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Cultura do Arroz: Origem, Importância e Consumo

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CULTURA DO ARROZ
Origem e Distribuição
Sudoeste Asiático – cultura “não centrica”.
Domesticação: O. perenia provável ancestral da (Oryza sativa)
Hibridação Introgressiva: Causada por cruzamentos interespecíficos repetidos ou mesmo contínuos, causando assim uma infiltração de genes de uma espécie para outra.
Brasil – 1540 – Capitania de São Vicente – Nordeste.
Substituição do arroz vermelho pelo branco.
1904 – Primeiras Lavouras.
Importância
Um dos cereais mais produzidos e consumidos no mundo – 450 milhões de toneladas.
Cultura Versátil – Cultivo em diferentes condições de clima e solo.
Um dos alimentos com o melhor balanço nutricional.
Baixo teor de lisina e alto teor de metionina.
Combinação ideal com o feijão – Alto teor de lisina e baixo teor de metionina.
Rico em fósforo, ferro e cálcio.
Alimento básico de mais da metade da população mundial – preparo rápido e fácil.
Fornece cerca de 20% de energia e 15% de proteínas.
Não contém glúten e colesterol.
Apresenta baixo índice glicêmico (IG)
Consumido por todas as classes sociais.
Uso na forma de grão inteiro e subprodutos.
Produção – álcool, amido, cereais, doces, bebidas, vinagre, entre outros.
Processo Tradicional de beneficiamento :
60 a 75% de grãos polidos.
19 a 23% de casca.
8 a 12 % de farelo.
3 a 5 % de impurezas.
Arroz no Mundo
Cultivado em todos os continentes.
Grande parte da produção para o consumo local.
Ásia – 90% da produção e consumo mundial – 10 maiores produtores – 9 são asiáticos.
China, Índia e Indonésia – maiores produtores e consumidores- Principais exportadores – Índia, Tailândia, Vietnã e Paquistão.
Duas frenes de consumo:
Alto poder de compra – qualidade superior ( alto padrão).
Volume mais importante que a qualidade – África.
Demanda mundial em crescimento – volume e qualidade.
Arroz no Brasil
Brasil – consumo de 63 Kg/habitante/ano.
Mercado Brasileiro:
Arroz agulhinha de qualidade.
Menor custo.
Proximidade geográfica.
Menor carga tributária.
Taxa de câmbio favorável.
Menor custo de frete.
Predomínio de produção no sistema de varzea irrigada ( 68%) e de terras altas ( 32%). 
2% da produção mundial e 52% da produção da América do Sul.
Produzido em todos os estados brasileiros.
O Brasil é o maior produtor fora os países Asiáticos.
Regiões Sul e Centro Oeste são autosuficientes.
Região Sudeste – maior déficit.
70% da produção nacional na Região Sul – RS ( Maior produtor), SC ( maior produtividade – 8000 Kg/ha)
Consumo de Arroz
Preferência Brasileira:
Grãos longos, finos e translucidos ( agulhinha)- Teor médio de amilose – enxuto, solto e macio.
Tipo 1.
Pode ser polido- integral ou parbolizado – ou não.
Botânica e Morfologia da planta de arroz
Botânica
Grupos de O. Sativa:
	
