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DIREITO FALIMENTAR

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DIREITO FALIMENTAR
Histórico
Decreto Lei 7.661/1945:
Concordata;
Comerciantes.
Lei 11.101/2005: 
Falência;
Recuperação Judicial
Recuperação Extrajudicial
Teoria da Empresa
Participação do credores no processo;
Redução de participação do MP
ADI 3424 e ADI 3934
A ADI 3934, relatada pelo Ministro Ricardo Lewandowski, já foi julgada improcedente pelo STF, que reconheceu a constitucionalidade do art. 60, parágrafo único, do art. 83, incisos I e IV, e do art. 141, inciso II da LFRE.
ADI 3424 ainda está pendente de julgamento.
Insolvência Empresária 
 
Insolvência civil
Insolvência Civil: Passivo > Ativo
Insolvência Empresária: Presumida.
Sujeito Passivo
Empresário (art. 966 do CC)
Exceção: Art. 2º: 
I – Empresa Publica e Sociedade de Economia Mista;
Art. 173, § 1º, II da CF/88: “a lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (...) a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários”.
Lei 13.303/2016: silenciou sobre essa questão específica.
II – Instituição Financeira publica ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, soc. operadora de plano de assistência a saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização, outras equiparadas.
São agentes econômicos que atuam em mercados regulados, que possuem leis específicas disciplinando a liquidação extrajudicial deles em caso de insolvência (ex.: Lei 6.024/1974, aplicável às instituições financeiras, e o Decreto-lei 73/1966, aplicável às seguradoras).
Competência para Processamento
Art. 3º Local do principal estabelecimento do empresário ou sociedade.
Enunciado 466 das Jornadas de Direito Civil do CJF: “para fins do direito falimentar, o local do principal estabelecimento é aquele de onde partem as decisões empresariais, e não necessariamente a sede indicada no registro público”.
STJ: “nos termos do art. 3º da Lei n. 11.101/2005, o foro competente para o processamento da recuperação judicial e a decretação de falência é aquele onde se situe o principal estabelecimento da sociedade, assim considerado o local onde haja o maior volume de negócios, ou seja, o local mais importante da atividade empresária sob o ponto de vista econômico. Precedentes” (AgInt no CC 147.714/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 22/02/2017, DJe 07/03/2017).
Aplicação subsidiária do CPC
Art. 189 da LFRE: “aplica-se a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, no que couber, aos procedimentos previstos nesta Lei”.
Art. 1.015.  Agravo de instrumento.
Enunciado 69 das Jornadas de Direito Processual Civil do CJF: “a hipótese do art. 1.015, parágrafo único, do CPC abrange os processos concursais, de falência e recuperação”.
Art. 219 do novo CPC. Contagem de prazo em dias úteis.
STJ: “a forma de contagem do prazo - de 180 dias de suspensão das ações executivas e de 60 dias para a apresentação do plano de recuperação judicial - em dias corridos é a que melhor preserva a unidade lógica da recuperação judicial (...) os prazos de 180 dias de suspensão das ações executivas em face do devedor (art. 6, § 4º) e de 60 dias para a apresentação do plano de recuperação judicial (art. 53, caput) deverão ser contados de forma contínua” (REsp 1699528/MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 10/04/2018, DJe 13/06/2018)
Órgãos da RJ e Falência
Juiz: Procedimento judicial.
Ministério Publico:
 Arts. 8º; 19; 22, §4º; 30, §2º; 52, V; 59, §2º; 99, XIII; 104, VI; 132; 142, §3º, 143, 154, 187.
Administrador Judicial:
Preferência: administrador, economista, advogado, contador, empresa especializada (art. 21);
Funções (art. 22)
I – Comuns a RJ e Falência;
II – Exclusiva da RJ;
III – Exclusiva da Falência.
Remuneração:
 5% 
Valor devido Valor da 
aos credores venda dos
(RJ) bens (F)
PS: Micro empresa ou EPP: 2%
Nomeação Termo de compromisso (48horas);
Destituição: art. 23, pu.;
Substituição pelo juiz: motivos justificados (art. 30, §3º);
Assembleia Geral de Credores
Órgão colegiado consistindo na reunião de todos os credores do falido ou da empresa em RJ para deliberações do art. 35.
Voto conforme o crédito.
Comitê de Credores:
Órgão de fiscalização;
Constituição facultativa;
Representantes das classes (art. 26): 1 trabalhistas; 1 direitos de garantias reais ou privilégios especiais, 1 quirografários e com privilégios gerais e 1 representantes de microempresa e EPP + 2 suplentes para cada classe.
Deliberações por maioria.
Créditos não exigíveis
Art. 5º:
Obrigações a titulo gratuito;
Despesas dos credores fizerem para tomar parte na RJ e Falência.
PRINCÍPIOS
Unidade do juízo falimentar;
Prevenção do juízo falimentar;
Indivisibilidade do juízo falimentar;
Exceções: causas trabalhistas; causas fiscais; causas em que o falido figure como autor não reguladas pela LREF; obrigações ilíquidas; demais exceções previstas em outras leis.
Universalidade do juízo falimentar.
Verificação e Habilitação dos Créditos
1º publicação de edital Habilitação(15d)
 Impugnação (10) Verificação(45d)
 Créditos ñ impugn.: Juiz
 QGC 
 Créditos impugnados credor (5d)
 
