através dos enrolamentos. Como resultado, se as ligações de um transformador convencional forem refeitas na forma de autotransformador, ele poderá trabalhar com potência muito maior do que com sua potência nominal original. Portanto, a razão entre a potência aparente no primário e secundário do autotransformador e a potência aparente que realmente passa através de seus enrolamentos é SAuto SNormal = NSE +NC NSE Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Autotransformadores Exemplo - Um transformador de 100VA e 120/12 V deve ser conectado de forma que opere como um autotransformador elevador. Uma tensão primária de 120 V é aplicada ao transformador. (a) Qual é a tensão secundária do transformador? (b) Qual é a máxima especificação nominal de volts-ampères nesse modo de operação? (c) Calcule qual é a vantagem de potência aparente nominal dessa conexão como autotransformador sobre a potência aparente nominal do transformador quando está operando de forma convencional em 120/12 V. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Transformadores Trifásicos Existem duas maneira de se construir transformadores trifásicos. A primeira é usar três transformadores monofásicos separados, e a segunda consiste em três conjuntos de enrolamentos que envolvem um núcleo comum. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Transformadores Trifásicos Existem duas maneira de se construir transformadores trifásicos. A primeira é usar três transformadores monofásicos separados, e a segunda consiste em três conjuntos de enrolamentos que envolvem um núcleo comum. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Transformadores Trifásicos Um transformador trifásico pode ser montado conforme um total de quatro configurações possíveis de ligação: Estrela-Estrela (Y-Y) Estrela-Triângulo (Y-∆) Triângulo-Estrela (∆-Y) Triângulo-Triângulo (∆-∆) Um transformador qualquer em particular do conjunto trifásico comporta-se exatamente como os transformadores monofásicos que já foram estudados anteriormente. Os cálculos de regulação de tensão, eficiência e outros similares são realizados tomando uma fase de cada vez. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Transformadores Trifásicos Razão de tensão total do transformador (Y-Y): VLP VLS = √ 3VφP√ 3VφS = α Figura: Ligação Y-Y Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Transformadores Trifásicos Razão de tensão total do transformador (Y-∆): VLP VLS = √ 3VφP VφS = √ 3α Deve-se observar que a tensão no secundário está atrasada ou adiantada de 30 graus, dependendo da sequência de fases do transformador. Figura: Ligação Y-∆ Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Transformadores Trifásicos Razão de tensão total do transformador (∆-Y): VLP VLS = VφP√ 3VφS = α√ 3 Mesmo deslocamento de 30 graus da configuração Y-∆. Figura: Ligação ∆-Y Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Transformadores Trifásicos Razão de tensão total do transformador (∆-∆): VLP VLS = VφP VφS = α Não possui deslocamento de fase. Figura: Ligação ∆-∆ Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Transformadores Trifásicos Exemplo - Um transformador trifásico de 600 kVA possui uma razão de tensão de 34,5/13,8 kV. Ache a razão de espiras α para cada uma das quatro configurações. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Transformadores Trifásicos Exemplo - Um transformador trifásico 13.800/480 V conectado em (Y-∆)é formado por três transformadores monofásicos de 100 kVA e 7967/480 V. Um ensaio de curto circuito revelou os seguintes valores: Vcc = 560V Icc = 12, 6A Pcc = 3300W (a) Qual é a impedância equivalente dos enrolamentos referida ao lado de alta tensão? (b) Qual é a tensão de linha no primário de transformador quando o mesmo está alimentando uma carga nominal com fator de potência de 0,85 atrasado? (c) Qual é a regulação de tensão nas condições do item (b)? Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Especificação nominal do transformador Os transformadores apresentam 3 especificações nominais principais: Potência aparente (VA) Tensões primária e secundária (V) Frequência (hz) Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Especificação nominal do transformador Tensão Nominal - Relaciona-se com a tensão de ruptura dos enrolamentos e a corrente de magnetização do núcleo. O fluxo de magnetização é proporcional a amplitude da tensão aplicada ao enrolamento. φ(t) = − VM ωNP cos(ωt) Quanto maior o fluxo, maior é a corrente de magnetização. Porém, a corrente cresce em uma proporção muito maior do que o fluxo, devido a saturação magnética do material. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Especificação nominal do transformador Figura: Relação entre fluxo e corrente de magnetização Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Especificação nominal do transformador Frequência nominal - A frequência também influencia o fluxo de magnetização. Logo, podemos alterar a frequência de funcionamento se alterarmos também a tensão, mantendo assim o fluxo de magnetização constante. Assim, se um transformador de 60 Hz operar em 50 Hz, a tensão aplicada também deverá ser reduzida em um sexto ou a corrente de magnetização de pico será demasiadamente elevado. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Especificação nominal do transformador Exemplo - Um transformador monofásico de 1 kVA, 230/115 V e 60 Hz tem 850 espiras no enrolamento primário e 425 espiras no enrolamento secundário. A curva de magnetização desse transformador está mostrada na figura abaixo. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Especificação nominal do transformador As curva de corrente de magnetização com o transformador operando a 60 hz e a 50 hz podem ser vistas abaixo. A corrente eficaz do primeiro caso é 0,4894 A, e no segundo caso é 0,7925 A. Para operar com a mesma corrente de magnetização em 50 hz, devemos diminuir a tensão do primário para 191,6 V. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Especificação nominal do transformador Potência nominal - O principal propósito da potência aparente nominal é o de juntamente com a tensão nominal, limitar o fluxo de corrente nos enrolamentos do transformador. O fluxo de corrente é importante porque controla as perdas I2R do transformador, o que, por sua vez, controla o aquecimento das bobinas do transformador. O aquecimento é crítico, porque o superaquecimento das bobinas de um transformador encurta drasticamente a vida de sua isolação. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Transformadores de instrumentação Transformador de potencial - É um transformador especialmente enrolado com um primário de alta tensão e um secundário de baixa tensão. Ele apresenta uma potência nominal muito baixa e sua única finalidade é fornecer uma amostra da tensão do sistema de potência aos instrumentos que o monitoram. Transformador de corrente - Toma uma amostra da corrente que fluiem uma linha e a reduz a um nível seguro e mensurável. Um transformador de corrente é diferente dos transformadores convencionais, porque seus enrolamentos são fracamente acoplados. Logo, as equações vistas não se aplicam a ele. No entanto, a corrente no secundário de um transformador de corrente é diretamente proporcional a corrente do primário. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I Transformadores de instrumentação É importante que o transformador de corrente esteja permanentemente em curto circuito, porque tensões extremamente elevadas poderão surgir se os terminais do enrolamento secundário estiverem abertos. Daniel Luis Cosmo Máquinas Elétricas I
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