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Conformação Mecânica Conformação de Chapas Conformação de Chapas Conformação de chapas é o processo de transformação mecânica que consiste em conformar uma chapa à forma de uma matriz, pela aplicação de esforços transmitidos através de um punção. Na operação ocorrem alongamento e contração das dimensões de todos os elementos de volume. A chapa, originalmente plana, adquire uma nova forma geométrica. Conformação de Chapas A conformação de chapas metálicas finas pode ser classificada através do tipo de operação empregada. As principais são: 1. corte em prensa (estampagem); 2. dobramento; 3. estampagem profunda, que também é conhecida por repuxo ou embutimento. Conformação de Chapas Corte de Chapas Características Destina-se à obtenção de formas geométricas, a partir de chapas submetidas à ação de pressão exercida por um punção ou cunha de corte contra o material e a matriz. Conformação de Chapas Corte de Chapas Características Quando o punção ou a lâmina inicia a penetração na chapa, o esforço de compressão converte-se em esforço cisalhante (esforço cortante) provocando a separação brusca de uma porção da chapa. No processo, a chapa é deformada plasticamente e levada até a ruptura nas superfícies em contato com as lâminas Etapas do corte: 1- Aparecimento de deformações plásticas em ambos os lados da chapa 2- Com o aumento da pressão, o material começa a trincar 3- As trincas se unem e separam a peça da chapa Características Corte de Chapas A aresta de corte apresenta em geral três regiões: uma rugosa (correspondente à superfície da trinca da fratura), uma lisa (formada pelo atrito da peça com as paredes da matriz) e uma região arredondada (formada pela deformação plástica inicial). Conformação de Chapas Corte de Chapas Características A qualidade das arestas cortadas não é a mesma das usinadas, entretanto quando as lâminas são mantidas afiadas e ajustadas é possível obter arestas aceitáveis para uma grande faixa de aplicações. A qualidade das bordas cortadas geralmente melhora com a redução da espessura da chapa. Conformação de Chapas No corte por matriz e punção (“piercing” ou “blanking”) não existe uma regra geral para selecionar o valor da folga, pois são vários os parâmetros de influência. A folga pode ser estabelecida com base em atributos, como: aspecto superficial do corte, imprecisões, operações posteriores e aspectos funcionais. Se não houver nenhum atributo específico desejado para superfície do “blank”, a folga é selecionada em função da força mínima de corte. Corte de Chapas Características - Dependendo do tipo de corte, são definidos diversos grupos de operações da prensa,conforme listagem abaixo: Tipos de Corte A operação de corte é usada para preparar o material para posterior estampagem ("blank"). A parte desejada é cortada (removida) da chapa original. A fabricação de furos em prensa (piercing ou punching) caracteriza uma operação de corte em que o metal removido é descartado. A fabricação de entalhes (notching) nas bordas de uma chapa pode ser feita em prensa através do puncionamento destas regiões. O corte por guilhotina é uma operação que não retira material da chapa metálica. A rebarbação (trimming) é uma operação que consiste em aparar o material em excesso (rebarbas) da borda de uma peça conformada. A remoção de rebarbas de forjamento em matriz fechada é uma operação deste tipo. Conformação de Chapas Máquinas e Ferramentas Máquinas: A maior parte da produção seriada de partes conformadas a partir de chapas finas é realizada em prensas mecânicas ou hidráulicas. As ferramentas básicas utilizadas em uma prensa de conformação de peças metálicas são o punção e a matriz. O punção, normalmente o elemento móvel, é a ferramenta convexa que se acopla com a matriz côncava. Como é necessário um alinhamento acurado entre a matriz e o punção, é comum mantê-los permanentemente montados em uma porta matriz, que pode ser rapidamente inserida na prensa. Geralmente, para evitar a formação de rugas na chapa a conformar usam-se elementos de fixação ou a ação de grampos