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06/06/2019 1 Fenômenos de Transporte III Prof. Edesnei Brião Cap. 8 – Convecção mássica CONVECÇÃO MÁSSICA • Se BiM < 0,1 → fenômeno convectivo! Resistência interna desprezível! • Se BiM > 10 → fenômeno difusivo! Resistência externa desprezível! ��� = ���� ��� � NÚMERO DE BIOT de MASSA (BiM) Para casos onde BiM < 0,1, a transferência de massa é controlada pela convecção. CONVECÇÃO MÁSSICA A transferência de massa convectiva envolve o transporte entre uma superfície e um fluido em movimento ou entre dois fluidos relativamente imiscíveis. A forma como este transporte vai ocorrer depende das propriedades do próprio transporte e das características dinâmicas do fluido em movimento. CONVECÇÃO MÁSSICA Exemplo: Secagem de sólido compacto. A umidade se concentra na superfície do material → tempo de secagem é pequeno e depende das condições da corrente livre (C∞, km, u∞) – fenômeno convectivo! Corrente livre t = 0 Corrente livre t = t1 CA ~ CAs CONVECÇÃO MÁSSICA Antes de tudo, vamos checar os conceitos: Existe diferença entre convecção, contribuição convectiva e advecção? CONVECÇÃO MÁSSICA Claro que sim!!!! Convecção mássica: fenômeno de transferência de massa que engloba a difusão e a advecção. Advecção ou contribuição convectiva: é a influência do movimento do meio no transporte do soluto. ��,� = �� ��� − ��� ��,� � = �� �� Analogia com a Lei de Newton para o resfriamento: � � = ℎ �� − �� 06/06/2019 2 CONVECÇÃO MÁSSICA Convecção forçada: o movimento do fluido é causado por uma bomba ou outro dispositivo. Convecção natural ou livre: o movimento é devido a uma diferença de densidade, resultante da temperatura, da pressão ou de uma variação de concentração. CONVECÇÃO MÁSSICA Para qualquer caso, o transporte convectivo ocorre na direção da concentração decrescente da espécie considerada (idem difusão – da maior para a menor concentração). O coeficiente convectivo de transferência de massa inclui as características das regiões de fluxo laminar e turbulento, sendo uma função da geometria do sistema e das propriedades do fluido e do fluxo. Alguns métodos de avaliação de km são discutidos a seguir. CONVECÇÃO MÁSSICA Há 4 métodos de avaliação do coeficiente convectivo de T.M., sendo eles: 1) Análise dimensional associado a um experimento; 2) Análise da C.L. Exata; 3) Análise da C.L. Aproximada; 4) Analogia entre T. Massa, Calor e Momentum. ADIMENSIONAIS SIGNIFICATIVOS Parâmetros adimensionais são frequentemente usados para correlacionar dados do transporte convectivo. Relembrando: Difusividade de momento → Difusividade térmica → Difusividade mássica → � = � � � = � � �� ��� Qualquer destas difusividades tem as dimensões L2/t. Assim, a razão entre duas delas resulta num valor adimensional. As relações envolvendo a difusividade de massa com as difusividades de momento e térmica são: �� = � ��� = � ���� N° de Schmidt → �� = � ��� = � � ����� N° de Lewis → Análogo ao N° de Prandtl para T.C. → �� = � � Empregado em processos que envolvem transferência simultânea de calor e de massa ADIMENSIONAIS SIGNIFICATIVOS ANÁLISE EXATA DA C.L. Blasius desenvolveu uma solução exata para a camada limite hidrodinâmica para um escoamento laminar paralelo a uma placa plana. Esta solução é empregada para para explicar a T.C. convectiva, e por analogia, estender-se-á para T.M. convectiva para a mesma geometria e escoamento. y x C A = C A (y) 8CA C AS Borda da camada limite de concentração �� ��� �� + �� ��� �� = ��� ���� ��� �� �� �� + �� �� �� = ��� ��� ��� � = �� − ��� ��� − ��� 06/06/2019 3 ANÁLISE EXATA DA C.L. Após manipulações e substituições: �� = ��� � 0,332��� � �� ��� ��� = 0,332��� � �� Número de Sherwood (Sh) ou Nusselt mássico (NuAB) local Equação válida para Sc = 1 ANÁLISE EXATA DA C.L. ��� ��� = �ℎ� = 0,332��� � �� �� � �� Para Sc ≥ 0,6 ��� ��� = �ℎ� = 0,664��� � �� �� � �� Número de Sherwood (Sh) ou Nusselt mássico (NuAB) médio Idêntica à expressão para Nu em T.C: ℎ � � = ��� = 0,332��� � �� �� � �� ANÁLISE APROXIMADA DA C.L. Quando o escoamento não for laminar ou a configuração for diferente de uma placa plana, poucas soluções existem para o transporte na camada limite. O método de aproximação desenvolvido por von Kármán para descrever a camada limite hidrodinâmica pode ser usada para analisar a C.L. de concentração. Considerando um volume de controle no qual está localizado a C.L. de concentração, como ilustrado abaixo: Balanço de massa em estado estacionário sobre o volume de controle: ANÁLISE APROXIMADA DA C.L. Onde: Somando as taxas e dividindo cada termo por ∆x e levando ao limite, tem-se a integral de von Kármán : ANÁLISE APROXIMADA DA C.L. Se considerarmos o