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* CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CURSO DE ENFERMAGEM UNIDADE DE ENSINO: SAÚDE DA MULHER I DOCENTE: MSc Cleidiane de Freitas Gomes ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PARTO NORMAL * PARTO: Parto é o estagio resolutivo da gestação, o nascimento do ser que se formou nos meses anteriores. É a expulsão do feto para o mundo exterior através da via genital ou a retirada do bebê via abdominal como na operação cesariana, ou na laparotomia para extração de feto oriundo de gestação ectópica . * O direito ao acompanhamento O direito ao acompanhamento da gestante é reconhecido pelo Ministério da Saúde, entretanto não e praticado de forma regular e sistemática em todo o país. Ao contrário, de maneira geral, apenas as mulheres mais favorecidas economicamente, que têm seus partos através de seguros em hospitais privados, é que se utilizam deste direito. * Processo de humanização A possibilidade de um acompanhante à parturiente, envolve necessariamente uma mudança de atitudes. Inicialmente do profissional de saúde revendo seus conceitos, para favorecer um acolhimento completo, técnico e humano à mulher. Envolve também a mudança de atitude da instituição, que deve estar estruturada e preparada para esta nova postura, incentivando treinando e controlando seus profissionais para o desempenho destas tarefas. * Cesariana x parto normal * * Fonte: Brasil: MS e ANS, 2004 * Cesariana x parto normal * De acordo com a OMS: Aborto: quando o feto não atingiu a viabilidade, é o termino da gestão antes de completadas 20 ou 22 semanas incompletas, ou antes do concepto atingir 500g de peso. Parto prematuro ou pré-termo: é aquele que ocorre entre 22 e antes de completar 37 semanas de gestação. Parto a termo: todo gravidez que se encontra entre 37 semanas completas e 42 semanas incompletas e chamada gestação a termo. * Gravidez prolongada ou pós-termo: é aquela que ultrapassa 42 semanas. Parto espontâneo: não há maiores interferências do obstetra. Parto Induzido: desencadeado por medicamentos ou manobras. Parto operatório: cesariana ou uso de fórcipe. * O parto que ocorre de forma fisiológica é denominado parto normal ou eutócito. Se for perturbado ou fenômenos patológicos é chamado distócico. Primípara: se ela pariu ou vai parir pela primeira vez. Primigesta: primeira concepção. Multípara: é a mulher que já pariu diversas vezes. * Multigesta ou plurigesta é a que já teve varias gestações, independente da duração delas. Nulípara: é a que que jamais pariu. Nuligesta: é a que nunca esteve grávida. O sufixo “gesta” refere-se ao numero de gestações que a paciente já apresentou, não importa a duração de cada uma delas. Ou o numero de feto em cada uma delas. Uma paciente grávida pela primeira vez de gêmeos, será chamada de primigesta. O sufixo “para” se refere ao numero de gestões em que houve viabilidade fetal, excluindo portanto os abortos. Um paciente que pariu gêmeos é chamada de primípara. * Finalidades do parto: RN saudável: (Apgar > 7, sem tocotraumatismo). Mãe saudável: sem alterações anatômicas e/ou funcionais dos órgãos pélvicos. * Admissão da paciente: A gestante está em trabalho de parto ? Contrações uterinas – cólicas abdominais. Trabalho de parto verdadeiro – características das contrações: Ocorrência a intervalos regulares. Aumento gradual da freqüência. Desconforto lombar e abdominal. A cérvix dilata. Desconforto não desaparece com analgésicos. * Falso trabalho de parto - características das contrações: Ocorrência em intervalos irregulares. Intervalos permanecem longos. Intensidade não se modifica. Desconforto ocorre no abdome inferior. A cérvix não dilata. Desconforto melhora com analgésicos. * Procedimento na admissão/internação da parturiente Anamnese: Antecedentes mórbidos; Antecedentes obstétricos (onde se inclui também o levantamento de complicações de partos em gestações anteriores), Data da última menstruação, Informações sobre a movimentação fetal e dados e evolução da gestação atual. Doenças físicas incapacitantes. Doenças mentais incapacitantes. Doenças intercorrentes. * Exame clínico; Avaliação clínica da gestante deve incluir medida dos dados vitais (pressão arterial, pulso e temperatura); Avaliação das mucosas para inferir a presença ou não de anemia; Presença ou não de edema e varizes nos membros inferiores. Exame Obstétrico; A ausculta da freqüência cardíaca fetal (antes, durante e após a contração uterina); A medida da altura uterina; A palpação obstétrica (para determinar a situação, posição). * Situação Longitudinal ou transversal * Apresentação cefálica * Apresentação pélvica Meticulosa revisão do canal do parto. Cesariana X parto vaginal * Tricotomia; Não é recomendada, somente aparar os pelos. Enteroclisma; Não realiza mais. Alimentação; Todos