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MANEJO E ALIMENTAÇÃO DE VACAS LEITEIRAS MANTIDAS EM PASTAGENS FABIO SEIJI DOS SANTOS & GERALDO T. SANTOS PLANO DE AULA ü Introdução; ü Pastagens tropicais e subtropicais; ü Rotação de pastagens (pastoreio rotacionado); üFases da lactação; ü1a. Fase da Lactação – 0 a 70 dias de lactação: manejo ealimentação na 1a. Fase; ü2a. Fase da Lactação – 71 a 140 dias de lactação: Manejo ealimentação na 2a. Fase; ü3a. Fase da Lactação – 141 a 305 dias ou até a secagem: Manejoe alimentação na 3a. Fase; üPeríodo Seco – 2 fases: • Manejo e alimentação da secagem até 22 dias antes do parto; • Manejo e alimentação no período de transição: de 21 dias antes e 21 diasdepois do parto até o parto (Período de transição); üConsiderações Finais. INTRODUÇÃO • PRODUÇÃO DE LEITE NO BRASIL: Hoje abordaremos o MANEJO E ALIMENTAÇÃO DE VACAS LEITEIRAS MANTIDAS EM PASTAGENS NOS TRÓPICOS E SUB-TRÓPICOS E SEMI-CONFINADAS. é Free-Stall, Compost Barn, Tie-Stall, Loose Housing é • Os alimentos volumosos mais usados nos sistemas de produção de leite mantidas em pastagens no Brasil, são: INTRODUÇÃO üPastagens: do meio da primavera, verão e até meados do outono; üNas outras épocas do ano há necessidade de se complementar com outros volumosos: ØFeno e pré-secados; ØSilagens de milho; ØSorgo e/ou capineiras: Napier anão, Napier roxo, Cana de açúcar; Ø Aveia/e/ou azevém irrigado ou não; Ø Diferimento de pastagem. • ALIMENTOS CONCENTRADOS à Só devem ser usados para suprir as deficiências nutricionais das pastagens e permitir produções mais elevadas das vacas leiteiras, equilibrando os nutrientes que faltam nas pastagens. Muitas vezes o que falta no pasto é só energia e minerais; INTRODUÇÃO • Pode-se utilizar, cf. o caso: suplementos energéticos, proteicos, minerais e vitamínicos. INTRODUÇÃO ANTES DE PREPARAR A ALIMENTAÇÃO, CONSIDERAR: 1. Nível de produção; 2. Estádio/Estágio da lactação; 3. Idade da vaca: primíparas, 2ª. cria e multíparas; 4. Consumo esperado de matéria seca; 5. Condição corporal; 6. Tipos e valor nutritivo dos alimentos a serem utilizados. RECOMENDA-SE PARA ALIMENTAÇÃO DAS VACAS: • Vacas primíparas separadas das vacas mais velhas; • Evitar dominância e aumentar IMS. INTRODUÇÃO PASTAGENS TROPICAIS E SUBTROPICAIS AS PRINCIPAIS PASTAGENS TROPICAIS E SUBTROPICAIS SÃO: üCynodon: Coastcross; Tifton-85, Tfton-44, Florakirk; üCapim elefante/Napier (Pennisetum purpureum): üCultivar Anão; ücultivar BRS Caiaçu; üCapim Tanzânia (Panicum maximimum. Var. Tanzânia); ü Outras gramíneas e leguminosas.... üBrachiárias: brizantha, decumbens, ruziziensis, humidicola; Fonte: arquivo da Cooperideal – Londrina - PR Corredor com disponibilidade de água, cocho para alimentaçao e sal min. P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 = Reserva ROTAÇÃO DE PASTAGENS: No. Piquetes/lote = Período Descanso + 1 Tempo Ocupação ü Período de ocupação (PO): no exemplo dado é de 3 dias; ü Período de descanso (PD): 21 dias (Primavera, verão e outono); No verão PO = 3 dias PD = 21 dias São necessários 8 piquetes ü No início da primavera e final de outono o PD deve ser aumentado para 28 a 30 dias, incorporando mais piquetes no sistema; ü No período da seca, não há garantia de produção de forragem, seja qual for o período de descanso; ü Deve-se assim, prever alimentação para a seca, quer reservando pasto (diferimento de