Juiz adm. judic. comitê devedor 
 Agravo
Decisão Quadro Geral de Credores (QGC)
Habilitação Retardatária
Após expirado o prazo de habilitação;
Antes da Homologação;
Pedido processado como impugnação;
Penalidades (art. 10, § 1º):
Sem direito a voto na assembleia geral;
Sem direito ao quinhão em rateio;
Sem direito a integralidade do débito;
Sem direito a isenção de custas.
Após a Homologação: Ação Ordinária.
PS: Reserva de valores.
Questão
1. (MPT 2017) Se a empresa reclamada estiver sob o regime da Lei de Recuperação Judicial e Falência (Lei n. 11.101/2005), quanto à regra de competência, é CORRETO afirmar que: 
a) O regime de recuperação judicial não interfere na execução que se processa na Justiça do Trabalho, ante a preferência de que goza o crédito trabalhista. 
b) Consoante entendimento do Supremo Tribunal Federal, a execução prossegue na Justiça do Trabalho, até final pagamento, somente quando a penhora tenha sido efetivada antes do deferimento judicial do processamento da recuperação judicial.
c) São processadas e julgadas na Justiça do Trabalho as ações de natureza trabalhista até a apuração do crédito, cujo montante, determinado em sentença ou aferido em liquidação, será inscrito no quadro geral de credores perante o juízo da recuperação. 
d) Retiram-se os atos executórios do juízo trabalhista somente no caso de vir a ser decretada a falência da reclamada. 
e) Não resolvida.
2. (PGE/AC 2017) De acordo com a Lei 11.101, de 09 de fevereiro de 2005, que regula a recuperação judicial; a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, é CORRETO afirmar que ao administrador judicial compete na recuperação judicial 
a) relacionar os processos e assumir a representação judicial da massa falida.
b) receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele o que não for assunto de interesse da massa. 
c) avaliar os bens arrecadados. 
d) praticar os atos necessários à realização do ativo e ao pagamento dos credores.
e) fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Substituto da antiga concordata;
Visa preservar o funcionamento da empresa viável;
Interesse social na manutenção da empresa:
Fonte produtora;
Emprego dos trabalhadores.
Modalidades:
RJ Ordinária (art. 47 a 70);
RJ Especial (art.70-72);
RJ Extrajudicial (art. 161 a 166).
Requisitos (art.: 48)
não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial;
não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial;      
não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos na Lei falimentar.
Processamento:
PI(art. 51) Juiz: exame formal* Defere
 