	ÍNDICA
	JAPÔNICA
	JAVÂNICA
	Área de Cultivo
	China, Tailândia, Índia
	China, Japão, Coréia
	Indonésia
	Folhas
	Largas e verde clara
	Estreitas e verde escuro
	Eretas e verde clara
	Cariopse
	Longa e fina
	Curta e arredondada
	-
	Presença de Aristas
	Ausente
	Ausente e Presente
	Ausente e Presente
	Porte
	Alto
	Baixo
	Alto
	Capacidade de perfilhamento
	Alto
	Médio
	Baixo
	Presença de pelos na Pálea e Lema
	Finos e curtos
	Duros e longos
	Longos
	Acamamento
	Alta sensibilidade
	Resistente
	Resistente
	Sensibilidade ao fotoperíodo
	Variável
	Variável
	Insensíveis
	Dragana Natural
	Alta
	Baixa
	Baixa
	Outros
	Alto teor de amilose (grão soltos)
	Alto teor de amilopectina (grão pegajoso)
	-
Morfologia
Planta anual monocotiledônea.
Formada de raízes, caule, perfilhos, folhas, panículas e frutos.
Adaptado a solos alagados, mas desenvolve-se bem em solos drenados.
Raízes
Raízes seminais (radícula do embrião) – persistência temporária após a germinação – quando a planta forma a 3° folha – responsável pela absorção de água e nutrientes.
Raízes mesocótilas (oriundas do mesocótilo) – podem ser formadas em caso de semeadura profunda – função de sustentação.
Raízes nodais (nós compactados da base)– formarão o sistema radicular fasciculado.
Raízes adventícias – não tem função de sustentação como no milho.
Obs: Sistema irrigado – possui mais raízes e são mais rasas – 40 cm
 Sistema aeróbico – menor sistema radicular e raízes mais profundas – até 1.4 m
Presença de pelos absorventes – absorção de água e nutrientes.
Presença de aerênquimas no córtex – suprimento de O2 em condições anaeróbicas – passagem de oxigênio para a camada da rizosfera.
5 a 25 raízes por nó.
Máximo desenvolvimento radicular no florescimento.
80% da massa total das raízes nos primeiros 20 cm do solo.
Colmo
Um colmo principal – número variável de colmos, primários, secundários.
Formados por nós e entrenós.
Totalmente envolvido pela bainha antes da floração.
N° de nós no colmo principal = n° de folhas mais 2 (nó do coleóptilo e panícula).
Somente alguns nós da parte superior do caule se alongam.
Maioria dos nós são compactos na base da planta.
Alongamento dos entrenós somente na fase reprodutiva.
Os nós alongados (4 a 9) definem a altura da planta.
Diâmetro de 2 a 6 mm – tipo de caule, ambiente e posição.
Os colmos são ocos.
Em cada nó há uma folha e uma gema.
Planta madura – 12 a 22 entrenós.
Estatura – base do colmo a parte superior da panícula.
Alongamento dos entrenós (2 a 10 cm/dia).
Inundação profunda no inicio do crescimento induz o alongamento.
Perfilhos
Originam-se da base da folha dos nós não alongados do caule.
Perfilhos primários, secundários, etc – Perfilhos 1° e 2° contribuem mais com a produção.
Início do perfilhamento – planta com 3 a 5 folhas.
Depende do espaçamento, densidade, luz, nutrientes, cultivar.
1 a 30 perfilhos por planta.
Começa quando a planta tem 4° folhas desenvolvidas.
O caule principal pode originar perfilhos primários em seus 6 primeiros nós, os perfilhos primários podem originar perfilhos secundários nos 3 primeiros nós e os secundários originar um terciário em seu primeiro nó.
Folhas
1° folha origina-se do coleóptilo – prófilo – cilíndrica, apresenta apenas bainha.
Demais folhas são alternas e surgem de gemas situadas nos nós.
Formada por bainha e lamina com nervuras paralelas.
Presença de lígula e aurícula ( não tem a mesma função que no milho).
Estômatos em ambos os lados da superfície da folha.
Bainha – baixa fotossíntese – suporte mecânico e armazenamento (açúcares e amido, responsável por 30-60% da resistência á ruptura.
Presença de aerênquimas – suprimento de O2.
Última folha – folha bandeira (mais curta e mais larga).
IAF maior no sistema irrigado em relação ao sequeiro.
IAF máximo na floração.
Panícula
Conjunto de flores (inflorescência) – pode produzir uma média de 100-150 grãos podendo chegar a 500 grãos.
80% da produção – panículas do caule principal e perfilhos primários e secundários.
Panículas fêmeas – mais de 1 ramificação de cada nó da raquis em condições favoráveis.
Composta por ráquis de 8-10 nós.
É composta por uma ráquis principal que possui nós dos quais saem as ramificações primárias que, por sua vez, dão origem às ramificações secundárias de onde surgem as espiguetas.
Alto N – aumenta a incidência de panículas fêmeas.
Tipos de panículas – eretas, pendentes ou intermediárias.
Composto por espiguetas uniflorais.
Espigueta
Após a formação do grão as brácteas constituirão a casca do arroz.
Pode ser glabra ou revestida de pelos.
As espiguetas ligam-se as ramificações por pedicelos curtos:
Essa ligação pode ser mais ou menos solidificada.
Diferenças no grau de degranação.
As espiguetas da panícula são constituídas de 3 flores – somente 1 se desenvolve e dá origem ao fruto.
Formadas por 2 pares de brácteas que envolvem a flor.
O par de brácteas inferior é rudimentar – lemas estéreis.
O par superior é formado pela lema e pela pálea ( aristadas ou múticas).
Flor
Autógama.
Composta de pistilo, 6 estames e 2 lodículas - 1 Pistilo – estigma, 2 estiletes e ovário (1 óvulo).
Lodículas – estruturasovais na base do ovário
Joga as anteras para fora e depois fecha.
Entram em turgidez (hidratam) abrem a pálea e lema.
Depois da fecundação – fecha a espigueta.
Depois de 60 minutos as brácteas se fecham, mantendo os estames para fora, ocorrendo a polinização
Fruto
Constituição: Casca, pericarpo, tegumento, camada de aleurona, endosperma e embrião.
O tegumento fica ligado ao pericarpo.
Semente formada por endosperma e embrião.
Camada de Aleurona – capa mais externa do endosperma – proteínas e lipídios.
Endosperma – amilose e amilopectina.
Alto teor de amilose – grãos secos e soltos no cozimento. 
A casca é leve, porosa e rica em sílica (15 a 18%).
Endosperma - vítreo e transparente ou farináceo e opaco.
Embrião fica no quarto inferior da semente.
Embrião: Plúmula, mesocótilo, raiz primário e escutelo.
Plúmula coberta pelo coleóptilo e radícula pela coleorriza.
Crescimento e Desenvolvimento da Planta
Ciclo de 100 a 210 dias.
Cultivares Brasileiras: média de 110-150 dias.
Ciclo sofre variação principalmente pela temperatura e fotoperíodo.
Fases de Desenvolvimento:
Vegetativa: Da germinação até a diferenciação do primórdio floral.
Reprodutiva: Da diferenciação do primórdio até a floração.
Maturação: Da floração até a maturação completa (maturidade fisiológica)
A duração das fases varia com o cultivar, época, região, fertilidade.
	
	ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO 
	
	Fase Vegetativa
	Fase 0
	Germinação e Emergência
	
	Fase 1
	Plântula
	
	Fase 2
	Perfilhamento – 4° folha
	
	Fase 3
	Elongação do Colmo
	
	
	
	Fase Reprodutiva
	Fase 4
	Diferenciação do primórdio floral
	
	Fase 5
	Crescimento da Panícula
	
	Fase 6
	Floração
	
	
	
	Fase de Maturação
	Fase 7
	Grão Leitoso
	
	Fase 8
	Grão Pastoso
	
	Fase 9
	Maturação
	
	
	
	
	