pastagem), fazendo capineiras de leguminosas, Napier, cana-de-açúcar, feno, silagem ou introduzindo pastagem temperada em sobre-semeadura da pastagem tropical. Fonte: Foto da Cooperideal – Londrina - PR CONSIDERAÇÕES SOBRE O PASTOREIO ROTACIONADO: ü Conhecer o desenvolvimento/comportamento da gramínea mês a mês; ü Considerar que a irrigação e adubação melhora o desempenho da gramínea, aumentando a produção, a qualidade da pastagem e diminuindo o intervalo de pastejo; ü Saber estimar a produção de massa verde por piquete (kg MV/ha) ajuda na lotação adequada do mesmo e na definição do tempo de ocupação; ü Nesse sistema de manejo das vacas a pasto, há necessidade de se fazer treinamento. Preparar o funcionário para ser um verdadeiro ”GERENTE DE PASTAGEM”. Fonte: Foto da Cooperideal – Londrina - PR CONSIDERAÇÕES SOBRE O PASTOREIO ROTACIONADO: ü Deve-se dar preferência a divisão dos piquetes no formato de quadrado ou retângulo; ü Prever arborização e/ou cobertura de sombrite; ü Deve-se dar preferência a instalação de cercas elétricas; ü Cada Lote de vacas ou outras categorias tem que ter a disposição um conjunto de piquetes, como apresentado no slide anterior; ü Pode-se optar pelo sistema de pastoreio, onde as vacas no início de lactação adentrarão primeiro ficando de 1 dia, em seguida viriam as vacas no meio da Lactação e por último as vacas do final de lactação. PASTOREIO ROTACIONADO: Fonte: Fotoda Cooperideal – Londrina - PR ü O corredor pode servir como área de suplementação, distribuição de água e sal mineral, mais econômico, do que a distribuição em cada piquete; ü Pode-se instalar um cocho que possa ser deslocado de um lado para outro, isto evita a formação de lamaçal. Bebedouro de fácil instalação. ü LEMBRAR QUE VACAS EM PASTOREIO ROTACIONADO JÁ INGEREM UM BOA PARTE DE ÁGUA. CADA KG DE PASTO INGERIDO 85 A 90% É ÁGUA. • ÁGUA também é alimento: fornecer sempre água limpa e de qualidade à vontade; • Para produzir 1 LITRO DE LEITE à vaca ingere 4 litros de água, podendo dobrar no verão; • 87% do volume de 1 litro de leite é composto por água. MANEJO E ALIMENTAÇÃO Fonte: arquivo da Cooperideal – Londrina - PR VACAS EM PASTEJO ROTACIONADO – IBIPORÃ - PR Fonte: Foto da Cooperideal – Londrina - PR PASTAGEM IRRIGADO – CAPIM MOMBAÇA: Conforto térmico: Animal se alimenta bem e não sofre estresse. SOMBREAMENTO É INDISPENSÁVEL Fonte: arquivo da Cooperideal – Londrina - PR ÁREA DE ALFAFA EM RIO BONITO DO IGUAÇU - PR Fonte: arquivo da Cooperideal – Londrina - PR PASTEJO INTENSIVO DE ALFAFA ü As vacas ou outras categorias como novilhas devem adentrar ao piquete com alfafa e ficar no máximo 2 a 3 horas, mudando para um outro piquete com gramínea, para evitar problema de timpanismo; ü Vacas no período seca faltando 21 dias do parto não devem ser colocadas no piquete com alfafa, pois a alfafa é rica em potássio e aumenta o risco de febre do leite. ALIMENTAÇÃO DE INVERNO SOBRE-SEMEADURA No que consiste a sobre-semeadura ? ü Nos primeiros 15 dias do outono (março/abril), deve- se rebaixar bem a pastagem existente na propriedade, quer seja capim Tanzânia, Tifton-85 ou Coastcross e sobre esta lançar sementes de aveia e/ou azevém; ü Os resultados serão ótimos, se tiver irrigação e adubação, quer seja orgânica ou química (N, P, K), caso contrário, precisamos contar com a ajuda da natureza. Fonte: Foto da Cooperideal – Londrina - PR SOBRE-SEMEADURA – AVEIA