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Influências da Nutrição na qualidade de carne de animais não ruminantes 
 
 
 
RESUMO 
Esse trabalho tem por finalidade demonstrar a importância e a influência 
da Nutrição Animal na alimentação de animais não ruminantes, 
principalmente para a produção de carne. Foram abordados estudos 
acerca da qualidade de carcaça com fontes nutricionais para Suínos, 
Frango de corte, peixes e coelhos. Diversas pesquisas já foram realizadas 
para o entendimento da influência de nutrientes na qualidade da carne, 
porém há uma grande necessidade da realização de mais estudos que 
abordem resultados mais definidos e conclusivos devido à demanda 
crescente por alimentos para a população mundial. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 Devido ao crescimento da população mundial, a demanda por 
alimentos só cresce e a necessidade é de alimentos de boa qualidade 
nutricional e de segurança alimentar para o consumidor. 
 O manejo nutricional na alimentação de animais não ruminantes é 
necessário para seu desenvolvimento e consequentemente na qualidade 
da carne. Uma dieta balanceada e fornecida de acordo com as exigências 
nutricionais do animal pode ter influências diretas em fatores como 
textura, maciez e sabor; o que auxilia na aceitação do mercado 
consumidor. 
 Dentre as qualidades organolépticas procuradas pelo consumidor 
como as mais importantes estão a maciez e a textura, em detrimento ao 
odor, sabor e cor (LAWRIE 2005). As características físicas da carcaça 
podem ser manipuladas por meio do manejo nutricional, da idade de 
abate, da escolha do sistema de produção e de raças para produção de 
carne (Moletta & Restle, 1996) 
 Muitos estudos acerca dos fatores que interferem na qualidade da 
carne são feitos para definir a raça adequada, estruturas responsáveis 
pela maciez, idade para abate, tempo de resfriamento, temperatura 
correta, quantidade de gordura para acabamento de carcaça, dentre 
outros. Um dos fatores que influenciam na maciez e textura da carne é a 
dieta oferecida aos animais, estabelecendo uma relação da nutrição do 
animal com a qualidade da carne produzida pela criação. 
 A indústria pecuária possui grande importância dentro do mercado 
de alimentos na produção de proteína de origem animal para o 
consumidor. Um dos objetivos da Nutrição para animais domésticos é 
proporcionar alimentos responsáveis pelo desenvolvimento e rendimento 
de acordo com a produção desejada pelo criador. 
Segundo Adriguetto ( 1990), a alimentação racional dos animais 
domésticos tem como objetivo fornecer a um indivíduo ou a um grupo de 
indivíduos de uma determinada raça ou espécie, os alimentos capazes de 
manter a vida, e assegurar, nas melhores condições de rendimento, a 
elaboração das produções que o homem pretende de um animal ou de 
um grupo de animais. 
 
Influências da nutrição animal na qualidade da carne suína 
 
 O consumo de alimentos é influenciado por um grande número de 
fatores, entre os quais agrupam-se os fisiológicos como os mecanismos 
neurais e hormonais, ligados aos sentidos (olfato e gosto); os ambientais 
como a temperatura e a umidade ambiental, o movimento e a qualidade 
do ar, a lotação animal, os tipos de comedouros e as formas físicas de 
ração e por fim os fatores dietéticos como o nível adequado de nutrientes, 
a densidade energética da dieta, os antibióticos, flavorizantes, o 
processamento e digestibilidade dos ingredientes e a quantidade e 
qualidade da água ( NRC, 1998) 
 Suínos em fase de crescimento e terminação, geralmente, ao 
consumir ração de modo à vontade, compensam a quantidade de acordo 
com o nível energético da dieta. As exigências nutricionais dos animais 
determinadas com alimentação à vontade, realizando a prática da 
restrição alimentar deve ser observado a relação de aminoácidos e 
energia, para não ocorrer perdas de deposição de proteína nos músculos. 
 Embora os valores não sejam muito diferentes, há muito maior 
necessidade energética para depositar gordura, pois essa representa de 
80 a 95% do peso depositado como gordura, enquanto que a proteína 
representa de 20 a 23% do tecido muscular depositado. Então, quando o 
limite genético de deposição de músculos é atingido, o consumo em 
excesso irá promover a deposição de gordura na carcaça. Portanto, a 
alimentação controlada visa adequar o consumo de energia de forma que 
a mesma não seja deficiente para o máximo ganho em músculos ou em 
excesso provocando aumento de gordura nas carcaças.(NRC 1998) 
 Vários trabalhos demonstram a relação do consumo de energia com 
as características de carcaça de suínos, sabendo-se que há necessidade de 
diminuir o consumo de energia e adequar o consumo de lisina ao de 
energia para obter carcaças de melhor qualidade (Pekas, 1993; Quinou et 
al., 1995; Fuller et al., 1995; Quinou et al., 1996). 
 A questão da deposição de gordura na carcaça suína é um entrave 
que vem sendo contornado por diversas maneiras. Um dos maiores 
desafios é balancear as quantidades de músculo e camada de gordura 
adequadas na carcaça para atender as exigências do consumidor e é uma 
área que demanda mais estudos e pesquisas para manter esse equilíbrio 
na suinocultura. 
 