escoamento laminar paralelo à superfície plana, pode-se usar a eq. Integral de von Kármán para obter uma solução aproximada para o coeficiente convectivo local: ��� ��� = �ℎ� = 0,36��� � �� �� � �� A qual assemelha-se muito com a solução exata. Esta semelhança indica que a técnica de von Kármán pode ser aplicada em casos em que as soluções exatas não sejam conhecidas. Usando a técnica de von Kármán para camada limite turbulenta sobre uma placa plana: ��� ��� = �ℎ� = 0,0292��� � �� �� � �� ANÁLISE APROXIMADA DA C.L. Considerando uma placa plana de extensão L, na qual a camada limite de concentração é laminar até uma extensão Lt e turbulenta entre Lt e L. Em Lt, o Nº de Reynolds é igual a Ret (Nº de Reynolds de transição de regime laminar para turbulento). Neste caso, o cálculo do coeficiente convectivo médio de transporte de massa, para toda a extensão L, possui a forma: �� = �� � ��,���. + � − �� � ��,����. ��,����� ��� = 0,664��� � �� �� � �� ��,���� � − �� ��� = 0,0365 ��� � �� − ��� � �� �� � �� 06/06/2019 4 ANALOGIAS ENTRE TRANSFERÊNCIAS DE MASSA, CALOR E MOMENTO As analogias são aplicáveis no entendimento dos fenômenos de transferência e como um meio significativo para predizer o comportamento dos sistemas para dados quantitativos limitados. A similaridade e as analogias entre os fenômenos de transferência requerem que as seguintes 5 condições existam dentro do sistema: 1.Propriedades físicas constantes; 2.Não há energia ou massa produzida dentro do sistema (sem reação química); 3.Não há emissão ou absorção de energia radiativa; 4.Não há dissipação viscosa; 5.O perfil de velocidade não é afetado pela transferência de massa; então, há uma baixa taxa de T.M.. ANALOGIAS ENTRE TRANSFERÊNCIAS DE MASSA, CALOR E MOMENTO ANALOGIA DE REYNOLDS: Reynolds, em 1874, publicou o primeiro trabalho em que o comportamento análogo entre as transferências de momento e calor foi descrito. A validade da proposição de Reynolds depende de que a relação entre a difusividade de momento () e a difusividade térmica () seja igual a 1, ou seja, Pr = 1. A proposição de Reynolds pode ser estendida à transferência de massa para os casos em que o Número de Schmidt é igual a 1. ANALOGIAS ENTRE TRANSFERÊNCIAS DE MASSA, CALOR E MOMENTO ANALOGIA DE REYNOLDS: No caso do escoamento em placa plana, com Sc = 1, os perfis de velocidade e concentração se relacionam da seguinte forma: Com y = 0, o fluxo de A na direção y pode ser descrito tanto em termos de coeficiente de difusão como do coeficiente de convecção. Assim: ANALOGIAS ENTRE TRANSFERÊNCIAS DE MASSA, CALOR E MOMENTO ANALOGIA DE REYNOLDS: Combinando as equações anteriores e lembrando que DAB= = µ/, tem-se: Sendo o coeficiente de atrito (Cf) definido por: ANALOGIAS ENTRE TRANSFERÊNCIAS DE MASSA, CALOR E MOMENTO ANALOGIA DE REYNOLDS: Então, tem-se: Esta expressão é análoga à definida por Reynolds para Pr = 1 para T.C.: ℎ � �� �� = �� 2 �� �� = �� 2 onde: km, kc → coeficiente convectivo de transferência de massa (m/s); Cf → coeficiente de atrito (adimensional); v∞ → velocidade da corrente livre (m/s); h → coeficiente convectivo de transferência de calor (W m-2 K-1); ρ → massa específica do fluido (kg m-3); Cp → calor específico (J kg -1 K-1). ANALOGIAS ENTRE TRANSFERÊNCIAS DE MASSA, CALOR E MOMENTO ANALOGIA DE CHILTON-COLBURN: Com base na expressão definida por Reynolds, Chilton e Colburn, em 1933, a partir de dados experimentais, estabeleceram a seguinte correlação: �� = �� �� �� � �� = �� 2 Onde o termo jD é conhecido como o fator j da transferência de massa, análogo ao fator j da transferência de calor (jH) definido por: �� = �� = ℎ � �� �� �� � �� = �� �� �� � �� = �� 2 06/06/2019 5 ANALOGIAS ENTRE TRANSFERÊNCIAS DE MASSA, CALOR E MOMENTO ANALOGIA DE CHILTON-COLBURN: A expressão anterior relaciona as transferências convectivas de calor e massa e permite a avaliação de um coeficiente de convecção de um fenômeno a partir dos dados do outro, sendo válida para gases e líquidos nas faixas 0,6 < Sc < 2500 e 0,6 < Pr < 100. CORRELAÇÕES PARA A CONVECÇÃO MÁSSICA As expressões para a transferência de massa que foram definidas anteriormente tiveram uma dedução analítica. Neste capítulo, estas expressões serão comparadas com outras obtidas experimentalmente. Serão, também, apresentadas relações para situações em que o tratamento analítico não foi satisfatório. REFERÊNCIAS CREMASCO, Marco Aurélio. Fundamentos de transferência de massa. Campinas, SP: UNICAMP, 1998. 741 p. WELTY, James R.; WICKS, Charles E.; WILSON, Robert E.; RORRER, Gregory L. Fundamentals of momentum, heat and mass transfer. 5.ed. New York, U.S.: J. Wiley, 2008. xix, 711 p. 27
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