X TIFTON – NOVA CANTU - PR Cerca elétrica, pastejo em faixa ourotacionado em piquetes Fonte: Foto da Cooperideal – Londrina - PR SOBRE-SEMEADURA – AVEIA X TIFTON – NOVA LARANJEIRAS- PR Fonte: Foto da Cooperideal – Londrina - PR SOBRE-SEMEADURA – AVEIA X TIFTON – NOVA CANTU - PR Fonte: Foto da Cooperideal – Londrina - PR SOBRE-SEMEADURA – AVEIA X MOMBAÇA– COLORADO - PR ü A cidade de Colorado – PR fica a 211 km de Nova Andradina – MS. • Os nutrientes da dieta precisam estar ajustados para impedir perda de peso excessiva; • A densidade da dieta precisa ser aumentada. MANEJO E ALIMENTAÇÃO MANEJO E ALIMENTAÇÃO • PRIMEIRAS SEMANAS PÓS PARTO à vacas não conseguem consumir alimentos na quantidade suficiente para sustentar a produção crescente de leite (dentro deste período) até atingir o pico de produção (5-7 sem pós parto);• As vacas podem ingerir por dia em torno de 2,0 a 2,5% do seu peso vivo em MS do pasto; • Esse inconveniente limita a produção de leite em, aproximadamente, 16 kg/dia, pois o pasto tropical é: • DEFICIÊNCIA EM ENERGIA. • PB da dieta à 13 a 15% para suportar os níveis de produção dos animais a pasto, no início da lactação. A maioria dos pastos, em determinadas épocas do ano, tem PB suficiente para atender estas exigências; • Proteína é um nutriente crítico durante o início da lactação; • Ajuda estimular o consumo de alimento; • Permite o uso eficiente dos tecidos corporais mobilizados para a produção de leite. MANEJO E ALIMENTAÇÃO • FORRAGEM DE ALTA QUALIDADE à Manter função ruminal e gordura do leite; • Equilibrar a dieta entre 30 a 34% de carboidratos não fibrosos (CNF), com uso de concentrado rico em energia, como o milho, sorgo, casquinha de soja, polpa cítrica.... MANEJO E ALIMENTAÇÃO SILVO-PASTORIL Este sistema tem demonstrado na prática, que proporciona bem-estar aos animais, e alternativas econômicas com o corte seletivo das árvores. A pastagem também é beneficiada, pois com mais sobras, temos mais umidade no solo e durante o inverno, os riscos de geadas são nulos. • ESTRATÉGIAS PARA MAXIMIZAR O CONSUMO DE PASTAGEM: MANEJO E ALIMENTAÇÃO ü Pastejo rotacionado em lugar do pastejo contínuo; ü Disponibilizar de sombra de alta qualidade; ü Limitar a quantidade de ureia (100 gramas/vaca/dia) misturada a aos grãos de milho, mas somente no período seco das pastagens, pois no final da primavera e verão tem proteína suficiente; ü Minimizar as condições que causam estresse. MANEJO E ALIMENTAÇÃO Suplementação com Concentrado ou alimentos energéticos (milho, sorgo, casquinha de soja, polpa cítrica, etc….), quando necessário, deve ser feita no pasto. O sal mineral deve ser ministrado junto com o concentrado. 2ª. FASE: 71 A 140 DIAS EM LACTAÇÃO - CONSUMO MÁXIMO DE MATÉRIA SECA: FASES DA LACTAÇÃO • Consumo de matéria seca continua a aumentar e atinge o pico nesta fase e já no final inicia uma queda; • É nesta fase que a Vaca é inseminada e volta a categoria de gestante; • A demanda de energia para lactação pode ser mantida pelo consumo de alimentos e a vaca não mobiliza mais reservas corporais. • A quantidade de energia poderá diminuir; • Neste caso, as vacas necessitam de menor quantidade de alimento para repor as reservas corporais (comparado as vacas secas). MANEJO E ALIMENTAÇÃO • Nesta fase as vacas precisam ingerir quantidade de alimentos para manter o pico de produção por mais tempo possível e ficar gestante; • A quantidade de concentrado não deve exceder a 1,2% do peso vivo; MANEJO E ALIMENTAÇÃO • O aumento da IMS do concentrado provoca um efeito negativo na IMS da pastagem. 