Influências da nutrição animal na qualidade da carne de frango 
 
 O fornecimento de minerais como selênio, manganês, ferro, cobre e 
zinco são essenciais para o desenvolvimento de frangos de corte. Esses 
minerais atuam em diversas funções fisiológicas e metabólicas; participam 
em quase todas as vias metabólicas do organismo animal, tendo 
importantes funções fisiológicas como na reprodução, no crescimento, no 
sistema imunológico e no metabolismo energético (Dieck et al., 2003). 
 O uso de minerais quelatos, ligados a aminoácidos com melhor 
capacidade de absorção no organismo; e selênio também podem 
aumentar a qualidade da carcaça, afetando a quantidade de gordura 
abdominal, atendendo a aceitação do mercado consumidor . A qualidade 
da carne também pode ser afetada com algumas melhorias demonstradas 
na maciez, oxidação lipídica o que pode levar a um aumento do tempo de 
prateleira da carne, uma menor perda de água, entre outras. 
 Frangos recebendo dietas contendo manganês na forma orgânica 
apresentam melhor desempenho que aqueles recebendo este mineral na 
forma inorgânica. Níveis de 30 ppm Mn não foram suficientes para 
sustentar o ganho de peso corporal. Aves recebendo manganês orgânico 
apresentaram maiores ganhos de peso (comparativamente aos que 
receberam 30 ppm Mn orgânico, ou 30 ou 60 ppm de Mn inorgânico) 
(Tucker et al.,2008) 
Os minerais atuam em processos fisiológicos, logo estão envolvidos 
diretamente relacionados com a qualidade da carcaça, influenciando a 
deposição de gordura e de tecido magro na carcaça. O zinco, por exemplo, 
está ligado á síntese de colágeno melhorando a qualidade da pele a 
tornando mais resistente e firme. Também atua na síntese de ácidos 
nucleicos e queratina na pele, o que contribui ainda mais para a sua 
qualidade. 
 Rossi et al. (2007) concluíram que não foi observada muita 
diferença em relação aos parâmetros de qualidade da pele, porém com a 
adição de zinco orgânico na alimentação, houve uma melhoria das 
características da pele, com um aumento na quantidade de colágeno e no 
número de células epiteliais. 
 Vários estudos mostram o aumento da qualidade da carcaça de 
frangos com adições de minerais, aminoácidos, lipídios, dentro outros. 
Porém muitos não obtiveram uma conclusão significativa de alguns 
nutrientes, portanto há uma demanda de mais pesquisas dentro dessa 
temática para se obter resultados mais conclusivos. 
 