os alimentos sólidos devem ser suspensos, sendo permitida, para as gestantes de baixo risco para procedimento cirúrgico, a ingestão de pequenas quantidades de líquidos claros (água, suco de frutas sem polpa, chá). * Todavia, as gestantes de maior risco para procedimentos anestésicos (obesas, diabéticas, com vias aéreas de difícil acesso) ou para parto cirúrgico devem permanecer em jejum durante todo o trabalho de parto, evitando-se inclusive a ingestão de líquidos claros. Nos casos de cesáreas eletivas, o período de jejum para a realização do procedimento anestésico deve ser (8 a 12 horas). * Higiene da parturiente; Durante o trabalho de parto, a gestante perde secreções pela vagina e freqüentemente apresenta sudorese considerável. Ela deve, portanto, ser estimulada a se higienizar e devem estar disponíveis para ela condições para tanto. Um banheiro com chuveiro, toalhas, sabonetes e troca freqüente de sua "bata" ou camisola, do "forro" e da roupa de cama. Gerarão uma sensação de maior conforto e bem-estar, tão desejável durante esse período. Os banhos de chuveiro com água morna têm sido utilizados, de forma empírica, para aliviar a dor do trabalho de parto. * Posição de parturiente Salvo raras exceções, a parturiente não deve ser obrigada a permanecer no leito. Deambular, sentar e deitar são condições que a gestante pode adotar no trabalho de parto de acordo com a sua preferência e, em geral de forma espontânea, existe uma tendência à alternância de posições. As mulheres devem ser apoiadas na sua escolha. Quando deitada, a gestante deve ser orientada a não permanecer em decúbito dorsal horizontal porque essa posição reduz o fluxo sangüíneo uterino e placentário. Ou seja, quando deitada, a gestante deve adotar o decúbito lateral, tanto direito quanto esquerdo. * Assistência ao parto: Toque vaginal Assepsia das mãos e genitais. Número mínimo possível. Bem estar fetal BCF: 120-160 Bpm (média 140 bpm). * Trabalho de parto TP Ativo: Duas ou mais contrações em dez minutos, com duração igual ou superior a 25 segundos (2/10’/25’’), colo dilatado 3 ou mais centímetros, 8-10 hs. * * * Mecanismo do parto: Mecanismo de parto estuda os fenômenos mecânicos do nascimento. Insinuação: passagem pelos limites do estreito superior da bacia. Descida: Cabeça penetra e enche a escavação. Rotação interna da apresentação fetal. Desprendimento: Das espáduas (ombros). * Coroamento (1) Coroamento (2) * Delivramento da Cabeça Rotação da Cabeça * Delivramento de Ombros Delivramento do Tórax * * * Fases clínicas do parto: Períodos clínicos do parto estudam as alterações materna que ocorrem durante o trabalho. Dilatação (1º período). Expulsão (2º período).Secundamento (3º período). Observação (4º período). * Dilatação (1º período) A primeira fase clínica do trabalho de parto começa quando são atingidas contrações uterinas dolorosas e regulares de freqüência intensidade e duração suficientes para produzir o apagamento e a dilatação do colo uterino. O momento que a paciente entra em trabalho de parto ativo é 3 a 5 centímetros de dilatação. A duração do período de dilatação difere entre primíparas 10 a 12 horas e multíparas 6 a 8 horas. * * Expulsão (2º período) Momento para encaminhar parturiente para sala de parto. Começa quando a dilatação do colo se completa 10 cm e termina com a expulsão total do feto. Este estágio é chamado de período expulsivo. Duração média: 50 minutos primíparas e 20 minutos multíparas. É considerado prolongado, caso apresente duração superior a 2horas em primíparas e 1 hora em multíparas. * O diagnostico do período expulsivo pode ser feito de varias formas. A mais precisa é através do toque vaginal; quando percebemos que não há mais colo uterino a se interpor entre a apresentação e o canal vaginal. Posição da parturiente na mesa obstétrica. Cateterismo vesical (somente se indicado) Anestesia (figura seguinte) Episiotomia (figura seguinte) Episiorrafia (figuras seguintes). Fórcipe: (figuras seguintes * Líquido amniótico envolve o feto, que desta forma o protege de choques mecânicos. Quando se fala no "rebentar as águas" (ou "estouro da bolsa"), pouco antes do parto, significa que a bolsa amniótica se rompeu e o líquido foi expulso, marcando o início do parto. Amniotomia artificial: ruptura das membranas amnióticas é uma técnica antiga em obstetrícia, favorecendo o inicio do trabalho de parto. * * Episiotomia É um corte cirúrgico feito no períneo, a região muscular que fica entre a vagina e o ânus. O corte é feito durante o parto normal, com a ajuda de uma anestesia local (se a mulher já não estiver anestesiada), para facilitar a passagem da cabeça do bebê. Antigamente esse corte era rotina, pois os médicos afirmam que é mais fácil fechar um corte regular que uma laceração irregular, causada por um "rasgo" natural do tecido