para comprimir o "blank" contra a matriz. A fixação é conseguida por meio de um dispositivo denominado anti-rugas ou prensa-chapas Conformação de Chapas Equipamentos usados Mecânicas Hidráulicas Conformação de Chapas ESTAMPAGEM Conformação de Chapas Estampo de corte Conformação de Chapas Punções Conformação de Chapas PORTA PUNÇÃO: A espessura do porta-punção é muito importante, sendo que pede-se considera-la no mínimo 25% do comprimento do punção Conformação de Chapas Características principais das matrizes de corte são: • Ângulo de saída para facilitar o escoamento do material cortado. • A folga entre punção e a matriz que é responsável pelo corte da peça desejada. • Altura do talão determina nº de afiações possíveis. MATRIZES Conformação de Chapas FOLGA ENTRE PUNÇÃO E MATRIZ Conformação de Chapas FORÇAS DE ESTAMPAGEM A força de corte depende diretamente do tipo de material, da espessura da chapa e do perímetro de corte. A espessura da chapa e o perímetro de corte são grandezas facilmente conhecidas. Conformação de Chapas 75,0c OBSERVAÇÃO: - A força necessária para o corte pode ser bastante reduzida construindo-se as bordas da ferramenta em plano inclinado em relação ao plano da chapa, de maneira que apenas uma pequena fração do comprimento total do corte seja feita de uma só vez. c em kg/mm2 Conformação de Chapas FORÇAS DE ESTAMPAGEM Conformação de Chapas FORÇAS DE ESTAMPAGEM Conformação de Chapas LAY-OUT DAS PEÇAS Conformação de Chapas LAY-OUT DAS PEÇAS Conformação de Chapas ESTAMPAGEM Os principais parâmetros a serem considerados nestas operações são: 1. folgas entre punção (macho) e matriz; 2. aproveitamento máximo da chapa (layout); 3. forças envolvidas na operação; 4. dimensionamento da matriz; e 5. escolha de molas para prensa. Conformação de Chapas Dobramento Características Nesta operação, a tira metálica é submetida a esforços aplicados em duas direções opostas para provocar a flexão e a deformação plástica, mudando a forma de uma superfície plana para duas superfícies concorrentes, em ângulo, com raio de concordância em sua junção. Conformação de Chapas A figura mostra os esforços atuantes e a forma adquirida por uma tira submetida a dobramento A fibra neutra não é tracionada nem comprimida A determinação de sua posição e do seu raio é importante no desenvolvimento linear da peça Conformação de Chapas Raio de Dobramento Para a operação de dobramento existe um raio de dobramento abaixo do qual o metal trinca na superfície externa. É o raio mínimo de dobramento, expresso geralmente em múltiplos da espessura da chapa. Um raio de dobramento de 3t indica que o metal pode ser dobrado formando um raio de três vezes a espessura da chapa sem que haja o aparecimento de trincas. O raio mínimo de dobramento é portanto um limite de conformação, que varia muito para os diversos metais e sempre aumenta com a prévia deformação a frio do metal. Alguns metais muito dúcteis apresentam raio mínimo de dobramento igual a zero. Isto significa que as peças podem ser achatadas sobre si mesmas, mas geralmente não se utiliza este procedimento para evitar danos no punção ou na matriz. Conformação de Chapas Retorno elástico -Efeito mola A operação de dobramento exige que se considere a recuperação elástica do material (efeito mola), para que se tenham as dimensões exatas na peça dobrada. A recuperação elástica da peçaserá tanto maior quanto maior for o limite de escoamento, menor o módulo de elasticidade e, relativamente, menor quanto maior a deformação plástica. Estabelecidos estes parâmetros, a deformação aumenta com a razão entre as dimensões laterais da chapa e sua espessura. Conformação de Chapas O efeito mola ocorre em todos os processos de conformação, mas no dobramento é mais facilmente detectado e estudado. O raio de curvatura antes da liberação da carga ( Ro) é menor do que após a liberação ( Rf ). O efeito mola é representado pelo símbolo K . Conformação de Chapas Prensa dobradeira Dobramento de perfis Conformação de Chapas Dobramento em prensas dobradeiras em várias operações Conformação de Chapas Dobramento em L - Estampo