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Guy Debord – membro da Internacional Situacionista. Inspiração: Karl Marx – crítica ao trabalho alienado e ao fetiche da mercadoria / Escola de Frankfurt. Cenário do conceito: Anos 60 – capitalismo avançado, aumento do consumo e controle burocrático do lazer e da vida cotidiana. Conceito: espetáculo – primeiramente, discutido em periódicos e panfletos da IS, e mais tarde melhor elaborado no livro. Autenticidade – séc. XVIII e início do séc. XIX – discutida sobretudo em duas questões: 1 - Julgamento do comportamento ético individual – separação do SER (o “autêntico”, o “espontâneo” ) x PARECER ( “ilusões”, “fantasias” - interesses comerciais). 2 - Criação artística pautada por “interesses comerciais”. - Mal-estar romântico diante da modernidade, percebida como artificial, prosaica e competitiva. Séc. XX – retoma-se a nostalgia da autenticidade. Textos acadêmicos e jornalísticos criticam a “sociedade da imagem” ou a “sociedade do espetáculo”. “Ilusões” varreram da vida o “natural”, o “espontâneo”, o “autêntico”. A própria realidade converteu-se em encenação. As representações, as tramoias midiáticas, tornaram-se referenciais. Cativavam e seduziam mais do que a vida concreta. Cenário atribuído a “forças históricas” e difusão de material visual gráfico. Ameaça da “irrealidade” era maior que a ameaça das lutas de classes, da ideologia, da pobreza, da doença, do analfabetismo, da demagogia e da tirania. “Revolução do entretenimento” – show business produziu ramificações por toda esfera pública norte-americana: política, religião, imprensa, arte...tudo se rendeu as técnicas e aos truques da indústria de diversão popular. A política e o jornalismo das grandes redes de TV mantêm a atenção do público satisfazendo o apetite pelo sensacional, pelo espalhafatoso e pela fofoca. João Freire critica esses estudos dizendo que cometem um grave equívoco: preferem a crítica e a condenação moral do que o aprofundamento das reflexões – enquadram-se no que Debord classificou de crítica espetacular do espetáculo. Debord não escreveu mais uma crítica aos MCM nos moldes de tantas outras, inclusive pela própria mídia. O caráter problemático dos MCM não decorria dos eventuais deslizes éticos, mas do uso generalizado dos MCM como instrumento de obstrução do diálogo. Conceito: espetáculo. Se a sociedade da época só encontrava satisfação nesse tipo de mediação (MCM), então essa “comunicação” era unilateral – acumulação de poder nas mãos de quem administrava esse sistema. O poder também estava nas técnicas usadas pelos governos para “avançar” no empobrecimento, sujeição e negação da vida real, que alcançariam mais pelo consenso do que pela força. Conceito: espetáculo. O autor pensa a multiplicação de imagens, ação potencializada pelos meios de comunicação de massa. Noção herdeira da religião, que aparece como uma forma alienante de manipulação ideológica e econômica que nutre a cultura do lazer e entretenimento fácil, visando a docilização das audiências. Conceito: espetáculo. O espetáculo é um agente de manipulação social e conformismo político, uma permanente “guerra do ópio”. Em síntese, é a reunião de todas as formas de representação e de produção material que impedem a abolição, por meios revolucionários, da sociedade de classes. Conceito: espetáculo. Marx – degradação do ser para ter. Debord – o ter para parecer – o objeto material transformou-se em “imagem-objeto”, pronta para ser consumida. O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre as pessoas que foi midiatizada. (o que incomoda Debord é a independência das imagens, fato que foge ao controle do homem). Conceito: espetáculo. O espetáculo é o acúmulo intenso do capital, que se torna imagem. A aparência é o produto desse “modo de produção”. Fetiche da mercadoria: O sentido da VISÃO é privilegiado – Debord não é contra o olhar, a imagem, mas como elas agem na sociedade. Conceito: espetáculo. Fetiche da mercadoria: O cidadão contribui com essa dinâmica à medida que aceita fazer da sua vida um produto. Mercadoria: Valor de uso (necessidade do uso – utilidade espontânea, e não mediada) foi sobreposto pelo Valor de Troca (substituição da matéria por um objeto aurático e sedutor). Conceito: espetáculo. Fetiche da mercadoria: A mercadoria ganha vulto de ídolos adorados no lugar de um Deus invisível. A mercadoria não é mais considerada um produto social do trabalho, e sim imagens que significam masculinidade, feminilidade, elegância, sensualidade, inteligência, etc. – relação MÍSTICA, MÁGICA com a mercadoria – uma nova “estética da mercadoria”. Conceito: espetáculo. Fetiche da mercadoria: Proletariado – inimigo do espetáculo por natureza. Eles deviam “instaurar a verdade do mundo”. Conceito: espetáculo. 1988 – Nova edição – Comentários sobre a sociedade do espetáculo. Debord mostra-se pessimista e diz que não havia vestígio de força contra o sistema, nem mesmo do proletariado. Surge um poder ainda mais forte: O ESPETACULAR INTEGRADO – absorveu toda a vida cotidiana – hegemonia do neoliberalismo – “pensamento único” – diversas formas de globalização econômica e cultural. Conceito: espetáculo. Espetacular concentrado – ideologia concentrada em torno de uma personalidade ditatorial – associa ao totalitarismo soviético. Espetacular difuso – consumo por parte dos assalariados – americanização do mundo – típico do capitalismo ocidental. Conceito: espetáculo. Fetiche da mercadoria: Desilusão com as novas gerações – encantados com a informática, pouco conversam e querem respostas e conteúdos rápidos – ignoram a contextualização dos acontecimentos. Conceito: espetáculo. João Freire (UFRJ) oferece exemplos de resistência dos jovens, entre eles os brasileiros, em diferentes tipos de movimentos sociais, que atacam a máquina da globalização neoliberal. Culture jamming. Freire ressalta que as teses de Debord são fundamentais, mas não podemos deixar de olhar o que está nos bastidores do espetáculo, bem marcados nos ESTUDOS CULTURAIS.
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