	
FASE VEGETATIVA
Fase 0: Germinação á Emergência
Da semeadura até o aparecimento da 1° folha.
Para a germinação a semente precisa absorver água processo conhecido como embebição. Em seguida ocorre a ativação das enzimas e consumo das reservas.
A fase de germinação ocorre em 48 horas.
A emergência ocorre de 5 a 7 dias.
Fase I: Absorção de água.
Fase II: Quebra de Amido – metabolismo.
Fase III: Emissão da radícula.
Os requisitos essenciais são: água, temperatura, oxigênio e luz.
Capacidade de germinação sob condições anaeróbicos.
A emergência da plântula de arroz ocorre devido ao alongamento do mesocótilo – a capacidade de desenvolvimento do mesocótilo depende da temperatura do solo, se a água não for limitante.
Sistema aerado (liberação da radícula e posteriormente do coleóptilo), em cultivos alagados( liberação do coleóptilo e depois da radícula).
Pré germinado:
Precisa de um controle para poder tirar e colocar água.
Não deixar tempo demais para não desenvolver plântulas anormais.
FASE 1: Plântula
Da formação da 1° folha até antes da formação do 1° perfilho.
Vai até a 3-4 semenas, quando a planta chega a 4° folha formada e começa a emitir perfilhos.
Desenvolvimento das raízes permanentes.
O consumo de reservas da semente vai até o desenvolvimento da 3° folha – depois torna-se dependente da fotossíntese.
Alta sensibilidade a baixas temperaturas.
A capacidade de perfilhamento faz com que o arroz tenha uma resposta á densidade de população podendo compensar baixas populações de plantas emitindo mais perfilhos por planta.
A capacidade de perfilhamento depende da cultivar, densidade, temperatura do solo, disponibilidade de nitrogênio no solo e altura da lamina de água de irrigação.
O perfilhamento dura de 3 a 4 semanas.
FASE 2: Perfilhamento
Do início ao final do perfilhamento.
Etapa mais longo (45-90 dias).
Perfilhos primários – 1° ao 6° nó do colmo principal.
Perfilhos secundários -1° ao 3° nó dos perfilhos primários.
Perfilhos terciários – 1° nó do perfilho secundário.
Perfilhos produtivos: Mais de 4 folhas e 2/3 da altura do colmo.
N° de perfilhos formados é maior que o de panículas formadas.
Perfilhamento efetivo: n° colmos com inflorescência/ n° colmos totais.
Perfilhamento máximo:
Início da diferenciação floral para cultivares de ciclo curto.
Antes da diferenciação floral para cultivares de ciclo longo.
FASE 3: Alongamento do Colmo
Começa com a diferenciação floral e os entrenós do colmo começam a se alongar rapidamente e a planta tem um crescimento rápido.
Alongamento do ultimo entrenó determina a emergência da plântula.
Alongamento limitado aos 4 a 9 entrenós superiores.
FASE REPRODUTIVA
FASE 4: Diferenciação do Primórdio da Panícula
Meristema apical dá início á formação do primórdio da panícula.
Ciclo longo – perfilhamento máximo e início do alongamento antes da diferenciação.
Ciclo curto – diferenciação junto com perfilhamento máximo e início do alongamento.
Visível a olho nú 10 a 12 dias após a diferenciação.
Estrutura cônica plumosa.
70 a 75 dias antes da maturação e 30-35 dias antes do florescimento.
Momento crítico do desenvolvimento da planta, pois está sendo formado o número de grãos por panícula.
Período que em que a planta não sofra estresses causados por déficit hídrico, deficiência de nutrientes e temperatura baixa (inferior a 15°C).
FASE 5: Desenvolvimento da Panícula.
Torna-se visível a diferenciação da panícula.
Panícula já formada dentro da bainha da folha bandeira.
Emborrachamento (bainha entumecida).
Determinação do número de espiguetas/panícula.
O emborrachamento se inicia entre 7-10 dias antes da floração com a divisão das células mãe dos grãos de pólen. O momento em que ocorre essa divisão é o mais critico a baixas temperaturas. Por isso, a semeadura deve ser realizada em época que possibilite a coincidência dessa fase com o mês que tenha as menores probabilidades de ocorrência de temperaturas baixas.
FASE 6: Floração
Panícula emerge da bainha da folha bandeira.
Início da abertura das anteras – do terço superior para o inferior da panícula.
Antese – 7 a 10 dias – pico de abertura no 3° e 4° dia (70%).
Antes da antese os filetes se alongam e lodículas se hidratam.
40 a 60 minutos após a abertura as glumelas se fecham.
Germinação do grão de pólen – 1 a 3 minutos após contato com estigma.
Com a polinização ocorrendo primeiro nas espiguetas da extremidade superior da panícula seguindo para a base.
Ventos quentes, secos ou úmidos afetam seriamente a fecundação dos estigmas reduzindo o número de grãos formados.
Por outro lado, baixas temperaturas da água e do ar também podem causar efeito similar.
Por ocasião da floração, a planta de arroz atinge sua máxima estatura e área foliar.
Boas condições de luminosidade no período entre 20 dias antes e 20 dias após a floração a eficiência de uso do N e, consequentemente, contribuem para maior rendimento de grãos.
	