Influências da nutrição animal na qualidade de carne de peixes 
 
 Em confinamento na psicultura, os peixes necessitam do 
fornecimento de rações comerciais pois não dispõem de alimento de boa 
qualidade e quantidadeque atendam às exigências nutricionais para 
desempenhos reprodutivo e produtivo. Assim, é fornecida a energia e 
nutrientes para garantir adequado desempenho produtivo e retorno 
econômico para o produtor. 
 De acordo com REIDEL (2007), uma elevada disponibilidade de 
energia em rações resulta uma baixa ingestão proteica, aumentando a 
deposição de gordura visceral e corporal e diminuição da qualidade da 
carne, ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer, Goiânia, v.8, 
n.15; p. 2012 52, devido a maior oxidação dos ácidos graxos. Porém, 
afirma que dietas com baixo teor energético auxiliam a síntese de energia 
a partir de proteínas, piorando a conversão alimentar, custo de produção, 
e a qualidade da água pelo aumento da excreção de amônia no ambiente. 
Por isso, o fornecimento de ração com adequado equilíbrio 
energético é fundamental para síntese de proteínas na produção de 
peixes com excelente rendimento de carcaça, desempenho, e composição 
corporal adequada. 
 Proteínas, aditivos e minerais são extremamente necessários para o 
desenvolvimento de peixes de confinamento. WILSON (2002) concluiu que 
os peixes não possui exigências nutricionais de proteínas, porém de 
proporções adequadas de aminoácidos essenciais e não essenciais na 
dieta para se obter deposição de proteína musculares e outras proteínas 
estruturais. 
 O fósforo, por exemplo, possui grande importância na nutrição de 
peixes pois de trata de um mineral essencial para o crescimento e 
reprodução por ser constituinte da estrutura esquelética. PEZZATO (2005) 
menciona que a deficiência de fósforo pode ser um fator que influencia a 
redução no ganho de peso, piora a conversão alimentar e a deposição de 
outros minerais nos ossos e outros tecidos. 
 O confinamento de peixes pode acarretar estresse e redução da 
qualidade da água, o que pode desencadear o desenvolvimento de 
doenças diminuindo o consumo de alimentos e a produtividade. Dessa 
maneira, GONÇALVES (2009) sugere que o uso de aditivos na dieta 
também podem auxiliar na manutenção do bem estar, equilíbrio 
metabólico para melhorar o desempenho dos animais. 
 
Influências da Nutrição animal na qualidade da carne de coelhos 
 Coelhos como da raça Nova Zelândia possuem boa capacidade de 
crescimento e se se adaptam perfeitamente com alimentos como 
forragens e subprodutos de indústrias alimentícias. A alimentação destes 
animais é responsável por cerca de 70% dos custos de produção em que 
somente o feno de alfafa, quando utilizado, pode representar 40% deste 
total (SCAPINELLO et al., 2003). 
 Por isso há uma necessidade de avaliar fontes alternativas para 
reduzir custos com conhecimento de valores nutricionais, otimizando seu 
uso na dieta e atendendo às exigências nutricionais dos animais. 
Alimentos como a farinha de peixe e vísceras de aves que apresentam alto 
valor nutricional e podem ser empregados na formulação de rações 
práticas, podendo ou não ser encontrados a preços acessíveis. 
O estudo de alimentos alternativos acaba subsidiando a produção 
de rações mais baratas, de mesma qualidade nutricional, proporcionando 
desempenho produtivo equivalente àquelas formuladas com alimentos 
convencionais. 
 Desta maneira, uma forma de avaliar os resultados da inclusão 
desses alimentos alternativos na alimentação de uma espécie é através de 
fatores zootécnicos como: desempenho, podendo ser pelo peso vivo, 
ganho de peso, conversão alimentar, peso e rendimento de carcaça, 
enquanto os lipídeos séricos são úteis para avaliar o efeito do alimento 
sobre o colesterol total, triglicerídeos e HDL colesterol, LDL-colesterol, 
VLDLcolesterol do sangue. 
 O consumo da carne de coelhos vem se popularizando cada 
vez mais, com isso o aumento da criação desses animais vem 
acompanhando tal crescimento, isso nos leva a nos preocuparmos com a 
nutrição desses animais, para conseguirmos ter um produto de qualidade 
no mercado e de maneira rentável, porém é uma área com poucas 
pesquisas ainda realizadas aqui no Brasil para termos um avanço nesse 
mercado. 
 
 
 
 
 
 
 Conclusão 
 
Podemos inferir que a ciência da Nutrição Animal é extremamente 
importante na produção de carne na indústria pecuária pois com o 
fornecimento de variadas fontes de nutrientes, podemos otimizar o 
rendimento de carcaças equilibrando a deposição de gordura com o 
tecido muscular e promover textura e maciez de acordo com as exigências 
do consumidor. Apesar de haver muitos estudos sobre a influências da 
nutrição na qualidade da carne, o crescimento populacional vem exigindo 
maiores produções de alimentos, dentre eles de origem animal, com isso é 
necessário mais pesquisas para resultados mais conclusivos e de fontes 
alternativas que geram mais economia para o produtor. 
 
 
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