na hora em que a cabeça passa. * Média lateral direita a mais utilizada A episio mediana pouco utilizada no Brasil, Devido lesão de reto. * Episiorrafia: * Fórceps obstétrico O Fórceps obstétrico é um instrumento empregado para extrair a cabeça do feto, em certas condições onde o processo é interrompido e pode resultar em perigo imediato ou remoto para mãe é o filho. Complicações: Fetais: Lesão cerebral, fratura de crânio, hemorragia intracraniana. Maternas: Hemorragia e infecções (lacerações) rupturas e lesão de bexiga. * * * Secundamento (3º período) Corresponde ao deslocamento e expulsão da placenta. Ocorre cerca de 10 e 20 minutos após o período expulsivo. Geralmente após duas a três contrações uterinas a placenta já está totalmente deslocada. O descolamento da placenta, dequitação ou dequitadura se efetua com dois mecanismos: * Mecanismo de Baudeloque Schultze. A supercifíe brilhante aparece na saída vaginal. É o mais freqüente. Sangramento exterioriza-se posteriormente a saída da placenta. Mecanismo de Baudeloque Duncan. A superfície materna enrugada aparece primeiro. Sangramento antecede a saída da placenta. * * * * * * Quarto período 1ª hora após a saída da placenta. É nele que se processa a hemostasia fisiológica da ferida uterina decorrente do descolamento placentário, etapa que pode ocorre hemorragia. * * Recuperação Pós-anestésica (RPA) A paciente obstétrica necessita dos mesmos cuidados pós-anestésicos que outros pacientes cirúrgicos. Requer uma vigilância devido às alterações fisiológicas que se seguem no pós-parto imediato e à possibilidade de complicações relacionadas ao controle de sangramento e contratilidade uterina. No caso desta paciente ter recebido alguma forma de anestesia, deve permanecer sob vigilância até sua total recuperação. * ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM * Orientar a parturiente de todos os procedimentos a serem realizados. Providenciar material necessário aos exames e procedimentos, como: luvas, lubrificantes, estetoscópio de Pinard ou sonar, amniótomo, etc. Avaliar regularmente os BCFs. Os BCFs diminuem quando coincidem com a intensidade máxima das contrações. BCFs abaixo de 100 bpm podem indicar sofrimento fetal. Manter a higiene corporal da parturiente. * Orientar a parturiente para que relaxe e respire profunda e pausadamente nos intervalos das contrações. Manter a parturiente, preferencialmente, em DLE. Estar atento às infusões venosas. Encaminhá-la ao banho morno o qual promoverá relaxamento da musculatura uterina, contribuindo com o período de dilatação (exceto se a dilatação estiver muito adiantada). Verificação periódica dos sinais vitais. * Observar e controlar as secreções vaginais (quantidade e aspecto). Anotar o horário do rompimento da bolsa. Oferecer dieta líquida, principalmente sucos e chás para a parturiente, se não houver contra-indicação médica. Estimular a deambulação sempre que possível, pois a mesma encurta a 1ª fase do trabalho de parto, além de diminuir a necessidade de parto a fórcipe. Encaminhar a parturiente ao Centro Obstétrico, junto com seu prontuário. Estar atento, alterações das contrações uterinas, Alterações dos BCFs, hemorragias vaginais. * Cuidados de enfermagem durante o parto: Encaminhar a parturiente à sala de parto e colocá-la na mesa de parto ou conforme rotina da instituição. Manter o berço aquecido. Verificar se o material e instrumentos cirúrgicos a serem utilizados estão completos. Ligar e posicionar o foco de luz; Incentivar a parturiente a fazer força para baixo no momento das contrações e a relaxar e respirar pausadamente no intervalo entre elas. Administrar medicações conforme a necessidade. Oferecer apoio emocional à parturiente. * Cuidados de enfermagem após a dequitação: Providenciar peso da placenta e identificá-la. Providenciar laqueadura do cordão, (conferir se existem 2 artérias e uma veia). Limpar a região genital após a liberação da paciente. Realizar movimentação passiva dos MMII. Passar a paciente para a maca. Verificar SSVV, sangramento vaginal. Observar infusões venosas. * Anotar no prontuário da parturiente: horário e tipo de parto, presença ou não de epsiotomia e episiorrafia, sexo, Apgar, intercorrências com o RN, dequitação e sangramento, peso da placenta, nome dos profissionais que assistiram ao parto, bem como do médico ou enfermeiro obstetra, do neonatologista e do técnico ou auxiliar de enfermagem circulante. Encaminhar a paciente ao leito, junto com o prontuário. Anotar o parto no livro do centro obstétrico. Preparar a sala para o próximo parto. * Referências Bibliográficas REZENDE, Jorge de. Obstetrícia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan-2754, 2005. CHAVES NETTO, Hermógenes. Obstetrícia Básica; 2.ed; São Paulo: Atheneu, 2007.
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