FASE DE MATURAÇÃO
A duração do período de formação e enchimento de grãos oscila entre 30 a 40 dias. Essa diferença ocorre principalmente devido a variações de temperatura, havendo pouca influência do ciclo da cultivar.
FASE 7: Grão Leitoso
Início do enchimento do grão.
Cariopse aquosa.
Carboidratos armazenados na forma de líquido leitoso.
FASE 8: Grão Pastoso
Carboidratos armazenados na forma pastosa.
Endurecimento de 3 a 5 dias.
Coloração do grão passa de verde para verde amarelada.
Planta com peso máximo – 50% do peso no grão.
FASE 9: Maturação
Cerca de 30 dias após a floração- Maturação fisiológica – grão com 30% de umidade.
90% dos grãos da panícula maduros e com coloração pálida.
Grãos da base da panícula são os últimos a completarem o amadurecimento.
Baixas temperaturas prolongam a fase de maturação já que temos a lenta translocação de fotoassimilados.
Maturação de colheita – grão com 16 a 25% de umidade.
DETERMINANTES DA PRODUÇÃO
Componentes de Produção: A produção de grãos de um cultivar de arroz é determinado por 4 componentes:
N° de panículas/m2 (NP) – Definido na fase de perfilhamento.
N° de espiguetas/ panícula (NE) – Definido na fase de diferenciação dasespiguetas.
% de espiguetas férteis (PEF)– Definido na fase reprodutiva e de maturação.
Massa de 100 grãos – Definido na fase reprodutiva e de maturação;
Produção (Kg/ha): NP x NE x PEF x (M100x10-3)
Produção de massa de matéria seca:
A produção de grãos é relacionada com a produção de massa seca.
Produção econômica: produção biológica x Índice de colheita.
Índice de colheita: Produção de grãos/ produção biológica.
Características da planta relacionadas com a capacidade de produção:
Número de Panículas:
Depende da capacidade de perfilhamento.
Determinado 8 a 12 dias após o perfilhamento máximo.
Fatores: Densidade de semeadura, adubação, cultivar.
Número de espiguetas/panícula:
Diferenciação de espiguetas de 15 a 23 dias antes da floração.
Determina o número máximo de grãos por espiga.
Fatores: Densidade, adubação, água, radiação, temperatura e cultivar.
Esterelidade de espiguetas:
Relação entre o número de espiguetas vazias e o número total de espiguetas.
Afetada tanto na fase reprodutiva quanto de maturação.
Fatores: Baixa temperatura, doenças, água, nutrição e radiação.
Arroz de terras altas – déficit hídrico, brusone.
Massa de 100 grãos:
Depende do tamanho da casca e da formação dos grãos.
Arroz de terras altas – maior massa de grãos que o irrigado.
Água, adubação nitrogenada, baixa radiação e ocorrência de brusone.
Altura da Planta:
Porte alto e colmo fraco –maior acamamento em caso de excesso de N.
Acamamento – menor movimento de fotoassimilados e nutrientes.
Acamamento e quebramento – aumento do auto-sombreamento.
Colmos curtos – aumento de auto-sombreamento.
Ideal – Porte intermediário – resistente ao acamamento e baixo auto- sombreamento.
Perfilhamento:
Ideal – média capacidade de perfilhamento – cultivares com alta capacidade produtiva.
Condições de irregularidade hídrica – menor perfilhamento, raízes profundas e finas.
Condições favoráveis – alto perfilhamento – adaptação ao espaçamento e densidade e ainda compensação de semeadura irregular.
Características da Folha:
Ângulo de inserção – folhas eretas – maior taxa fotossintética.
Comprimento da folha – relacionada ao ângulo de inserção – quanto mais comprida mais decumbente.
Folhas estreitas e curtas – folhas eretas – melhor distribuição da área foliar e maior interceptação.
Ecofisiologia da Cultura
Ampla adaptação ecológica – 53° norte até 35° sul.
Cultivada em várias regiões e sistemas de cultivo.
Cultura sensível ás condições climáticas adversas:
Oscilações de produtividade e frustrações de safras.
Duração e intensidade das adversidades climáticas.
Principais problemas climáticos do arroz no Brasil:
Baixas temperaturas (13-15°C) durante a fase reprodutiva – RS - Arroz irrigado – perdas de 25-50%.
Estiagens – Deficiência hídrica em arroz de terras altas – Centro Oeste – MS.
Principais fatores: Temperatura, radiação solar, fotoperiodo, disponibilidade hídrica.
TEMPERATURA
Importante para o crescimento e desenvolvimento da planta.
Temperatura ideal – 20 a 35°C.
Geral:
Temperaturas elevadas na germinação.
Temperaturas crescentes até a floração.
Temperaturas decrescentes após a floração – não de forma brusca.
Baixas temperaturas na fase reprodutiva – esterilidade da espigueta.
Plântulas anormais se germinação ocorrer em solo úmido e baixa temperatura.
Não tolera temperaturas excessivas – altas e baixas.
Sensibilidade varia com a fase fenológica.
Sensibilidade a baixas temperaturas:
7-14 Dias antes da emissão da panícula.
Pré floração ( emborrachamento) – fase de formação do ovário e grão de pólen.
Reduz germinação e crescimento da planta.
Descoloração das folhas – ficam amareladas.
Degeneração de parte da panícula – desuniformes e mal formadas.
Emergência incompleta da panícula – fica parte na bainha.
Retardamento da floração.
Aumento da esterilidade das espiguetas – reduz abertura das anteras e reduz crescimento do tubo polínico – não ocorre a fertilização.
Maturação irregular.
Temperatura do Solo
Influência na germinação e emergência.
Limite de 12°C com aumento até 20°C.
Grupo japônica são mais tolerantes a baixas temperaturas que os do grupo indica.
Limite para germinação – 13°C para o Índica e 11°C para o Japônica.
Germinação retardada abaixo dos 20°C.
Após a floração – menores temperaturas favorecem a formação do grão – 21/25°C – redução do metabolismo da planta – maior saldo para acumulo de fotoassimilados assim a massa seca é maior.
Temperaturas diurnas acima de 35°C (Dez-Jan):
Na fase vegetativa – reduz o perfilhamento e altura da planta já que a taxa de respiração é maior.
Na fase reprodutiva – esterilidade e menor número de espiguetas.
Há diferenças entre genótipos quanto a tolerância a altas temperaturas.
Insensíveis ao fotoperíodo – período emergência a floração – regulado por temperatura.
Baixas temperaturas podem favorecer espécies como o capim- arroz – possui maior tolerância ao frio e maior velocidade de emergência.
Elevação do nível de água (20-25 cm) – “afogamento” – amenizar efeito da baixa temperatura na fase reprodutiva – água 6°C acima da temperatura ambiente – usa o método para minimizar o efeito de baixa temperatura.
Em terras altas – sem efeito negativo de baixas temperaturas – exceto regiões de elevada altitude – normal – temperaturas superiores a 17°C na fase reprodutiva.
“Barriga branca” ou “ centro branco” - manchas no grão devido a má formação, mais sujeito ao quebramento no polimento – mal acumulo de amido.
Retardar semeadura no verão – reduz ciclo devido a as altas temperaturas médias.
Graus Dia: Acúmulo diário de temperatura acima da condição mínima e abaixo da máxima exigida.
Exigências térmicas – data de semeadura, período considerado e ciclo.
Temperatura basal média arroz – 10°C.
Soma térmica até a diferenciação floral:
Determinação da época de aplicação de N – estimular os componentes de produção – aumento do n° de perfilhos – aumento do n° de espiguetas – aumento do n° de espiguetas férteis na panícula.
RADIAÇÃO
Necessidade de radiação varia com a fase de desenvolvimento.
Aumento progressivo da necessidade com a idade.
Sombreamento:
Baixa produtividade nas fases reprodutiva e de maturação.
Pouca influência na produção quando na fase vegetativa.
Afeta o número de espiguetas e a % de espiguetas férteis (má formação ou abortamento em baixa radiação).
Fase Vegetativa - Sombreamento – reduz folhas e perfilhos mas pode ser recompensado com o aumento de número de espiguetas por panícula.
Fase Reprodutivo – Tamanho da pálea/lema – n° de panículas/área – n° de espigueta/panícula. 
Fase de Maturação – Diferenciei as espiguetas, porém não formei grãos.
O papel da radiação é mais evidente para produtividades elevadas – acima de 5000 Kg/ha.
Folhas eretas – interessante para altas populações.
Interceptação da radiação:
IAF e ângulo de inserção – mais importante em cultivares irrigados.
Tamanho, forma e cor – Folhas mais curtas e mais eretas ou serem mais longas e mais decumbente.
Aumento de produtividade no RS –Substituição de cultivares de porte alto e folhas decumbentes por cultivares de porte baixo, alto perfilhamento e folhas eretas assim ocorria um menor problema de sombreamento, alta resposta a intensidade de radiação solar e aumento de respostas a doses de nitrogênio.
Os cultivares mais tolerantes a doses de Nitrogênio são os cultivares de menor porte e de folhas mais eretas.
FOTOPERÍODO
Influência o desenvolvimento da planta.
Plantas de dia curto – PDC - Floresce na presença de noites longas.
Diferenciação floral pode ser retardada ou não acontecer sob fotoperíodos longos.
Fotoperíodo crítico – 12 a 14 horas – fotoperíodo acima do qual não há florescimento.
Fotoperíodo ótimo – 9 a 10 horas – período da emergência a floração é mínimo.
Classificação de acordo com a resposta ao fotoperíodo:
Insensível: Não responde ao fotoperíodo e sim aos GD°.
Pouco sensível: Aumenta o ciclo com fotoperíodo maior que 12 horas.
Muito sensível: Grande aumento no ciclocom aumento do fotoperíodo – não há floração com fotoperíodo maior que o crítico.
Cultivares insensíveis podem florescer e amadurecer durante todo o ano – vão depender da temperatura e disponibilidade hídrica – maior flexibilidade de épocas e locais.
Cultivares sensíveis – atraso na semeadura – redução do ciclo.
O fotoperíodo pode ser limitante a produção fora das épocas e locais tradicionais.
DISPONIBILIDADE HÍDRICA
Principal determinante da produção e produtividade no Brasil.
Produção no sistema de terras altas em grande parte do país.
Comum estiagem 1-3 na floração em terras altas.
Aliados a alta temperatura e alta radiação com alta evaporação.
Solos “pobres” e com Alumínio – menor desenvolvimento radicular.
Dependência de precipitações pluviais na fase reprodutiva – cultivo de alto risco.
Consumo de 2 a 6 mm dependendo fase.
Consumo máximo – 6/7 mm nas 2 semanas antes do florescimento.
Necessidade:
1700 mm para ciclo longo.
1150 mm ciclo curto.
Terras altas – 600 a 700 mm
Do total de consumo: 30% na fase vegetativa, 55% na fase reprodutiva e 15% na fase de maturação.
Fase crítica: nas duas semanas antes do florescimento.
Déficit na fase vegetativa – danos menos severos – reduz altura, número de perfilhos e área foliar.
Déficit na fase reprodutiva – esterilidade do pólen e má formação das espiguetas (aumento do número de espiguetas inférteis.
Alternativas:
Uso de cultivares mais adaptados.
Técnicas apropriadas de preparo de solo.
Uso de irrigação suplementar por aspersão.
Determinação de regiões e épocas mais favoráveis. 
Sistemas de Cultivo
Espécie hidrofílica – adaptação a ambientes variados.
Dois grandes ecossistemas que englobam todos os sistemas de cultivo no país:
Ecossistemas de várzeas:
Sistema por inundação controlada.
Sistema de várzea úmida.
Ecossistemas de terras altas:
Sistema sem irrigação – sequeiro.
Sistema com irrigação suplementar por aspersão.
VÁRZEAS
Desenvolvimento radicular em solo sob condições anaeróbicas.
Alterações físicas, químicas e biológicas.
Solos hidromórficos (argilas muito próximas).
Topografia plana (beiras de rios e lagos ou baixadas), difícil drenagem e solos com baixa condutividade hidráulica.
Sistema Irrigado por Inundação Controlada
Predominante nos estados de RS e SC.
Nesse sistema o terreno é dividido em talhões e é nivelado – controle de entrada e saída de água e da altura da lâmina de água.
O controle do nível de lâmina vai depender de acordo com a sistematização – áreas bem sistematizadas é possível retirar toda a água do talhão – áreas mal niveladas a água não é retirada totalmente, sendo assim usados equipamentos próprios para essas condições.
A água nesse sistema de produção é responsável pela maior parte dos custos de produção.
Sistema de Várzea Úmida
Nesse sistema não há controle da eliminação de água e com isso a época de semeadura é limitada pelos períodos de chuva.
Aplicação de poucos insumos – alto risco.
Usado em áreas extensivas do Tocantins.
Geralmente realizados em áreas pequenas, com mão de obra familiar, e utilizando cultivares tradicionais, por serem mais rústicos e de um porte mais elevado, facilitando a colheita manual.
TERRAS ALTAS
Desenvolvimento radicular sob condições aeróbicas.
Topografia irregular, solo com boa drenagem e alta capacidade hidráulica, solos com baixos teores de P e elevada saturação de alumínio.
Terras Altas – Sequeiro
A época de semeadura é dependente do regime de chuvas – precipitações pluviais de 1500 mm – Outubro a Abril.
Uso de poucos insumos – alto risco.
Latossolos muito profundos, boas características físicas e baixa fertilidade.
Maior produção nas regiões Centro Oeste e Norte.
Pode apresentar períodos de estiagem – Jan/Fev – fase que pode coincidir com o florescimento da cultura.
Adotam sistema tradicional mecanizado para preparo do solo e semeadura.
Baixo uso de mão de obra.
Preparo do solo mal feito ou inadequado.
Cultivares não adaptados e de baixo potencial produtivo.
Produtividades médias menores que 2000 Kg/ha.
Em condições de bom manejo pode atingir produtividade de 3000 Kg/ha.
Terras Altas – Irrigação Suplementar
Eliminação de riscos em caso de falta ou má distribuição de chuvas.
Predomínio nos estados de GO, BA, MG, MS e SP.
Estabilidade de produção e segurança para investimentos, em tecnologia e insumos.
Uso intenso do solo, rotação de culturas.
Irrigação no início do desenvolvimento e período de estiagem.
Cultivares do tipo intermediário entre sequeiro e irrigado.
Produtividades entre 3500 a 5000 Kg/Ha.
Temos ainda o consórcio entre arroz e pastagens:
Incremento na produção de arroz.
Redução do custo para renovação da pastagem.
Melhor desenvolvimento da pastagem.
Redução de plantas daninhas e cupins.
Maior número de animais por unidade de área.
Melhor aproveitamento da área.
Redução dos custos de produção.
Semeadura do arroz misturado a sementes de pastagens – semente de pastagem semeada junto com as de arroz, sementes junto com o adubo.
O arroz se desenvolve normalmente e após a colheita, devido a incidência de luz sobre o solo, as sementes de pasto, que permaneciam dormentes no solo, se desenvolvem com maior vigor e com uma menor competição com plantas daninhas.
Instalação da Cultura
A semeadura pode ser de duas formas:
Direta:
Pode ser feita com sementes pré-germinadas ou secas, semeadas a lanço ou em linhas, em local alagado ou seco.
Sementes Pré-Germinadas:
São aqueles que passaram por um processo de embebição de água em tanques ou canais de irrigação, por um período de 24 horas, após a embibação as sementes são mantidas em local sombreado para secagem por 24-48 horas e só após este processo é feita a semeadura que pode ser em solo preparado ou em solo sem preparo.
Estas sementes são utilizadas apenas no sistema irrigado com inundação controlada.
Semeadura já com radícula e coleóptilo desenvolvidos – 2/3 mm.
Amplamente usado em SC.
É feita em um solo que foi arado e nivelado, estando seco ou com água, em um terreno dividido em talhões.
Após o preparo é colocado água nos talhões (10 cm) por 20-30 dias para o controle de plantas daninhas.
3 a 15 dias antes da semeadura é realizada uma adubação a lanço na lâmina de água e então as sementes são semeadas.
A semeadura é realizada a lanço e pode ser manual, mecanizada ou com aviões.
De 24-48 horas após a semeadura a água é drenada lentamente, para um crescimento normal das plântulas.
Quando as plântulas estão desenvolvidas, a lâmina de água é recolocada, mantendo sempre as folhas para fora da água, sendo que a água é mantida até a colheita.
A semeadura pode ser usada em solo não preparado – usado outra cultura que servirá como cobertura do solo – essa cobertura é dessecada e coberta pela lâmina de água.
Vantagens: Menor custo, melhor controle do arroz daninho, maior produtividade.