Conformação de Chapas Estampo para dobramento em U com ângulo Conformação de Chapas ESTAMPO MISTO Conformação de Chapas Estampagem Profunda ou Embutimento Características É o processo utilizado para fazer com que uma chapa plana (“blank”) adquira a forma de uma matriz (fêmea), imposta pela ação de um punção (macho). O processo é empregado na fabricação de peças de uso diário (pára- lamas, portas de carros; banheiras, rodas, etc.). A operação de embutimento consiste em transformar uma chapa plana de espessura “t” num corpo côncavo. A Estampagem é o processo de conformação que imprime sobre uma chapa plana formas diversas através de deformações plásticas. Conformação de Chapas Catalisador - Aço Inox 409 Tanque combustível - Aço inox 304 Conformação de Chapas Características Estiramento É a operação que consiste na aplicação de forças de tração, de modo a esticar o material sobre uma ferramenta ou bloco (matriz). Neste processo, o gradiente de tensões é pequeno, o que garante a quase total eliminação do efeito mola. Como predominam tensões de tração, grandes deformações de estiramento podem ser aplicadas apenas para materiais muito dúcteis. Conformação de Chapas Ferramental: O equipamento de estiramento consiste basicamente de um pistão hidráulico (usualmente vertical), que movimenta o punção. Duas garras prendem as extremidades da chapa. Na operação, não existe uma matriz fêmea. As garras podem ser móveis permitindo que a força de tração esteja sempre em linha com as bordas da chapa (figura). Garras fixas devem ser usadas somente para conformação de peças com grandes raios de curvatura, evitando-se com isto o risco de ruptura da chapa na região das garras Conformação de Chapas – Os aços inox austeníticos se deformam basicamente por estiramento e os ferríticos por embutimento. Redução generalizada da espessura Estiramento Conformação de Chapas Tipos de conformação / Estiramento No estiramento, as tensões são trativas e a razão entre a tensão menor e maior varia entre 0,5 e 1,0 (Caddell e Hosford, 1993). Sujeitador Matriz Área deformada Quebra-rugas S f S o Sf < So Conformação de Chapas Tipos de conformação / Flangeamento Sujeitador Matriz Furo O Flangeamento é um processo que reúne características de Dobramento e Estiramento Conformação de Chapas Embutimento Objetiva-se a menor variação possível de espessura Conformação de Chapas Tipos de conformação / Embutimento Sujeitador Matriz Área deformada Há uma deformação trativa na direção radial e, simultaneamente, uma deformação compressiva na direção circunferencial e a razão entre as tensões menor e maior varia entre –1,0 e 0,5 (Caddell e Hosford, 1993). Conformação de Chapas No embutimento a espessura da chapa varia: - No centro do fundo é igual a espessura - próximos aos bordos do fundo, a espessura é menor do que a do blank - a espessura da paredes laterais aumentam a partir do bordo do fundo e pode chegar a 1,25 da espessura do disco. Conformação de Chapas Estampagem Profunda ou Embutimento Características A distinção entre estampagem rasa (shallow) e profunda é arbitrária. A estampagem rasa geralmente se refere à conformação de um copo com profundidade menor do que a metade do seu diâmetro com pequena redução de parede. Na estampagem profunda o copo é mais profundo do que a metade do seu diâmetro. Para melhorar o rendimento do processo, é importante que se tenha boa lubrificação. Com isto reduzem-se os esforços de conformação e o desgaste do ferramental. Os óleos indicados normalmente são para extrema pressão, devendo garantir boa proteção contra a corrosão da chapa, ser de fácil desengraxe e não levar à oxidação do material (devido às reações de subprodutos dos gases formados no aquecimento do metal). Geralmente, são óleos minerais com uma série de aditivos (Cl, Pb, P, gorduras orgânicas, etc.). Conformação de Chapas Estampos de Repuxo Prensa-chapas: - função de manter a chapa sob pressão para fazer com que esta deslize apenas para o interior da cavidade da matriz Conformação de Chapas Extrator que possibilita a saída da peça pela parte inferior do estampo Extrator que