3º FASE: 141 A 305 DIAS EM LACTAÇÃO OU SECAGEM - BALANÇO ENERGÉTICO POSITIVO: FASES DA LACTAÇÃO • A produção de leite e o consumo de alimentos reduzem; • A vaca consome mais energia do que gasta com a lactação e as reservas corporais podem ser restabelecidas; • Animais estão ganhando peso e recuperando o Escore da Condição Corporal. PERÍODO SECO à Secagem da vaca 55 a 65 dias antes do próximo parto. FASES DA LACTAÇÃO • Duração próxima de 60 dias; • Ocorre a transferência de nutrientes para desenvolvimento do feto (maior crescimento fetal nessa fase); • Regeneração dos tecidos secretores de leite da glândula mamária. • A dieta pode agora conter um volumoso de qualidade média e quantidade limitada de concentrado; MANEJO E ALIMENTAÇÃO • Formular dietas para mantença, crescimento fetal e reposição das reservas corporais; • PB na dieta de vacas secaà 12 a 13%; • IMS à 2% do peso vivo, com tendência de queda; • CONSUMO DE FORRAGEM à mínimo 1% a 1,5% do peso vivo. • PERÍODO DE TRANSIÇÃO à 21 dias antes do parto; • Fase delicada e importante para ajustar a vaca seca ao parto; • Adaptação à ração de lactação e prevenir problemas metabólicos. FASES DA LACTAÇÃO ESTRATÉGIAS PARA O PERÍODO DE TRANSIÇÃO PARA VACAS A PASTO: MANEJO E ALIMENTAÇÃO 1. Fornecer grãos para adaptar o microbiota ruminal e estimular a formação das papilas ruminais; 2. Aumentar a quantidade de proteína na dieta; Para rebanhos com Produção > 15 L/dia: Para rebanhos com Produção >10 até < 14,9 L/dia: Para rebanhos com Produção <10 L/dia: A base da alimentação é a pastagem, com pouca suplementação de concentrado; A base da alimentação é a pastagem, com nenhuma suplementação de concentrado. • DIVIDIR O PERIODO SECO EM 2 FASES: 1. Da secagem até 22 dias antes do parto; 2. De 21 dias até o parto. MANEJO E ALIMENTAÇÃO 1º FASE à Da secagem até 22 dias antes do parto. É a fase de descanso do rúmen, cascos e glândula mamária; • Os animais devem ser mantidos com uma dieta rica em alimentos volumosos de boa qualidade; • Devem ganhar peso de forma moderada; • Os cascos devem ser aparados; • As vacas devem receber uma dose da vacina contra a Pneumoenterite e Leptospirose para aumentar os anticorpos no colostro e assim proteger o recém-nascido passivamente. MANEJO E ALIMENTAÇÃO 2º FASE à 21 dias até o parto: É a fase de preparação para uma nova lactação; • Inicia-se o fornecimento de concentrado, mas somente para as vacas com potencial de produção >15 litros/dia; • Objetivo de adaptação da microbiota ruminal para o início da lactação, quando, além da pastagem elas irão receber concentrados, principalmente, energético, como o milho. MANEJO E ALIMENTAÇÃO ü A produção de leite a pasto necessita de um operador (gerente, proprietário ou funcionário) com conhecimento profundo do manejo de pastagem; CONSIDERAÇÕES FINAIS ü Treinamento desse operador é fundamental para que o sistema de pastoreio rotacionado funcione a contento; ü Cada forrageira se comporta de uma forma e necessita de atenção para se explorar sua produtividade; ü Lembrar que cada ano que passa há mudanças climáticas e as condições não são sempre as mesmas, com referência a precipitação e temperaturas.
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