Cuidados: Não ser em excesso porque a semente precisa entrar em contato com o solo, ou então formar ácidos prejudiciais.
Vantagens das sementes pré germinadas: Menor consumo de água ( processo de germinação já ter ocorrido), maior uniformidade de plantas, maior capacidade de competição com plantas daninhas, menor predisposição ao ataque por insetos, pássaros ou roedores e menor dependência da umidade do solo, devido á cobertura do solo com lâmina d’ água, além de que a inundação favorece a disponibilidade de nutrientes.
Sementes Secas:
Um dos métodos mais empregados no Brasil e é utilizado tanto no sistema de várzeas como no de Terras Altas.
As sementes secas são menos dependentes de água para a germinação, o solo úmido já é suficiente, porém é extremamente necessário o controle de plantas daninhas, além de que, neste sistema de cultivo, a maturação das plantas não é tão uniforme como nas sementes pré germinadas.
A semeadura pode ser a lanço ou sem linhas:
A lanço: Pode ser manual, trator ou avião. É mais econômica e rápida, as sementes são espalhadas na área e posteriormente incorporadasao solo por gradagem, temos um maior gasto com sementes (20-30%) - (danos mecânicos, sem regulação da profundidade- desuniformidade, ataque de passáros) – tem que haver reposição das sementes, a ausência de espaços entrelinhas inviabiliza o controle de plantas daninhas.
Em linha: É realizado por máquinas, são usadas menos sementes (20% menor gasto) e o controle de plantas daninhas e adubação são mais eficientes. Podem ser feitas em sistema convencional, plantio direto ou em cultivo mínimo.
Convencional:
Condições favoráveis á germinação e á emergência das plântulas.
Preparo primário – arados ou grade aradora.
Preparo secundário – grades destorroadas, niveladoras ou plainas.
Semeadoras convencionais na camada superficial do solo drenado.
Plantio Direto:
Semeadura no solo não revolvido, contendo resíduos do cultivo anterior.
Várzeas – relacionado ao controle de arroz daninho e a redução de custos de produção.
Cultivo Mínimo:
Preparo reduzido do solo até 60 dias antes da semeadura.
O transplantio é indicado para áreas de produção de sementes, com tamanho reduzido e disponibilidade de mão de obra. 
As mudas são produzidas nos viveiros, através de semeadura, e quando apresentam um porte favorável são arrancadas e comercializadas para o transplantio. 
Neste sistema as plantas transplantadas apresentam um menor perfilhamento, devido, durante o arranquio, alguns nós permanecerem no solo e também devido á lesões nas raízes. 
O processo de transplantio é eficiente no controle do arroz vermelho e arroz preto.
 As mudas podem ser transplantadas manualmente ou através de transplantadoras.
 Plantas de arroz cultivadas neste sistema apresentam um ciclo mais longo que as semeadas devido ao tempo de pegamento da muda.
Inundação dos canteiros um dia antes do arranquio das mudas – facilitar o arranquio.
Mudas são separadas, selecionadas, lavadas e agrupadas em feixes.
Transplante feito mecanizado ou manual.
Obs:
O arroz irrigado pertence ao grupo Índica e o arroz de sequeiro pertence ao grupo javânica.
Melhoramento Genético da Cultura
Exploração da variabilidade genética vegetal a fim de explorar ou modificar a informação genética das plantas e atender as necessidades do homem.
Deslocamento de áreas de várzeas para terras altas – alterações no sistema radicular.
Os objetivos gerais do melhoramento de arroz são:
Resistência á degrana natural principalmente em cultivo alagado:
Grau de solidificação da articulação da base na espigueta.
Resistência ao acamamento:
Plantas baixas são mais resistentes.
Tamanho dos entrenós, peso da panícula e flexibilidade do colmo – correlação com o acamamento.
Bainhas que revestem bem o colmo – maior resistência.
Resistência ao Frio:
Variação entre genótipos.
Alta suscetibilidade na fase de plântulas.
Floração e pré-floração.
Resistência á Doenças:
Existência de variabilidade genética (brusone).
Precocidade:
Economia de água e controle daninhas.
Fuga de fatores adversos.
Tolerância a salinidade:
Solos e água com alta salinidade.
Estatura:
Estatura média a baixa.
Resistência a seca:
Arroz em terras altas.
Qualidade do produto:
Arroz mútico (indústria) e aristado (produtor).
Intensidade do branqueamento.
Cor da cariopse.
Teor de amilose – médio a alto (15-25 %).
Grãos finos e longos “agulhinhas”.
MÉTODOS DE MELHORAMENTO DO ARROZ
Características Desejáveis as cultivares:
Arroz de Terras Altas com irrigação complementar:
Elevado potencial produtivo.
Precocidade.
Porte baixo a intermediário.
Resistência ao acamamento.
Resistência á doenças (Brusone e mancha parda).
Alto vigor inicial de plantas.
Grãos longos e finos com boa qualidade culinária.
Arroz de Terras altas no sistema tradicional (sequeiro):
Precocidade.
Porte médio a alto – Competição com planta daninha e facilidade na colheita.
Tolerância ao déficit hídrico.
Resistência a doenças (brusone, escaldadura e mancha de grãos).
Tolerância ao acamamento.
Tolerância à toxidez de alumínio e baixos níveis de P.
Grãos longos- finos, com boa qualidade culinária.
Arroz em Várzea Úmida:
Elevado potencial produtivo.
Porte médio – colheita manual.
Alto vigor inicial de plantas.
Resistência ao acamamento.
Ciclo precoce/médio.
Resistência as principais doenças.
Tolerância à toxidez de ferro.
Grãos finos e longos com boa qualidade culinária.
Arroz Irrigado com sistema de inundação controlada:
Elevado potencial produtivo.
Ciclo precoce – ocorrência de frio.
Resistente ao acamamento.
Alto vigor inicial das plantas.
Elevado potencial de perfilhamento.
Resistente às doenças e frio.
Tolerância à toxidez de ferro.
Grãos longos e finos com boa qualidade culinária.
Seleção:
Isolamento dos melhores indivíduos e uma população.
Multiplicação de linhas puras a partir desses indivíduos.
Seleção Massal:
Seleção individual das plantas pelo fenótipo.
Mistura de Sementes para semeadura na próxima geração.
Eficiência depende de quanto o fenótipo reflete o genótipo
Seleção Individual:
Seleção genealógica ou das linhagens puras.
Isolamento individual das plantas com características desejáveis.
Multiplicação da descendência das plantas selecionadas.
Hibridação:
Reunir num indivíduo características desejáveis de dois um mais indivíduos.
Progenitores devem ser geneticamente puros.
Técnicas de hibridação:
Inutilizar espiguetas pendentes (superiores) e muito atrasadas (inferiores).
Utilizar 15 a 20 espiguetas do terço mediano da panícula.
Coincidência de florescimento entre progenitores.
Momento da emasculação – aspecto órgãos masculinos – formas de emasculação:
Ação da temperatura: 4 a 6 minutos em temperatura de 42-43°C (inviabilização do pólen).
Abertura mecânica das glumelas e sucção mecânica das anteras.
Corte das glumelas e arranque das anteras (pinças).
Polinização com pólen coletado das plantas masculinas – 1 ou 2 anteras dentro de cada espigueta.
Proteção da panícula.
Avaliação das descendências híbridas:
Gerações resultantes da hibridação são cultivadas e avaliadas até a seleção de plantas superiores:
Método genealógico.
Método massal e massal modificado.
Método de retrocruzamento.
Cruzamentos múltiplos.
Indução de mutação e mutações naturais:
Alterações ocorridas em gene que pode transferir-se hereditariamente.
Biotecnologia:
Fusão de protoplastos e transgenia.
Ensaios Comparativos de Produtividade:
Comparações entre si e com testemunhas locais.
Diferentes níveis de ensaio: preliminares, regionais, estaduais e nacionais.
Ensaios de VCU.
Dois anos – três locais.
Recomendação de cultivares.
Cultivares:
Determinante direto da produção e indireto do manejo.
Variabilidade quanto ás características das cultivares: clima, local, sistema de cultivo, consumo.
Escolha do material genético mais adequado á realidade do produtor.
Conhecimento das exigências e peculiaridades dos cultivares.
Adequação a região e ao sistema de cultivo.
Sistema Irrigado
Cultivares de arroz irrigado divididos em 4 tipos de arquitetura de planta.
	
