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Direito Internacional 07

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CURSO DO PROF. DAMÁSIO A DISTÂNCIA
MÓDULO VII
DIREITO INTERNACIONAL
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Praça Almeida Júnior, 72 – Liberdade – São Paulo – SP – CEP 01510-010
Tel.: (11) 3346.4600 – Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br
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DIREITO INTERNACIONAL
Direito Internacional Privado
1. CONCEITO E ELEMENTOS CARACTERIZADORES
	É o ramo da ciência jurídica que se define pelo conjunto de normas e princípios que atuam sobre as relações jurídicas nas quais estão presentes elementos estrangeiros. O Direito Internacional Privado regra o conflito de normas no espaço.
	Trata-se de um direito privado porque se circunscreve no campo das relações entre particulares, e o vocábulo “internacional” de sua denominação representa a existência do elemento estrangeiro, em virtude do qual o Direito em análise se debruça: local da assinatura do contrato, localização do imóvel, domicílio do interessado etc.
2. FUNDAMENTOS
	O Direito Internacional Privado tem por fundamentos:
a natureza cosmopolita do homem;
a variedade de leis estatais;
o comércio internacional;
a multiplicação dos meios de comunicação;
o adensamento das relações entre particulares de diversos países.
2.1. A Natureza Cosmopolita do Homem
	Significa a tendência do homem de interagir – ser político social –, utilizando-se de todos os meios de comunicação e transporte, e de estabelecer, querendo ou não, relações jurídicas além-fronteiras. Ex.: uma pessoa nasce no Brasil, casa-se na Argentina, onde tem um filho, e morre na Inglaterra.
	Tais fatos revelam o campo de aplicação do Direito Internacional Privado porque contêm elementos estranhos ao País – elementos de estraneidade –, isto é, nem todos os elementos dessa história estão dentro do mesmo território e sob uma mesma ordem jurídica.
2.2. A Variedade de Leis Estatais
	Cada país tem seu corpo próprio de leis, seu sistema, sua ordem. O fenômeno é, pois, da pluralidade de ordenamentos jurídicos, específicos para cada povo, o que pode provocar conflitos quando particulares de um e de outro povo se relacionam: casamento, por exemplo. Não são, necessariamente, conflitos de repúdio e não-aceitação, mas conflitos entre leis que regulam um mesmo fato jurídico.
	Quando isso acontece e as pessoas envolvidas não podem ou não têm capacidade de resolver o problema, alguém, em nome da ordem jurídica, o faz, aplicando à situação em análise a regra interna advinda do Estado, ou decorrente de um tratado ou dos princípios conhecidos.
	Como tais ocorrências se revelam na atuação de uma autoridade específica, como um juiz nacional, entendem alguns doutrinadores que o Direito Internacional Privado não é, na verdade, internacional, nem mesmo privado, porque as normas aplicáveis são, em geral, de ordem pública. Isso é apenas para demonstrar a riqueza da matéria e da discussão que gira em torno de seus fundamentos.
2.3. O Comércio Internacional
	Corolário de tudo que foi dito é essa característica: o comércio internacional.
	A intensificação dos relacionamentos leva naturalmente às relações comerciais e aos problemas decorrentes.
	A matéria também se ajusta ao chamado “Direito do Comércio Internacional”, tendo em vista as qualidades muito particulares dessa área: obrigações decorrentes de um contrato, incoterms, arbitragem etc.
	Na maioria dos casos, todavia, há atuação simultânea de regras de Direito Internacional Privado e de Direito do Comércio Internacional.
2.4. A Multiplicação dos Meios de Comunicação
	Hoje, a comunicação humana compreende um vasto campo, moderno e intricado. Comunica-se por meio de cartas (moda antiga) e por computadores (moderna), sem falar no telefone, fax e outros meios. Todos esses meios são suficientes para fechar contratos, propor negociações, casar, reconhecer filhos etc. Evidente que os efeitos jurídicos ganham espaço e que as fronteiras dos países não são mais impeditivas para tanto.
	O Direito Internacional Privado, nesses casos, dá instrumentos para o aplicador da norma solucionar e regular as questões que surgem no dia-a-dia.
2.5. O Adensamento das Relações entre Particulares de Diversos Países
	Caso os fatos narrados fossem esporádicos, não haveria preocupação jurídica e legislativa em torno dos mesmos, entretanto, assim não ocorre. Dificilmente temos, nos dias hodiernos, relacionamentos dentro de um mesmo território.
	Na vida de um ser humano acontecem fatos, que uma ou outra vez o ligam a pessoas ou bens existentes em outros países. O homem de hoje é um “homem do mundo”.
	Acompanha-o, aonde vá, a sua nacionalidade, um sistema que o protege, que lhe dá personalidade e o faz apto a adquirir direitos e obrigações. As fronteiras esmaecem e o ritmo das comunicações e dos meios de transporte – pode-se estar no Japão em menos de 48 horas – implica envolvimento, cada vez maior, de cidadãos de países diferentes e, portanto, entrelaçamento de regras jurídicas incidentes. Daí o papel do Direito Internacional Privado, revelando, analisando e solucionando tais situações.
3. ELEMENTOS CARACTERIZADORES
	De tudo que foi escrito, deduzem-se os seus elementos caracterizadores: cosmopolitismo, diversidade de leis, fatos anormais, coexistência de ordenamentos jurídicos diversos e conflitos de leis no espaço.
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