Credores Plano de RJ (60 d) Empresário
 Aprovação
Assembleia Geral Aprovação c/ alteração
 Rejeição 
 Ratificação devedor
 Falência Decretada
Desistência?
PRJ: Art. 50;
Aprovação: Art. 45 c/c 58, §1º
Enunciado 46 das Jornadas de Direito Comercial do CJF: “não compete ao juiz deixar de conceder a recuperação judicial ou de homologar a extrajudicial com fundamento na análise econômico-financeira do plano de recuperação aprovado pelos credores”.
STJ: “cumpridas as exigências legais, o juiz deve conceder a recuperação judicial do devedor cujo plano tenha sido aprovado em assembleia (art. 58, caput, da Lei 11.101/2005), não lhe sendo dado se imiscuir no aspecto da viabilidade econômica da empresa” (REsp 1.359.311)..
Efeitos da Concessão
O devedor permanece em RJ até que se cumpram as obrigações que vencerem em até 2 anos do deferimento do pedido (art. 61);
Fiscalização do cumprimento do PRJ pelo administrador judicial e credores;
Suspensão das ações judiciais e prescrição por no máximo 180 dias;
Proibição de alienação de bens sem consentimento do judicial, ressalvado PRJ.
22
Na recuperação judicial, a suspensão de que trata o art. 6º da LFRE é temporária (stay period): “na recuperação judicial, a suspensão de que trata o caput deste artigo em hipótese nenhuma excederá o prazo improrrogável de 180 dias contado do deferimento do processamento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial” (§ 4º).
Enunciado 42 das Jornadas de Direito Comercial: “o prazo de suspensão previsto no art. 6º, § 4º, da Lei 11.101/2005 pode excepcionalmente ser prorrogado, se o retardamento do feito não puder ser imputado ao devedor”.
STJ: “a extrapolação do prazo de 180 dias previsto no art. 6º, § 4º, da Lei 11.101/2005 não causa o automático prosseguimento das ações e das execuções contra a empresa recuperanda, senão quando comprovado que sua desídia causou o retardamento da homologação do plano de recuperação” (AgRg no CC 113.001/DF; no mesmo sentido: REsp 1.193.480/SP e AgRg no CC 111.614/DF).
CONVOLAÇÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL EM FALÊNCIA
Rejeição do PRJ;
Não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo de 60 dias;
Descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação.
FALÊNCIA
Legitimidade Ativa: 
Qualquer credor*
Próprio empresário/Soc. empresária
Cônjuge, herdeiros e inventariante.
Legitimidade Passiva: Empresário.
PS: Precisa ser regular????
Embora a lei use a expressão “qualquer credor”, o STJ tem diversos precedentes no sentido de que a Fazenda Pública não tem legitimidade, nem interesse de agir, para pedir a falência do devedor (REsp 164.389/MG e REsp 287.824/MG). A Corte Superior entende que, uma vez que a Fazenda Pública dispõe de instrumento específico para cobrança do crédito tributário, a Lei 6.380/1980 (Lei de Execuções Fiscais), falta-lhe interesse de agir para o pedido de falência. No mesmo sentido, foi aprovado o enunciado 56 das Jornadas de Direito Comercial do CJF: “A Fazenda Pública não possui legitimidade ou interesse de agir para requerer a falência do devedor empresário”
Casos de Incidência
Impontualidade Injustificada;
Frustação da execução;
Atos de Falência:
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.
JURISDIÇÃO FALIMENTAR CONTECIOSA
PI Juiz Citação Empres./Soc. Emp.
 
Depósito elisivo Contest. (10 d) R.J.
 
 Extinção Defesa (art. 96)
 Apelação Improcedência Sentença
 (art. 101)
 Agravo Procedência(art. 99)
 
Efeitos da falência
Afastamento do falido da Atividade;
Fixação do termo legal da falência;
continuação ou não provisória das atividades do falido 
Inabilitação do Falido;
Uniformização da obrigações;
Vencimento antecipado das dívidas;
Arrecadação e Avaliação dos bens;
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores:
I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título;
II – o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato;
III – a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada;
IV – a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação da falência;
V – a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da decretação da falência;
VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos;
VII – os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior.
Créditos na Falência
Classificação dos créditos CONCURSAIS (art.83):
Derivados da legislação do trabalho e decorrentes de acidente de trabalho;
Com garantia real;
Tributários;
Com privilégio especial
Com privilégio geral
Quirografários
Multas contratuais e penas pecuniárias;
Créditos subordinados
Créditos EXTRACONCURSAIS (art. 84):
Remuneração devida ao administrador judicial e seus auxiliares;
Créditos derivados da relação de trabalho ou de acidente de trabalho devidos após a decretação da falência;
Quantiafornecidas a massa pelos credores;
Despesas decorrentes do processo de falência;
Custas judiciais decorrentes de execução da massa falida;
Obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a RJ ou após a decretação da falência e tributos decorrentes de fatos geradores após a falência.
Ordem de Pagamento
Pagamento Antecipado (art. 150 e 151);
Restituição em dinheiro (art. 86 e 149)
Créditos Extraconcursal (art. 84, I – V)
Créditos Concursal (art. 83, I – VIII)
Jurus vencidos após a decretação da falência (art. 124);
Devolução de saldo (art. 153).
Extinção das Obrigações do Falido
Pagamento de todos os créditos;
Pagamento de mais de 50% dos créditos quirografários;
Decurso do prazo de 5 anos contados do encerramento da falência;
Decurso do prazo de 10 anos se o falido tiver sido condenado por prática de crime falimentar.

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