	Tradicional
	Intermediário
	Moderno Filipino
	Moderno Americano
	Período
	Até 1975
	1975-1982
	A partir de 1983
	.
	Porte
	>105 cm
	100 cm
	<100 cm
	<100 cm
	Folhas
	Largas, decumbentes e pilosas.
	Curtas, estreitas, semi-eretas e lisas
	Curtas e eretas
	Eretas e Curtas
	Ciclo
	Médio- Semi Tardio
	Precoce - Médio
	Precoce- Tardio
	Precoce-Mediano
	Acamamento
	Suscetível
	
	Resistente
	Resistente
	Degrana
	Difícil
	Fácil
	Fácil
	Difícil
	Perfilhamento
	Baixo
	Baixo
	Alta
	Baixo
	Grãos
	Curtos, médios ou longos
	Curtos, médios ou agulhinha
	Agulinha, casca pilosa ou lisa
	Longos e finos
	Vigor Inicial
	Alto
	Baixo
	Médio
	Médio
Tradicional - Rústico (menos exigentes), tolerância a laminas irregulares de água.
Intermediário: Menos rústico e exigentes quanto ao preparo de solo e controle de plantas daninhas.
Filipino: Bom ângulo de inserção foliar (alto índice fotossintético), colmos fortes e baixos.
Americano: Baixa competitividadecom plantas daninhas, boa tolerância ao frio.
Sistemas 
Sistema de várzeas úmidas: Apresentam um porte mediano para facilitar a colheita, são usadas cultivares de terras altas adaptadas à irrigação suplementar.
Sistema de terras altas tradicional: cultivares com resistência a seca, porte alto, precoce para escapar de fatores adversos, resistentes ao acamamento, plantas com capacidade de competir com plantas daninhas, plantas que emitem pouco perfilhos e com bom enraizamento.
Sistema de Terras altas favorecidas: Cruzamento do grupo índica com o javânica. Os cultivares apresentam um porte mais baixo, folhas mais curtas, maior capacidade de perfilhamento e maior produtividade.
Cultivares especiais: Arroz “japonês”, arroz aromático, arroz preto, arroz “ dourado”, arroz “ italiano” e arroz “ preto selvagem”.
Colheita do Arroz
Influência quantitativa e qualitativa.
Alto custo agregado – gastos durante o processo de produção.
Colheita no menor prazo – níveis aceitáveis de perdas naturais e de operação.
MOMENTO DA COLHEITA
Maturação fisiológica – 30 dias após a fecundação – 28 a 30 % de umidade.
A colheita na maturidade fisiológica vai depender do modo e finalidade. 
Colheita manual pode ser feita na maturação fisiológica.
Para grãos deve ser feita um pouco depois – grãos em alta umidade – muita massa verde na máquina e danos no grão- amassamento.
Para grãos – ponto de colheita:
Teor de água entre 18 a 23 % - acima de 20% (amassamento), abaixo de 14% (quebramento).
35 a 40 dias após o florescimento.
2/3 das espiguetas da panícula estiverem com coloração típica.
Espiguetas da base semi-maduras.
Redução de perdas e maior rendimento de inteiros.
Perdas médias de grão na colheita – 12 a 13%.
Momento adequada em função dos componentes qualitativos e quantitativos que determinam o valor comercial do produto.
 COMPONENTES AFETADOS PELO MOMENTO DA COLHEITA
Grãos Verdes:
Cariopses em diferentes estádios de maturação – essa variação pode ser em decorrência na germinação, perfilhamento e dentro da própria espigueta.
Florescimento desuniforme.
10 a 14 dias para completar o florescimento.
Objetivo – máximo de grãos maduros e mínimo de grãos verdes.
Efeitos na quantidade (menor peso, menores em tamanho) e qualidade (maior quantidade de água, aumentando a fermentação assim menos amido é formado podendo ter grãos ardidos, mofados).
Grãos Gessados:
Grãos opacos e esbranquiçados – arranjo frouxo das moléculas de amido.
Problema – grão do tipo agulhinha.
Determinado por vários fatores: teor de umidade acima de 26% e ocorrência maior na base da panícula (últimos grãos a serem formados, possuem maior teor de água).
Redução da qualidade (cozimento prejudicado, aspecto visual diferenciado).
Redução da produção – são mais leves e mais suscetíveis ao quebramento.
Difícil separação – tolerância de 20%.
Rendimento total e de grãos inteiros:
Rendimento total ou de benefício:
Relação quantidade de grão (inteiros + quebrados) /casca.
Reflexo da % de grãos bem formados.
Rendimento de grãos inteiros:
Relação entre a quantidade de grãos inteiros/ quebrados.
Influenciado pelo grau de formação e teor de água.
Perdas de grão:
Após a maturidade as espiguetas tendem a degrana natural – depende do cultivar.
Perda maior quanto mais tardia for a colheita – varia dependendo do método de colheita.
Grãos Ardidos e germinados:
Aumenta com atraso na colheita.
Alta umidade (20-30%) mais que 24 horas.
Alta respiração – grãos ardidos (escuros).
Umidade (35-40%) – germinação.
Efeitos: Quantidade (eliminação no beneficiamento) e qualidade (aparência e sabor).
Antecipação da colheita:
Teor elevado de água.
Grãos verdes, ardidos, gessados ou mal formados.
Trilha ineficiente – perda de grãos na palha.
Necessidade de secagem imediata- evitar fermentação – alto custo.
Baixo rendimento da máquina na colheita mecanizada – alta massa verde – danos mecânicos.
Grãos mais leves e menos resistentes ao quebramento.
Atraso na colheita:
Baixo teor de água.
Degrana natural e acamamento das plantas.
Riscos climáticos ataque de insetos, pássaros e roedores.
Grãos ardidos e germinação na panícula – se tiver alta umidade.
Redução de grãos inteiros no beneficiamento.
Épocas de Semeadura:
Influência na correspondência da floração e período de colheita com um período chuvoso ou não, alterando o desenvolvimento da planta. A ocorrência de pragas e doenças ocasiona redução do desenvolvimento da planta e redução da produção. 
Plantas daninhas:
Afeta a colheita devido á obstrução do equipamento (dificultando a colheita), competição com plantas daninhas e qualidade do produto afetada.
MÉTODOS DE COLHEITA
Três Métodos:
Manual.
Semi-mecanizada.
Mecanizado.
Manual:
Todos os processos sem utilização de máquinas.
Utilizado por pequenos produtores.
A colheita é feita manualmente com um instrumento de corte e deixada em feixes para secar no campo, desde que não chova.
Após a secagem, o material é recolhido do campo e é feita a trilha, que pode ser com varas, pisoteio ou pneu de trator.
Muito usado em várzea úmida.
Produção de sementes próprias – colheita de melhores panículas.
Semi- Mecanizada:
É feita manualmente (corte e recolhimento), porém a trilha é mecanizada.
A trilha é realizada com trilhadoras estacionárias de alimentação intermitente ou contínua.
Mecanizada:
É feita com colhedoras que colhem, trilham, limpam e armazenam o grão.
Empregada em grandes áreas e com alto nível tecnológico.
Perdas de grão: Se devem a degrana natural, acamamento, ataque de pássaros, pragas e doenças, além de perdas após a colheita (ocorrência de grãos germinados ou ardidos, perdas no corte, durante a secagem, durante a trilha, perdas na colhedora).
Colheita Manual:
Perdas no corte.
Perdas durante a secagem – feixes deixados no campo.
Perdas na trilha.
Evitar permanência prolongada no campo após corte.
Colheita Mecanizada:
Mecanismos internos e externos da colhedora.
Ação mecânica da plataforma de corte.
Ação do cilindro batedor, saca palhas e peneiras.
Presença de plantas daninhas.
Facilidade de degrana e umidade do grão.
TRANSPORTE, RECEPÇÃO E PRÉ-LIMPEZA
Transporte até a UBS no menor tempo possível.
Recepção, pesagem e identificação da carga.
Amostragem – umidade, renda, defeitos, impurezas, etc.
Evitar mistura de cultivares.
Armazenamento: Afetado pelo histórico da semente, as características genéticas, a umidade do ar e fatores biológicos. Pode ser feito em células metálicas, armazéns graneleiros e armazéns em sacarias.
O objetivo da secagem é reduzir a umidade do produto para uma adequada conservação, possibilitando a obtenção de sementes de melhor qualidade. A secagem pode ser naturalmente, artificial com ar natural, artificial com ar quente forçado, podendo ser estacionária ou intermitente.
	