possibilita a saída da peça pela parte superior do estampo Conformação de Chapas • Força de sujeição Deve-se ainda estudar a pressão a ser aplicada no prensa-chapas: - se esta for muito pequena, surgem rugas nas laterais da peça; - se, por outro lado, for muito elevada, pode ocorrer a ruptura da peça na prensa. A força de sujeição é regulada segundo o aspecto da peça embutida: - Peça sem rugas e com aspecto brilhante: força correta - Superfície lisa e brilhante mas com traços/marcas no bordo da peça: força pequena - Estiramento do fundo antes de se completar o embutimento: força excessiva - Formação de rugas em um só lado do disco: força distribuída irregularmente sendo menor na região das rugas. • Folga entre punção e matriz Na fabricação de peças por embutimento, tem que se levar em conta uma folga suficiente entre a matriz e o punção que permita o escoamento do material para o interior da matriz, sem que surjam tensões cisalhantes ocasionadas pelo atrito e que levem à ruptura do metal em prensa. A folga corresponde ao valor da espessura do material mais um coeficiente determinado empiricamente. Conformação de Chapas Folgas pequenas: o material repuxado tende a estirar-se Folgas grandes Folga mal distribuída Conformação de Chapas • Velocidade de embutimento Aço inoxidável: 200 mm/s Aço doce: 280 mm/s Alumínio e ligas: 500 mm/s Conformação de Chapas • Lubrificação Aço inoxidável: Água grafitada Aço doce: Mistura com 25% grafite, 25% de sebo de boi derretido e 50% de óleo de toucinho Alumínio e ligas: Óleo grafitado ou vaselina Conformação de Chapas Estágios de repuxo Às vezes, o diâmetro do "blank“ é muito superior ao diâmetro da peça a estampar , sendo que esta deve atingir uma profundidade de copo muito elevada. Nestes casos, a fabricação poderá exigir uma sequência de operações de estampagem, utilizando uma série de ferramentas, com diâmetros decrescentes (da matriz e do punção). O número de operações depende do material da chapa e das relações entre o disco inicial (D) e os diâmetros das peças estampadas (d) Conformação de Chapas Para se determinar o número de estágios, deve-se considerar uma redução de 40% do diâmetro do blank no primeiro estágio Nos demais, a redução deve ser de 20% até que se obtenha o diâmetro desejado Conformação de Chapas Estampabilidade dos Metais Estampabilidade é a capacidade que a chapa metálica tem de adquirir à forma de uma matriz, pelo processo de estampagem sem se romper ou apresentar qualquer outro tipo de defeito de superfície ou de forma. A capacidade de embutir está ligada diretamente àtextura cristalina do material e esta à composição química, à estrutura da placa e às condições de processamento termomecânico (laminação a quente e a frio). A avaliação da estampabilidade de uma chapa metálica depende de muitos testes, tais como: ensaios simulativos (tipo Erichsen, Olsen, Fukui, etc.), ensaios de tração (obtendo-se o limite de escoamento e de resistência, o alongamento total até a fratura, o coeficiente de encruamento, os coeficientes de anisotropia normal e planar), ensaios de dureza, medida da rugosidade do material, metalografia, etc. Conformação de Chapas Conformação de Chapas Tipos de conformação / Seqüência de operações Conformação de Chapas MARTELO PRENSA CHAPA Prensas Mecânicas Duplo Efeito Conformação de Chapas Prensas Mecânicas Simples Efeito Conformação de Chapas Ferramenta - Estampo Conformação de Chapas • Bibliografia – Apostila Introdução à Manufatura Mecânica , Prof. Dr. G. F. Batalha – Apostila Processos de Fabricação, Conformação Mecânica II – Extrusão, Trefilação e Conformação de Chapas, Norberto Moro e André Paegle Auras, Florianópolis – SC, Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina. – Metalurgia Mecânica, George E. Dieter, Editora Guanabara Dois, Rio de Janeiro - RJ, 2ª edição, 1976; – Estampagem dos aços inoxidáveis, Eduardo Luiz Alvares Mesquita e Léo Lucas Rugani – ACESITA – Conformação de Chapas; material didático disponível no site CIMM - Centro de Informação Metal Mecânica em http://www.cimm.com.br/portal/material_didatico , acesso em 03/06/12.