Beneficiamento Industrial do Arroz
Os processos de beneficiamento industrial do arroz são: limpeza, descascamento, brunição, polimento e classificação.
Limpeza: 
Realizada através de maquinhas de ar e peneiras, que retiram as impurezas, grãos quebrados e danificados, deixando o produto mais uniforme para as operações subsequentes.
Descascamento:
É um processo de retirada da lema e pálea ( casca), realizada por descascadores de disco ou de rolos de borrachas.
Obtido arroz integral (maior teor de proteína que o polido).
Casca é um subproduto (22%).
 O grão descascado é mandado para a brunição.
Brunição: 
Eliminação do germe, pericarpo e camada de aleurona.
Eliminação do pericarpo e cama externa do endosperma.
Subproduto o farelo (8%).
Polimento:
Remoção de restos de farelo e camadas celulares soltas.
Brunição menos drástica.
Microaspersão de água, adição de sacarose, óleo e parafina.
Após o polimento o grão é classificado por tamanho e tipo:
Arroz polido.
Separação da quirera.
Separação de grãos inteiros e quebrados (grãos quebrados- subproduto).
Renda do benefício e rendimento de grãos:
Determinados pelomaquinista no recebimento. 
Renda do benefício (% de arroz beneficiado – polido resultante do arroz em casa).
Rendimento de grão: % de grãos inteiros e quebrados.
 O arroz parboilizado (parboilização)
É um arroz que passou por um processo de pré-cozimento, antes do descascamento, brunição e polimento.
 Esse arroz em casca é mergulhado em água quente de 4-6 horas (60-80°C) fazendo com que as proteínas do pericarpo e da camada de aleurona se solubilizem e migrem para o interior do grão.
 Após esse processo, o arroz é submetido á temperaturas mais elevadas sob pressão, para que ocorra a gelatinização dos nutrientes no interior do grão. 
Gelatinização - alteração na estruturação do amido – cristalino á amorfo.
Secagem - descanso de 8 horas antes do beneficiamento.
 Logo após, este arroz é seco, descascado, polido e separado.
Pode ser consumido: arroz parboilizado integral ou polido.
As vantagens desse arroz são: 
Maior valor nutritivo (devido á migração destes para o interior dos grãos antes de retirar o germe, pericarpo e camada de aleurona).
Maior resistência ao ataque de insetos (mais duro).
 Facilita a remoção da casca.
 Os grãos estarão mais soltos para o cozimento.
Apresentam maior rendimento (processo de recuperar grãos quebrados e trincados).
Maior % de grãos inteiros no beneficiamento.
Maior tempo de prateleira.
Requer menos utilização de óleo no cozimento.
Categorias de tipos de grão são: grãos longo-finos, grãos longos, médios, curtos, misturados.
A classificação dos tipos (1, 2, 3,4 e 5) é baseada no tamanho do grão, na qualidade e na % de impurezas.

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